[!ON!] Caverna dos Goblins

A noite já caia, e com isso os animais noturnos, maioria dos que viviam naquele pantano, começavam seus movimentos, os uivos dos lobos era amedrontadores, mas quem eram os lobos para pôr medo no Goblins, além de muito melhores em combate que eles? Claramente ele eram superiores. Era esse pensamento que vagava na mente, ou algo parecido, dos Goblins que ficavam de vigia na entrada do Covil. Blawgh era um desses, os turnos eram geralmente intercalados, e os chutes que ele estava levando em sua barriga provavelmente indicavam que era sua vez.

O Goblin que o acordava tinha a pele vermelha e marcada por todos os lados com cicatrizes, era muito feio, feio até mesmo para os padrões Goblins. -Acorda! Sua vez! Gritava ele, mas além de Blawgh que era chutado não parecia ter efeito em mais ninguém.

Blawgh acordou com os chutes do feioso, todo mundo era muito igual mas aquele ali se destacava - Para de me chutar porra! Urrava o goblin verde e gordo enquanto se levantava com dificuldade por causa da barriga, só para notar que ele era o único que tinha acordado. Ser acordado sempre deixava Blawgh de mau humor, sozinho só piorava e ser mau humorado era a sua maior especialidade. Blawgh pegava o seu arco, passava chutando quem tivesse pelo chão até chegar na entrada e ali se preparava para morrer de maneira idiota como todo goblin para lutar contra alguém mais forte que ele quem viesse encher o saco.

O vermelinho saia de perto de Blawgh aos resmungos, mas parecia feliz por poder arranjar algum lugar para dormir. Os uivos estavam se intensificando, essa ia ser uma longa noite…

Parado ali, só ouvindo uivos, pareciam longe ainda... Blawgh se escorava com o ombro ao lado da entrada, bocejava, depois abaixava a cabeça e coçava o umbigo, era um saco ter que vigiar ali.

Blawgh se escora na entrada tranquilamente, uma leve sonolência ainda se faz presente, mas seu senso de dever, ou algo parecido, o impede de dormir. O tempo passa com a sinfonia de lobos uivando, a floresta parecia bem agitada, mas eles não se aproximavam, pelo contrário, os uivos pareciam se afastar, algo talvez estivesse errado, mas entender o que, era algo além das capacidades do Goblin.

Pelo menos até ser tarde demais. O sibilar de algo cortar o ar é o único aviso, seguido do grito agonizante de algum companheiro goblinoide… Era um ataque! E um de seus amigos já foi abatido, contando consigo ainda tinham mais quatro guardas, seriam eles suficientes? O breu da noite escondia os atacantes, mas o grito que se seguirá confirmava todo o perigo.

-ATAQUEM!!!

Blawgh quase tinha dormido, quem via o goblin conseguindo ficar acordado pensaria que ele estava muito preocupado em seu dever como guarda, na verdade ele estava preocupado em si mesmo. Os lobos com medo do caçador Blawgh se afastavam, era o que pensava o coitado.

Do nada ouvia um grito mas era de dentro, um dos outros havia morrido - Puta que pariu! - Falava Blawgh e olhando pra floresta gritava pulando de um jeito estranho e balançando o punho fechado - Vocês vão pagar! - mas corria para algum lugar que fosse mais escondido próximo à entrada. Embora fosse um idiota sabia que seria o próximo em pouco tempo, até os outros levantarem alguém morreria. Ele preferia que fosse outro, mas precisava cumprir alguma regra que dizia que o vigia lutaria, então precisava descobrir onde estava quem atacava, e preparando o seu arco dava algumas olhadas para procurar o maldito inimigo!

O instinto de covar… Sobrevivência de Blawgh o levou rapidamente em direção a uma formação rochosa perto da entrada da caverna. Não demorou para ele identificar os vultos que se aproximavam, o que vinha a frente carregava consigo um enorme machado, sua roupa era metálica e parecia refletir a luz de um jeito que a fez parecer muito legal para roubar. Logo atrás estavam duas lindas garotas, uma trazia consigo um cajado e a outra carregava consigo um arco, deveria ser ela que matou o outro Goblin.

Eles pareciam discutir sobre onde estaria os seus amigos, e como iriam carregar a cabeça de todos esses Goblins, ou algo assim. Isso enquanto calmamente caminhavam em direção a caverna...

Hmm... - Pensava o goblin gordo - garotas lindas... Matar? Pegar pra mim? - o gordo goblin percebe o arco - Deixa pra lá... melhor matar garotas primeiro, depois o do machado... Ou o do machado primeiro? - Olha pro cara do machado e repara na roupa que reflete...

Blawgh mira no cara com o machado e grita com um sorriso traiçoeiro com dentes tortos, podres e alguns faltando - A ROUPA QUE REFLETE VAI SER MINHA!!!

O grito de Blawgh alerta a sua presença para os invasores, mas não só apenas eles, os outros Goblins também parecem se agitar com a iniciativa e gritos parecidos se espalham rapidamente, todos clamando uma parte dos “espólios”, sejam as garotas ou a armadura do cara, ou mesmo o corpo do homem, seja lá pra que alguém iria querer isso...

Blawgh, o gordo, mira para dar um tiro bem na testa do cara da roupa que refletia a luz... Mas antes do tiro uma mosca voa em frente ao seu nariz e ele balança a cabeça para espantar e acaba soltando a flecha pra um lado totalmente diferente... Blawgh fica irritado com a mosca e dá um tapa nela pra tentar matar - Arggh... Homem da roupa que reflete... Luta com machado e controla mosca?

Blawgh, o goblin idiota, com medo do fantástico poder do homem que veste roupa que reflete a luz, luta com machado e controla moscas para atrapalhar o tiro de Blawgh, vai se afastando de costas com medo de que uma nuvem de moscas o cerque.

Passei direto da parte do ataque, procurei e nem vi no livro básico kkkkk malz aí.

E que azar... De 3 dados 1,2,3 em ordem ainda pra aumentar a sensação de fracasso.

A flecha voa pra longe, mas mesmo errando não deixa de alertar os três invasores quanto a presença de Blawgh, e agora as moscas eram o menor, literalmente, dos seus problemas. Ele mal vê a outra flecha se aproximar, o único aviso de ter sido atingido fora o som abafado de perfuração e a dor latejante no ombro, ao longe a garota com o arco do grupo invasor sorria em satisfação.

PuiPui estava dormindo tranquilamente perto da entrada do covil do seu bando, até que gritos o acordam, estava acontecendo uma confusão bem grande do lado de fora. Infelizmente estava de noite, não conseguia ver com clareza a situação... Mas era certo que a situação não era nada boa, podia ouvir entre os gritos de agito outros gemidos de agonia.

Blawgh, o pançudo goblin estava enfurecido, extremamente enfurecido nada mais importava após a flechada, seus olhos se arregalaram, seus dentes rangeram, com suas mãos quebrou a parte da flecha que estava pra fora deixando o que não estivesse dentro do ombro... - Moça daria boa noiva, mas agora Blawgh vai MATAR!!! - Blawgh bufava e cuspia parecia até um touro... Pegando uma flecha olhou bem em direção ao sorriso da moça e sorriu imagina o gosto de comer a carne daquela moça bonita ele queria ter o prazer de arrancar um pedaço dela viva, agora Blawgh iria se vingar pensava ele e sorria mais ainda conforme puxava a flecha e com um largo sorriso disparou com o maior ódio que já sentiu na vida...

Blawgh quebra a flecha em seu ombro, depois de um longo tempo se esforçando para isso, por sorte, do ponto de vista dos invasores, ele já estava morto e não valia atirar uma flecha em um Goblin morto, mal valia em um vivo. O que dera tempo para o ele preparar sua fecha e… Explodir! Isso mesmo, Goblins criam muitos gases dentro de si, geralmente sendo armazenados em um órgão específico para isso, para o azar do pequenino a flecha atingiu exatamente esse órgão, e ele explodiu… R.I.P Blawgh.

O Cortabucho chegará a tempo de sentir sua pele ser salpicada de pequenos pedacinhos de um dos Goblins que recém explodira. Mas isso era o de menos, o que realmente chamou sua atenção foi uma moça, com roupas curtas e bastante reveladoras, sua imagem estava bem claro, mesmo de noite, e isso se devia a iluminação da bola de fogo que ele trazia em suas mãos e lançava em direção a entrada da caverna… Em direção a PuiPui!

Por sorte a esfera flamejante não atingiu ele, mas os ruídos de agonia de alguns Goblins logo atrás de PuiPui e a queimação que sentia em suas costas indicava que apenas uma daquelas bolas e ele seria um bela churrasquinho de Goblin.

A adaga acerta em cheio a coxa da mulher, linda coxa alias. Mais uma linda cena de aventureiros arrogantes que não usam boas armaduras. Só que para o azar de Cortabucho agora a feiticeira estava focando toda a sua atenção nele, e a atenção dela era bem quente, no estilo de uma bola de fogo sendo lançada em sua direção...

PuiPui se joga para o lado no último instante, salvando-se de se tornar torradinho de Goblin. A esfera de fogo é engolida pela escuridão da caverna, gritos de outros Goblins são ouvidos no fundo.

Aproveitando a chance de agir, Cortabucho lança outra adaga em direção a feiticeira, só que dessa vez a mesma tenta esquivar, uma tentativa falha, habilidades físicas não eram o forte dos estudiosos de toda forma. Um profundo corte é deixado no ombro da moça, seu rosto já estava retorcido de dor, outros Goblins também tinham atacado ela, seu estado não estava muito bom.

Mas nos seus lábios o que se faz presente é um sorriso maligno, junto ao entoar de outro cântico, mais longo que o das bolas de fogo, mas as palavras dele são obscurecidas por trovões que começavam a retumbar no céu...

PuiPui se desespera ao ver toda aquela comoção, imaginando uma bola de fogo gigantesca entra em desespero, e sem pensar, se bem que sempre é sem pensar, ele atira sua penúltima adaga na feiticeira.

Num impensável resultado a sua adaga que se dirige na direção errada acaba sendo soprada pelos fortes ventos que tinham aparecido do nada. No fim a adaga acertará a feiticeira, indo fundo no seu coração.

No mesmo instante que a feiticeira cai morta o céu ruge conforme o que a garota estava invocando sai de controle, relâmpagos tomam o céu e caem na terra como gostas de chuva. O cheiro de carne carbonizada toma o local, Cortabucho sente sua pele arrepiar e...