Cinco reinos unidos: O início da missão.

Enquanto Tuffo e Beijamim "conversavam" discretamente, Gorus perambulava pelo Templo observando sua estrutura e a achando estranha...
"Não há templos assim no Norte" Pensava ele.

De repente salta das sombras um velho gordo com cheiro de vinho. Ao fundo podia-se ver vultos correndo pelo corredor onde estavam e risadas femininas se distanciavam.

- Han.. Olá! O Templo está fechado, sim? Volte depois por favor...

- Olá, sou Gorus do Reino do Norte, parente do Rei. Não nos mande embora, por favor... Nosso amigo está muito mal e precisa de cuidados...

Diz Gorus, abaixando um pouco para ficar mais próximo da altura do clero enquanto indicava com a mão Tarcio nos ombros de Arzamarr.

- O que? Aquele rapaz está realmente muito mal! o que faziam parados ali? Esses moleques não valorizam a vida...

Mal terminou a frase e Mael já estava indo de encontro à Tarcio com passos curtos e apressados. Sequer havia se apresentado ainda aos viajantes.

Tarcio vê o homem gordo se aproximar dele e pergunta:
- É esse o clerigo?

Gorus ouve a pergunta de Tarcio e responde:


- Eh... parece que sim...
Sua expressão era um misto de espanto e alívio perante o comportamento e aparencia do clero.

Mael já estava encima de Tarcio, apertando seus braços cheio de cacos de vidro das garrafas que foram quebradas em seu corpo, arregalando os olhos do rapaz... enfim apertava e olhava coisa demais.

Gorus riu quando o clero olhou para o traseiro de Tarcio.

Tarsio se remexe e sai de perto do clerigo.
- Hei,hei tá olhando pro meu traseiro porque? - falou o jovem ranger.

- Vai ver ele tá analisando uma forma de você pagar pelo favor!... Fala o anão a Tarcio, soltando uma risada, rindo de sua própria piada. Em seguida o anão coloca Tarcio no chão pro clérigo tratar dele melhor... Ou seja lá o que ele queria fazer com Tarcio.

O anão não querendo atrapalhar o momento, sai do recinto após deixar Tarcio ali. - Coof* Coof*... Se precisarem de mim, estou lá fora! Em seguida o anão se vira e caminha em direção a saída do templo, encostando-se na parede, perto da entrada e analisando o movimento em frente ao templo.

Após Arzamarr colocar o jovem Tarcio no chão o clero ignora todas as suas palavras seguintes e começa oque parecia ser um alongamento.
Ele se abaixava até os pés, segurava o quadril e o mexia para todas as direções, puxava o pescoço na mesma linha do praço, pulava no mesmo lugar...

Ao terminar ele salta encima de Tarcio que estava sentado no chão com dificuldade. Bateu a mão no chão próximo dele, o rapaz estremeceu por um breve momento.
De repente o silêncio. Mael se colocou de joelhos na frente do jovem e falou algo que podia-se jurar ter as palavras "mulher" e "vinho", mas ninguém quis interromper aquela maluquice toda.

De repente o velho clero pára, levanta-se, dá um tapa na cara de Tarcio e diz:

- Levanta moleque! Você já está bem... nada que uma noite com uma bela ruiva para ficar novo em folha... falando em ruivas.. preciso de vinho!

E sai para o mesmo lugar de onde veio, desaparecendo nas sombras que fazia dentro do Templo por consequencia das velas e da própria noite.

Tarcio, como que por milagre, estava bem de fato. Alguns cortes e arranhões ainda, algumas feridas deixariam cicatrizes e havia um hematoma considerável em seu estômago, mas estava bem.

- Ele é louco, mas é bom... Está bem mesmo Tarcio?

Diz Gorus ao ver que o velho gordo sumira novamente. "Como alguém tão gordo consegue sumir tão facilmente?"


Enquanto isso, Tuffo e o aparente Rei continuavam imóveis, juntos.

Beijamim ouve o que o Anão fala e o repreende com um olhar sério e severo, quando o Anão sai ele ouve o que Tuffo diz e lhe mostra um sorriso irônico.

- Perdi meu tempo com você por nada e isso é tudo culpa da quele sulista inútil, como alguém pode enviar alguém tão...ridículo como este para uma caçada tão importante... Achei que você fosse mais esperto, mas parece que tenho por tudo explicadinho para vocês que comem do melhor e gozam da paz às nossas custas em quanto meu povo morre na quelas terras secas e negras onde nada vive e os pobres praticam o canibalismo com aqueles que a Rainha não gosta, não por vontade, mas por necessidade... e se nossa situação estivesse invertida você estaria morto.

Beijamim aproveita que os outros entraram para vasculhar o lugar e retorna à sua verdadeira forma, afastando-se de Tuffo e ficando de frente para ele.

- Diga à eles que o Rei se foi e que eu estou aqui, não posso mais ficar aqui parado nosso tempo é curto, ou encontramos essa maldita esfera e a devolvemos para Namish ou o Demônio adormecido acordará e ninguém nunca mais conhecerá à paz, apenas o fogo, morte e destruição... eu suspeito que tenha sido alguém lá de dentro do castelo, talvez Gaspar aquele feiticeiro miserável... Enfim no momento eu procuro pelo homem que se auto intitula o Verdadeiro Rei das Sombras, sabe algo, conhece? já ouviu falar... Bem eu encontrei alguém que sabe e para isso terei que levar vocês para trabalhar em um navio, apenas algumas horas e ele irá me falar sobre este maldito ser... Se ama o seu reino ou qualquer coisa viva neste mundo, então faça o que eu digo nós só temos mais algumas luas até Kilgara despertar por completo.

Beijamim olha friamente nos olhos de Tuffo esperando uma resposta após saber um pouco sobre o Reino das Sombras e sobre o poder de Kilgara.

Tuffo já suspeitava que fosse Beijamim, mas precisava ter certeza. A sua suspeita iniciou-se quando ele falou das sombras com bastante propriedade, o bobo agora sério guarda sua adaga e diz:

-Para conseguirmos qualquer coisa Beijamim, é necessário confiança. Se não confiava que guardaria o seu segredinho para o restante do reino não podemos formar uma equipe para ajudar uns aos outros. Por hora estou satisfeito com as suas justificativas.

Ele então volta a sorrir e diz:

-Sei sobre Kilgara e sobre Wolfric, sobre essa pedra que diz estar procurando. As sombras, mais do que outros reinos, devem realmente temer a ira de Kilgara. Mas como prometi para meu Rei e minha Rainha vou ajudá-los a conseguir o que precisa. Mas você precisará confiar mais em nós, assim como nós precisaremos confiar mais em você, conte a respeito de sua máscara para os outros e sua situação irá melhorar consideravelmente. Não podemos perder mais tempo, vamos até os outros e seguir até onde diz ter conseguido informações.

Após repletir melhor o que Beijamim falou Tuffo se pôs a pensar...
"Ele quis falar do já morto rei das sombras, Wolfric, ou de alguem mais? Mas... quem poderia ser?"

O jovem vasculhou sua mente e, de fato, já ouvira boatos assim antes dentro do castelo da do reino...
Uma certa noite, ele ouviu o rei e a rainha discutindo, o que não era comum dentre os dois.
O assunto era um ser das sombras que havia visitado o castelo oferencendo grandes recompensas dentre ouro e poder em troca da lealdade do reino.
O rei recusou de imediato e lembrou à criatura sobre o pacto que foi feito, que jamais deveria ter se dirigido com tal proposta ao reino do oeste, escondido do reino das sombras.
Já a rainha ficou dividida...

Tuffo não viu a vinda nem a ida da criatura, seja ela qual for, mas sabia que não se tratava do próprio ser que se titulava o rei das sombras, mas sim um servo leal que obedecia cegamente seu mestre.

O Rei, naquela noite, se enfurecera com a mulher e queria avisar de imediato Namish, mas Mircéa não permitiu, disse que nos assuntos das sombras não nos envolvemos.

De fato era estranho a atitude da rainha, mas o que realmente era estranho foi o dia seguinte de Tuffo ter ouvido a conversa.
Um Corcel Negro havia parado nos estábulos do reino e, com ele, veio uma carta. Mensageiro a leu em voz alta para os reis e logo em seguida a carta se queimou e o mensageiro sumiu com seu corcel sabe-se lá para onde...

A carta dizia que, se eles quisessem repensar a proposta, que enviassem homens dignos até o leste do Norte.

Nas histórias dos livros da biblioteca onde viveu grande parte de sua vida, nada tinha sobre o assunto, mas era de conhecimento que sempre quiseram o poder do Trono das Sombras.

Tuffo poderia passar esta informação, ou não, à seus amigos. Era uma escolha que ele precisava fazer.

Tuffo ao lembrar daqueles detalhes, era muito importante para a situação então diz abrindo um largo sorriso:

-Humm... Rhá! Com essas informações preciso urgentemente conversar com a rainha e tirar uma dúvidas a respeito das informações que você me passou. Creio que demos um passo muito grande para solucionar o NOSSO problema.

Ele então caminha em direção a porta e dá mais um salto:

Opa! já ia me esquecendo dos nossos amigos?! Precisamos avisá-los que iremos até a rainha e em seguida o encontraremos... onde mesmo que disse? Ah! No trapiche, onde os barcos zarpam.

Tuffo então aviso aos companheiros que iria até o castelo conversar com a rainha rapidamente junto com Beijamim e encontraria com os companheiros no trapiche dando as coordenadas de onde e como iriam se encontrar.

Em seguida ele vira-se para Beijamim e diz fazendo um biquinho de beijo enquanto fala:
-Vamos B E I J A - M I M. Temos muito o que fazer!

O anão estava no lado de fora do templo, e se pegou orando com sua filactera, orando a Moradin, pra que guiasse o anão ao caminho correto e justo, orava em pensamento e com a cabeça abaixada... E por fim, lembra-se do que o taverneiro havia falado a ele pouco tempo atrás, talvez fosse importante para o grupo, sua informação podia coincidir com alguma outra, ou qualquer outra possibilidade.

O anão então desencosta-se da parede do templo e adentra o mesmo, estava com pressa e talvez o "Rei", Tuffo e Gorus percebesse isso. O anão não se intimida e já entra o salão onde os companheiros estavam falando o que tinha lembrado.

O anão começa a falar em alto tom, olhando pros companheiros, tentava falar exatamente com as palavras que o taverneiro havia falado, já que não se expressava muito bem. - Há um rapaz, um nômade, ninguém sabe muito sobre ele, mas ele aparece às vezes pelas bibliotecas do Reino do Norte, às vezes vem para cá e bebe um vinho, pergunta sobre o mesmo assunto todas as noites. Sabe... ele tem uma missão, ele sonha em saber a verdade, saber se seu sangue tem mesmo esses ancestrais... Depois de um suspiro, ele continua, falando como o taverneiro novamente. - Ninguém sabe nada sobre ele... Simplesmente não "mora" em um lugar fixo, não sei... é o que parece! Mas... ouço boatos aqui na taverna... parece que ele tem percorrido essas bandas... Talvés numa parte afastada do Norte, como numa plantação distante do centro da cidade... Não sei, são boatos... O anão respira mais um pouco e continua sua última parte da "história" do taverneiro... - Mas lembre-se que eu não lhe disse nada disso, viu? Não quero problemas... Fica no Reino do Norte e, depende de como irão, se forem por terra demorarão cerca de 4 dias, mas se forem pelo mar um dia de navio será o bastante para chegar lá e mais um pouco a pé para chegarem até o local... Seu nome ninguém sabe, como já disse, ele é conhecido como o Herdeiro de... Mas que bagunça é essa na minha taverna!? Termina o anão, contando exatamente igual ao que o Taverneiro havia lhe falado, por Moradin, Arzamarr tinha uma memória boa em certos momentos, por sorte, ou por Moradin mesmo.

- Haaaaaaaaaahahaha haaaaha.... Isso fez sentido pra alguém?... Pois foi o que o taverneiro me contou até o rapaz começar a briga lá na taverna!...... Droga, ele pediu pra que eu não contasse que foi ele que falou... Esqueci! Gargalha o anão, pois não acreditava que alguém veria algum sentido nisso, e ele estava falando com afeição séria durante todo o tempo que revelava o que o taverneiro havia lhe contado.

Beijamim já não vestia mais a figura do Rei e sim dele mesmo estava ouvindo o que Tuffo dizia quando o Anão entra de rompante falando feito papagaio. Beijamim olha para Tuffo e acena com a cabeça e em seguida olha para o Anão e diz:

- Então está com sorte, pois amanha pegaremos um barco e se é seu desejo, ir atras deste homem, tudo bem talvez ele possa saber algo de últil.

Gorus ouve tudo e observa tudo calado.
Após tirar suas próprias conclusões internas, ele comenta:

- Um barco? Onde conseguiremos isso? Perdi alguma coisa?

Ele dá um longo bocejo de cansaço, afinal já era bem tarde da noite e ele tinha acordado muito cedo para estarem a tempo no Reino.

- Bom.... Pra onde foi o Rei???... Pergunta o anão, pois quando saiu lembra de que o Rei ainda estava no templo.

- E onde esse rapaz tinha se metido???... Apontando para Beijamin, já que Beijamin não estava ali no templo com eles até então, muito menos na taverna.

Tuffo também ouve o que o anão tinha a falar e pensa sobre isso completando o que ele acabara de contar:

"...conhecido como o Herdeiro de Wolfric."!!! É isso as coisas se encaixam e começam a fazer algum sentido agora. Upii! Vamos acabar com isso mais rápido do que eu imaginava. Vamos compartilhar as nossas informações que tudo dará certo.

Ele dá uma espreguiçada e diz:

-Está muito tarde, precisamos estar neste barco logo cedo, e já é madugrada pelo que me parece. Vamos voltar para o castelo e descançar. Preciso conversar algo com a rainha e depois nos reunimos para o desjejum antes de pegar o barco. Serão poucas horas de sono mas é melhor do que nada não é? He he he.

Ao longe ouve-se risadas de mulheres e a voz irritante do velho clero gritando à todos:

- Ainda vão de Navio? Este baderneiro mal se curou e já pensam em fazê-la navegar? São idiotas sem valor a vida?!

Ele então salta novamente para perto de todos, vindo de uma outra sombra, dessa vez com as roupas meio caídas:

- Deixe o rapaz dormir aqui no templo, não farei nada com ele, garanto à vocês. Antes de partirem terão que passar por aqui para ir até onde saem os barcos e, então, poderá levá-lo. Isso não é um pedido!

E pára olhando para todos.

Beijamim olha para o anão mas não responde à sua pergunta, deixando que outro responda futuramente, em seguida responde a pergunta de Gorus:

- Não se preocupe com isso, eu já tratei disso, nós já temos um barco para nos recepcionar. Beijamim termina com um sorriso por trás da mascara, imaginando eles trabalhando no navio.

Beijamim se aprocima de Tarcio e começa a falar em uma língua estranha e fazer gestos complicados, erguendo seu símbolo sagrado emanando uma luz negra e fria, quando toca subtamente Tarcio, o rapaz sente um toque frio, mas uma queimação onde ainda havia ferimentos. quando Beijamim retira à mão, o ranger está completamente recuperado.

Beijamim olha para o outro sacerdote e diz:

- Este vai conosco, se ele passar mal eu darei um jeito, sinto ter te incomodado, mas não estava presente quando isso aconteceu.


Beijamisai andando pelo mesmo caminho que veio e em seguida se dirige para o castelo, chegando lá ele irá rezar por suas magias e depois irá por alguns "alarmes" na porta e depois irá coxilar.

Tarsio leva um susto quando suas feridas de curam de repente pela magia de Benjamin.
- O...bri...gado - diz o jovem ranger sem graça e tenta mudar de assunto - Então viagem de barco hei... O que andaram falando enquanto estive ferido?
Termina de fala Tarsio se esticando todo e estalando as juntas.

- Jovem... Eu não vou repetir tudo denovo... Me desculpe, mas os dois ai ouviram, eles explicam, se quiserem é claro... Responde o anão ao Tarsio.

- Bom saber que o rapaz das sombras é curandeiro também, pelo menos pode ser útil... O que eu duvidava que seria até minutos atrás! Fala o anão fitando Gorus, Tarsio e Tuffo, ignorando Beijamin como se ele não estivesse ali.

O anão então retorna ao castelo, seguindo de longe o membro das sombras, iria beber um caneco de cerveja e depois dormiria.