Apócrifos de João: Novo Testamento - I Pergaminho

Os demais convidados dormiram tranquilamente noite adentro. Nada os incomodou ou mesmo chegou a ameaça-los.

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Kaash'Taael presentia algo, mas não pod eidentificar nada. Assim continuou seguindo com o servo, saindo do salão de reuniões. Ambos chegaram a sala de estudos em poucos momento. Lá, o servo cuidou de acender uma lamparina para a elfa negra e logo que ela se localizou e pôs-se a mesa de estudos, onde alguém havia deixado vários mapas da região e das redondezas. Com certeza estudavam o avanço de Abigail.

Mas quem: Taurus ou Lophar? Ambos?

O servo pediu dispensa a convidada de lorde Taurus e se foi, relembrando antes de que qualquer coisa ele e os outros estariam na ala dos empregados, mas avisariam quando fosse se recolher, o que ocorreria dentro de algumas horas a mais.

Num canto escuro, além dos sentidos da elfa clériga, Enninbel espreitava-a.

Agora, a sacerdotisa estava a sós com a sombra, vários mapas e livros de uma biblioteca. Mas, ela apenas permanecia com aquela estranha sensação, e a impressão de que talvez fosse o morto-vivo imaterial conhecido como shaaede, ou sombra como era conhecido vulgarmente.

O que elas fariam a seguir?

Assim que o criado se retira a elfa negra sentou-se a mesa e analisou os livros como se ignora-se o que era óbvio, pôs as mãos nas têmporas como se pensasse no próximo passo e faz o que parece ser uma prece Halaedyom.

- O fim é certo e não mais apenas que um novo começo...Halaedyom senhora da escuridão e da entropia permita que aqueles que tiveram o fim auxiliem sua serva momentaneamente. -

Em Off:

O véu da trama que separa os mundos de vivos e mortos se rompe brevemente para a passagem da invocação de Kash'Taeel que aguarda.

Desta conjuração aparecem duas sombras ao lado da Kash'Taeel e a mesma diz - Agradeço que tenham vindo. Agora preciso que fiquem a postos a meu lado - Não eram sombras comuns, as mesmas pareciam exalar a entropia de uma forma mais extrema como que se o frio da morte emanasse das mesmas.

Em Off:

- Agora que estamos a sós, ou quase creio que não é mais necessário que se esconda criança pode falar comigo ou manter-se em silêncio como quiser, mas pressinto que não és como os outros... -

As duas shaaedes fitavam Anninbel. Taash não via o que os dois espectros das trevas observavam, mas ela agora pelo menos sabia em que direção o ser que a vigilava estava na sala.

A elfa aguardou uma resposta atenta.

Ennibel apenas esperou que o criado se retirasse, então das sombras do teto ela surge e fica levitando sobre a cabeça da clériga, sua aparência era estranha, não por ser sombra, mas esta era sua aparência quando em vida.

Ela parecia vestir um logo vestido que ia até a altura de seu tornozelo, das mangas longas vários enxertos de pano se alongavam até sua cintura, seus cabelos eram arrepiados e bem espalhados:



-Estive observando a reunião e cheguei a conclusão que serei inútil nesta guerra...minhas habilidades não são de valia contra os mortos...

A voz de Ennibel, soava como um sussurro carregado de ódio ao seu redor a temperatura do ambiente caia  e ela pairava acima da cabeça da clériga.

-Preciso encontrar um meio de ser útil nesta guerra...idealizei um plano, porém julgo simples de mais para ter efeito sobre uma necromante poderosa como Abigail, não posso acessar estes livros, portanto precisarei de seu auxilio, tanto na pesquisa como em idéias para me tornar útil. Quando decidi e acordei com você que eu poderia lhe seguir julguei pelo seu símbolo que você me entenderia, diferente dos demais.

Abigail e todos aqueles que seguem  deusa da destruição, não merecem nada mais que a morte! Me vingarei por minhas duas mortes causadas por esta guerra custe o que custar!

- O a morte no fim nada mais é do inicio de um principio. - responde Kash'Taael sem mudar a expressão. - Conseguiste sair dos salões de entropia de Halaedyom? Somente alguém com um objetivo muito grande e rancor o poderia. Abigail desafia a entropia, porém suas ferramentas não lhe serão úteis contra mim e seus servos serão meus e depois libertados. - As sombras gélidas não se manifestam estão ali apenas para uma questão e ali permaneceriam...

-Sim eu entendo os mortos e a necessidade de passagem e de desforra, não entrei nessa aventura por glória pessoal e nem ódio. - Ela segura o símbolo de Halaedyom... - A destruição deste mundo não será conforme a vontade deles e isso é o que me move. Ajude-me e eu ajudarei. Mas primeiro como devo lhe chamar? -

Ennibel ouve a moça e responde:

-Antes Ennibel, a Dríade...devorada com minha árvore pelas chamas do inicio da guerra. Retornada a este plano pelas forças da natureza como Ennibel a Killoren. Morta por um sacerdote da deusa da destruição e agora: Ennibel, apenas uma sombra do que fui, tanto literal como metafórico...meu poder hoje não é nada comparado a ele em vida...Mas meu ódio transborda os limites dos planos...e todos os seguidores da deusa da destruição sucumbirão diante de mim e minhas crias...Serão meus escravos direta ou indiretamente!

A voz sussurrante e carregada de ódio parecia ainda mais ofensiva quando se referia a deusa da destruição e seus servos, Ennibel estava disposta a destruir seus inimigos de qualquer modo que encontrasse.

Ennibel ouve a sacerdotisa e responde:

-Meu ódio é imenso....mas minha sanidade eu não perdi, duvido muito que uma sobra comum conseguiria essa consciência que possuo agora...farei o que for preciso para vencer, guardarei as informações e esperarei, ficarei aposta para atacar no momento correto, deixarei que você planeje quanto a isto....agora preciso agir...minhas crias precisam nascer...

Ennibel fala e espera a clériga dizer alguma coisa, assim que acabasse ela partiria em busca de casas isoladas e longe do aglomerado de pessoas, lá atacaria as pessoas para mata-las e torna-las suas crias.

Kash'Taeel apenas diz - Posso então contar com sua discrição. Não me importa como apenas preciso que os funestos objetivos daqueles hereges adoradores da deusa da destruição sejam impedidos e se perecerem no ínterim pouca mínima darei. A ordem natural deve seguir o seu curso. -

A sombra então se retira e parte para a caçada, as sombra da noite a esconderiam ela tinha a noite inteira para agir. Seu exército estava prestes a nascer.

Mando as minhas sombras realizarem um "vistoria" da casa (escondidas nas sombras para nãos serem vistas) e depois me relatarem o que for visto. Kash'Taeel lê mais um pouco para ver se acha algo útil e se retira para dormir.

As sombras investigam os arredores, assim como Enninbel, como antes, não haviam guardas pela propriedade, nada intimidante além daquele mordomo-guarda-costas. Ao se aproximarem dos quartos dos proprietários, as shaaedes desapareceram dos sentidos de Kaash após um rompante de luz sagrada, sentida pela elfa-negra. A mansão não tinha guardas, mas haviam alguma forma de proteção. Provavelmente serviços comprados de alguma clero.

Do seu quarto, o transe de Daguila o seu transe interrompido pela sensação do uso da luz sagrada nas proximidades. Todavia, embora tivesse ficado alerta, mas nada aconteceu naquela noite.

Enninbel aproximou-se dos quartos dos servos da casa, sentido alguma proteção sagrada. Parece que Taurus, ou Lophar, teria se precavido antecipadamente contra os lacaios de Abigail, sendo que o mesmo acabou servindo para os seus convidados.

Talvez ela pudesse atravessar, mas não sem grandes danos. Ela não obteria nada nessa noite.

Não restando nada a se fazer, enquanto a autochamada rainha das sombras terminava de conhecer a mansão, Kaash adormeceu exausta, tanto da viagem quanto da hora.

Amanhã seria era outro dia a espera das hordas.

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Algarion, Abenty e Daguila acordaram mais cedo que do que a elfa-negra devota, seja por desciplina, seja porque ela dormiu tarde.

A luz estava em toda parte e Enninbel tinha poucos lugares para se esconder.

Taurus os recebeu com a mesa posta, um café da manhã generoso que foi difícil de resistir. Ovos e torradas, geleias e sucos, baecon e pão fresco, manteiga e panquecas.

Nada do adoentado Lophar.

Terminado o repasto, o lorde convida a todos para um passeio, para conhecerem aos arredores, aproveitando para a conhecer a geografia do que será o seu campo de batalha.

Os servos ficam na casa.

Vós levam uma cesta para o lanche e uma pequeno bocado de carne defumada de cavalo para o grifo do druida.

Durante a cavalgada, ou como se chama o que o dominador da natureza faz quando monta o seu grifo, Taurus usava o seu traje de montaria de ontem. Ele estava armado com sabre, uma adaga, três lanças de caça ornadas com flâmulas vermelhas, além da manopla ornamental na mão esquerda. Ele montava um poderoso mustang, próprio para cavalgadas longas. A espécime também possuem incrível estamina em corridas longas, apesar da aceleração lenta.

Lorde Taurus Bargen




Em dado momento, ele lhes propõem:

Taurus escreveu:- Que acham de uma corrida amistosa até o primeiro ponto de vigília, onde as hordas do sacerdote das trevas Abigail chegarão primeiro? Não?  Então que tal uma aposta? Quem vencer a corrida receberá a cela que ganhei no último aniversário. Eu fiz questão de traz^-la comigo quando assumi as coisas por aqui.

OFF: Cada jogador que aceite participar deve postar os dados da sua montaria, conforme constam no espécime em que gastou o valor. Não será válido voar.

Para vencer: Todos deverão fazer três testes resistidos da perícia Montaria, CD15, na área de lances.

O personagem jogador que não postar a ficha da montaria, conforme o valor gasto, ou de seu parceiro utilizado como montaria atual, será considerado montando um cavalo de montaria padrão.

O prêmio: A cela de Taurus não é apenas um item caro, mas um que só pode ser conseguido com certos contatos. Dificilmente os personagens terão a mesma chance outra vez, exceto se obtiverem acesso aos contatos que a posição do lorde oferece.

Kash'Taeel olha e reconhece sua inabilidade em montar e truques equestres e declina de participar educadamente - Não creio que seria um desafio para vossa habilidade. -

Daguila faz uma expressão de desentendida quando ouve a ideia de Taurus. Ela cruza os braços pensando por um minuto e logo fala:

- Tudo bem que o feito de cada um de nós no precede, mas eu em especial não tenho interesse em corridas de cavalo, nem mesmo tenho uma montaria. Fica pra proxima.

O grifo pairava levemente, sem esforço mantinha a velocidade do cavalo, mas era obvio, grifos são voadores rápidos, Algarion tinha uma expressão de desdem, o grifo parecia mais interessado em bicar o mustang, carne fresca é sempre mais suculenta.

- Esta fora de seu mundo vossa alteza - havia um tom de escarnio na voz do druida - esta entre rufiões, adoradores de demônios e servos de deuses macabros e maligno, nada de pompa nem de glória. Por que não diz logo o que quer nós vejamos longe dos olhos da múmia quase morta que é aquele velho? Você ganha tempo e poupa nossa paciência...

Taurus escreveu:
- Podem me tratar por Taurus. Títulos são para a corte e homens da velha guarda, como meu tio, por assim dizer.

- Mas, se alguns de vós preferem tratar me por pronomes de tratamento, vós me cê deveria se referir a mim como Vossa Santidade, que é o utilizado para a minha posição hoje em dia.

- Não que eu seja qualquer tipo de santo, mas é o tratamento dado aos Condes, cuja posição me equivalho.

- Vós não conheces o terreno onde ocorrerá a luta, assim devem realizar um reconhecimento apropriado. Embora, eu temo, parece que preferem a forma mais monótona para fazê-lo quando ainda temos tempo livre.

- Então, já que não estão dispostos, ou não tem a habilidade necessária para me acompanhar, eu irei espera-los bem por ali, a uns dez quilômetros.

Eu os espero lá.

E dito isso, Taurus os deixou para trás, dirigindo o seu corcel com impeto e cavalgando com habilidade.

Do alto, o druida podia acompanhar o bom desempenho que o lorde fazia na corrida, mas ele logo sumiu de sua vista e precisaria subir mais alto para tentar localizá-lo.

O caminho apontava para os longos dez quilômetros falados por ele.

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RELATO DA NOITE ANTERIOR DA SOMBRA

Ao longe, oculta, Enninbel tramava formas de arrecadar espíritos irritados pelo assassinato repentino que podia lhes desencadear. Deseja criar mais crias sombrias, semelhantes a ela, mas não iguais em tudo.

Na noite anterior ela desceu da mansão e seguiu procurando alcançar a cidade de Un-Dun e o forte. Ali, ela planejou com cuidado, enquanto se esgueirava, pois não queria ser descoberta ainda.

O forte ergue-se poderoso, marcial e com paredes fortificadas. Pelo tamanho deveria haver um bom contingente e algumas armas de artilharia, ao menos, provavelmente montarias também. Para saber mais deveria conseguir entrar lá sem ser detectada.

A cidade era uma mistura de ambiente rural e urbanístico. Haviam boas casas, mas o solo não era pavimentado. Um pouco mais de observação vislumbrou que tudo deve ter sido construído a partir de uma capela no centro, que agora se erguia como uma lança, embora mantes-se espírito de humildade.

Do povo que pode observar, haviam homens e mulheres fortes em toda parte, gente simples, com poucos adornos, acostumados a uma vida rústica e simples. Haviam alguns mercadores mais refinados: elfos, anões e homens de outros reinos. Estes eram poucos, cercados por poucos empregados, provavelmente de passagem à negócios.

O rosto do povo se confundia entre as marcas típicas dos traços de Iron-Maiden com a população vaqueira do interior. Provavelmente soldados tinham famílias ali e todos se conheciam.

A proximidade e a vida ligada a natureza também mostravam traços, pois se via hobbits entre os negociantes e como interpretes de alguns sujeitos bárbaros, humanos, meio-orcs e, percebeu de relance, talvez alguma amazona.

A noite, um toque de recolher os levava as casas, e dois grupos de patrulha davam a volta.

O forte ficava fechado.

Na igreja sempre havia alguém de plantão.

Enninbel caçou naquela noite.

A primeira hora não foi boa para a sombra, mas ela obteve dois bons espécimes na segunda e na terceira hora da noite tardia.  Hubbos, um carregador forte e bêbado foi o primeiro, ela não pode se esconder dele e este gritou alarmadamente, mas como estava bêbado não pode escapar. O segundo foi Figus, o colega que fora procurar o amigo, ele também encontrou o mesmo fim com muito barulho.

A shaaede já tinha duas sombras. Eram dois corpos para esconder e duas ausências que seriam sentidas pelo mercador, seja ele qual fosse.

As três sombras se esgueiraram pela escuridão a desapareceram do local, o restante da noite elas procuraram abrigos isolados do aglomerado de pessoas como cavernas ou qualquer coisa que pudessem se esconder e aguardar e a ordem foi ao perceberem qualquer aproximação fugirem por onde puderem mas ainda escondendo-se pelas sombras, durante a noite ela iria até os locais onde estavam as demais sombras e as guiariam para um local ainda mais distante e isolados.

Ennibel por sua vez voltou a mansão e se escondeu nas sombras pelo resto da noite e do dia que se seguia, aguardando sua nova aliada para lhe repassar informações, ela sabia que agora, a segurança seria reforçada na cidade.

O grupo seguiu o rastro de Taurus e mesmo o druida precisou voar mais alto para obter a sua pista. O quê ele viu do seu ponto mais elevado foram longas e livres pastagens planas, com poucas depredações, havendo vegetação também esparsa, constituída naturalmente por cerrado próprio para a criação de gado, atividade que parecia comum para a região e o clima do reino de Iron-Maiden.

Quando todos conseguiram alcançar Taurus, eles também puderam ver o que o Algarion vislumbrou do alto. Calado, Taurus vislumbrava a vista do único ponto elevado onde todos se encontravam agora, um pequeno morro.

Realmente, o inimigo poderia levar as suas tropas por ali com facilidade e velocidade, ganhando dias de vantagem na corrida para cercar a capital de Iron-Maiden.

A cidadezinha que crescia, com o templo local ao centro, nas proximidades do forte não era muito grande, sem muros ou qualquer aparente estratégia de defesa. Ela só servindo na verdade para aumentar o número dos mortos-vivos assim que chegassem, como havia avisado Lophar.

Seria um desastre se aquelas pessoas permanecessem ali. Todas deveriam abandonar o lugar ao menor sinal dos mortos-vivos, ou quem sabe antes.

- Então? Aqui estamos. E agora? - Diz Kash'Taael esperando que seu anfitrião pudesse esclarecer porque vieram a este lugar em especial.