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    [Narração] Amanda (Nix)

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    Mensagem por Bastet Seg maio 15, 2017 12:35 am



    C h r y s a l i s
    Narração -  Amanda (Nix)

     
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    Desde pequenina, Amanda sempre fora uma criança muito imaginativa: nas noites de domingo, meia hora antes de dormir, o pai tirava um tempinho para ler pra ela, tornando aquele momento o mais mágico da semana, para a jovem. Como estava sempre viajando para representar empresas multinacionais, Bruce compensava a ausência trazendo livros novos para a filha, o tipo de presente favorito dela. Todo domingo era algo diferente: princesas, fadas, vampiros, unicórnios, elfos, dragões... Todo tipo de fantasia, ingredientes incríveis para a imaginação fértil da menina. Ela não deixava o pai dormir até que terminassem o livro, para que assim pudesse ter toda história na cabeça durante o resto da semana.

    A família era toda muito ocupada, inclusive ela. Enquanto os pais estavam trabalhando até tarde, a jovem estava sempre acompanhada de algum tutor: pela manhã, tinha aulas relacionadas à escola; de tarde, aprendia coisas relacionadas a sua carreira, como artes cênicas, cultura geral, etiqueta, moda, desfile etc.; no início da noite, corria e fazia exercícios acompanhados, para manter a forma; e, somente após o jantar, tinha um tempinho livre para sentar e ler seus mangás ou jogar videogames, além de escrever no blog de contos Balefire histórias baseadas no universo fantástico que conhecera no domingo anterior, com o pai.

    [...]

    Sua rotina se manteve assim até fazer 15 anos, quando sua carreira como modelo deslanchou de vez e ela conseguiu um emprego fixo em NY, indo morar sozinha lá. Por dois anos, trabalhou duro, tanto nas passarelas quanto na área de ficção, conseguindo até publicar dois livros infantis.  Em alguns momentos de solidão, pensara estar ficando doida, vendo partes dos seus contos e livros tomando vida e a acompanhando pelas ruas... Além de enxergar seres fantásticos andando por aí. Nunca havia contado nada disso pra ninguém, achando que ia passar... Mas aquilo só piorava.

    Por sorte, perto do seu aniversário de 17 anos, no início de dezembro, havia conseguido uma folga dos desfiles, marcando uma sessão fotográfica na sua cidade natal e aproveitando para passar o restinho do mês e o natal lá. Mesmo que os pais estivessem na correria de fim de ano, ao menos durante as noites tinha certeza que os encontraria e sentiria a paz de estar em casa novamente.

    [...]

    Chegou em casa no dia  15 de dezembro, numa noite fria e muito úmida. Os pais a estavam esperando para jantar, embora os dois não tivessem largado os smartphones um minuto sequer, durante a ocasião. Não importava o assunto que a menina tentasse puxar, eles apenas assentiam ou sorriam, voltando a comer e a olhar para a tela em suas mãos.

    [...]

    Após o jantar, a menina subiu para o antigo quarto, se sentindo pior que quando havia chegado. Tudo parecia igual, até mesmo as bonecas, na estante, pareciam estar no mesmo lugar. Ângela se sentou na cadeira da escrivaninha, abrindo o antigo notebook, pensando que provavelmente ele não estivesse funcionando mais, mas levou um susto ao ver que ele funcionava... E ainda estava com bateria, mesmo fora da tomada.  Na tela, o último site acessado há anos atrás, um conto antigo, cheio de erros e passagens incongruentes...

    *pi pi pi pi pi*

    Uma mensagem chegou, fazendo a menina pular. Era um email do Balefire anunciado a reabertura e convidando os autores que eram populares para publicar de forma rentável, no site.

    [...]

    Pela manhã, nem se lembrava do momento que dormira, apagou na cadeira mesmo, de tanto cansaço. Atrasada para a sessão fotográfica, a jovem nem teve tempo de tomar café da manhã, agradecendo pela comodidade de ter um motorista a sua espera. [...] Ao chegar lá, a rotina corrida de sempre: depilação, maquiagem, roupas e mais roupas, cabelo... uma loucura. O ensaio seria sobre contos de fadas e ela era a branca de neve, ou seja, várias trocas de roupas e fotos até receber o beijo do príncipe, um modelo super gatinho chamado Josh, que estava de olho nela durante a maquiagem.

    Foram realmente muitas fotos. O estômago vazio de Amanda não estava ajudando, fazendo aquelas visões voltarem, entre um flash e outro. A mais bizarra aconteceu momentos antes de ela deitar no caixão de vidro, enquanto ajeitavam as flores no cabelo dela. Ao olhar para Josh, sem camisa, enquanto ajeitavam a calça apertadinha dele, teve a impressão de ver, ao invés de pernas humanas, pernas de bode... E o pior, o achou super atraente daquela forma.

    [...]

    A jovem sacudiu a cabeça, deitando no caixão e sentindo o cheiro forte das flores a sua volta. Fechou os olhos, ouvindo a falação de todo mundo, sentindo a luz forte em seu rosto e tendo de respirar bem calmamente para não sentir uma leve claustrofobia devido ao caixão de vidro. Poucos segundos depois, tudo era silêncio. A luz forte em seu rosto sumira e as flores pareciam bem mais desconfortáveis. A parte mais estranha foi sentir uma brisa forte balançando seu vestido.

    Ao abrir os olhos, não estava no estúdio e nem era de manhã. Estava completamente sozinha, em um campo de alfazemas. Em volta do campo, uma floresta muito vasta se estendia e, entre uma árvore e outra, a menina só conseguia ver escuridão.





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    Mensagem por shamps Seg maio 15, 2017 3:10 am



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    Narração -  Amanda (Nix)

     



    Já acostumada com a correria do dia a dia, a pequena Amanda amava ser mimada por seus pais. Passar as noites sob a agradável leitura a enchia de esperanças. Eram histórias tão maravilhosas que ela as vivenciava com vontade. Não foi nem uma nem duas vezes via seres fantásticos assim que seu pai deixava seu quarto.
    Na adolescência não foi diferente, talvez achasse que fosse devido ao esforço diário, mas aquela sensação a acompanhou desde a infância e a incentivou a escrever. Escrevia contos para um blog de fantasia e se divertia muito. Chegou a escrever livros infantis sob o pseudônimo de Ângela e fez muito sucesso.

    De volta à casa de seus pais, Amanda sentiu-se sozinha e trocada por um celular e ficou chateada com isso.

    - Achei que eu fosse mais importante que esses celulares... Boa noite – com uma atitude típica de uma adolescente, a jovem subiu para seu quarto e foi mexer em seu velho notebook. Ficou intrigada com a estranha mensagem sobre a reabertura do site, mas amou a ideia de poder escrever mais e foi o que fez. Escreveu até pegar no sono.
    Acordou atrasada e teve que se arrumar às pressas, coisa que odiava, mas não tinha jeito, não podia se atrasar. Foi fazendo seu dejejum no carro mesmo, comendo uma maçã e outras frutas, coisas práticas e que matavam a fome.

    Adorou o tema da sessão fotográfica, já que era um tema que estava bem familiarizada: conto de fadas. Dividiu seu ensaio com outro modelo, o belo Josh. Ela reparou durante sua última troca de figurino e maquiagem como Josh a observava. Não sabia se se sentia cobiçada ou lisonjeada com a atitude dele, mas manteve a compostura diante do rapaz, ainda estavam em serviço e ela levava sua carreira muito a sério.

    Enquanto entrava no esquife de vidro, viu que Josh estava diferente, com patas de bode. Foi tudo muito rápido e muito estranho. Ela realmente precisava se alimentar. Mesmo assim ela o achou encantador. Deitou-se e refletiu, de olhos fechados, sobre o dia e sobre Josh, quando sente-se desconfortável entre as flores, como se estivesse deitada em flores reais.
    Primeiro foi o cheiro suave de alfazema que invadiu suas narinas e depois o toque fresco das plantas que fez com que Amanda abrisse os olhos e sentasse no esquife... Espera! Não tinha mais um esquife ali e sim uma campo florido, mas como?
    Ela olhou em volta e viu-se sozinha, para seu desespero. Além disso, uma floresta escura estava diante dela. Amedrontada, ela começa a chorar e se encolhe, esperando acordar de um sonho ruim.

    - Papai... mamãe... Josh... alguém... – murmurava entre os joelhos, pois tinha apoiado a cabeça neles quando se encolheu. Esperava que alguém a tirasse dali. Não suportava ficar sozinha no escuro – por favor...






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    Mensagem por Bastet Qua maio 17, 2017 6:13 pm



    C h r y s a l i s
    Narração -  Amanda (Nix)

     
    É engraçado, como as coisas podem mudar radicalmente, de uma hora pra outra. Há poucos instantes, Amanda estava em uma ambiente no qual se sentia super confortável, fazendo o que nascera pra fazer; além de estar em um clima de paquera super gostoso e cheio de olhares indiscretos e sorrisinhos no canto dos lábios. Agora, estava sozinha em um lugar totalmente desconhecido, frio e escuro – características que a deixavam extremamente desconfortável e com medo. O pior de tudo, é que a menina não sabia o que estava acontecendo ali. Não parecia um sonho, afinal, estava bem acordada quando deitou no caixão de vidro para fotografar como branca de neve, mas aquilo também não podia ser real, podia? Nunca estivera em um campo de alfazemas... Ainda mais em um, em meio a uma floresta tão bizarra. Como chegara ali, afinal? Era uma pergunta sem resposta.

    O silêncio era tão absoluto naquele lugar, que a menina podia ouvir o uivo do vento. Cada segundo ali, parecia afligir ainda mais a menina. Após chamar baixinho pelos pais e por Josh, ouviria um coro de risadinhas e vozes infantis, muito baixinhas e fininhas, a imitando.

    - Pápáííí... mámáííí... Jóshhhhhhh... álguéém... Póófávóór... – As vozes eram extremamente esganiçadas, enfatizando cada sílaba e as prolongando no fim de cada palavra. Parecia miniaturas de crianças muito, mas muito irritantes.

    Quando, por fim,  Amanda resolveu levantar os olhos e se mexer, para procurar quem estava falando daquela forma, uma nuvem de florzinhas roxas começou a voar por todo o campo de alfazemas. Algumas amarelinhas também se destacavam no meio das roxas, não dando para saber de onde vinham.


    [Narração]  Amanda (Nix) Large


    Era a coisa mais linda que a jovem modelo já havia visto. A luz do luar estava incidindo sobre aquela clareira de alfazemas, transformando a dança das florzinhas em um ballet cheio de brilho, movimentos suaves e uma música que, apesar de muito irritante, parecia acalmar os medos da garota. Logo, uma florzinha pousou em uma das mãos da garota, ainda cantarolando a musiquinha. Apesar de o ritmo ser feliz, a florzinha não parecia contente.


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    A música falava sobre ninguém estar sozinho no “sonhar”, que sempre havia alguém a sua espera... Onde quer que a pessoa vá. Vários trechos sobre isso, sendo alguns, claramente um aviso: “Cuidado com a companhia que brilha, pois além de bonita, pode ser uma armadilha”. Cantarolavam essa parte, dançando em volta da menina. Apesar dos alertas, os movimentos pareciam deixá-la totalmente confortável, até mesmo sonolenta.

    Após alguns instantes, sentiria uma das florzinhas puxar o brinco azulado de sua orelha. Doeu bastante e saiu até sangue, mas nada foi pior que ver a fadinha voando pra longe, com ele na mão. O brinco havia sido dado pela bisavó da menina, em uma noite que ela estava tendo um ataque de pânico por medo do escuro. Era o que dava coragem a ela, quase sempre, a ajudando a enfrentar as situações que mais amedrontavam. Antes, não tinha reparado como o brinco ajudava... Mas sem ele, o medo que sentira ao chegar ali aumentou umas dez vezes, mesmo com as alfazemas bonitinhas a sua volta.

    O único impulso que teve foi de correr atrás da flor que carregava seu brinco. Precisava recuperar a sua coragem.

    A flor entrou na floresta escura, sendo imediatamente escondida pela escuridão. Assim que a menina estava quase entrando na floresta, ouviu algo se mexendo por entre as árvores e um uivo, não muito distante, a fez parar.

    Estava tremendo. Precisava de seu “escudo” de volta.


    Responder >AQUI<

    .::Tópico Pausado::.







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