Este é o ano de 1982. Seja bem vindo a Bark, uma pequena cidade perdida em algum lugar dos EUA, localização exata não é importante, afinal estamos falando de uma cidade com população de apenas 30 mil , onde a renda é baixa para os padrões americanos e não existe muito o que fazer.
Não que isso seja um problema de fato para a maior parte de seus habitantes. A maioria considera que viver afastado da correria das grandes cidades e tendo pouco mas suficiente para viver é o que realmente importa. Casas pequenas mas confortáveis. Tem mercado, escola, praça e até uma biblioteca (meio abandonada, vamos admitir). A caça de cervos nos bosques é um esporte comum mas apenas em determinadas épocas do ano. As estações para aqueles lados são bem definidas. Frio no Inverno, calor no Verão. Não neva no inverno mas faz muito frio. E no verão o clima é bom, você pode até nadar no lago Brooks.
A vida corre de forma devagar e até um pouco preguiçosa.
HARRIET
JONATHAN
Não que isso seja um problema de fato para a maior parte de seus habitantes. A maioria considera que viver afastado da correria das grandes cidades e tendo pouco mas suficiente para viver é o que realmente importa. Casas pequenas mas confortáveis. Tem mercado, escola, praça e até uma biblioteca (meio abandonada, vamos admitir). A caça de cervos nos bosques é um esporte comum mas apenas em determinadas épocas do ano. As estações para aqueles lados são bem definidas. Frio no Inverno, calor no Verão. Não neva no inverno mas faz muito frio. E no verão o clima é bom, você pode até nadar no lago Brooks.
A vida corre de forma devagar e até um pouco preguiçosa.
HARRIET
- Spoiler:
- Você está atrasada...de novo.
Assim que abriu a porta, Harriet foi recebida pelo rosto grande e gordo de Mr. Barlow, seu patrão e dono do único mercado da cidade de Bark, onde a jovem de 20 anos trabalhava no caixa.
Harriet já estava acostumada com aquela cara de buldogue mal encarado que Barlow fazia quando estava com raiva. Mas tinha que admitir que a via com mais frequência ultimamente. Este já era o terceiro atraso, somente esta semana.
- Sinceramente Harriet, estou ficando cansado. a fila está enorme esta manhã e Ruth está sobrecarregada. Onde diabos está seu senso de responsabilidade, menina?!
O homem estava alterado, gotas de cuspe saíam de sua boca enquanto os lábios tremiam. E harriet sabia o porque. O atraso em sí não era o único problema. Harriet sabia que Barlow tiraria seu horário de almoço pouco depois de sua chegada que era a hora em que Ruth, a menina que trabalhava no caixa no turno da manhã, bateria seu ponto e os dois passariam a próxima 1h ou 1:30h em algum motel barato da estrada "tirando o atraso", afinal Ruth (uma menina pouco mais velha e tão sem expectativa de futuro quanto Harriet) só estava se mantendo naquele emprego há 3 anos porque mantinha um caso com o dono.
O homem não esperou pela justificativa ou qualquer palavra de Harriet.
- Ande logo menina, suma da minha frente, guarde suas coisas e asssuma o caixa. Os clientes já estão impacientes. Eu vou almoçar, não me crie mais problemas.
Os homem se dirigiu apressado em direção ao pequeno estacionamento sem não antes dar um rápido e significativo olhar a Ruth, enquanto ela terminava de atender o último cliente para a troca do turno.
- Harriet, que diabos. Terceira vez esse semana, o homem está possesso. Vai arrumar problemas.
Ruth não era bem amiga de Harriet mas apesar de tudo, mantinham um relacionamento respeitoso. Harriet não comentava sobre o "lance" dela com o patrão e Ruth aguentava o jeito frio e estranho de Harriet. Ela sabia que Harriet estava se atrasando devido ao "bico" de babá que fazia volta e meia para ajudar com as contas e por isso tentava não se estressar.
Enquanto Harriet assumia o caixa Ruth, já com suas coisas prontas, diz pouco antes de abrir a porta:
- Quando tiver tempo, de uma olhada no jornal. A filha dos Mendoza desapareceu ontem.
JONATHAN
- Spoiler:
A chuva não parava de cair, forte e impiedosa. O frio entrava pelas suas roupas molhadas, atravessava sua pele, estava na sua alma. Tremendo, você percebe que estava em meio a várias árvores..um bosque talvez?
A frente, você nota que existe uma trilha que segue em frente e direta, mas você não consegue ver aonde termina. Está escuro. E o final da trilha ainda mais escuro.
E por alguma razão que você não sabia, não consegue olhar para trás, sabe que precisa seguir pela trilha escura e assim o faz. O único som é o da chuva e de seus passos avançando pelo chão lamacento. Não tem como saber por quanto tempo você anda. Segundos, minutos, horas ou dias...nada faz sentido.
Você finalmente chega até o final da trilha que da em uma clareira. A escuridão é mais densa aqui e você está cedo. O ribombar de um trovão. Sua luz dura apenas alguns segundos e ilumina a clareira.
O horror atinge seus olhos e você grita.
- Jonathan! Jonathan!
Jonathan acorda com um salto e cai do sofá. Com o movimento brusco, ele esbarra na garrafa de Jack Daniel's da pequena mesa entre o sofá e a TV de tubo. A garrafa cai com violência no chão e quebra com um barulho estrondoso enquanto Leila, que estava ao lado chamando, deixa escapar um grito e se afasta com um salto.
- Meus Deus, Jonathan! Se acalme, foi só um pesadelo!
Ouvindo a voz de sua mulher, Jonathan finalmente coloca a cabeça no lugar, sacudindo até que toda a confusão daquele momento se dissipe. Senta-se no sofá, sua respiração está pesada e seu coração acelerado. Sua mão vai a mesa em um movimento instintivo para alcançar a garrafa que acabara de quebrar mas desiste no meio do caminho ao se recordar que só sobrava os cacos.
Leila senta-se ao seu lado, sua mão toca delicadamente o marido em um movimento tranquilizador.
- Me levantei para acordá-lo para o trabalho e o ví gritando no sofá. Você está bem, querido? Não deveria ter bebido essa garrafa antes de dormir.
Ela suspira.
- Vou ligar para o escritório e pedir para Donnie remarcar com o cliente de hoje. Você precisa de um banho, um café e algo no estômago que não seja alcoólico.
Jonathan sabia que isso não era uma boa idéia. A J&L Investigadores era muito recente e ainda não tinha reputação. E cancelar um cliente agendado (o único há algum tempo) não ajudaria em nada. Donnie, o advogado e amigo do casal, trabalhava ainda sem honorários. Em parte porque também era recém-formado e em parte porque devia um grande favor ao amigo. Mas Jonathan e Leila sabiam que isso não era uma situação permanente, nem mesmo conforotável para Donnie e por isso deveriam trabalhar duro para as coisas melhorarem. Cancelar um dos poucos clientes em início de carreira, devido a uma ressaca de uísque não era uma forma apropriada de fazer isso.