Fauzi - Hades

Fauzi fica curioso e apreensivo quando Shumah diz que uma mulher da terra dele passara por ali recentemente. Mas talvez fosse só coincidência.... Não tinha como saberem que ele estava por ali ou até que estava vivo... Ele responde ao monstro:
- Você está correto... Venho de Rabiah e não estamos interessados no seu novo livro, viemos aqui por outro assunto... Que talvez você possa saber do que se trata...

Ele olha pra Bia e faz um gesto para que ela mostrasse o item para Shumah.

Bia devolve seu olhar para Fauzi, e olha para Shumah, um tanto quanto amedrontada. Ela mordisca o lábio, e então revira a bolsa para mostrar o artefato para o monstro verde. Ele pega o objeto com um de seus tentáculos, traz para perto de seu grande olho, que examina de forma detalhada. “Hmm... Interessante... Onde conseguiram isto? É algo de bastante valor, creio eu, e provavelmente pertence a governadora Lilia, ou alguém próximo a ela. Se vocês quiserem posso devolver para ela... Afinal de contas, a vampira pode pensar que vocês a roubaram, e mandar pendurar vocês na forca até ficarem roxos...”

A ladina começa a suar frio, imaginando-se com uma corda no pescoço. Ela vai para o lado de Fauzi, e segura em seu braço forte. “O Shumah esta certo... Como vamos explicar como o objeto veio parar em nossas mãos? Que somos pessoas honestas que querem somente devolver algo que encontramos e quem sabe receber alguma recompensa?”

Cray da um sorrisinho de leve, balançando a cabeça e fazendo “tsk, tsk” com a língua. “Este Shumah... Sempre querendo tirar proveito da situação... É claro que ele quer levar as honras de entregar algo valioso para Lilia, e está tentando amedrontar vocês...”

Bia faz um beicinho e cutuca o peito de Cray com o indicador. “E por que você não diz nós? Não formamos um grupo, sr Cray sabe-tudo?”

Fauzi sorri e diz para Bia enquanto ela segura seu braço.
- Pelo que pouco que sei sobre a história de Porto Negro, dizem que os antigos governantes eram justos. Dessa forma, acredito que ela saberá se roubamos o item dela ou não... Obrigado pela sua oferta Shumah, mas acho que vamos arriscar....

O munir estende a mão para que o monstro entregue o item.

Caso não houvesse problemas, ele agradeceria e diria a todos para procurarem por Lilia.

Fauzi recusa de maneira polida a oferta de Shumah, que se limita a dar uma risada e entregar o item de volta para o munir. Porém o ser monstruoso ainda não tinha terminado. “Hohoho, que assim seja, então. Mas vejo que seu grupo de aventureiros está precisando de um quarto integrante... Temos um tipo forte e musculoso, uma garota esguia e hábil e se não me engano, Cray é praticante das artes arcanas. E se alguém ficar machucadinho? Bem, tem uma pessoa, cuja mãe estou devendo um favor, que está procurando se juntar a um grupo igual a de vocês... Como esta pessoa segue uma divindade, então pode ser útil a vocês, o que acham? Para ajudar a convencer, posso garantir passagem grátis na barcaça que leva até Kardunia...”, propõe Shumah.

Fauzi ouve a proposta de Shumah com atenção e não via o porque recusar... Na verdade talvez fosse uma artimanha do monstro para colocar essa pessoa no grupo e furtar algo deles, mas, de qualquer forma não tinham nada de muito valor a não ser o item que provavelmente se livraria em breve dele. Então ele responde:
- Por mim, não tenho objeções, contudo nós não estamos em uma missão ou algo assim... Só vamos entregar o item, pegar a recompensa e ir embora... Não fomos contratados para nada ainda... Mas, podemos conhecer essa pessoa e ver se ela se interessa....

Shumah se da por satisfeito com a resposta do munir, e após dar algumas instruções para os aventureiros sobre como encontrar com a tal pessoa interessada, se despede, afundando nas aguas negras e sujas do pântano.

A ladina respira aliviada, apoiando-se no braço de Fauzi. “Ainda bem que foi embora, aquele monstro me da calafrios... Brr... Por que aquela gosma verde se interessa tanto por sexo? Não deveria querer, sei la, apenas devorar alguma vitima, fazer coisas que as aberrações fazem?”

Cray balança a cabeça e ajusta sua bandana. “Shumah tem uma longa historia, melhor deixar ele para lá... Então, vamos?”

**

O grupo retorna ao cais e vai para a taverna local, chamada “Os melões pesados”. Do lado de fora estava uma pintura de uma mulher nua, e no local onde estariam os seios dela, estavam pendurados em sacos dois grandes melões. Bia balança a cabeça e põe a mão no rosto, pasma. “Ta na cara que o dono deve ser o Shumah...”, comenta em tom de desdém.

Dentro os heróis perguntam ao taberneiro pela pessoa indicada por Shumah, e ele aponta na direção de uma cadeira, que estava voltada para a lareira. Era possível ver por cima do encosto que tinha cabelos prateados e as orelhas pontudas, escuras.
Ao se aproximarem, puderam notar que se tratava de uma elfa negra, uma drow, portando uma armadura de cor marrom-escura e altas ombreiras, com proteções para o pescoço. Tinha os olhos castanhos, e sua pele na realidade não era o ébano comum das drows, mas um roxo mais claro. Era uma meia-drow.



Ela volta seu olhar para Fauzi, Cray e Bia; então se levanta e diz: “Meu nome é Karen. Shumah me disse que posso me juntar a vocês.”
Karen se cala, e encara a cada um do grupo, esperando pela resposta.

Fauzi segue para a taverna e balança a cabeça concordando com Bia quando ela diz que o provável dono seria o Shumah. No local são direcionados para falarem com uma meia-drow e isso deixa Fauzi desconfortável. Sabia que estava bem longe de Rabiah, mas com tudo que aconteceu em sua vida, principalmente devido a uma drow fazia com que tivesse certo receio em relação aos dessa raça.

Ele fica observando a bela mulher. Apesar de todo esse receio, era uma bela visão com seus lábios carnudos. Quando ela questiona como poderiam ajudá-lo ele se adianta.
- Temos um item e queremos retorná-lo ao real dono. Talvez você possa nos ajudar...

Ele olha para Bia e faz um gesto para que ela mostre o item.

Fauzi, apesar de estar um tanto quanto receoso no que se referia a meia-drow, não podia esconder um certo encanto por aquela garota. O mesmo acontecia com Cray, que exibia um sorriso meio-idiota no rosto, enquanto se apoiava numa mesa próxima, quase fazendo cair o vaso que estava encima.

Bia, ao ver ambos admirando a outra, cerrou as sobrancelhas e armou um grande bico, entregando a contragosto o objeto a pedido do munir. Karen ergue a palma da mão e nega com a cabeça. Com a voz firme, diz: “Não é necessário. Shumah já me falou sobre isto também. Nós vamos para o castelo de Lady Lilia, e lá veremos o que fazer.”

A ladina guarda o objeto no bolso, e cochicha com Fauzi, olhando sorrateira para a meia-drow. “Não gostei desta ai, achando já que é dona do pedaço, querendo mandar na gente... Melhor dizer que sabemos o caminho, muito obrigada, mas não precisamos de voce...”

Cray avança em direção de Karen, põe a mão na cintura e faz uma pose estilosa. “Muito prazer, Karen. Meu nome é Cray Daragon Jr, não sei se já ouviu falar de meu nome? Acontece que meu pai em suas viagens morou um tempo em Rabiah, e me contou sobre as belezas de sua terra. E rapaz, uma destas belezas esta aqui na minha frente! Você é de Rabiah também, que nem o meu colega Fauzi aqui, não é mesmo? Seu sotaque é parecido com o dele, logo percebi que você era de lá também!”

Karen olha para Cray, e então se volta para Fauzi, falando em um dialeto de Rabiah: “Quem é este idiota? Está no grupo?”

Bia mostra-se receosa quanto a drow e Fauzi fala no ouvido dela também.
- Eu não confio nela também, mas precisamos de alguém que conheça esse local e nos informe de certos perigos... Melhor termos alguém que conhece as pessoas do local para nos introduzir a senhora local, do que irmos como estranhos...

A drow então questiona sobre quem era Cray no dialeto de Rabiah e ele responde, no mesmo dialeto:
- Sim, ele esta conosco... Conheço ele a pouco tempo, mas ele é quem diz ser, acredito...

A drow volta seu olhar para Cray e depois para Bia. Entao estende a mao para Fauzi, “muito bem, parece que não tenho muita escolha. Pelo menos em alguém no grupo eu posso confiar,” diz. Ela vai ate onde estava sua mochila e a pega, e aponta para a porta. “Vamos, a barcaça que leva ate a cidade ja vai partir.”

Cray vai ate o lado de Bia, coca a cabeca desconcertado, e diz: “Caramba, ela me deixou no vácuo! Sera que foi alguma coisa que eu disse?”

Bia da um soquinho dolorido em sua costela. “Talvez não seja o que disse, mas o que você é! Idiota!”

O grupo, liderado pela drow, sai do estabelecimento, percorrendo o caminho que levava ate o pequeno cais. Um homem velho e barbado barra a passagem, mas depois de Karen se identificar, ele libera o caminho. Tratava-se de um barco que mais parecia uma enorme tabua plana flutuante, cheia de caixas, carroças e mercadores. Os heróis permaneceram próximos da beirada, sendo possível ver a imensidao que era o pântano de Shumah, a neblina da noite impedindo ver o que estava mais adiante.

O barco então partiu, mas estranhamente não haviam remadores, apenas um ronco infernal, como se um gigante animal estivesse rugindo. Lentamente a barcaca avançou pelas águas estagnadas, formando ondas que se afastavam em direção das margens do lago. Logo, por entre as nevoas uma luminosidade pode ser vista a distancia, e conforme se aproximavam, as luzes da cidade de Kardunia ficava mais evidente. A mesma havia sido construída em uma plataforma, que se elevava a uns bons 5 metros das águas do lago, sobre colunas que se assemelhavam a pernas de um elefante.

Proximo da plataforma havia uma área de desembarque grande, onde as mercadorias e as pessoas aguardavam pela chegada de um piso móvel, que dava acesso a cidade. Cray observava o aparato estranho com curiosidade. “Poderia ate dizer que isto e obra de anões! Não deve ser magia, pois a plataforma e ligada a parede, e vejam, um risco que acompanha o caminho do piso, que guia seu caminho...”

Karen acena levemente com a cabeca. “Não e magia. Alguns sultanatos de Rabiah usam de magia para fazer funcionar coisas com partes mecânicas, mas o que eles tem aqui e puramente mecânico. E a técnica que usam e bem mais elaborada que a dos anões. Parece que neste local, Lady Lilia descobriu algo muito... valioso.”

Enquanto aguardavam sua vez, a meia-drow permanecia apoiada do lado de uma caixa. Vendo Fauzi sozinho, se aproximou e ficou a sua frente, observando-o. Entao ela disse, “não e comum ver rabiahnos andando pelas terras ocidentais. Fauzi. Aqueles que o fazem, certamente e porque tem uma historia interessante para se contar.”

Karen cruza os braços. “Qual sua historia, Fauzi?”

O Munir fica apoiado na proa do barco, com os braços cruzados sobre o parapeito observando toda aquela tecnologia. Nunca tinha visto aquilo antes em sua vida e estava maravilhado como os mortais conseguiam construir aquele tipo de coisa sem a ajuda da magia e consequentemente dos deuses. Sabia que seu dom vinha dos deuses, mas aquilo era algo completamente diferente. Era a inteligencia dos mortais sendo utilizada para criar coisa similares a magia.
Ele estava envolto em seus pensamentos e divagações quando a meia-drow se aproxima e questiona sua história. Fauzi dá um sorriso de canto de boca e conversa com ela na língua nativa de Rabiah:
- Não há muita coisa interessante a se contar.... Nasci em uma família pobre, tive que me virar para sobreviver nas ruas e em determinado momento fiz alguma coisa que irritou alguém que poderoso e tive que sair do local... E aqui estou eu. Trabalhando como mercenário... E você? O que faz tão longe de "casa"?

A meia-drow escuta as palavras do Munir atentamente, e antes de responder, olha para onde estavam os outros membros do grupo. Parecia que Bia estava numa espécie de discussão com Cray, onde a garota estava irritada e o rapaz ria, fazendo gracejos.

Karen inclina a cabeça para o lado, levando suas mãos finas e elegantes até seu queixo. “Desagradar pessoas poderosas não é algo sábio. Bem, de minha parte, estou em uma viagem de crescimento espiritual, onde pretendo acumular experiência e informações, para quando eu puder retornar para minha casa possa ser útil para os futuros planos do meu clã”, diz, aproximando-se e sem pudor algum passando a mão sobre o peito do munir. “Vou ser bem clara... Você me agrada, estar do lado de alguém de Rabiah é reconfortante, pois não vi nenhum estrangeiro que tenha valor. Tenho necessidades, que estão há muito tempo sem serem atendidas...”

Do nada aparece Bia, se colocando no meio de Karen e de Fauzi. “Epa, epa, epa, o que esta acontecendo aqui?”, pergunta, e depois olha fixamente para o munir, com as mãos na cintura. “Não me diga que esta caindo na lábia dessa escurinha ai? Nunca ouviu falar que as drow guardam suas adagas no meio das pernas? E acho que o ditado nem fala em sentido figurado...”

Karen da um sorriso de canto de lábio e se afasta, apoiando-se no gradil e observando o amanhecer.

O munir sente a mão da meia-drow no seu peito e sente um calor interno com aquele toque. Ele fica sem graça, afinal ainda era jovem e nunca tinha sido tocado assim por uma mulher antes. Fauzi fica sem reação e não consegue falar nada quando Bia surge de lugar algum e afasta a drow dele. O coração dele fica batendo mais rápido e ele tenta disfarçar sorrindo sem graça pra a Bia.
- É... tecnicamente ela não é escura.... A pele dela é cinza.... E não está acontecendo nada...

O guerreiro então olha de soslaio para a meia-drow enquanto ela fica apoiada no gradil e em sussurra para Bia:
- Não fique assim... Não precisa ter ciúmes... - eu sorrio.

A resposta de Fauzi não agrada em nada Bia, que cerra os olhos e arrebita seu narizinho. “Espera um pouco, você está defendendo ela?”, diz, e observa melhor o munir, com os braços cruzados. “Já entendi, já entendi! Ah, é só uma qualquer ficar arrastando a asa para vocês, que já querem dormir com ela! Homens são todos iguais! Alias, combinam totalmente com as drows, afinal de contas são elas que dão em cima dos machos... Pensam com a cabeça de baixo, a diferença é que elas não tem esta cabeça de baixo!”

Porém o comentário sobre ciúmes é o que faz ferver o sangue da ladina. Fauzi presencia pela primeira vez o evento da erupção feminina, onde uma mulher se transforma num animal vociferante. “Ciumes, ciúmes? Pra sentir ciúmes primeiro tem que querer ficar com uma pessoa, coisa que agora nem me passa pela cabeça! E não fale mais comigo!”, diz, afastando-se. Cray, tendo presenciado a cena, apenas balança a cabeça sorrindo para o munir, e vai tentar consolar Bia, recebendo como resposta apenas um tabefe na cara.

**

A plataforma subiu lentamente, levando os heróis e os demais viajantes para o nível das ruas da cidade. Kardunia não era grande em extensão, mas compensava sua falta de espaço com a altura de suas construções. Varias delas erguiam-se a muitos metros acima do chão, e passarelas suspensas interligavam umas com as outras.

Pelas ruas andavam muitos transeuntes, apesar das altas horas da noite. A meia-drow, que liderava o grupo pelas ruas indicando quais passarelas que deviam utilizar, parecia saber muito bem por onde andava. “Kardunia é uma cidade noturna, já que a grande nobreza é formada por vampiros. Este local, contruido no meio do pântano de Shumah, é bem apropriado para estas criaturas, pois mesmo durante o dia existe uma nevoa que cobre a região que não deixa passar grande parte dos raios solares. Isto permite que os vampiros ajam também durante o dia, mas não impede que se sintam sonolentos.”, comenta em tom professoral.

Bia, que ainda estava com um enorme bico na cara devido aos ultimos acontecimentos, diz com desconfiança, “para uma viajante de tão longe, esta conhecendo ate demais esta cidade. O que esta escondendo?”

Karen alisa seus cabelos prateados, como se fizesse pouco caso da outra, o que a deixou ainda mais irritada. “Não é preciso mais que um dia para se ter acesso a estas informações. Basta observar e perguntar para as pessoas certas,” diz em tom casual. A cleriga então para e se dirige para Fauzi. “Eu não sou a líder deste grupo. Apenas faço parte dele. Qual o próximo passo, chefe?”, diz, passando a língua nos lábios levemente de maneira erótica, com as mãos na cintura em pose provocante.

Cray não podia evitar de sentir uma inveja monstruosa do munir.

Fauzi nada diz sobre o "surto" de Bia. Ele somente observa ela se afastar e dá de ombro. Quando dá um tabefe no jovem Cray ele balança a cabeça negativamente "coitado dele, Bia tem um temperamento muito explosivo..."

Na cidade o guerreiro fica maravilhado pela arquitetura e enquanto Karen explica sobre o local ele fica imaginando como era algo bizarro vampiros andando tranquilamente por uma cidade. Imaginava que a maioria das outras raças só deviam servir de alimento.

A meia-drow novamente utiliza-se de sua sedução e Fauzi não consegue evitar olhar para os lábios carnudos dela enquanto ela passa a língua neles.
- Ehh... Ehh... Eu não sei... Não sou o líder de nada... O item é da Bia, então acho que ela que decide o que fazer. Acho que agora deveríamos procurar a dona do artefato, e se ela estivesse falando comigo, era isso que aconselharia a ela...

O munir olha de canto de olho para a ladina, para ver a reação dela.

O munir observa Bia, que avança em sua direção e para a sua frente, com os braços cruzados. Sua face indicava que ainda estava irritada, mas pelo menos num grau menor do que anteriormente.

“É claro que continuo falando com voce, Fauzi, é que as vezes voce me irrita!”, diz, lançando um olhar de soslaio para Karen, que permanece impassível. “Vamos logo devolver este artefato, que mais parece estar amaldiçoado... Ultimamente só venho encontrando coisa ruim, desde que eu achei ele...”

Dito isto, os olhos de Bia se arregalam, como se tivesse visto um fantasma. Num impulso ela se joga na direção de Fauzi, abraçando-o e mantendo seu rosto colado ao peito do munir. O mesmo percebe que a ladina era uma falsa magra, pois era notável a pressão que seus peitos faziam contra ele. Cray permanece boquiaberto com a cena, enquanto a meia-drow discretamente observa ao redor para ver o que tinha causado aquela reação na garota.

Um humano de meia-idade, com cabelo e barba castanhos escuros, passa apressado por uma das laterais da passarela.



Somente depois dele estar a algumas boas dezenas de metros dali, que Bia se atreveu a descolar do munir.

“Vamos andando agora mesmo!”, comandou a ladina, indo em direção contrária a daquele homem.

**

O grupo já estava aguardando faz vários horas na ante-sala que dava para o gabinete da governadora Lilia, vendo toda maneira de pessoas passarem a sua frente para uma audiência. Cray, muito entediado, já tinha ido reclamar com a recepção sobre a demora, e recebeu uma resposta muito mal-educada, onde diziam que deveria estar contente por ter recebido esta oportunidade, pois a espera normalmente era de semanas.

Para passar o tempo, Cray Jr, que apesar de dizer que achava o pai muito tonto, não parava de contar historias sobre ele. “Voces acreditam que ele teve oportunidade de ficar com a rainha de Darkover e a rainha de Rabiah, e que jogou tudo fora para ficar com uma garota que morou nas ruas? Por isto que digo que cada um tem que lutar pelo seu próprio destino, porque se eu fosse seguir o meu sangue, ah, eu estava perdido...”, comenta fazendo troça.

Fauzi se assusta quando Bia abraça ele. Enquanto sente o corpo dela junto ao seu o guerreiro a abraça também, envolvendo-a com os seus braços e sentindo um calor percorrer seu corpo.

Ele nota que Karen procurava por alguém e vê que era um homem esquisito que passava por ali.

Após o homem se afastar Bia parece apressada para sair do local. Enquanto seguem para o gabinete da governadora o munir sussurra no ouvido de Bia.
- Quem é aquele homem e por que você se escondeu dele? Já furtou algo dele antes?

No gabinete da governadora, Cray Jr. parecia impaciente pela demora e então começa a contar sobre as intermináveis aventuras de seu pai, sendo que em determinado momento ele critica as escolhas amorosas dele.
- Deixe-me me ver se entendi... Você critica seu pai, por ter escolhido sua mãe? Suponho que a garota que morou nas ruas seja sua mãe, uma vez que você disse que ele jogou tudo fora para ficar com ela... Se for esse o caso, você deveria ter mais respeito com ela... Se seu pai a escolheu apesar de ter as "oportunidades" que você disse que teve, então é por que ele amava sua mãe... Além disso, ele não perdeu nada com a rainha de Rabiah...

Quando fala da rainha de Rabiah o munir não consegue esconder o sentimento de raiva que tem contra ela.

Hades escreveu:Após o homem se afastar Bia parece apressada para sair do local. Enquanto seguem para o gabinete da governadora o munir sussurra no ouvido de Bia.
- Quem é aquele homem e por que você se escondeu dele? Já furtou algo dele antes?

O munir percebe que suas palavras causam um calafrio na jovem. Ela suspira e da um sorriso sem graça. “Digamos que aquele homem e eu temos nossas diferenças, e que prefiro continuar sem encontra-lo. Bem, já roubei umas coisas ou outras dele, mas nada assim tãããoo importante...”, comenta, logo desconversando.

Hades escreveu:No gabinete da governadora, Cray Jr. parecia impaciente pela demora e então começa a contar sobre as intermináveis aventuras de seu pai, sendo que em determinado momento ele critica as escolhas amorosas dele.
- Deixe-me me ver se entendi... Você critica seu pai, por ter escolhido sua mãe? Suponho que a garota que morou nas ruas seja sua mãe, uma vez que você disse que ele jogou tudo fora para ficar com ela... Se for esse o caso, você deveria ter mais respeito com ela... Se seu pai a escolheu apesar de ter as "oportunidades" que você disse que teve, então é por que ele amava sua mãe... Além disso, ele não perdeu nada com a rainha de Rabiah...

Cray ouve as palavras de munir e subitamente fica sem jeito, parando de falar e se recostando na parede, pensativo. Karen, que estava um pouco afastada, aproxima-se de Fauzi e observa a raiva incontida do munir. “Não é nada sábio ir contra a rainha de Rabiah, Maharajah Vezna... Ou se for contra, que mantenha-se nas sombras...”, diz, passando os dedos no braço forte do rapaz. “Não tem medo de que eu te denuncie? Posso ser de uma das famílias leais a Vezna... ou posso ser de uma família de oposição. Para quem você acha que esta minha lealdade?”

O grupo então é chamado por um dos serviçais para entrar na sala de audiência. A mesma era até simples, comparada com os outros cômodos do castelo. As paredes eram brancas, enfeitadas com quadros e espelhos, haviam algumas cadeiras espalhadas pela sala e também um sofá confortável.



Sentada numa poltrona estava a governadora Lilia, que permanecia observando os heróis com uma mão apoiando o queixo. Fauzi pode constatar que ela era exatamente a pessoa retratada no artefato encontrado por Bia.



A vampira, cuja face pálida e lisa como marfim não permitia discernir sua verdadeira idade, esperou o grupo se sentar de maneira paciente e tranquila. “Mostrem o que vocês tem,” comandou em tom firme. Bia, depois de lançar um olhar para o munir, entregou o aparato para a governadora. Esta deu um sorriso satisfeito e a tomou da ladina. “Que ótimo! Pensei que tinha perdido para sempre! Hmm, esta sem bateria, preciso recarregar.”

Lady Lilia voltou então seu olhar para o grupo. “Vocês serão bem recompensados...”, diz, e então observa melhor o munir e a drow. Sua expressão se torna de curiosidade. “Voces formam um grupo bem diferente. De onde vem e o que fazem aqui em Kardunia?”

Karen escreveu:Karen, que estava um pouco afastada, aproxima-se de Fauzi e observa a raiva incontida do munir. “Não é nada sábio ir contra a rainha de Rabiah, Maharajah Vezna... Ou se for contra, que mantenha-se nas sombras...”, diz, passando os dedos no braço forte do rapaz. “Não tem medo de que eu te denuncie? Posso ser de uma das famílias leais a Vezna... ou posso ser de uma família de oposição. Para quem você acha que esta minha lealdade?”

O munir encara a meia-drow com um olhar penetrante e então diz:
- Denunciar-me? Pelo que? Por não gostar da rainha? Creio que se for esse o caso muitas pessoas em Rabiah estariam sendo perseguidas... E não tenho medo algum... Não sabes quem eu sou o que fiz... O que falaria para a rainha? Tem um homem negro do outro lado do mundo que não gosta de você...

Ele fica curioso quando a vampira diz que precisava recarregar o item. Se ele havia dito aquele termo provavelmente era um item mágico, afinal, era a única coisa que conhecia que necessitava de cargas e podia ser recarregado. Outro termo que chama a atenção do guerreiro é quando ela diz "bateria". Não entendia o conceito daquela palavra. Quando a governadora pergunta sua origem Fauzi se prontifica a falar de forma sucinta.
- Sou das terras de Rabiah senhora, e o que fazemos aqui, bem eu sou um mercenário e minha amiga precisava de ajuda para chegar as duas terras, logo me propus a ajudá-la e claro, conseguirmos alguma recompensa, quem sabe devolvendo o artefato para a senhora.

Hades escreveu:O munir encara a meia-drow com um olhar penetrante e então diz:
- Denunciar-me? Pelo que? Por não gostar da rainha? Creio que se for esse o caso muitas pessoas em Rabiah estariam sendo perseguidas... E não tenho medo algum... Não sabes quem eu sou o que fiz... O que falaria para a rainha? Tem um homem negro do outro lado do mundo que não gosta de você...

Karen não recua nem baixa os olhos, devolvendo o olhar penetrante do munir. Ela ouve a resposta de maneira impassível, desafiante. Alguns instantes após o final da fala imperou o silencio, seria possível ate ouvir um alfinete caindo no chão. Bia e Cray Jr prenderam a respiração, com medo de provocar uma guerra.

Mas foi a meia-drow quem primeiro desviou o olhar. “Tem razão. É que não estou acostumada a ouvir criticas de Maharajah Vezna, tanto que me esqueço até que estamos em terras estrangeiras. Só queria ver se era um tolo inconsequente...”, diz, afastando-se.

Hades escreveu:Quando a governadora pergunta sua origem Fauzi se prontifica a falar de forma sucinta.
- Sou das terras de Rabiah senhora, e o que fazemos aqui, bem eu sou um mercenário e minha amiga precisava de ajuda para chegar as duas terras, logo me propus a ajudá-la e claro, conseguirmos alguma recompensa, quem sabe devolvendo o artefato para a senhora.

A vampira acena com a cabeça, cruza as pernas e leva a mão até o queixo. “Sim, serão bem recompensados...”, diz, e repentinamente, como num passe de magica, na palma de sua mão está uma bela ametista. “É o suficiente?”



Bia cuidadosamente pega a pedra e a avalia. Ela da um tremelique e um cutucão em Fauzi. “Vale 1 mil! 10 vezes mais que o velho ofereceu! Voce merece um beiiiijjooo!”, comenta em seu ouvido e dando um gritinho de felicidade.

A governadora, sentada em seu lugar na poltrona, continua. “Gostaram? Tem muito mais de onde veio isto... E Kardunia esta necessitando muito do serviço de mercenários...”

Cray Jr aparece no meio de Bia e Fauzi, abraçando os dois. “Mercenario, aventureiro, é tudo a mesma coisa... O que importa é bolso cheio de moedas, isto sim é o que conta! Você vai dividir a grana desta pedra, não é, Bia lindinha!”