por Sademon Sex Ago 03, 2018 7:58 pm
Acordou se sentindo bem. De fato, há muito tempo não havia saboreado o prazer de acordar se sentindo descansado e pronto para colocar os pés no chão. Espantou alguns insetos da cama - a maioria morta pelo peso do corpo durante a noite - e levantou-se, vestindo as mesmas roupas que havia usado no dia anterior. Caminhou rapidamente até o baú no quarto e o abriu. Parou ali por alguns instantes, observando o conteúdo do recipiente e gastando alguns pensamentos com aquilo que poderia ser feito. Por fim, levou a mão até o baú e seus dedos tocaram algo e em seguida, o levou até o bolso da calça.
"... ha, mas é claro que eu não me esqueceria de você." - sorriu Isaac, tateando seu longo chapéu de couro escorado na porta de madeira do quarto. Foi até a cozinha, seu estômago o avisando com insistência que a boca também deveria ser alimentada. Comeu o máximo que poderia comer, sentindo pouco do sabor dos pães e virando dois copos de água que havia sido despejada em um vaso de barro.
'clap, clap' - ouviu palmas vindas do lado externo da pequena casa. Apesar de miúda e pouco confortável, aquele recinto era capaz de trazer certa animosidade ao holandês obstinado. Era como se aqueles pequenos cômodos o protegessem das incertezas que por vezes, brotavam em sua mente agitada. Na porta, um homem moreno, com denso bigote e uma espécie de sorriso indecifrável sobre os lábios falava sobre assuntos desconexos.
"Acho que não dormi o suficiente." - disse Hofman, apertando os olhos com a palma das mãos. O homem riu - provavelmente não entendendo nada que disse - e o apresentou um mapa amassado que Isaac logo reconheceu como as relevos das redondezas. Abriu a porta, aproximando-se do homem e permaneceu alguns instantes observando as linhas e para onde elas o levariam. Ergueu o queixo, observando as nuvens e finalmente começaram a caminhar.
"Tem certeza que não consegue alguma companhia para a expedição?" - perguntou Isaac, esticando um dos olhos para seu companheiro. "Um filho, primo, amigo... um burro de carga?" - e calou-se, imaginando que verbalmente estaria sozinho.