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    Novos Horizontes

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    Mensagem por Soviet Sáb Jul 15, 2017 3:23 am

    19 de Eleint de 1372

    A manhã estava fria e o céu limpo.

    A natureza no Norte era imponente e agressiva, e as Montanhas Inferiores eram boas representantes disso. Era impossível não perder o fôlego apenas por imaginar a vista do ponto mais alto das montanhas, deitada aos pés daqueles titãs de rocha maciça. A jovem druida, olhando para o céu infinito acima dela, notou como tudo também estava silencioso aquela manhã; os pássaros não cantavam, o seu logo estava mais quieto que o costumeiro e até o rio Rauvin estava mais silencioso que o normal. Katherine teve a impressão de que todo o resto da natureza, mais atenta aos próprios instintos, estivesse atenta à algo que fosse acontecer em breve. Nem mesmo uma brisa era sentido.

    Acompanhada de Oromis, a druida desfez o pequeno acampamento onde dormira com seus mestre e os dois continuaram a viagem para a Floresta Alta. O caminho desde a Floresta da Lua foi longo, 3 dias contornando as Montanhas Inferiores, caminhando pela margem oriental do Rio Rauvin mas, graças aos deuses, sem imprevistos. Mimetizando o comportamento do mundo ao redor, os dois caminhavam em silêncio.

    Se as Montanhas Inferiores eram um símbolo do poder da natureza no Norte, o mesmo pode ser dito sobre a Floresta Alta. De muito longe já era possível ver com clareza as copas das enormes árvores que cresciam ali e a floresta se estendia por tantos quilômetros, com diversos tons de verde se misturando, que não dava para ver muito bem onde ela termina. O resto da viagem tomou toda a manhã, mas a longa caminhada foi recompensada. O cheiro de terra e folhas era forte e reconfortante e, de vez em quando, o vento trazia o cheiro de frutos frescos. Katherine passou boa parte de sua vida em uma floresta, mas nunca a jovem druida conseguiria formar na sua mente o que a Floreta Alta era; foi preciso que a elfa visse com os próprios olhos para entender tudo o que Oromis lhe contara durante a viagem. A druida via árvores seculares com troncos grossos o suficiente para se esculpir uma casa e logo ao lado haviam árvores da altura de Katherine e tão jovens quanto a druida, quase todas elas com os galhos e troncos cobertos por limo e outras plantas menores.

    Apesar da quietude anormal, era possível ver que cervos, pequenos roedores e pássaros dividiam harmoniosamente o espaço com lobos e aves de rapina, e o Forte Portão do Inferno, de onde surgiram demônios que assolaram boa parte da porção norte da floresta, agora está destruído e junto com ele se foram quase todas as criaturas do Abismo. Oromis contou que Turlang, um ente antigo e poderoso que toma conta da floresta, reconquistou muitos quilômetros ao norte, devolvendo a terra às árvores. Katherine e seu mestre cruzavam agora a porção noroeste da floresta, conhecida como a Floresta de Turlang, mas eles não poderiam se demorar ali, deviam seguir mais para o sul, até os Olhos de Selûne, uma enorme clareira que fica às sombras da copa do Vovô Árvore, um ser sagrado até mesmo para os deuses da natureza, onde seria celebrado o Equinócio de outono daqui dois dias.

    - Eu espero que aprecie os dias que passaremos aqui, Kat -Katherine havia ganhado esse apelido muitos anos antes de Oromis - Eu cresci aqui, filho de elfos que não vivem mais nestas terras por terem escolhido o exílio, mas eu não conseguiria abandonar esta floresta. Já me dói o bastante viver do outro lado das Inferiores - Oromis era sereno e seu tom de voz era grave e baixo, mudando apenas quando ele estava muito feliz ou extremamente irritado. Katherine conseguia ver em seu rosto uma alegria que nunca tinha visto antes - Nós dormiremos com os Fantasmas da Árvore hoje, e não precisa se assustar com esse nome, eles são uma tribo de Uthgardt que ajudam na defesa da floresta. Já faz algum tempo que eu queria te trazer na Floresta Alta, então passaremos alguns dias aqui após as celebrações de amanhã.
    Eleonor
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    Mensagem por Eleonor Qua Jul 19, 2017 12:07 am


    Katherine Peltrow
    Druida, Nível 1, Neutra e Boa

    O silêncio da floresta causava um hibrido de preocupação e calma em mim. Estava acostumada aos sons da vida selvagem e a ausência de tais sons dificilmente significava boa coisa. Se uma ave parava de cantar ou erguia voo e não pousava no galho seguinte, havia um predador próximo ou alguma outra coisa lhe havia assustado. A maioria dos animais reagia da mesma forma, além de toda natureza parecer silenciar-se diante de um grande pesar. Tentei não transparecer muito isso, pois temia que proferir aqueles temores todo o mal de repente se concretizasse. Claro que ao mesmo tempo tinha um lado bom: o silêncio me ajudava a pensar melhor e avaliar as situações e era melhor para dormir a noite, mesmo que isso me deixasse sobressaltada com muita frequência. O tempo de sono me fora o suficiente e sem tantos problemas assim para descansar, entretanto por mais de uma vez olhei ao redor para garantir que não havia nenhuma criatura a espreita enquanto dormíamos.

    Após desmontarmos o acampamento e seguirmos viagem, passei a me distrair com a beleza da natureza e seus domínios. Poderia passar décadas a fio admirando aquela paisagem e ainda não seria o suficiente para que todos os detalhes fossem assimilados e aquela maravilha me fosse suficiente. As arvores, as flores, o verde das folhas e do musgo, os animais... Tão belo, tão fascinante! Não me arrependia de ter aberto mão da vida em uma cidade por aquilo. Dava trabalho, sim, viver na floresta como representante de sua vontade, mas valia a pena cada segundo. A cada animal cujas feridas haviam sido curadas e ele salvo da caça desmedida, cada arvore e planta que crescia sem ser destruída pela ação dos homens, cada animalzinho que eu via nascer e crescer... Poderiam parecer insignificantes a uma pessoa normal, porém para mim tinha um significado especial. Cada ser vivo, cada nova criatura da natureza que não desequilibrava a natureza me era tão importante.

    A animação da celebração do Equinócio somava-se a euforia de estar em um lugar tão belo e novo. O sorriso em meus lábios era capaz apenas de expressar uma pequena parcela do que eu sentia e creio que fosse difícil alguém que não partilhasse pelo mesmo amor que eu compreender tamanha felicidade com algo tão... Simples. Quando Oromis contou-me o que ficariam um tempo por ali, não posso negar que gostei bastante da noticia.

    Certamente apreciarei! Seria preciso ser muito insensível para não ser capaz de apreciar um lugar tão belo. Pareces mesmo gostar muito daqui... Sei que a viagem é não é a mais rápida do mundo, mas poderia vir matar a saudade as vezes. Acho que eu e Poe não vamos ter causado muitos problemas quando voltasse. Ou não mais que o normal, pelo menos. — A ideia de abrir mão da companhia dele ou de seus sábios conselhos não me era agradável, mas se esse era o preço de alguns momentos de felicidade de Oromis, valeria a pena. Quando havia dito mais problemas que o normal, disse sabendo que cometia erros. Estava bastante consciente de minhas falhas, minhas ignorâncias e necessidades. A verdadeira sabedoria repousava no auto-conhecimento para, só então conhecer o outro e o que estava ao seu redor.

    Por que o nome da tribo é Fantasmas da Arvore? Posso presumir que há alguma história por trás do nome tal como há por trás de tantos outros? — Haviam dezenas de perguntas que eu ainda queria fazer, mas eu aprendi a arte da paciência com o elfo. A natureza fazia tudo ao seu tempo e as respostas viriam em momentos certos, caso as perguntas certas fossem proferidas e a pessoa esperasse o suficiente para tal. — Hm, Oromis? Existe algum motivo especial para ser tão quieto aqui? Não escuto o canto dos animais, seus sons de caça ou outros ruídos tão naturais.

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    Mensagem por Soviet Ter Ago 15, 2017 4:40 pm

    Oromis inspirou, preparando o fôlego para a resposta que daria à sua tutelada, mas o ar entrou e saiu silenciosamente, deixando o druida com uma expressão engraçada no rosto e uma mão coçando o queixo, algo que Oromis sempre fazia quando estava encabulado.

    - Não sei! Nunca tinha pensado no motivo dos Fantasmas da Árvore terem esse nome. Sei apenas que os primeiros membros vieram de uma outra tribo Uthgardt, os Ursos Azuis, muitas décadas atrás, e que hoje protegem o Vovô Árvore - Oromis tinha um sorriso amarelo no rosto que logo deu lugar à expressão normal do druida- Acho que nós nos importamos com aquilo que nos importa. Eu nunca me interessei pelos motivos deles terem escolhido esse nome, só com o fato deles protegerem o Vovô.

    O vento soprou forte de repente, trazendo sempre o frio consigo, e pegou os dois druidas de surpresa, arrancando arrepios de ambos.

    - Eu não venho muito para a Floresta Alta por causa dos meus deveres como druida. Você ainda não sabe nada sobre isso, mas logo terá as suas próprias. Druidas abdicam muitas coisas para servir à natureza e seus deuses, por isso eu preciso aproveitar as chances que me são dadas - Oromis havia terminado, mas um gosto amargo veio com aquelas palavras e o druida tentou adoçá-las pouco tempo depois - Isso não quer dizer que eu não possa vir aqui quando quiser, mas que me falta tempo. É impossível vir até a Floresta Alta e ficar apenas alguns dias, e minha ausência onde sou essencial por colocar muitas coisas em risco. Nunca esqueça que humanos são seres gananciosos e mesquinhos, eles derrubariam uma floresta em dias se a madeira valesse ouro o suficiente.

    Essa não era a primeira vez que Oromis falava isso sobre os humanos e não seria a última. O druida guardava alguma mágoa, medo ou ódio passado e isso ainda afetava a forma como o elfo via os humanos. Reforçando o peso das palavras do druida, o silêncio ainda era total. Apesar disso, a vida estava por toda a parte na floresta. Enquanto caminhavam, Katherine e Oromis cruzaram com cervos e pequenos roedores, viram pássaros amontoados nos galhos dos carvalhos, cedros e felsuis, águias cruzavam os céus e uma matilha de lobos bebia água em um córrego que cruzaram. Passou muito tempo antes que Oromis falasse de novo; o druida provavelmente estava pensando em algo do passado.

    - Este silêncio também me incomoda, mas não sei o que pode ser a causa. Este lugar esbanja vida, mas parece que todo ser vivo resolveu ficar quieto para passar desapercebido pelo que quer que seja. Mas não se preocupe, logo descobriremos o que está causando isso. Estou faminto, nós não comemos nada o dia todo. Quer almoçar?
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