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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Elminster Aumar
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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Elminster Aumar Qui Out 06, 2016 9:43 pm



    Capítulo 2: Viagem pelos Ares


    O dia foi longo, em especial para Annalise Belgarten. Ser filha de um dos mais importantes barões do Ducado de Caspia tinha os seus desafios, como acordar cedo para participar de algum congresso idiota ou ter que fingir ser simpática com toda a sorte de puxa-sacos que aparecia pelo caminho. Mas nem tudo se resumia a deveres e obrigações; os momentos de lazer eram também numerosos e costumavam valer a pena. Após uma manhã recheada de compromissos, Annalise tirou a tarde para subir em seu balão e passear nas alturas.

    Vista por cima, Ellsporth era fantástica. A filha do barão conseguia ver os grandes navios de transporte movidos a vapor fazendo descarregamentos no porto da cidade de um lado, do outro, uma locomotiva ganhava velocidade sobre os trilhos em direção à Caspia, tudo isso com uma paisagem montanhosa aos fundos e um sol alaranjado que ia se pondo atrás das grandes cordilheiras. Lá de cima, Annalise esquecia de todos os problemas enfrentados por aqueles que viviam em Ellsporth, como a sujeira nas ruas, a poluição no ar e os dejetos jogados no rio. Eram problemas corriqueiros de uma cidade urbana de médio a grande porte.

    Começava a escurecer quando o balão que levava Annalise pousou nos jardins da mansão da família Belgarten. Sob um céu estrelado, a garota entrou em sua residência e foi direto para o seu quarto, onde tomaria um merecido banho. Ela abriu as torneiras, deixando a água escorrer para a sua banheira niquelada enquanto ligava o sistema de aquecimento vaporizado. Em minutos, a banheira ficou cheia e com a água de morna a quente, um ambiente perfeito para relaxar. Antes de entrar na água, Annalise ligou o gramofone sobre o criado-mudo e deixou tocando uma de suas músicas prediletas.

    Ela não viu o tempo passar enquanto estava deitada na banheira, até que três batidas á porta a fizeram despertar de quaisquer possíveis devaneios pensativos que pudesse estar tendo em seu consciente. A voz que se seguiu às batidas era inconfundível.

    - Senhorita - disse a voz grossa e sempre séria de Ratchford, o seu guarda-costas. - O seu pai já retornou para a casa e o jantar está sendo servido. Estão todos te esperando.

    O jantar! Com o dia cheio que tivera, Annalise não lembrou do jantar marcado para aquela noite. Gregory Belgarten falara mais cedo que queria conversar com todos os membros da família e que ele mandaria preparar um banquete especial para tal. O barão apreciava formalidades como aquela, até mesmo entre familiares. A coisa ruim de tudo aquilo seria que, seja lá o que Gregory tinha a dizer, ele diria na frente de Calista Pilgrim, a sua atual esposa e madrasta de sua filha, Annalise.

    As duas se odiavam em segredo.



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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Qui Out 06, 2016 11:11 pm

    Se havia um motivo para Annalise não reclamar (muito) de ser filha de um barão era o enorme prazer de ter seu próprio balão. Assim que colocou os pés no jardim, correu para um de seus passatempos favoritos e ficou até os primeiros dois metros acenando e gritando para seu guarda-costas que ele deveria vir junto.

    Lá em cima o sorriso falso explodia em covinhas verdadeiras e os cabelos dançando ao vento. Os olhos se encheram de brilho ao avistar o navio. Se havia algo que tinha muita vontade de fazer era ter um dia de pirata. Não faria isso em um navio de transporte, é claro, mas se pudesse estar em um navio de verdade, para uma aventura de verdade...  Riu sozinha, logo mudando o foco de sua atenção para aquela linda paisagem, cobrindo parcialmente os olhos para proteger do sol com as costas das mãos.

    Era fácil ser rica. Só precisava sentir e desejar. Seu coração acreditava que o mundo era apenas um imenso quintal a ser explorado, sem contato com as mazelas sociais e achando exageradas as preocupações de seu pai.  Ainda assim, dizia ser defensora em favor do meio-ambiente e das causas sociais durante conversas em festas, e realmente achava que o era, mesmo sem saber nada sobre a realidade que não vivia. Suas intenções tendiam a ser puras, mas talvez nem todos vissem dessa maneira.

    Quando o ambiente parecia silencioso o bastante, a jovem abria os braços e fechava os olhos, fingindo ser um pássaro e esquecendo por aquele instante todas as obrigações do dia. Era quando ficava conectada consigo mesma e, dessa forma, procurava uma estrela para chamar de mãe e mentalizar uma mensagem. Mandou-lhe um beijo sobre a luva na mão e acenou, de volta para casa.

    Tranquila, só faltava um banho com muita espuma cheirando a jasmim e boa música para terminar de energizá-la e foi o que fez.

    Entre uma música e outra, lembrava dos compromissos da manhã e às vezes se irritava novamente com algum comentário que precisou conter ou uma expressão de falsidade alheia. Então cantava para espantar esse tipo de ideia, sem se importar em derrapar ocasionalmente em notas difíceis, não era treinada para isso, mas de certo era animada.

    Ba-da-ba-da ~~  
    Da-ba-da  ~~  
    Yeah this is grandpa's groove ~~  
    Everyone they were screaming out ~~~
    That was grandpa's groo--


    Annalise ouviu as batidas e esperou alguém falar, antes de pensar em interromper seu banho. Afinal, não tinha nenhum compromisso para aquela... o jantar!

    Estava tomando há o quê, cinco minutos? Suspirou. O tempo passava rápido quando estava se divertindo. Fez uma careta de sofrimento e agarrou uma toalha felpuda branca, cobrindo-se e caminhando até o gramofone, desligando-o.

    Que droga. Não queria ter um jantar em "família". Não com aquela mulher. Suspirou irritada.

    - Está bem, eu já vou - falou alto, sem a animação de sempre, obviamente contrariada. Se fosse qualquer outra pessoa a buscá-la, teria dito que não ia.

    Pingou até o armário, o qual abriu de má vontade e escolheu suas roupas de baixo, seguidas por um vestido off-white longo, de silhueta marcada, tomara que caia com decote coração, com babados de renda na saia reta, com quase nada de volume, ideal para um jantar comum em casa.

    Logo viu-se sentada de frente para o espelho com um coque alto disfarçando o cabelo molhado. Ela deu-se o trabalho de colorir levemente a bochecha de rosa e passar um perfume adocicado e romântico. Vestir-se bem ajudava a disfarçar a expressão de tédio. Apenas se dava ao trabalho para não chatear seu pai. Saiu do quarto, com uma expressão murcha. Nada de bom poderia sair de uma conversa na qual Calista também estava envolvida. No entanto, a madrasta não precisava saber disso, então enfiou logo um sorriso diplomático no rosto. Tudo que tinha que fazer era ser amável com seu pai.
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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Elminster Aumar Seg Out 10, 2016 9:30 pm



    Terminando de se arrumar, Annalise abre a porta do quarto e se surpreende ao ver que Ratchford ainda estava ali. Ele a estivera aguardando pacientemente. Os pequenos olhos castanhos do guarda-costas analisaram rapidamente o traje escolhido pela filha do barão, e sem dizer uma palavra, ele fez um leve aceno com a cabeça e depois apontou para o corredor. Annalise não sabia exatamente o que o aceno queria dizer, mas talvez fosse um elogio. Ela seguiu pelo corredor, com Ratchford logo atrás dela.

    A sala de jantar ficava no térreo; era um amplo espaço com uma mesa longa e de madeira escura ao centro, com cadeiras dispostas ao redor e algumas já ocupadas. Gregory Belgarten estava sentado numa das pontas da mesa, ao lado de Calista, sua esposa. Apenas Annalise viu como os lábios se encresparam na boca de Calista quando esta viu a sua chegada na sala. Colocando uma mão suave e carinhosa no braço apoiado do barão, Calista comentou em voz baixa, mas o suficiente para que Annalise ouvisse.

    - Que horas você tinha marcado o jantar, meu querido?

    Gregory pareceu surpreso com a pergunta de sua esposa, mas buscou o relógio em seu pulso para ver que horas eram.

    - Era para ter começado às 20 horas... - comentou para a sua esposa, e em seguida, virando-se para a sua filha, disse: - O que a faz estar vinte minutos atrasada, mocinha.

    Apesar das palavras terem um caráter repreensivo, o tom com que ele as disse deixava claro que não se tratava de uma dura de fato. Ele sorriu para sua filha e apontou a cadeira vaga ao seu lado direito.

    - Sente-se, querida.

    Enquanto Annalise se acomodava em seu assento, Ratchford foi se postar colado a uma das paredes do local. Aquele jantar era reservado à família do prefeito, o que incluía a pequena e rechonchuda Gutierra Pillgam. Ela estava sentada ao lado de sua mãe Calista e beliscava algumas acetonas dispostas num pratinho de prata. Ela cumprimentou timidamente Annalise, e logo voltou o seu olhar para baixo, em direção ao seu próprio colo. A enorme mesa parecia vazia com a presença de apenas quatro pessoas, mas para diminuir essa sensação, eles sentavam-se próximos uns dos outros, ocupando apenas um dos lados da mesa.

    Um lustre com várias lâmpadas à gás faziam o ambiente mergulhar numa claridade opaca.

    - E então, minha filha, como foi o seu dia? - perguntou Gregory. Ele estava com um rosto cansado, como quem acabara de chegar em casa após um dia de muito trabalho.

    Agora que a família estava reunida, os criados começavam a se movimentar pela sala para trazer as bandejas e travessas de comida que se somariam aos petiscos e frutas que já estavam a disposição.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Ter Out 11, 2016 10:02 am

    A jovem conseguiu se desvenciliar um pouco do humor péssimo que a tinha atingido por causa daquele compromisso ao notar o guarda-costas diante dela, observando-a. Um pensamento estalou, fazendo os olhos da garota se encheram de uma animação pueril e as bochechas mostrarem charmosas covinhas.

    - Estou bonita? - perguntou com absoluta convicção de que estava (apesar do cabelo molhado), mas com um gracioso frescor de dúvida, apenas para provocá-lo de brincadeira, insinuando ter lido seus pensamentos. Não deu espaço para respostas, rindo baixo e fazendo um gesto para ser seguida, deixando claro que era essa a impressão que levaria dele. Impedi-lo de explicar algum óbvio mal entendido era um dos passatempos sociais favoritos de Annalise.

    A brincadeira fez com que o caminho para a sala de jantar fosse menos terrível, sorrindo sozinha até descer as escadas, o que tornou-se mais artificial assim que avistou a "família" reunida.

    Respirou fundo, imaginando-se batendo loucamente naquele rosto montado com a mão sucateada do Sr. Willis.

    "Que horas você tinha marcado o jantar, meu querido?", imitou mentalmente, segurando a lateral do vestido com raiva, embora o rosto continuasse de uma boneca. "Pois é, que pena, estou atrasada. Acabou o jantar, pode ir embora"

    Ver seu pai tão bobo caindo em um truque ridículo daquele fazia suas bochechas ficarem mais rosadas do que o rouge.

    - Desculpe, papai - disse em tom sorridente. Lançou um olhar sério para a "madrasta" e caminhou até o líder da família, beijando seu rosto demoradamente - Eu perdi a hora trabalhando para ficar cheirosa e bonita como meu pai merece de verdade - sorriu adoravelmente cretina, girou nos calcanhares.

    Enncaminhou-se para a cadeira indicada, acenando animada para Gutierra e beliscando algumas uvas em seguida. Talvez a única coisa boa de ter Calista naquela casa era poder ter uma amiga sincera na filha dela, o que era bem difícil com o grupo de "emplumadas invejosas" que encontrava nas festas. Sentia muito por ela ter sangue materno de Morgh.

    - Foi ótimo! - respondeu com brilho nos olhos quase esquecendo que antes estava de mau humor ou das obrigações chatas matinais, já que pôde lembrar-se do recente passeio de balão. - Começou com a reunião que eu comentei no outro dia, e depois um homem perguntou por você. Não me lembro o nome dele... Bem, acho que não o conhecia pessoalmente, mas fiz uma boa introdução. Mais tarde eu passeei pelas montanhas e vi o pôr do sol.
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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Elminster Aumar Qui Out 13, 2016 9:33 pm



    Calista devolveu o olhar sério que recebeu de Annalise e fechou a cara de tal modo com a indireta que ouviu que as rugas pareceram saltar de seu rosto caprichosamente maquiado. Mas era só Gregory Belgarten virar o rosto em sua direção que ela mudava completamente a sua expressão, sorrindo agradavelmente para o marido e tendo gestos gentis como pegando alguma bandeja e colocando à sua disposição. Gregory ouviu o relato de sua filha, e então lhe perguntou, genuinamente preocupado:

    - Você não subiu sozinha no balão, eu espero. Ratchford estava com você? - Ele lançou um olhar para o guarda-costas, que de pé no canto da sala, ouviu tudo e parecia recear em dar alguma resposta. Annalise havia viajado de balão sem companhia naquela tarde; quando Ratchford viu o que ela estava fazendo, o balão já estava no ar, e por mais que ele tenha tentando alcançá-lo, não foi capaz de fazê-lo. Não era a primeira vez que Annalise desobedecia a orientação de seu pai, e em todas as vezes o guarda-costas lhe acobertara, mas agora ele parecia indeciso, como se tivesse com peso na consciência. Então, por fim, ele fez um sinal de positivo com a cabeça, dando a resposta que o barão queria. Gregory pareceu se aliviar em sua cadeira, mas não deixou a oportunidade passar para reforçar para sua filha: - Você sabe que é muito nova para sair de balão sozinha por aí, minha querida, é muito perigoso. Mas a sua hora vai chegar, eu prometo.

    Belgarten lhe dera o balão como presente de aniversário aos seus 18 anos. Mas do mesmo modo que ele presenteava com uma mão, com a outra ele acorrentava, não querendo que sua filha corresse quaisquer riscos em seu balão.

    Neste momento, as travessas de comida eram trazidas e postas à mesa. Haviam ao menos quatro garçons a disposição e eles eram eficientes em seu trabalho.O prato principal daquela noite consistia em peixes e galinhas cozinhados com leves e saborosos temperos. Ainda havia carne bovina e alguns frutos do mar. De bebida, havia licores, vinhos e água. Era um banquete farto, muito mais do que o suficiente para quatro pessoas; contudo, o que sobrasse dali, iria ser deixado para os garçons e cozinheiros que estavam trabalhando. Belgarten encheu a sua taça com um licor verde, e levantou-a, esperando que os demais também o fizessem, com as suas respectivas taças.

    - Esta noite - começou o barão, olhando no fundo dos olhos de cada um dos que estavam sentados à mesa - pode marcar o início de uma nova vida para os Belgartens. Eu recebi uma carta ontem a noite da corte de Caspia. Eles querem que eu vá para a capital o quanto antes, para decidirmos um assunto de extrema importância. Devido à morte prematura do antigo conde, eles precisam eleger um novo para ocupar o seu lugar, e - Gregory fez uma pausa providencial, como mostrando que o que viria a seguir era a parte mais importante de tudo - a nobreza deixou implícito que as minhas chances de assumir esse título tão nobre são grandes. - Calista pareceu que se engasgara com um amendoim, mas só Annalise percebeu isso. Aparentemente, nem mesmo a Senhora Pilgrim estava ciente da novidade. Alheio a isso, o barão prosseguiu, animado: - Eu fiz questão deste banquete para que possamos celebrar esse fato, e também por isso, eu peço que façamos um brinde agora!

    Os quatro brindam. Calista, tentando se recuperar da novidade, nem bebe o conteúdo de sua taça, ao invés, deposita ele direto na mesa e diz ao seu marido, tentando fazer suas palavras soarem carinhosas.

    - Que ótimo, meu querido. Essa é uma notícia excelente, é tudo o que você mais sonhou. Mas você não podia ter me avisado disso ontem? Assim eu teria me preparado melhor para esta noite, não acha?

    Gregory pareceu achar graça das palavras de Calista, como se as achasse inocentes, e, ainda animado, continua:

    - As novidades não param por aí, minha amada esposa. Eu recebi uma outra carta, esta do Prefeito Cornélius, de Vicari. Ele me convidou para participar de uma festança que ele dará na Casa da Prefeitura, aonde ele pretende anunciar uma grande novidade que, segundo ele, impactará a nossa relação de cidades vizinhas.

    Vicari era uma cidade nova, em rápida ascensão, mas ainda vista como uma cidade de pequeno porte, e por isso, não muito importante.

    - Eu adoraria participar dessa festa, mas infelizmente, eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo. Eu estarei em Caspia na data dessa ocasião, portanto eu preciso que uma das duas vá em meu lugar.

    "As duas", ele certamente se referia à Annalise e a Calista. Aquela altura, Gutierra já estava se servindo de tudo o que tinha direito e nem parecia prestar mais tanta atenção à conversa. Os olhos de Calista brilharam com a oportunidade que via a sua frente. Ela finalmente bebericava a bebida de sua taça enquanto seu cérebro parecia trabalhar na melhor resposta que podia dar para ter ela a chance de representar o baronato. Porém, as palavras seguintes proferidas por Gregory tirou o brilho do olhar de Calista e provocou a sua ira.

    - E eu tava pensando em você, minha filha - disse Gregory Belgarten, pegando gentilmente na mão de Annalise.

    Calista cuspiu a bebida no ato. Gutierra parou de levar o garfo à boca para olhar para a sua mãe, que lutava para não perder totalmente a compostura.

    - O que?! Mas... meu querido, tem certeza disso? Eu penso que eu seria a escolha óbvia. Eu sou madura, acostumada com esse tipo de situação, e por outro lado, veja a sua filha, veja como ela se veste num jantar em família. - Calista olhava incisivamente para o decote de Annalise em forma de coração. Ela pegou na mão de seu marido, levando-a para perto de si. Fez um carinho em sua cabeça. - Você não vai querer que os nobres de outra cidade vejam a sua filha vestida assim, vai? Aqui ninguém liga se ela gosta de andar com os peitos quase que para fora do vestido, mas em outra cidade pode causar uma má impressão...

    De tudo o que Gregory esperava naquela noite, certamente uma reação como essa não constava em sua lista, e ele agora encontrava-se confuso, sem saber o que dizer, olhando de Calista para Annalise, e de Annalise para Calista.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Dom Out 16, 2016 8:12 pm

    Annalise estava tão acostumada a mentir para seu pai sobre suas travessuras que quase não sentia mais o nervosismo de antes. Precisava de um tempo sozinha, oras! Já sabia até magias, por que não podia andar de balão sem ninguém? Não era como se alguma coisa fosse sequestrá-la no ar. Na verdade, era bem mais esperto se deixasse alguém lá embaixo para contar história. A loira aguardou ser acobertada mais uma vez com um sorriso inocente nos lábios e o olhar de soslaio bem atento às reações de seu guarda-costas. Dessa vez ele tinha hesitado um pouco, fazendo um pouco de adrenalina correr em seu corpo. Talvez o estivesse fazendo passar por maus bocados demais? Da próxima vez obedeceria um pouquinho, para dar uma trégua.

    - Tudo bem, papai, eu entendo que só está preocupado comigo - sorriu. Não queria discutir com ele bem na frente da madrasta e principalmente quando tinha conseguido enganá-lo. Afinal, não precisava obedecer de verdade.

    A filha do barão aproveitou a cioba vermelha em cama de legumes e vieiras ao molho de vinho. Achava meio errado como tinham tanta opção de comida, mas não discutia mais sobre isso desde os 15 anos de idade, quando decidiu aceitar que o pai simplesmente era um sujeito muito extravagante.

    Ergueu sua taça pronta para inventar um motivo para comemorar além da noite pavorosa. Seria bom demais se pudesse brindar somente aquele fato, mas havia mais. Mal pôde esconder a surpresa.

    Ainda que não fosse tão apaixonada por aqueles títulos nobiliárquicos, reconhecia a boa vida que possuía e o que representava um degrau a mais de status para seu pai. Estava feliz por ele, mais do que desconfiada. Achava que o pai merecia. Ninguém era mais bonachão, festeiro e puxa-saco do que ele. O problema é aquela bruaca ser elevada junto.

    - Muito bem, papai! - festejou, brindando em sinceridade. A alegria de seu pai era preciosa. O oportunismo de Calista a enojava, mas o fato de que o pai ainda reservava os momentos de revelação especial para ela a fazia sentir vitoriosa. - Não acho que teríamos tanto tempo ... - comentou olhando para o próprio copo sobre o tempo que levaria para a madrasta conseguir se preparar melhor. Por sorte, o pai continuava falando, o que faria a fala quase imperceptível.

    A jovem não entendia por que uma festa numa cidadezinha como Vicari era tão importante assim, já que todas elas costumavam vir com uma desculpa de "anúncio especial". Lembrava-se até hoje do dia em que o anúncio especial foram seus 15 anos, depois o casamento com Calista e a reformulação de Sr. Willis. Os convidados nunca pareceram desapontados, mas isso era porque não passavam de nobres bajuladores.

    É claro que ela não esperava o que viria depois.

    - Oi? - deixou escapar, mais surpresa do que antes. Por que tinha que sobrar para ela uma festa sem graça numa cidade pequena? Se tivesse que estar em algum lugar, então que fosse Caspia, do lado de fora, fugindo para um bar e voltando mais tarde furtivamente. Seu lado rebelde já não estava mais se importando se a madrasta despejaria veneno na festa, quem sabe não causaria um desastre diplomático e arruinaria o casamento? Quando estava quase conformada com isso, foi eleita. - Eu? Papai...

    "Sinceramente? Por quê!?", pensava, tão surpresa quanto a madrasta. Se Calista tinha alguma utilidade era se fazer de estátua sorridente e viver a noite com os joguinhos políticos, dançando conforme uma música que só os canalhas podiam ouvir.

    No entanto, a senhora Pilgrim cometia aquele pequeno ato falho. Aquela audaciazinha de falar mal dela na frente do pai. Os lábios da garota se contorceram e uma faísca de orgulho transparecia em seus olhos. Queria fazê-la engolir cada palavra junto com a bebida colocada para fora. Suas palavras saíram precisas e rápidas como as batidas de seu coração ansioso.

    - Farei com o maior prazer, papai. Sou o futuro Belgarten. É uma boa oportunidade para que a comunidade de Vicari descubra que seu legado virá para as mãos de uma jovem arcanista inteligente, não para alguma mulher frívola oportunista da cabeça oca, como poderiam imaginar. Quanto às roupas... de certo há um código local adequado que as criadas irão seguir com afinco. Eu jamais desrespeitaria o senhor diante de novos contatos tão importantes, principalmente agora que é quase um conde. Aliás... quem sabe não será em Vicari que encontrarei finalmente um filho de Duque para honrar nosso nome?

    Annalise só pensava em vencer a disputa com todas as armas, nem pensava que de fato poderia ser cobrada por suas promessas.
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    Mensagem por Elminster Aumar Qui Out 20, 2016 8:21 pm



    O rosto comprido e magro de Calista pareceu se encher de uma cor rubra. Não era de vergonha, e sim de raiva. Os lábios se afinavam ainda mais em sua boca enquanto ouvia as indiretas de Annalise a seu respeito, até que chegou ao ponto dela não conseguir se segurar mais.

    - Ouça aqui, menina! - disse Calista agressivamente e agarrando com força o antebraço de Annalise do outro lado da mesa. - Tá na hora de você aprender a me respeitar! Eu agora sou tanto uma Belgarten quanto você!

    Havia alguma verdade naquilo. Após o casamento com Gregory, Calista tinha adquirido por direito o sobrenome da família do barão, embora ela própria gostasse de manter vivo o nome de sua família, Pillgam. Apenas os nobres distantes e que portanto não a conheciam bem é que se referenciavam a ela como a senhora Belgarten. O aperto durou poucos segundos, mas foi o suficiente para deixar uma marca vermelha na pele de Annalise, além de uma dor passageira. Gregory parecia se sentir completamente ultrajado com aquele ato de sua esposa. O próprio Ratchford, que tanto escondia suas emoções, deixava claro naquele momento a sua desaprovação no que Calista fizera.

    - Calista, por favor! - disse o barão, com o cenho franzido. - Eu não marquei essa reunião para que vocês brigassem! Era para ter sido apenas uma comemoração em família, apenas isso. Se eu sugeri que a minha filha fosse a pessoa adequada a ir até Vicari, é porque eu tenho os meus motivos para pensar assim. E veja bem, você tá se esquecendo que alguém precisará ficar aqui, cuidando de tudo em minha ausência, e eu tinha pensado em você.

    Calista não parecia convencida daquilo. Pelo contrário, a sua expressão carregada não se aliviou nenhum pouco. Era a primeira vez que ela tinha tido uma atitude tão agressiva com Annalise na frente do seu marido. A senhora Pillgam empurrou levemente o seu prato quase intocado.

    - Eu perdi o apetite - disse ela, se levantando da cadeira. Antes de sair da sala, ainda disse ironicamente para Gregory: - Obrigada pelo jantar desta noite.

    Ela saiu com passos firmes e apressados. Bastou um olhar do barão para que Ratchford, o guarda-costas, seguisse o encalço de Calista, saindo da sala também. Gregory botou a mão em sua própria cabeça, como a lamentar. Ele passou um minuto sem falar nada, até que se virou para sua filha e disse:

    - Me desculpe por isso... eu... eu pensei que todos ficariam felizes com as novidades. Fiz isso pensando em agradar a vocês, e tudo o que eu consegui foi uma briga familiar como há tempos eu não via. Mas não importa mais. Filha, você irá para Vicari, e isso será logo pela manhã. Termine de comer e depois arrume as suas coisas para a viagem. Eu ainda não falei com ele, mas Ratchford irá com você.

    Gregory agora cortava um pedaço de carne, visivelmente abatido e um tanto introspectivo. Um clima ruim se instalara na sala de jantar, sentido até mesmo na postura dos garçons, que faziam o seu trabalho num silêncio mórbido. Uma voz acanhada quebrou o silêncio.

    - O seu braço... tá doendo?

    Era Gutierra quem perguntava, e ela olhava para Annalise com um sentimento de culpa.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Sex Out 21, 2016 8:06 am

    Annalise não podia prever aquele surto da madrasta na frente do pai, então sua expressão mostoru-se pálida e completamente assustada. Não que tivesse medo daquela senhora, mas foi pega desprevinida.

    Não foi capaz de responder, olhando atônita para a mulher. Sentia uma esmagadora vontade de revidar com algum objeto cortante ou de mão fechada. Aquele instinto pulsou dentro dela, fazendo seu rosto queimar de adrenalina.

    Recolheu o braço pálido marcado pela grosseria e expirou nervosamenete, acariciando o local, ou talvez apenas segurando a si mesma.

    Nunca a consideraria parte da família, não importava as mãos dadas, aliança, buquê ou quarto na casa que ela tentasse esfregar na sua cara. Ao mesmo tempo, aquela linha cruzada de respeito doía um pouco em seu orgulho, mas ela não parava para considerar que talvez também tivesse ido longe demais, de jeito nenhum.

    Encontrou o olhar de seu guarda-costas, como fazia sempre que se sentia ameaçada, mas dessa vez desviou, para o pai, e ouviu-o discursar. Sentia um pouco de vergonha de ter sido vítima fácil de um ataque como aquele. A madrasta tinha conseguido fazê-la descer do pedestal naquele instante.

    Afinal, por que ela tinha ficado tão irritada? Qual era seu grande interesse em ir para Vicari? Não achava que era só porque tinha falado umas coisinhas...

    Olhou Ratchford indo atrás dela e ficou mais incomodada. Não podiam só deixar aquela praga pegar suas bagagens e ir embora de uma vez? Não prestara muita atenção no que seu pai dizia, ainda consternada com a atitude ofensiva. só sabia que tinha que arrumar as malas e ele estava chateado.

    - Essa mulher é uma louca - respondeu olhando para Gutierra, mas servia para o barão. Não admitiria que a madrasta tinha conseguido machucá-la. - Não entendo como pode deixar uma estranha acabar a harmonia nessa casa. Não era desse jeito. Mamãe nunca foi grossa, nunca aceitaria algo assim! - protestou sem alterar demais o volume da voz - Fiquei feliz por você, papai. Desculpe pelo momento desagradável... - murmurou, cortando um pedaço de peixe com má vontade, comendo um pouco e parando de repente. - Não tem nada a ver com você, não se preocupe - comentou um pouco mais calma para sua meia-irmã. Suspirou mais uma vez e terminou de comer, ainda com aquela história entalada na garganta.

    - Vou me retirar. Boa sorte na nomeação amanhã - apesar de não haver ironia nenhuma em sua voz, era perceptivel que estava desanimada. Levantou-se, cumprimentou o pai e saiu para o quarto.
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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Elminster Aumar Seg Out 24, 2016 9:33 pm



    - Minha filha, não fale desse modo de Calista - disse Gregory, mas sem demonstrar muita força e convicção em suas palavras. - Ela... ela deve ter entendido errado a minha escolha por você. Eu irei conversar com ela mais tarde e tudo ficará bem.

    O barão possuía muitas qualidades, tanto como pai quanto de administrador, mas o seu coração inocente e tão tentado a remediar situações como aquela a todo momento às vezes fazia mais mal do que bem, especialmente à Annalise. Ela realmente não entendia esse casamento e como seu pai suportava a senhorita Pillgam. Para seu alento, ainda havia quadros e fotografias de sua mãe espalhadas pela casa, e muitas vezes ela se socorria dessas figuras para relembrar tempos harmoniosos na residência dos Belgarten.

    O resto do jantar foi carregado por um clima estranho e de poucas palavras. A menos afetada por aquilo tudo parecia ser Gutierra que conseguiu aproveitar o melhor do banquete enquanto Gregory e Annalise comeram apenas o suficiente. Levantado-se da mesa assim que acabara de comer, Annalise se despediu de seu pai e rumou em direção ao seu quarto.

    Em um dos corredores que dava acesso aos seus aposentos, a filha do barão se deparou com o Sr. Willis vindo de encontro a ela. Graças aos sapatos bem acolchoados que tinha em seus pés, o gigante-a-vapor não fazia tanto barulho em suas passadas.

    - Olá, senhorita Belgarten - disse a voz robótica, tirando em seguida o chapéu cartola do topo de sua cabeça para cumprimentá-la. Haviam vestido o Sr. Willis com um traje de gala naquela noite e ele parecia ridiculamente engraçado usando uma roupa tão elegante sobre o seu corpo desengonçado e rechonchudo de metal. Pequenos tubos escondidos por debaixo de suas roupas expeliam colunas de vapor. - Eu desejo que você tenha uma boa viagem até Vicari, senhorita.

    Dito aquilo, o robô deu passagem para Annalise e seguiu o seu percurso. Pelo fato dele estar em funcionamento àquela hora e de estar bem vestido, podia-se supor que o senhor Gregory o levará junto consigo até Caspia. Ele gostava de esbanjar o Sr. Willis para os outros nobres, e ele certamente não perderia uma oportunidade como aquela.

    Annalise finalmente alcança o sossego de seu quarto. Ainda sem saber quantos dias teria que ficar em Vicari, ela teria que arrumar a sua mala para a viagem que aconteceria amanhã.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Ter Out 25, 2016 9:29 am


    Annalise não discutiu mais com o pai naquela noite. Sabia o quanto era inútil e aquilo só a entristecia mais. Não suportava vê-lo cair tão fácil nas mãos de outra mulher, especialmente quando essa não tinha metade do brilho de sua mãe. A falta que ela fazia era muito sentida naqueles momentos.

    Angustiada, a jovem voltava para o quarto sozinha. Nem parecia que tinha passeado de balão e feito uma estripulia. O cabelo ainda estava um pouco úmido e ela devia fazer as malas. Precisava de um tipo de milagre para voltar a sorri naquela noite, como um gigante-a-vapor vestido formalmente e lhe desejando boa noite.

    A loira parou onde estava, cobrindo a boca para segurar o riso, mas não adiantou. Sua alegria tinha sido instantaneamente recuperada.

    - Ora, que gentil! Muito obrigada, Sr. willis - fez uma reverência profunda, segurando a ponta do vestido. - Boa sorte em sua jornada. Proteja papai, certo!? - piscou e fez um carinho por cima do terno desajeitado ao passar a seu lado.

    Como um robô podia ser mais expressivo do que sua madrasta? Até ele a deixava mais feliz.

    Finalmente em paz, soltou o cabelo e tirou os sapatos, abrindo a parte de trás do vestido. Perguntava-se onde tinha se metido seu guarda-costas. Esperava que aquela bruxa não ficasse maltratando Ratchford, porque ele não era "babá de velha", como resmungou ao subir na cadeira para retirar a mala do alto do armário.

    Por que ele tinha que ir atrás da bruaca? Isso a irritava profundamente. Tinha vontade de escolher um decote no umbigo para aquela festa só para irritar Calista, mas ela nem estaria presente, então perderia a graça. Separou sapatos e um vestido para que as criadas guardassem depois. Precisaria ser levado em uma mala separada. Tinha a cintura bem marcada, cor-de-pele com detalhes em renda. O decote dessa vez era canoa, deixando os ombros parcialmente à mostra. O protagonista daquela peça era cor lavanda que assumia aos poucos a saia evasê. Estava bem satisfeita.

    Demorou um tempo colocando em uma caixinha de madeira o restante dos acessórios e maquiagem. Depois separou roupas de baixo e peças extras para a viagem, incluindo 3 saias comuns, 2 calças e seis blusas para combinar com os demais. Era o bastante para passar a semana, se precisasse.

    Terminada a arrumação, a filha do barão apagou as luzes se jogou na cama como estava, empurrando o vestido para fora do corpo. Em seguida, se enrolou nas cobertas com suas roupas de baixo. Não conseguia dormir, mas ficaria um bom tempo olhando para cima.
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    Mensagem por Elminster Aumar Qui Out 27, 2016 8:38 pm


    Após fazer rapidamente as suas malas para a viagem, Annalise deitou-se em sua cama de dossel e dormiu. Durante a noite ela foi perturbada por sonhos aterrorizantes envolvendo Calista e Ratchford. As imagens dos dois se beijando, ainda que tudo não se passasse de um pesadelo, poderia demorar a sair de sua cabeça.

    A manhã chegou, e com ela, os raios solares adentraram o quarto de Annalise assim que suas janelas foram abertas pela doce May, uma jovem criada. Foi assim que a filha do barão despertou para aquele novo dia. O sol que fazia lá fora, ao menos, era revigorante. Enquanto Annalise se trocava, May arrumava a sua cama e logo as duas estava descendo para o café da manhã. Ratchford já estava sentado à mesa e logo depois foi a vez de Gregory se juntar a eles. Calista, dessa vez, não deu as caras, nem sua filha Gutierra. O barão estava com cara de quem tinha dormido pouco. Enquanto eles tomavam o café, Gregory aproveitava para dar umas últimas orientações a sua filha e ao seu guarda-costas.

    - Já está quase tudo pronto para a viagem de vocês. Filha, tudo o que eu espero de você, é que você seja uma pessoa agradável com o prefeito da cidade e ouça com atenção o que ele tiver a oferecer. Tenha modos e seja gentil com todos. Não preciso nem dizer que não quero que você fique perambulando sozinha por aquela cidade... Ratchford, permaneça sempre perto de minha filha. Eu não conheço Vicari e não faço muita ideia do que vocês podem encontrar lá...

    Ratchford acenou positivamente com a cabeça, e depois fez uma pergunta:

    - Senhor, qual será o meio de transporte que utilizaremos para Vicari?

    - Não será de trem, com toda a certeza. A cidade ainda não possui linhas férreas construídas... O que posso dizer é que vocês irão voando. - Gregory sorriu e por um momento todo aquele cansaço visível em seu rosto pareceu sumir. Depois, ele retirou de suas vestes dois envelopes. - Aqui estão os convites para a festa. Eram naturalmente destinados a mim e à minha esposa, mas como não poderemos ir, estou repassando-os a vocês. Guardem-nos com carinho.

    O barão entregou um envelope para cada um. Terminado o café da manhã, Gregory mandou May buscar as malas de Annalise enquanto os demais se dirigiam até os fundos da mansão, num terreno aberto cercado por muros e com um belo jardim. Era também onde ficava guardado o balão de Anna e por um delirante instante ela poderia pensar em que viajaria até Vicari em cima dele. Porém, um segundo olhar no céu claro e sem nuvens, revelou uma pequena nave se dirigindo até eles. Gregory botou a mão acima das sobrancelhas para proteger os olhos da luz do sol, e passou a acenar entusiasmadamente para a nave no ar. Aos poucos ela foi perdendo altura, até estacionar com certa graça dentro dos muros da mansão dos Belgarten.

    A nave se tratava na verdade de um dirigível um tanto rústico e antiquado. Debaixo do grande balão que o fazia subir pelo ar, havia o que parecia uma espécie de um barco adaptado. Não era nenhum transporte que chamasse a atenção; Annalise já viu muitos dirigíveis maiores e mais elegantes que esse sobrevoando Ellsporth. Um homem de longos bigodes bradava aos quatro ventos enquanto os motores eram desligados.

    - Excelente, Sucata, excelente! Aterrizagem perfeita, eu não teria feito melhor!

    O homem em questão salta do dirigível e dá um abraço caloroso em Gregory. Ele parecia ter lá os seus quarenta anos, com longos e grossos bigodes acima da boca. Os cabelos eram grisalhos e divididos ao meio, onde caíam pelas laterais de sua cabeça. O homem vestia um sobretudo longo e surrado pelo uso; parecia que ele o tinha há anos e nunca o lavara. Seu sobretudo estava aberto, e por baixo dele, havia uma camiseta grosa de engenheiro, um cinto de fivelas e uma calça, terminando com botas de couro nos pés. Sobre a cabeça ele usava uma cartola preta e um pouco amassada.

    - Obrigado por você ter vindo, meu amigo - dizia Gregory, animado. Ele era muito mais baixo que o homem. - Fazia muito tempo que não o via... Veja, esta é a minha filha, minha adorável Anna.

    O barão da espaço para que sua filha se colocasse a frente. O homem sorri por debaixo de seus bigodes ao ver a garota.

    - Fazia realmente muito tempo que eu não vinha em Ellsporth. A última vez que a tinha visto você batia em minha cintura. E veja só como cresceu!

    Annalise não conseguiu se lembrar do homem. Nem mesmo quando o seu pai o apresentou pelo nome.

    - Este aqui, minha querida filha, é o Sr. Alain Scoresby, um amigo de longa data. Será ele quem irá levá-los em segurança até Vicari.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Sáb Out 29, 2016 3:46 pm

    A filha do barão tivera uma noite de sono péssima! Aguentar aquela cena asquerosa era a última coisa que ela precisava. Perder o pai para aquela jararaca não era o bastante?

    Acordou incomodada, de mau humor e com o corpo cansado. Gemeu baixo, reclamando com o mundo por fazê-la sonhar essas coisas e pela janela aberta. Respirou fundo e se espreguiçou, deu bom dia para a empregada e saiu com seus cabelos embaraçados e as anáguas de seda para se vestir.

    Botas compridas marrons de amarrar até o joelho, com meias pretas até metade da coxa. Por cima, uma saia pregueada cobre e o cinturão para guardar a pistola ligada ao corset underbust, que deixava à mostra os detalhes da renda da camisa branca que ela vestia por baixo. Os cabelos escovavam estavam um tanto rebeldes, já que dormira com eles úmidos. Para resolver o problema, os prendeu parcialmente. A maquiagem era até leve, para popuar o tempo, mas com olhos marcados com efeito gatinho.

    Em seguida já tinha descido sem as malas para o café, carregando apenas uma pequena bolsa ao lado do corpo. Ela tinha uma forma de trancá-la do lado de fora que lembrava um mecanismo de relógio. Mais um daqueles achados no meio da cidade.

    Deu uma boa olhada no guarda-costas e quando percebeu que fazia isso por causa do sonho, riu de si mesma e foi até o pai, dando um beijo leve em seu rosto e sentando-se em seguida. Não disse nada. Sentia o clima um pouco esquisito e estava culpada por ser parte do problema.

    Tinha que ser uma pessoa agradável com o prefeito. OK.
    Ter modos. OK.
    Ser gentil com todos. OK.
    Não perambular sozinha na cidade....? Nem pensar que viajaria sei lá quanto tempo para não dar uma bela explorada lá fora! Mas se Ratchford a seguisse, então poderia considerar que estava dentro das regras. Sorriu largamente para o guarda-costas, que provavelmente tinha captado suas intenções.

    Será que Vicari tinha algo de interessante? Não tinha nem um trem... mas isso significava que eles deveriam ter uma cultura vívida bem própria, não muito pasteurizada pelo "vapor".

    - Pode deixar, papai - comentou logo, guardando o convite na pequena bolsa. Não discutiria novamente sobre Calista, mas achava um afronte ele mencioná-la logo pela manhã.

    Enquanto se encaminhavam para a área do balão, Annalise já começava a contar nos dedos suas ideias mirabolantes de passeios extra-oficiais em Vicari e quase surtou de alegria ao imaginar que poderia fazer isso em seu próprio balão.

    No entanto, havia uma pequena nave, não muito impressionante, que se aproximava de sua casa. Isso já lhe dava a ideia de como seria a cidade de perto. Mesmo assim, era certeza de uma viagem que começava divertida. Juntou as mãos, ansiosa.

    A jovem deu uma rápida avaliada no senhor que chegou até concluir que absolutamente não o conhecia, mas sorriu mesmo assim. Ele parecia da categoria de pessoas que eram amigas de verdade de seu pai. Gostava dessa simplicidade toda. Logo estava de frente para ele com um sorriso sincero e se surpreendeu. Então era provável que ele também tivesse conhecido sua mãe.

    - Sr. Scoresby, é um prazer... revê-lo - acrescentou, um pouco no tom de brincadeira, já que não podia se esperar que a menina lembrasse dele. - Tenho certeza que será uma viagem bastante prazerosa. - sorriu novamente. Já planejava sentar-se por perto e fazer mil perguntas sobre Vicari e talvez sobre o que ele sabia sobre a família no passado.
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    Mensagem por Elminster Aumar Qui Nov 03, 2016 8:19 pm


    O Sr. Scoresby pareceu gostar da brincadeira de Annalise e observou-a com um sorriso no rosto.

    - Você é mesmo muito parecida com a sua mãe - elogiou, e então cumprimentou o guarda-costas com um forte aperto de mãos. - E você deve ser Ratchford, não é mesmo? Gregory teve a gentileza de me falar de você por carta.

    - O que foi uma tremenda sorte encontrá-lo - interrompeu o barão -, já que nunca sei em que cidade ou canto do mundo você está. A sorte é que você estava em Caspia.

    - Minha companhia de mekânicos é de lá - disse o homem gentilmente. Neste momento ele vê as bagagens de Anna e Ratchford serem trazidas por dois criados e comenta: - Bom, acho que já podemos ir. Vocês dois estão prontos? - E sem esperar resposta, ele da um último abraço em Gregory. - Foi um prazer revê-lo e você sabe que pode contar sempre comigo. Quando voltarmos eu o desafiarei para aquela partida de xadrez.

    - Eu estarei esperando por isso - disse Gregory Belgarten. Depois, virando-se para Anna, ele lhe deu um longo abraço e um beijo no rosto, lhe desejando uma boa viagem. Ao Ratchford, ele fez quase um apelo: - Cuide bem de minha filha.

    - Esse é o meu trabalho, senhor - respondeu Ratchford, curvando levemente a cabeça em sinal de respeito ao barão.

    Sem mais delongas, as malas são levadas até o dirigível. O próprio Sr. Scoresby ajuda com as bagagens, colocando-as no compartimento de carga. Anna sobe por uma escada até alcançar o deque principal da gondola. Essa parte era toda aberta e sustentada por rígidas cordas de seda. Era como subir num navio, com a diferença que este voava. Do outro lado do deque havia uma cabine, e logo após ela, estavam posicionados os motores. No centro do deque havia um grande tanque de combustível, onde, perto da válvula de abastecimento, estava um pequeno robô. Ele não tinha mais do que meio metro de altura. O robô girou a sua cabeça de metal em direção à Annalise e disse com uma voz fina que parecia um disco arranhado:

    - Sejam bem-vindos ao Vaporeiro e apertem os cintos que a viagem vai começar.

    - Sucata - o Sr. Scoresby acabara de subir no deque. Ele dirigia suas palavras ao pequeno robô. - Quantas vezes preciso dizer para que você, antes de tudo, se apresente aos nossos tripulantes? Ás vezes eu acho que eu coloquei parafusos a menos nessa sua cabeça de lata.

    - Me desculpe, senhor.

    O Sr. Scoresby solta um leve bufar pela boca e diz aos outros:

    - Bom, este é Sucata. Ele é o meu ajudante, tanto na tripulação dessa nave quanto... em todo o resto, para falar a verdade. Os seus quartos ficam descendo por aquele alçapão. - Ele aponta para uma escotilha já aberta e que levava para o deque inferior da gôndola. - Sucata, ligue os motores e aqueça o gás. A nossa próxima parada é Vicari.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Sex Nov 04, 2016 10:56 am

    Annalise sorriu. Sempre ficava contente quando a comparavam com sua mãe. Era um tremendo orgulho para ela. Agora tinha vontade de fazer perguntas sobre o que ele sabia de sua mãe, mas talvez esquecesse disso minutos depois.

    - Você tem uma companhia de mekânicos? Que legal! - a jovem já se imaginava passeando no lugar nas horas vagas de seu curso. - Pronta, capitão - brincou, já ficando ansiosa para embarcar.

    Ela repetiu o gesto do pai com carinho e murmurou para ele "Boa sorte. Vai arrasar" Já tinha esquecido de toda a briga.

    Anna foi xeretar a nave assim que entrou, deixando a mala para os rapazes. Foi olhar em volta os detalhes, bem curiosa, mas sem tocar em nada. Olhou encantada para o robô que se aproximava e fez uma reverência.

    - Sr. Sucata, o meu nome é Annalise e esse é o Ratchford. Cuide bem de nós - sorriu. - O senhor possui outros robôs em Caspia? Gostaria de visitar sua oficina algum dia desses, se não for incomodar, é claro. Eu acho incrível o trabalho de quem dá vida a essas criaturas.

    A filha do barão parecia uma garotinha quando estava se divertindo, colocando as mãos para trás e observando ao redor. Já estivera em veículos maiores e mais luxuosos, mas a ideia de ser algo mais autoral vinda daquele homem a fazia valorizar mais. Era como a arte de rua que gostava de comprar de vez em quando.

    Ela olhou em direção ao quartos e lhe ocorreu pela primeira vez a pergunta...

    - Obrigada, Sr. Scoresby. A propósito, quanto tempo leva até lá? O senhor já deve ter visitado Vicari, é claro, o que há de interessante para conhecer lá?

    Se dependesse dela, a viagem teria bastante conversa.
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    Mensagem por Elminster Aumar Seg Nov 07, 2016 10:27 pm


    Depois das últimas apresentações feitas, Anna conseguia enxergar melhor algumas características únicas daquele dirigível, como o fato dele parecer ter sido construído com peças de segunda mão. Tudo o que havia ali tinha uma qualidade duvidosa; a madeira sob os seus pés rangia levemente com o contato da sola de suas botas, e, em algumas partes, a madeira estava enegrecida e podre. O tecido que cobria o balão estava gasto, arranhado em algumas áreas, e as cordas que o prendiam não pareciam tão seguras quanto vistas pela primeira vez. Os motores, por sua vez, pareciam ter sido construídos com peças reutilizáveis.

    O Sr. Scoresby, ao menos, parecia não se importar com as aparências, uma vez que suas próprias vestimentas eram gastas. Ele riu quando ouviu a pergunta de Annalise se ele teria outros robôs em Caspia.

    - Este aqui - diz, apontando para Sucata - já me da trabalho o bastante. Não, Anna, se me permite chamá-la assim, eu não tenho outros robôs, embora já tenha fabricado e consertado algumas centenas deles. Robôs são caros até para manter, e só consigo manter Sucata porque ele gasta pouco combustível.

    Aquela altura, o pequeno gigante-a-vapor estava abastecendo a capsula de combustível. Ele parecia fazer tudo com uma agilidade e eficiência impressionantes. Alain Scoresby, agora, se dirigia à sua cabine para ligar os motores, e não se importou em ver que Annalise o seguia até ali, lhe fazendo mais perguntas. Ratchford havia ficado para trás, e antes que Anna entrasse na cabine junto com o piloto do dirigível, o guarda-costas apenas lhe disse, mais rígido que o normal:

    - Irei levar as bagagens até os nossos quartos, senhorita. E, por favor, não demore muito aqui em cima. A viagem pode ser um tanto perigosa aqui ao ar livre.

    Ele estava fazendo o seu papel como guarda-costas, mas o Sr. Scoresby viu alguma graça.

    - Ele é sempre sério assim? - perguntou com um sorriso no rosto enquanto via Ratchford descer pela escotilha, e então tratou de responder as perguntas de Annalise ao mesmo tempo em que ligava o dirigível. - O percurso é curto, Anna. É claro que se houvesse uma linha férrea interligando as cidades se levaria muito menos tempos, mas a bordo do Vaporeiro, iremos levar três dias e duas noites para chegar em nosso destino. A dica que eu dou é para que você aproveite bem a paisagem, principalmente durante a noite, quando as estrelas nos iluminam ao redor das luas. Artis fica realmente bela quando se vista de lá de cima.

    Artis é uma das três luas que orbitam Caen, a menor delas, por muitos vista como uma dama tímida e acanhada por quase passar desapercebida por suas irmãs maiores, Calder e Laris. Embora fosse raro seu pai deixá-la andar de balão a noite, Anna já teve o prazer de ver as luas lá do alto, mas a visão delas, longe do centro urbano e dos gases que permeiam os ares, deveria ser ainda mais impressionante. O Sr. Scoresby responde a segunda pergunta de Anna.

    - Eu estive em Vicari apenas uma vez, para fazer um servicinho ao prefeito. A cidade não pode ser comparada com Ellsporth, mas ainda que pequena, ela tem a sua beleza. Seus principais bairros são conectados por trilhos que conduzem agradáveis bondes entre uma estação e outra. Você irá querer viajar num deles.

    Naquele instante, o Sr. Scoresby dar a partida final no motor, e a nave começa a se deslocar, saindo rapidamente do chão e começando a ganhar altura. A porta da cabine estava aberta, de modo que o vento logo começou a zumbir através do batente e fazer os cabelos de Annalise se esvoaçarem. Ela viu o seu pai lhe acenando lá de baixo numa última despedida. O dirigível rapidamente ganhou altura, até as pessoas lá embaixo virarem pequenos pontos pretos e a mansão do barão se transformar numa miniatura branca. Anna sentiu a gôndola balançar sob os seus pés. Alain precisou falar alto para ser ouvido enquanto o veículo ganhava velocidade e o vento fustigava o interior da cabine.

    - Eu não farei objeções caso você queira ficar aqui comigo, Anna, mas eu só peço para que você fecha esta porta que está ao seu lado. De qualquer modo, numa coisa o seu guarda-costas tem razão: é mais seguro e confortável lá embaixo.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Ter Nov 08, 2016 8:12 am


    Qualquer nobre poderia ter arrepios ficando em pé em um lugar daqueles, mas a filha do barão tinha um espírito aventureiro e achava qualquer coisa artesanal empolgante. Não acreditava que o velho dirigível trazia riscos verdadeiros para eles. Na realidade queria aprender a fazer a mesma coisa, ainda que não tivesse experiência alguma.

    - Pelo visto ele é mais do que suficiente - elogiou com um sorriso, remediando um pouco sua gafe de falta de noção da realidade. Afinal, ela sempre conviveu com um gigante à vapor e não sabia quanto ele custava de verdade.

    - Tá, tudo bem - respondeu dócil a seu guarda-costas, apenas querendo ser amigável, já que não tinha a menor intenção de cumprir o que ele falava. Não via por que perder a parte emocionante da viagem, mas entendia o trabalho dele. Quando o viu sair, a garota riu junto - É, ele é meio chatão. Meu pai o deixa paranóico com cada grão de areia que eu piso, mas é engraçadinho.

    A jovem observou os procedimentos curiosamente. Gostava de aprender. Ficou em silêncio ouvindo-o e deixando que ele se concentrasse. Três dias não parecia tanto, mas talvez precisasse pedir para lavarem suas roupas no local. Olhou para o céu, já imaginando o efeito especial da natureza sem o preço da modernidade. As duas coisas tinham suas maravilhas.

    - Não quero perder esse céu por nada! - declarou empolgada. Já estava começando a gostar da viagem. - Com certeza, você já me conhece - riu, comentando sobre os bondes. Geralmente gostava mais do trajeto e o meio de transporte do que o destino em si.

    Annalise fechou os olhos por um momento, curtindo a sensação dos cabelos embaraçados pelo vento, ainda que tivesse cheiro de motor. A jovem fez estripulias para acenar para o pai, animada, e logo fechou a porta, obediente. Pelo menos para algumas coisas era uma boa menina.

    - Daqui a pouco eu vou embora. - Ela encontrou algum apoio para se segurar por precaução - É só que não é todo dia que eu encontro um amigo em potencial da minha mãe. Eu queria saber o que você lembra dela.
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    Mensagem por Elminster Aumar Sex Nov 11, 2016 11:35 pm


    Annalise viu Ellsporth ficar cada vez mais longe e menor. O imenso porto da cidade já não parecia tão grande assim enquanto a pequena nave do Sr. Scoresby tomava distância. Viajar em cima do Vaporeiro, Anna logo percebeu, era como viajar num barco antiquado sobre um mar agitado. A gôndola balançava para cá e para lá, para lá e para cá, e esse movimento poderia causar um enjoo daqui a alguns minutos.

    O Sr. Scoresby, totalmente habituado ao movimento constante de sua nave, pilotava-a com destreza, e fazia isso de um jeito que parecia tudo muito fácil. Após fechar a porta, Anna pergunta de sua mãe, o que faz Scoresby olhar em sua direção.

    - Você quase não conviveu com a sua mãe, não é mesmo? - era uma pergunta retroativa e ele sabia disso. Ele dá uma leve guinada no leme e o Vaporeiro muda suavemente a sua direção. Scoresby, em seguida, se recosta numa parede da cabine e põe a mão num bolso de seu sobretudo e depois no outro, como se procurasse por algo. - Sua mãe tinha um dom de encantar quem ela quisesse. Você já deve visto retratos seus de quando era bem nova, quase da sua idade. Com todo o respeito que tenho pelo seu pai, mas sua mãe era bonita, assim como você. Gregory tinha acertado em cheio nesse casamento.

    A fama de mulherengo de Gregory Belgarten não era segredo para ninguém. Ele já havia sido visto publicamente com muitas mulheres durante sua vida e se casara com ao menos três delas, incluindo a mãe de Anna. Enquanto a filha do barão pudesse ter pensado que o Sr. Scoresby retiraria do bolso alguma lembrança de sua mãe, ele simplesmente havia retirado um charuto que estava num dos bolsos internos. Enquanto retira um isqueiro com a outra mão, ele ergue o charuto para Anna e diz em tom de desculpa.

    - Eu ofereceria a você, mas este aqui é o último que tenho. Espero comprar mais em Vicari.

    O homem então acende o charuto e da uma longa tragada. Após soltar a fumaça para o alto da cabine, ele comenta:

    - Você foi muito direta em abordar o assunto de sua mãe, Anna, e eu posso estar enganado, mas acho que há algo em específico que você queira saber dela. Eu não tinha um contato tão próximo com ela assim, mas naquela época eu visitava Ellsporth com muito mais frequência, de modo que eu posso saber de uma coisinha ou outra que seja do seu interesse.


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    Capítulo 2: Viagem pelos Ares Empty Re: Capítulo 2: Viagem pelos Ares

    Mensagem por Luxi Qua Nov 16, 2016 10:35 am

    Annalise ficava ainda mais admirava com o trabalho alheio quando percebia as dificuldades, como o balanço da máquina. Talvez não ficasse tanto tempo ali em cima para não passar mal na hora de ver as luas, mas por enquanto queria conversar.

    Sorriu quando ouviu sobre a beleza de sua mãe e a própria. Tinha quase um orgulho infantil estampado no rosto, como se a mãe tivesse vencido o grande prêmio de melhor mulher do mundo. Sua vaidade fora inspirada em tantos comentários dizendo que herdara os traços dela. A maquiagem e os cuidados consigo mesma tinham uma motivação de homenagem. Ficou ali parada, ansiosa por mais informação, silenciosa, mas ávida de curiosidade.

    - Não se preocupe - fez um gesto com a mão, negando o charuto e sorrindo diante da gentileza. Para falar a verdade, tinha pouca experiência com vícios mundanos.

    - Bem... eu queria que me contasse algum momento dela que deixou a impressão mais forte na sua cabeça. Gosto de coletar as memórias mais fortes das pessoas em relação a ela. Isso me faz pensar em como ela marcava as pessoas. Uma vez, eu ouvi de um criado sobre a forma delicada com que segurava os talheres. Uma outra ficou simplesmente feliz de ser ajudada secretamente com o jantar que tinha acabado de arruinar. Parecem bobeiras, mas eu a construi com coisinhas assim.

    Ela riu de leve, um pouco boba e olhou ao redor, aproveitando a paisagem.

    - Além disso... eu fico tentando entender por que depois ele resolveu casar com uma pessoa tão desprezível. Mas isso é uma bobagem pouco importante. - sorriu. Não queria ficar falando de Calista.

    - Sabe como são as pessoas de Vicari? Quer dizer, para eu não cometer gafes de etiqueta, como recusar sem querer o prato favorito da região ou falar mal do passatempo do prefeito...

    Não achava que mudariam muito os costumes de um lugar para outro, mas era sempre interessante saber se havia alguma particularidade ou assunto que não se podia tocar. Sabia das amantes de alguns ricos de Ellsporth e isso era algo impressionantemente valioso.




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    Mensagem por Elminster Aumar Sex Nov 18, 2016 8:35 pm


    A cidade portuária de Ellsporth havia ficado para trás, dando cada vez mais lugar a um ambiente natural e selvagem, com florestas acomodadas nos vales baixos e rios entrecortando montanhas. O crescimento urbano por todo o reino de Cygnar nunca esteve tão acelerado quanto nos dias atuais, mas ainda havia uma boa quantidade de belezas naturais intocadas no mundo, e apenas uma viagem dessas a muitos pés de altura é que se poderia ter a dimensão disso.

    - Um momento marcante de sua mãe? - o Sr. Scoresby pareceu refletir a pergunta de Anna enquanto dava mais uma tragada em seu charuto. - Maureen era cheia desses momentos... ela fazia de um gesto simples algo marcante. A coisa que me marcou e que levarei comigo é a grande generosidade que ela sempre teve comigo. Talvez você já tenha percebido, como a garota inteligente que é, que eu não gosto e nunca gostei de me vestir em roupas sociais ou trajes elegantes. E, mesmo assim, sua mãe me recebia em sua casa sempre com um sorriso no rosto e me desejando as mais sinceras boas-vindas. Sabe, eu costumo frequentar alguns lugares chiques como cortes e festas, não que eu goste, mas me convidam e eu tenho que ir, e não são todas as pessoas que tem algum certo status que me recebem bem. A maioria torce o nariz só de ver como me visto, mas sua mãe... ela nunca fez isso.

    Alain Scoresby ficou por um momento imerso nas lembranças de um passado longínquo... um tempo passado que não voltaria mais. Já faz alguns anos que Maureen falecera por consequência de uma doença rara - pelo menos era o que as pessoas diziam, mas haviam algumas suspeitas acerca dessa morte pois tão logo ela morrera e a terrível Calista assumira o seu lugar, casando-se com Gregory Belgarten. Ele mal ouvira quando Anna fizera um comentário ácido sobre a sua madrasta, e, sobre os costumes da cidade a qual era o seu destino, Sr. Scoresby economizou em suas palavras.

    - Eu não conheço tão bem assim os costumes de Vicari, mas em relação ao atual prefeito, posso aconselhar para que você mantenha o máximo de distância dele que conseguir. Ele - antes de completar a frase, um forte solavanco acometeu-se no dirigível, fazendo a gôndola balançar de tal maneira que quase derrubou-os ao chão da cabine. Sr. Scoresby, recuperando-se, segurou um dos braços de Anna e perguntou: - Você tá bem? Não se preocupe, rajada de ventos fortes são comuns nessa região.

    Às costas do Sr. Scoresby, Annalise via as nuvens se fecharem.


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    Mensagem por Luxi Sáb Nov 19, 2016 12:07 pm

    Quando ouvia histórias de sua mãe, Anna parecia transportar-se para o passado, como se pudesse vê-la bem a sua frente, com uma nova cena completando um quebra-cabeça daquela mulher que, em sua cabeça, parecia uma fada. Ela acompanhou a viagem mental do senhor Scoresby e também sua pausa na conversa. Compactuou da nostalgia agradável com um sorriso compreensivo em agradecimento.

    Seria bom se pudessem organizar jantares com os amigos de verdade de seu pai mais vezes. Sugeriria isso ao voltar para casa.

    Começou a ficar interessada na história do prefeito, quando foi bruscamente interrompida e como um reflexo segurou-se no mekânico, abaixando o rosto, sentindo um frio na barriga.


    - Uau! Isso foi... - a loira levantou o rosto, olhando o céu fechando. Apesar de ter se assustado inicialmente, sua expressão agora era de uma aventureira inconsequente. Riu do perigo e ajeitou a postura e os cabelos - Parece que teremos uma viagem emocionante! - sorriu empolgada. - Bem, Sr. Scoresby, eu vou dar uma olhada se meu guarda-costas está bem. Volto logo para ver a lua. Se algo muito legal acontecer, não hesite em me chamar! - alargou o sorriso e acenou brevemente para ele e para o assistente de lata - Obrigada por falar de mamãe.

    Momentaneamente esquecendo-se de perguntar sobre o prefeito, encaminhou-se para o alçapão que levava aos quartos. Estava curiosa também para conhecer as cabines internas do dirigível e andava como um gato xereta, como se os corredores inferiores fossem revelar grandes segredos.
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