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    Eliora Faeth (Rosenrot)

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    Eliora Faeth (Rosenrot) Empty Eliora Faeth (Rosenrot)

    Mensagem por Nietzsche Qua 25 Jul - 3:23

    Sonho & Pesadelo


    Amsterdam, 20 de maio de 1940.

    Eliora Faeth (Rosenrot) P0xPTB0

    A barriga roncava ao sentir o cheiro da chalá no forno, sua mãe é uma ótima cozinheira. Sexta-feira, em breve sua família, como qualquer outro lar judeu, estaria celebrando o Shabat, cumprindo seus devidos requerimentos de shamor e zachor (mantê-lo e lembrá-lo).

    Aliza, a irmã mais velha preparava a mesa com as velas, o cálice em que o vinho seria santificado, tarefa do pai, na realização do Kidush.

    Enquanto isso, a jovem Eliora lia Da Terra à Lua, um romance de ficção científica do escritor francês Júlio Verne, publicado em 1865. Contava a história de um pretensioso grupo, na tentativa de construir um canhão poderoso o suficiente para lançar um projétil até a Lua. A imaginação da garota se perdia com os pensamentos cotidianos, das matérias acadêmicas e do seu futuro, além dos pretendentes que já mostravam interesse casar-se com ela, mas era um assunto que não se interessava ainda.

    Seu pai chega em casa com um complemento para a noite, chamando as filhas e a esposa para ver o que era. Ao descer as escadas para o andar inferior, primeiro via o pai abraçar a mãe e beijar sua testa, enquanto a irmã admirava a imensa torta de maçã na mesa. Parecia deliciosa, mas à medida que se aproximava da mesa sentia algo estranho, um líquido começava a escorrer dela, era... sangue.

    Tudo fica escuro, um zunido corta o ar, gritos ressoam com muitos outros, sendo abafados pelos barulhos das bombas. O máximo que conseguia ouvir era sua irmã gritando, enquanto segurava sua mão, ordenando que a obedecesse, que estava cumprindo ordens do pai.

    Eliora Faeth (Rosenrot) YXRBgFb

    Eliora acordava suando, o sonho havia virado pesadelo, em questão de segundos começava a colocar a memória em ordem. A forma como Rotterdam foi atacada, sua irmã à guiando em meio ao desespero, como haviam chegado até Amsterdam e à casa daquele desconhecido, Markus, um amigo do seu pai. O porão era velho, mas incrivelmente não tinha mofo, apenas um cheiro de "livro velho", não que reclamasse, eram seus maiores companheiros.

    Aliza estava encolhida na cama, tinham de dividir a mesma, 6 dias haviam se passado sem qualquer notícia dos pais. A irmã mais velha tentava segurar o choro junto desespero, mas tinham coisas que Eliora sentia sem as pessoas precisarem falar, ela não sabia como. Por enquanto tinham de ficar escondidas, como o anfitrião havia aconselhado, até entenderem a situação em que se encontram.

    Lembrava um pouco seu pai, era metódico e tinha muitos livros, por sinal brigavam com eles por espaço e com outras "bugigangas" que Eliora não entendia pra que servia, mas parecia material pra produzir remédios, algo sobre química. Não sabia se podia confiar totalmente em Markus, mas não tinha escolha.

    Um barulho assustava a garota, havia sido no porão, tinha medo de ser algum rato no meio das pilhas de livros pelo chão. Corria e pegava uma vassoura, empunhando-a para averiguar do que se tratava. A fonte do ruído havia sido um livro, que estranhamente havia caído de onde estivesse, sem derrubar nenhum outro ou desarrumar as pilhas de livros pelo chão e das pequenas estantes.

    A recordação do sonho, com ela lendo o livro, era estranha. Porque não lembrava de um dia ter visto ou lido o livro, como nos sonhos saberia do que se tratava o seu conteúdo. Só havia uma forma de descobrir, pegando ele em suas mãos, abrindo e lendo... se não fosse um pequeno problema, estava em francês.

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    Mensagem por Rosenrot Qua 25 Jul - 14:51


    Amsterdam, 20 de maio de 1940.


    Tudo tinha mudado tão repentinamente para elas - e para a família num geral - que Eliora ainda tinha bastante dificuldade de conseguir lidar com tudo aquilo. Então aquele sonho era quase um balsamo diante de tanto terror que vinha acontecendo na vida dela e da família, lembrando momentos de paz e de amor, coisas das quais ela sentia falta quase que a todo o momento desde a noite em que deixará sua casa... Mas aparentemente mesmo ali, onde a realidade era relativa e moldavam, os terrores conseguiam se instalar e transformar um momento de paz em momentos de pânico e desespero. Eliora sentou-se na cama em um único impulso, os olhos bem abertos e a respiração descompassada.

    Olhou em volta muito rapidamente, como se tentasse ter certeza de onde estava, as coisas em sua mente ainda estavam muito frescas e juntando tudo que vinham passando nos dias após sua saída repentina de casa... Ela sabia que a irmã estava tão ou mais assustada que ela, por mais que tentasse manter isso sob um manto de confiança e esperança, Eliora por algum motivo conseguia enxergar além daquelas facetas, e ela também não confiava tanto assim no homem que as hospedava, não tanto quanto a irmã, existia nele algo que Eliora achava curioso - e talvez perigoso -, mas preferia não verbalizar essas suas dúvidas com a irmã que parecia tão disposta a ajudá-lo e tornar-se útil.

    Estava prestes a deitar-se novamente quando escutou o barulho, ela se levantou agora num misto de medo e curiosidade e aproximou-se da vassoura, pegando-a com ambas as mãos e movendo-se lentamente em direção ao barulho, espreitou vagarosamente - seu consciente insistia em dizer que podia ser apenas um rato -, mas seu subconsciente perturbado pelas imagens do sonhos e pelas coisas que aconteceram anteriormente insistiam em lhe aterrorizar em imagens de algum Alemão por qualquer motivo que fosse - talvez Markus as tivesse entregado? - aparecendo por ali.

    Mas então Eliora viu o livro e ficou um minuto ou dois sem qualquer reação, observando a capa, observando como a coisa toda tinha acontecido, depois desse pequeno lapso, ela finalmente se moveu e pegou o livro nas mãos, encostando a vassoura em um canto. Abriu e folheou algumas páginas, lembrando de trechos mesmo sem nunca ter lido aquilo, mas não podia lê-lo agora também... Aquele idioma não lhe era familiar. Eliora olhou em volta... Talvez Markus tivesse um dicionário Francês no meio de todo aqueles livros? Talvez, valia tentar. Então começou a sua busca.
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    Mensagem por Nietzsche Sex 27 Jul - 9:03

    Achados & Perdidos
    Existiam dezenas de livros pelo local, talvez centenas, tanto nas pequenas estantes quanto no chão, pilhas que eram maiores que a própria Eliora e quase alcançavam o teto.

    Eles eram metodicamente organizados, por ordem alfabética, número de edição e língua. E eram muitas línguas, algumas que Eliora mal conseguia entender do que se tratava de olhar a capa, mas não demorou até achar onde o material em francês estava. Um grande dicionário se postava na base de uma grande pilha de livros franceses, conseguia o identificar pelas letras da lateral "Nederlands-Frans Woordenboek", ter que retirar todos os livros para conseguir tê-lo em mãos seria trabalhoso, teria que pegar uma escada ou ficar nas pontas dos pés em uma cadeira e ir retirando parte por parte, os livros eram antigos, grandes e pesados.

    "Basta puxar, rápido o suficiente para que os outros não tombem."

    O pensamento vinha em sua mente, como alguém a aconselhando, mas de uma forma animalesca, como se estivesse agindo por instinto.

    Na mesma velocidade que puxava o dicionário, se arrependia na sequência, tendo somente o tempo de colocar as mãos em posição defensiva para proteger o rosto e ser "soterrada" pela pilha de livros que desmoronava. O barulho acordava Aliza, que levantava chamando pela irmã mais nova.

    Eliora empurrava os livros para o lado, enquanto ria, ainda deitada no chão e com o coração acelerado pela adrenalina, certificando-se que estava tudo bem. Ela havia soltado o dicionário no "desabamento" de livros, estava jogado por algum lugar do chão, apesar de um novo livro chamar a sua atenção, repousando sobre seu colo, deve ter parado ali depois do incidente.

    Era curioso e misterioso, pesado, com uma cinta na lateral que o matinha fechado, uma Magen David estava esculpida na base da capa, abaixo do que parecia uma grande árvore em florescimento.

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    Mensagem por Rosenrot Sex 27 Jul - 12:49


    Amsterdam, 20 de maio de 1940.


    Por mais que gostasse de ler, Eliora não podia acreditar que uma única pessoa pudesse ler tantos livros assim, observava as pilhas com alguma admiração e descrença, teria mesmo o anfitrião lido tudo? Achava que a resposta era não, então porque os guardava ali, longe dos outros? Bem, eram perguntas que ela não tinha como responder por agora, portanto se concentrou inteiramente na tarefa de localizar o que pretendia encontrar.

    Quando finalmente localizou o que buscava, ficou um momento ou dois tentando criar alguma estrategia para alcançar seu rápido objetivo e lá estavam aquelas ideias doidas que surgiam às vezes e que também às vezes ela escutava, como escutara agora. Puxou o livro, apenas para ver que aquilo não ia dar certo. Protegeu-se como pode, mas acabou deitada no chão, praticamente soterrada por uma avalanche de palavras.

    Riu, mas seu riso logo morreu e as mãos foram instantaneamente à boca, lembrando-se de sua situação - não tinha ideia que fora da casa nenhum barulho era ouvido - e ela não podia fazer barulhos, no fim das contas. Ignorou por hora os chamados da irmã e preparava-se para se levantar para arrumar toda a bagunça que aprontará e resgatar o dicionário... Mas então notou o livro em seu colo. Ela se sentou, observando atentamente a capa - não se lembrava de ter visto nada como aquilo nas bibliotecas - conferiu se a cinta da lateral estava desbloqueada, para tentar abrir o misterioso livro.
    ?
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    Mensagem por Nietzsche Dom 29 Jul - 23:54

    Brilho Esquecido
    O livro se encaixava com maestria nas mãos de Eliora, um formigamento incomum tomava conta das pontas dos dedos. Era como se ela e o objeto fossem íntimos, mesmo tendo consciência que nunca havia sequer visto o material, incrivelmente belo ao mesmo tempo rústico, com a capa entalhada, com todos aqueles símbolos e por fim a alça lateral que o mantinha fechado.

    Aliza havia levantado da cama, vendo a irmã com o livro no colo, sem entender o porquê da mesma ainda não ter levantado e começado a ajeitar aquela bagunça, eram hóspedes de um desconhecido que se colocava em risco para ajudá-las, manter arrumado o local onde ficavam era o mínimo a se fazer.

    Os chamados da irmã mais velha pelo nome de Eliora se perdiam na mente da jovem garota, o coração pulsava rápido, como se abafasse a voz de Aliza. Era como se estivesse em um transe, que atingia o ápice ao encostar na fivela e abrir o livro.

    Eliora Faeth (Rosenrot) O90NnOD

    Tudo ficava escuro, a presença de Aliza sumia, o cheiro do porão e o próprio tato do chão.

    Eliora abria os olhos, estava em uma clareira no meio de uma floresta, mas não era normal. Tudo era mais brilhante, mais cheio de vida, era como se sentisse que as árvores conversassem uma com as outras, que a brisa soprando as folhas caídas fosse uma antiga cantiga, de uma língua esquecida pelos homens. Um brilho chamava sua atenção, fazendo-a se virar.

    Era uma gigantesca raposa, com um símbolo na testa que Eliora desconhecia. Em uma situação normal estaria aterrorizada pela criatura a estar encarando fixamente com aqueles grandiosos olhos alaranjados, mas estava sentindo uma incrível alegria, era como a sensação de estar revendo um antigo amigo.

    O livro ainda estava em suas mãos, que agora brilhavam, cintilando ao ser banhada pela luz prateada do luar, todo seu corpo emitia uma forte luminescência. A raposa se aproximava e repousava sobre as patas, abaixando a cabeça como um gesto de reverência, fantasticamente falando em seguida:

    Cerridwen, é um prazer revê-la.
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    Mensagem por Rosenrot Sex 3 Ago - 13:28


    Amsterdam, 20 de maio de 1940.


    "A curiosidade matou o gato", tinha ouvido muitas e muitas vezes, quando criança, avida por descobrir e fuçar nas coisas tão novas a sua percepção recém descoberta. Aquela frase começará a morrer uns anos atrás, mas ainda era bastante vivida na memora da jovem. Seu gosto e necessidade pelo novo nunca tinham lhe abandonado e agora, ali, sentada no que parecia um porão, de um completo desconhecido para si, enquanto seu próprio povo vivia momentos de terror, Eliora pegou-se extremamente curiosa a respeito de um único livro pousado em sua mão aparentemente pelo acaso e destino.

    Sentiu o formigamento nos dedos e chegou a soltar um dos lados do livro para olhar a mão, mas isso durou pouco tempo, aquele livro, de alguma forma estranha que Eliora mal podia conceber, parecia ter sempre pertencido a si. Os chamados de sua irmã eram segundo plano, para tudo que se passava em sua mente agora, nada mais importava, nada além dela e do livro.

    Houve um leve segundo de hesitação, mas ele passou tão rápido quanto chegou e Eliora levou os dedos a fivela do livro, disposta a abri-lo de uma vez.

    Seu primeiro sentimento diante da escuridão fora medo: tinha aprendido a temê-la por um geral. E seu isolamento dentro de um porão por tanto tempo não ajudava em nada com aquilo. Portanto quanto o tato e o cheiro se perderam, Eliora foi tomada por uma súbita torrente de medo puro. Piscava diversas vezes, para se certificar que estava de olhos bem abertos, mas mesmo assim continuava sendo engolida pela escuridão completa. Quando finalmente ao abrir os olhos uma vez mais, viu-se agraciada pela luz, seu segundo sentimento no decorrer daqueles acontecimentos fora surpresa. Pôs-se a olhar tudo com curiosidade e fascínio. Os olhos percorrendo as árvores e o céu, as folhas e as flores, apesar da irracionalidade de tudo aquilo, seu encantamento era maior do que qualquer razão que pudesse findar aquele momento.

    Era uma fuga.

    Então ela virou-se, acompanhando o brilho estranho que surgia, não se lembrava de em qualquer momento de sua vida ter visto uma raposa tão de perto, tão pouco uma peculiar como aquela. Apertou os dedos em volta do livro que ainda segurava. Tinha o olhar fixo no majestoso animal e tudo que sentia em relação a ele era bom e confuso, mas sua maior surpresa foi ouvir a criatura falar. Eliora franziu o cenho e olhou em volta rapidamente, como quem busca o alvo daquele dialogo, porém existia apenas ela e a criatura.

    - Mas... - Sua voz era baixinha, quase tímida. - Eu não sou essa que você chama. - E não era - ao menos achava que não -, mas queria ser, ah se queria ser.
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    Mensagem por Nietzsche Dom 5 Ago - 19:38

    Passado, Presente e Futuro

    Eliora Faeth (Rosenrot) IfrhKXk

    A gigantesca raposa abria um imenso sorriso ao notar que Eliora Faeth estava confusa, se prontificando a cavar na grama frente à moça, enquanto mantinha a conversa:

    — Ah sim, você é, apenas não se lembra, ainda...

    À medida que escavava, uma chapa de metal podia ser vista. Era uma mulher, com os cabelos esvoaçantes, segurando o que parecia um caldeirão com o líquido interno ganhando vida, formando ondas e tentáculos para fora. Instintivamente Eliora se ajoelhava e tocava a superfície, fazendo com que os olhos da escultura que estavam fechados se abrissem.

    Foi então que imagens percorreram a mente da jovem. Eram imagens de outras vidas, como flashbacks, em outros corpos; às vezes donzela, outras como mãe e por fim uma anciã. As 3 eram ela e ela era as 3.

    Uma voz maternal vinha na sua própria mente, mas ao mesmo tempo fazia com que seus lábios proferissem aquelas palavras.

    "Eu sou você e você sou eu, nós fomos, somos e sempre seremos. A Deusa Tríplice, no infinito ciclo de vida e morte, começo e fim, ressurgimento contínuo, renovação."

    O nome da gigante raposa surgia na sequência, Sionnach, que abanava o rabo na medida que era reconhecida.

    Sionnach: — Cerridwen, minha senhora, continuo sendo um servo fiel. - abaixava a cabeça, para receber as carícias das pequenas mãos da jovem garota, se comparadas à proporção da cabeça da raposa.

    Todo o corpo de Eliora Faeth brilhava fortemente, iluminando o bosque próximo. Se fechasse os olhos, podia escutar um baixo "zumbido" que parecia ser emitido dessa luminescência.

    "Explique para ela, não temos muito tempo."

    Sionnach: — Eliora, você não está alucinando, isso realmente está acontecendo. Você é você, ao mesmo tempo que é Cerridwen, o espírito dela está unido ao seu e agora acordou, o que faz você ser capaz de me ver, me conhecer e estar no Mundo Espiritual. Olhe por você mesmo...

    A raposa olhava para o bosque lateral, quando dezenas de animais se aproximavam, olhando curiosos entre as copas ou troncos das árvores, ainda receosos de se aproximar mais. Eram como animais comuns, apesar de alguns terem a aparência maior, como uma fumaça etérea e alguns até um brilho chamativo.

    Sionnach: — Você nunca mais verá o mundo da forma conhece, você é uma pessoa nova com uma alma antiga, é o que o seu povo chama de Avatar. Você é a Senhora dos Espíritos.

    "Maga, bruxa, feiticeira, única, bela, especial e mulher..."

    Sionnach: — Eu sou Sionnach, o espírito protetor dos conhecimentos da Grande Mãe, o grimório que você abriu, algo que não acontecia em séculos.

    Todos esses acontecimentos repentinos eram dificilmente absorvidos por uma mente sã, o que fazia a pobre Eliora questionar a própria lucidez, mas era estranhamente acolhedor. Como uma verdade inevitável, que apesar de causar muita dor, é melhor do que permanecer vivendo em ilusões.
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    Mensagem por Rosenrot Ter 7 Ago - 9:24



    -Quem é você? – perguntou ele com a voz
    rouca enquanto uma escuridão mais funda
    que a noite começava a levá-lo.
    -Sou três mulheres
    ouviu-a responder, e era como se ela estivesse
    falando do alto de um poço
    profundo no qual ele estivesse caindo
    – Eu que era; eu que não tinha direito de ser,
    mas era; e sou a mulher que você salvou.
    Eu lhe agradeço, pistoleiro.

    Susannah Dean - O Pistoleiro


    Por um momento, a sensação de que tudo aquilo era apenas a extensão deu se próprio pesadelo - talvez um jeito um tanto louco de escapar - lhe caiu como uma chuva de verão. Repentina e fria. Elioria observou a raposa novamente, focando-se dessa vez nos detalhes da criatura, tentando forçar a mente a por alguma razão em toda aquela aparente loucura. Como não se lembraria de algo assim? Ela se lembrava de muitas e muitas coisas, como não se lembraria de algo tão exótico e extraordinário?

    Quando a criatura começou a escavar o chão, Eliora voltou o olhar para o que era revelado e viu-se ajoelhando-se para tocar a imagem, sem compreender exatamente o motivo do ato. Não se lembrava - até aquele instante - de ter visto nada tão bem trabalhado daquele jeito, porém quando os olhos da imagem se abriram, sua mente explodiu em recordações - que por um breve instante não achou pertencer a ela -, porém isso passou tão rápido quanto veio, eram suas memórias, de um jeito ou de outro, pertenciam a si. Levou uma das mãos a cabeça da raposa e os dedos finos e pequenos acariciaram o pelo rubro do animal, mas sua mente vagava tão longe daqui que mal podia entender o próprio ato. Seu olhar voltou-se a raposa quase instantaneamente quando ela voltou a falar.

    Acreditar que não estava alucinando era uma tarefa difícil, mas não impossível, o que lhe chamou a atenção tinha sido a citação sobre o "mundo espiritual", tinha morrido na queda dos livros? Era isso? Faltavam-lhe certezas para atestar o fato, mas ali certezas não pareciam reger qualquer coisa. Ela ouviu atentamente tudo que lhe era dito, mas compreender era algo ainda longe de suas possibilidades. Muita coisa continuava confusa em sua cabeça, um caleidoscópio de perguntas que não se ajeitavam para serem feitas girava e girava olhou o livro mais uma vez, como se isso fosse ajudar a acalmar a própria mente e colocar estranhamente os pés no chão.

    E no meio de todas as confusões, apenas uma pergunta brilhou na mente dela.

    - Eu morri?

    ?
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    Mensagem por Nietzsche Sáb 11 Ago - 15:20

    Uma Sombra no Horizonte

    Eliora Faeth (Rosenrot) QBJIjHe

    Sionnach: — Morrer? Não, pelo contrário! Sua vida começou agora, até então estava apenas dormindo, com os olhos fechados em um mundo que esqueceu a mágika, os espíritos, as maiores maravilhas que já existiram e os maiores perigos também. Você está passando pelo o que seu povo chama de O Despertar.

    A raposa parecia gostar das carícias na cabeça, abrindo um sorriso ao ver outros espíritos de animais se aproximando, um fascínio no olhar deles podia ser notado ao ver o brilho que emanava de Eliora.

    "Temos pouco tempo, conte-a Sionnach."

    Novamente aquela "voz" que emergia do fundo da mente de Eliora, uma voz antiga e imperativa, fazendo-a mover os lábios e repeti-las.

    Sionnach: — Eliora, o brilho que emana do seu corpo aqui, no Mundo Espiritual, é porque você está despertando uma alma antiga que está ligada à você, a alma de uma Mestra dos Espíritos, Cerridwen, uma Oradora dos Sonhos. Mas essa chama vai minguar até se extinguir, se você não buscar entender o que você é e o porquê disto.

    E realmente, a gigantesca raposa tinha razão, a luz não estava tão forte como antes, estava diminuindo gradativamente.

    Um raio cortava o céu, os animais ao redor de Eliora se assustavam, se aglomerando junto à sua perna, como se buscassem proteção. Nuvens negras se formavam no horizonte, era como se sugassem toda a vida do céu estrelado que ainda não havia sido contaminado por aquela mancha sombria.

    "Eles estão vindo, você deve estar pronta quando a hora chegar, minha querida."

    Sionnach: — Procure-me em seus sonhos, os noturnos e diurnos, você entrou em um caminho sem retorno, mantenha o grimório sempre protegido e ao seu alcance.
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    Mensagem por Rosenrot Qui 16 Ago - 7:50



    'There is freedom
    waiting for you,
    On the breezes of the sky,
    And you ask "What if I fall?"
    Oh but my darling,
    What if you fly?

    Erin Hanson


    Ela fez um silêncio contemplativo que lhe era raro - Eliora era uma menina perguntadora -, mas ali suas dúvidas não tinham perguntas fixas, é claro, sua mente estava lotada de questionamentos, mas elabora-los parecia tão errado e irreal naquele instante que não passavam apenas de borrões em sua mente. Como manchas de tinta em um papel branco, que espalhadas não faziam sentido algum.

    "Despertar", tinha dito o mítico animal e em sua mente aquilo fazia completo sentido, o que mais poderia acontecer quando se dorme um longo sono? Aos poucos, apesar da confusão, as coisas pareciam fazer algum sentido - por mais estranho que sua parte racional achasse -, algumas peças pareciam começar a se encaixar e ela vislumbrar a verdade naquelas palavras. Sorriu um sorriso contido, mas esse tão rápido quanto veio se foi ao notar como seus lábios pronunciavam palavras que não haviam exatamente passado por sua mente, o tom sério da raposa também a preocupou.

    Olho para cima, a tempo de ver o raio e as nuvens e depois para baixo, ao notar os animais se aproximando, estranhamente teve vontade de mantê-los perto, como se pudesse de alguma foma proteger a todos. Mas voltou sua total atenção ao que lhe era dito. Ah, ela ia buscar entender sim, claro que ia, ela ia querer entender muito bem o que tudo aquilo significava. Moveu a cabeça aqui e ali e apertou os dedos em volta do grimório. Não sabia dizer exatamente como ou de ontem, mas teve coragem de estufar o peito e encher a boca para responder uma única coisa.

    - Estarei pronta. - Ela disse, com uma certeza e uma força que desconhecia até agora, ah ela estaria pronta, pode ter certeza que estaria. Não sabia como, quando ou por quê, mas ela estaria pronta sim senhor. Ela era Eliora Faeth e se tinha uma coisa que ela sabia fazer era estar pronta.

    ?
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    Mensagem por Nietzsche Sex 17 Ago - 8:50

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