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    Forjando o Destino (Ka)

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    Mensagem por Leomar Qua Dez 05, 2018 5:03 pm

    - Sou Jussara. - ela olha Ka ainda desconfiada. - Você por acaso é algum devoto de Anĝelina que faz caridade para ganhar pontos com a deusa? - Em Dafodil solidariedade não era algo muito comum.

    Ela olha para trás, talvez tentando ver se as outras duas foram embora mesmo e pensando se deveria confiar no homem que apareceu.

    - Euu... moro na rua ônix... - Ka não conhecia, mas muitas ruas ali perto tinham nomes de pedras: hematita, siderita, calcedônia, jaspe... talvez a rua ficasse perto, embora haviam ruas mais distantes, opala e ágata ficavam quase no bairro ajrense e bauxita e pirita perto do porto.

    - Não estou machucada, e eu conseguiria me defender. - Talvez realmente conseguisse. Mesmo em duas contra uma, não é qualquer mulher que se mete a besta de ir contra alguém que consegue invocar chamas das mãos, ainda que o ataque de Jussara não tenha sido tão forte (Ka nem lembra de ter observado se o rosto da outra ficou muito machucado), mas Jussara andava mancando, o que indicava que estava sim com o corpo dolorido, mas parecia meio orgulhosa para admitir ajuda (ou não queria parecer indefesa demais perto de um homem que não conhecia). - Em todo caso deixo me acompanhar, não quero que me peguem distraída pelas costas. - Ela põe a mão no ombro de Ka, como um pequeno apoio, e começam descer a rua.
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    Mensagem por Christiano Keller Qua Dez 05, 2018 10:40 pm

    Ka

           --Jussara é um belo nome. Quanto a deusa Angelina, ainda estou meio perdido mas confesso que tenho ido até a ICB. Dafodil é um lugar maldoso, perdi minha família nestes conflitos e quero um lugar diferente. Trabalhei muito na forja sempre pensando em Pyro, mas parece que tenho alguma aptidão mágica e a ICB tem ajudado com isso.

           --Rua ônix deve ser aqui perto, indique o caminho de sua preferência. Entendo que pode estar desconfiada, mas se quisesse fazer mal teria sido mais fácil pegar quem tivesse perdido a luta ou até mesmo atacar você quando estivesse cansada após dar cabo das duas.

           --Como está o machucado? Percebo que está mancando. Se quiser um apoio maior posso tentar carregar você nos ombros como se eu fosse um cavalo.

           -- Agora enquanto caminhamos por que não me diz se devo preocupar-me com alguém além daquelas mulheres após deixar você em casa.


    Penso no que acabei de fazer, ajudar uma estranha. Será que os comentários do mestre estão fazendo algum efeito em mim? Se estão, desejo que a magia floresça. A vida está muito difícil com estudos durante o dia e pouco trabalho a tarde ou noite, mas se começar a fazer atos de bondade aqui em Dafodil é quase como querer arrumar problemas. Conflitos de escolhas, tristeza, dificuldades, sem amigos, será este o mundo que tenho que enfrentar?

    Talvez essa seja uma oportunidade, ao ajudar uma pessoa estranha há chance de uma amizade, mas é quase como se cobrasse algo. Não, isso não é certo, pois fiz o que fiz sem esperar recompensa como aprendi com o mestre.

    Os atos em Dafodil são de minha responsabilidade, minhas escolhas e minhas consequências. Se fizer inimigos, assim será pois o caminho que escolhi é da bondade e este será o fim do mal. No entanto a ICB prega o equilíbrio e assim fico em dúvida sobre minha relação com eles, será que não entendi a mensagem? Uma tristeza está em meu coração pois quero o bem e isto significa matar o mal.

    O toque de Jussara em meu ombro é uma sensação estranha, foi como quando o sacerdote tentou ver se eu tinha magia. Isso é algo que não estou acostumado, mas é também diferente, com o sacerdote era quase como que tratar um machucado na forja e alguém te ajuda com uma queimadura ou um dedo martelado. Com Jussara sou eu que ofereço a ajuda, sou importante pra alguém mesmo que seja como uma muleta. Ser importante pra alguém é o único sentimento que faz lembrar de minha família, de como eu era importante para eles e eles pra mim.

    Com a cabeça cheia destes pensamentos desço a rua aguardando as indicações de Jussara.
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    Mensagem por Leomar Qua Dez 05, 2018 11:24 pm

    Eles caminham devagar, aos poucos Jussara vai se recuperando da raiva/tristeza/desânimo, chega a dar um ou dois meio sorrisos ao ouvir Ka falar, sua postura amigável acaba por convence-la de que ele não era perigoso. Agradece quando diz que seu nome é bonito e escuta com atenção o que diz. Quando ela faz um ou outro comentário sobre deuses ou igrejas parece um pouco irônica (ou talvez seja apenas impressão).

    - São seis ruas para baixo, você não vai aguentar me carregar até lá! - De qualquer forma ela se apoia mais no ombro dele.

    - Então tem "alguma aptidão mágica"? Isto é meio frustrante. Deve ser o máximo ser um mago de verdade, daqueles que fazem coisas que até os deuses duvidam e são disputados pelas grandes escolas para se representarem como heróis... Mas ter só um dom fraco é uma inutilidade, trás mais problema do que benefício, é como ser uma "coisa incompleta".

    Suas palavras eram ásperas, mas dava para ver que falava de si. Ela fica algumas dezenas de segundos calada, antes de sequer perceber que podia estar soando agressiva.

    - Digo... Não quero ofende-lo, mas o que queria mesmo dizer é que eu entendo isto: Consigo evocar algumas chamas desde meus quinze anos, mas é a única coisa que consigo fazer. Nunca consegui desenvolver nenhuma outra magia e só consigo fazer isto duas, no máximo três vezes por dia. Em situações de perigo, como estava com aquelas outras, é um pouco mais fácil, mas agora devo demorar horas para conseguir evocar outras chamas.

    Ka comenta um pouco sobre acreditar que sua resistência mágica é forte.

    - Bem... Não é a coisa mais impressionante do mundo, não é mesmo? Mas quem lhe falou tem certa razão, não é ruim ter uma boa resistência quando algum mago de verdade tenta nos bater. Creio que minha resistência deve ser de média pra alta, nem sei como os entendidos medem isto, mas de fato já consegui preservar um pouco minha pele graças a esta resistência. Não que não doa quando recebemos um ataque mágico, mas pelo menos conseguimos aguentar um pouco...


    Depois de um tempo, mesmo com algumas dificuldade, vocês chegam na frente da casa dela. Era uma casa bem comum, com paredes com algum mofo na parte de fora, igual quase todas. Devia ter quatro cômodos no máximo (além da "casinha" de fora). Ao chegar ela hesita um pouco sobre o que falar, mas por fim convida:

    - Se quiser entrar um pouco... Talvez em possa preparar uma xícara de chá, café ou tauna, ou posso ter um pouco de rum... Acho que é o que posso oferecer...
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    Mensagem por Christiano Keller Qui Dez 06, 2018 12:38 am

    Ka

           --Puxa, uma casa.
    Faço uma cara de lembrar de algo que um dia tive. Eu aceito uma xícara de chá. Sabe, eu tenho vivido na forja a tanto tempo que nem lembro como é uma casa direito.
           Olho pra casa e observo o mofo, lembro do que me ensinaram na forja sobre o que respirar ou quando. Evitar fagulhas, não respirar a fumaça do carvão ou lenha, se queimar coisas diferentes afaste-se bem do local, onde há calor do fogo não há mofo e você não quer respirar mofo de jeito nenhum, respire o ar fresco que entra para alimentar o fogo pois ele que dá vida ao fogo e nos mantém vivos. Será que minhas habilidades de manutenção seriam suficientes para remover o mofo e arrumar a parede? Talvez sim, mas parece uma intromissão inadequada.
           
           --Se não for muito rude de minha parte, poderia dizer como aprendeu a resistir aos ataque mágicos?
    Não sei bem como ela ira reagir com esta pergunta, mas estou curioso.

    No entanto também tenho a preocupação de ir embora antes que fique escuro ou que tenha problemas para regressar até a forja para encontrar um local para dormir.
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    Mensagem por Leomar Sex Dez 07, 2018 12:53 am

    Quando vocês entram, ela pega algumas ervas para fazer chá, aliás ervas é o que não faltava na casa dela, haviam vários vasos pequenos, cada um com uma planta diferente, além de maços secos por todos os lados.

    - O que vai querer? Camomila, alecrim, erva-cidreira, orquídea-de-água, hibisco, aloe, mirtilo, aywaska?

    --Puxa, uma casa. Faço uma cara de lembrar de algo que um dia tive. Eu aceito uma xícara de chá. Sabe, eu tenho vivido na forja a tanto tempo que nem lembro como é uma casa direito.

    - Ah, mas você tem sorte, assim não conhece o frio. Aposto que muitos adorariam morar numa forja!

    Na verdade Jussara não era a primeira a dizer algo do tipo. Dafodil era frio quase o tempo todo. As pessoas que invejavam a sorte de Ka porém esqueciam de pensar que a forja é quente EM TEMPO INTEGRAL, e o que elas sofriam com frio, Ka sofria com calor, então tinha suas vantagens e desvantagens.

    --Se não for muito rude de minha parte, poderia dizer como aprendeu a resistir aos ataque mágicos?

    - Da mesma forma que pobres e que não conseguem ter um dom que chegue a impressionar outro mago experiente a ponto dele querê-la como discípula aprende: pela necessidade. (pausa) Aprendemos resistir quando sofremos alguma ação de magia. Na verdade nem sei se a gente "aprende" resistência, pois é algo que seu corpo faz sem você nem precisar pensar muito. O jeito mais fácil é quando alguém nos ataca diretamente. Se eu não tivesse gastado minha energia, poderia tentar lhe queimar, para ver como você se saía.

    Esta proposta já é quase em tom de brincadeira, demonstrando que ela começava a se sentir mais a vontade. Mas não deixava de ser uma proposta real, embora tivesse a possibilidade dele não se dar muito bem num tipo de exercício deste, e portanto sair queimado, não era uma ideia muito ridícula se expor a ataques mágicos para treinar uma possível resistência (ainda que fosse para aprender que isto não funciona para você). Você repara que Jussara tinha pelo menos duas cicatrizes de queimaduras, uma na mão, outra no pé (estava de vestido longo, mas dava para ver os pés), não eram marcas muito grandes e nem muito incomuns para qualquer pessoa mediana, mas TALVEZ poderiam ser marcas de ataque de um mago vermelho mais forte que ela.

    Ela trás o chá escolhido, vocês tomam devagar no sofá da sala, podem conversar calmamente por um tempo.

    Quase uma outra depois a fechadura da porta é usada. Um rapaz, não mais velho que Ka, talvez um ou dois anos mais novo (embora a maioria achasse que Ka tivesse mais de 20) entra. Vendo um homem diferente, ele automaticamente saca uma adaga que levava, antes mesmo de ter tempo de pensar que a mulher não parecia em perigo.

    - Quem é você? O que quer aqui?

    Jussara intervêm.

    - Calma Kandel, ele só me ajudou chegar em casa. - diz calmamente.

    Eles não eram muito semelhantes, mas era bem possível que era filho dela, talvez sobrinho ou até irmão, bem menos provável que fosse um amante. Alguns hematomas eram visíveis nela:

    - Que marcas são estas?

    - Duas mulheres malditas me atacaram, me chamando de bruxa*. Por isto Ka me ajudou vir até em casa. Agora sente aqui, vamos tomar chá juntos.

    Ele ainda olha como se não gostasse muito de você ali, mas senta ao lado dela.

    *obs: No cenário muitas pessoas usam a palavra bruxa com sentidos diferentes. No caso daquelas duas, obviamente falavam de forma pejorativa, mas há tanto lugares onde as bruxas são desprezadas como lugares onde são estimadas. Há também quem considere mesmo magos fracos ou feiticeiros como bruxos e outros que só consideram bruxos quem meche com magia negra. Há quem separe magos, bruxos, feiticeiros e alquimistas e quem chame tudo da mesma coisa. Como Dafodil é uma cidade nada homogênea, ali tem gente de todos os níveis.
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    Mensagem por Christiano Keller Sex Dez 07, 2018 10:20 am

    Ka

           --Jussara, obrigado pelo chá. Agora que Kandel chegou creio que estará segura daquelas duas loucas. Kandel elas era assim (breve descrição delas) e sei que bastante genérico, mas talvez Jussara possa passar alguma informação adicional. Essa gente louca pode querer atacar você também.

           Bebo o resto do chá e dou uma olhada para a janela, já imaginando se está prestes a escurecer, se não já está escuro.
           --Obrigado pelas dicas sobre resistência, imagino que você passou por isso na prática e deve ter sido complicado pela cicatriz na sua mão. Gostaria de ficar e aprender mais, no entanto preciso ir para evitar os perigos da noite.
           Dou uma olhada como se confirmando a minha partida. Quando levanto e me arrumo para ir embora, digo:
           --Sabe, vocês não parecem irmãos, mas formam uma boa dupla.
           Vou para a porta e antes de sair penso no caminho mais adequado daqui até a forja.
           --Não conheço muito bem os detalhes desta parte da cidade neste horário e pensei em fazer um caminho (descrevo o caminho), alguma recomendação para evitar problemas?
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    Mensagem por Leomar Sáb Dez 15, 2018 9:42 am

    Jussara põe a mão sobre a de Kandel, um gesto simples como a dizer que está tudo bem. Ele mantem-se calado, mas ainda te analisando.

    - Agradeço-te muito, não creio que aquelas duas viriam me perseguir até aqui, embora nesta cidade nunca se saiba. Mas eu e Kandel tomaremos cuidado. Não fiz muito, meu conhecimento de magia, como vê, é bem limitado, mas se precisar de ajuda no futuro, pode vir aqui tomar outro chá.

    Ela dá um pequeno sorriso, Kandel continua com a cara fechada, como se não gostasse muito da ideia.

    --Não conheço muito bem os detalhes desta parte da cidade neste horário e pensei em fazer um caminho (descrevo o caminho), alguma recomendação para evitar problemas?

    - Não tem muito segredo, seguindo pela rua cornalina acima, com seis ruas chega-se onde estávamos. Passando pelas ruas principais (ela aponta) seguindo na frente dos comércios e evitando as que atravessam por trás das casas, você evita 80% dos problemas. Pode ir também pela praça da Corte, eles devem estar celebrando agora, e portanto não buscarão problemas, só certifique-se de deixar qualquer dinheiro nos bolsos de dentro.

    De fato aquela área era mais pobre do que perigosa, seguir as informações era fácil e Ka não encontra grandes dificuldades no caminho. Como Jussara previra, a Praça da Corte (que ficava em frente ao grande templo de Piro) estava cheia de gente, que gritava, dançava e bebia como doidos, comemorando a vitória sobre a outra parte da cidade, se fizesse o estilo de Ka ele até poderia participar, quem sabe até ganhar um copo de bebida de graça.

    Não apenas na praça havia comemoração, em uma das casas menos "derrubadas" da cidade um grupo relativamente grande de pessoas se ajuntavam enquanto assavam uma carne numa churrasqueira, também tocavam e dançavam. Poderia parecer um churrasco normal, mas Ka percebe que era um velório ao estilo fajrense. Era bem peculiar a celebração que alguns fajrenses faziam da morte, segundo eles a festa tinha que ser celebrada com alegria, lembrando os bons momentos que quem se foi, e não chorando sua perda, como faziam muitos que não acreditavam na ressurreição ou na reencarnação. Em Dafodil não haviam muitos velórios assim, embora eles tentavam sempre fazer o máximo para que os eventos fossem considerados grandes sucessos, pois quando mais divertida fosse a festa, maior honra era considerada para a família.

    Algumas pessoas que quase certo não eram conhecidas do morto, beiravam a festa, aproveitando sobras de comes-e-bebes, era bem comum alguns penetras e alguns dos participantes até gostavam que aparecessem alguns "beira" para dar volume.

    Caso Ka não estivesse no clima para beirar comemorações alheias, ele chega na forja ainda com um pouco de luz de Hélius Blua (a segunda maior estrela de Akaŝa). A forja estava com as portas fechadas, normalmente quase sempre tem alguém trabalhando até um pouco mais tarde, mas os colegas (que não eram amigos, mas trabalhavam juntos) de Ka devem ter cada um procurado algo para fazer no dia. Um híbrido estava na porta, aparentemente esperando alguém aparecer.

    As pessoas em Dafodil nunca achavam tarde demais para procurar trabalhos de ferreiros (um dos incômodos da profissão), em muitos casos eram tidos como "serviço de emergência".

    O híbrido se identifica superficialmente como um membro da Corte dos Milagres, ele diz sem muitos detalhes que recebeu uma indicação e que provavelmente tinha um trabalho grande para quem quisesse pegar. Ele deliberadamente não explica tudo que quer, mas deixa entender que quer armaduras para cavalos.

    Este realmente é um trabalho diferente e que exige um pouco mais que o normal. Uma armadura para cavalo poderia custar no mínimo 100 kons com material do fregues, ou 300 kons feita do zero, dependendo do que se precisasse poderia se cobrar três ou quatro vezes este valor. Era também algo trabalhoso que exigia no mínimo uma semana de trabalho, de preferência mais. O problema é que clientes deste tipo de trabalho eram normalmente difíceis de lidar, frequentemente davam palpites inoportunos ou não explicavam direito o que procuravam, exigindo mudanças complicadas.

    O híbrido diz que a Corte dos Milagres pode ser generosa, deixando a intender que não estavam muito preocupados com o preço, mas sim com o tempo, quando Ka diz em no mínimo uma semana de trabalho para fazer algo bom, ele pergunta se não tem como fazer algo bom em quatro ou cinco dias. Se tivesse interesse, Ka deveria se apresentar na Torre do Alquimista na manhã do dia seguinte para maiores informações. A Torre do Alquimista ficava ao lado do Grande Templo de Piro e toda cidade sabia chegar lá.
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    Mensagem por Christiano Keller Seg Dez 17, 2018 2:15 am

    Ka

           Sigo as recomendações de Jussara e passo perto da praça Corte, fico até tentado pela bebida e por um pedaço de carne de graça. No entanto o medo de não ter onde dormir é terrível e preciso voltar para forja o mais breve possível. O cheiro da comida é tão forte, mas não ter onde ficar é tão pavoroso que até um dia de fome parece aceitável. Até chego a diminuir a velocidade enquanto vejo a diferença de um velório fajrense e olhar as pessoas que estão ali presentes. Mas não tenho amigos, apenas conhecidos, talvez Jussara. No entanto foi como ajudar uma pessoa que teve um problema e seguiu a diante, então é algo ou não foi nada? Pelos novos ensinamentos da ICB uma boa ação de cada vez pode melhorar o mundo. Fazer uma boa ação e participar deste velório seria muito bom entretanto o medo de não ter onde ficar era maior, precisava acelerar o passo para a Forja.
           Chego tarde, a porta já está fechada e um híbrido da Corte dos Milagres está presente. A proposta é interessante, mas é um cliente complicado, precisarei tomar medidas para receber as solicitações por escrito. Mentalmente confirmo o horário e planejo passar na ICB para avisar o mestre que encontrei um trabalho importante que poderia pagar alguns dias de treinamento.
           -- Meu prezado Sr., irei até a Torre do Alquimista amanhã para obter mais detalhes por escrito.
           Fico pensando nos 2 problemas que tenho a frente, como entrar na Forja, agora que está de portas fechadas e como fazer o serviço da armadura de forma mais rápida. Para tentar abrir a porta da forja, uso a técnica mais simples, bato na porta, no começo com as mãos e depois com o martelo. Não é a primeira vez que vejo alguém ficar de fora e reconheço as formas mais úteis que os outros já usaram para que as mesmas fossem abertas neste horário. Agora a armadura certamente seria um desafio que precisava ser partilhado com pessoas mais experientes para ajudar-me a resolver o problema, sim, isso mesmo partilhado. Se cada ferreiro fizer uma parte da armadura, o prazo de fabricação poderia ser menor pois são várias peças encaixadas para formar a armadura. Que venham mais clientes assim. Preciso poder juntar recursos para dedicar-me a viver a minha vida e não apenas buscar pela próxima refeição.
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    Mensagem por Leomar Dom Dez 23, 2018 1:25 pm

    A proposta foi um tanto inesperada, e misteriosa, mas muitas coisas eram assim em Dafodil. Não seria inteligente recusar a proposta nem pela incerteza de não saber se encontraria outra e nem por não ser muito bom recusar algo a uma membro da Corte dos Milagres.

    Nem todos os membros eram importantes (aliás, muito pelo contrário, a maioria não passava de vagabundos ou exploradores), mas ela possuía muita influência, principalmente muita área "protegida". A própria forja onde trabalhava era uma das protegidas pela Corte. Ka não sabia como nem quanto o dono pagava por esta proteção. Agora que já não era apenas um aprendiz, ele repassava só uma parte pequena do que lucrava a cada três ou quatro semanas (o dono da forja era cruel com aprendizes, mas Ka aprendeu trabalhar bem em pouco tempo, e sua competência trouxe bastante liberdade, trabalha quase sem precisar dar satisfações e fica com quase tudo que lucra).

    Ninguém atende o chamado de Ka, parece que realmente não havia ninguém dentro. O cadeado e a corrente são de boa qualidade e não poderiam ser cortados facilmente, isto era o bastante para manter 90% dos ladrões mais preguiçosos fora, mas Ka sabia que tinha como forçar o mecanismo sem arrebentá-lo. Não lhe resta alternativa: com um prego e um golpe estrategicamente bem dado, ele arromba o cadeado, entrando e voltando a fechar depois.

    Se quisesse, Ka poderia até pedir uma cópia da chave ao dono, era possível que ele não se recusasse. E se não quisesse pedir, o próprio Ka poderia fazer uma com certa facilidade, evitando só alguns olhares curiosos de outros que trabalhavam ali. Mas por enquanto ainda não teve necessidade de preocupar-se com isto.

    Não teve mais problemas pelo resto da noite, os ferreiros que entraram depois abriram a porta e foram cuidar da própria vida. Não eram silenciosos, mas os barulhos da forja eram conhecidos, e Ka, embora acordasse de tempos em tempos, conseguia cochilar mesmo quando marretadas vigorosas eram dadas.

    De manhã ele comenta com três dos ferreiros com que tinha mais afinidade, pois não era em todos que confiava (na verdade só confiava mesmo em um, mais ou menos em outro e o terceiro sabia que não era parça, mas caso se interessasse, trabalhava relativamente bem). Poderia ser algo lucrativo, mesmo dividido por quatro (e provavelmente não em partes iguais, pois vocês sabiam que não iam também se dedicar de forma igual) e eles topam, ainda que com menos entusiasmo do que Ka. Já que ele foi o contactado, pegaria os detalhes e comandaria a empreita (caso achasse necessário, poderia pedir que um o acompanhasse até a Torre do Alquimista para já trocarem informações sobre como agir, caso contrário os outros acreditavam na sua capacidade de negociar com o contratante).

    Ele passa rapidamente na ICB antes de ir para a Torre do Alquimista pois queria avisar o mestre sobre o trabalho. Ka não sente necessidade de dar detalhes falando que era um trabalho para La Cour des Miracles, mas também não perguntam a ele. Os treinamentos não seriam cobrados (a maioria, pelo menos), mas era sempre bom ter um pouco de dinheiro para emergências.

    Off: caso queira fazer um teste rápido com os mestres, role 1D12, mas continua sendo um teste muito difícil e só o 12 vai manifestar seu potencial.

    Ele chega ao templo de Piro, as pessoas de Dafodil já conheciam a arquitetura nada simétrica do templo com suas linhas curvas e vários andares, feito de phosmanita, uma rocha branca especial, capaz de emitir luz e calor em algumas situações. A Torre também não era perfeitamente circular. Haviam várias tentas no pátio, onde pessoas feridas aguardavam ajuda. Ka repara um centauro entre os que estavam ali. Dafodil tinha uma infinidade de tipos de humanos, demônios e híbridos, mas era raro ver um centauro.

    Forjando o Destino (Ka) - Página 2 Templodafodil

    A primeira sala (ou seria ante-sala?) é bem sóbria, com o piso e paredes brancas (nota-se que a torre é relativamente quente, enquanto lá fora faz frio) e tem uma piscina grande no chão, certamente com fins ritualísticos. Ka tem que esperar um bom tempo até seu contrate aparecer. Era um híbrido diferente do da noite anterior, ele convida Ka subir até o quarto andar da torre. Eles passam por algumas salas que tinham amplo material de vidraria laboratorial e outras ferramentas, além de estantes de madeira de lei cheias de rolos de pergaminhos, e nem eram as salas principais.

    A sala onde ficam tinha uma grande janela de vidro de onde se via o pátio e parte do templo. Janelas de vidro não são comuns em Dafodil e isto representava certo status.

    O híbrido se apresenta como Ĥarin (o "Ĥ" tem som guturral, tipo "rrr").

    - Soube que é um ferreiro competente, cujo trabalho não é tão bruto. Bem, não temos muitos na cidade que podemos chamar de mestres na profissão, então estou disposto a conhecer seu trabalho. - Ele faz uma pausa, Ka não interrompe - Bem, como meu contato falou, o primeiro trabalho que precisamos é uma armadura equina para... - Ele pensa um pouco, mas não conclui com o que ia dizer - ...alguns projetos que estamos querendo inovar... Bom, queria saber se consegue trabalhar com ligas ultra leves.

    Novamente eles demonstram um interesse incomum. Ligas metálicas tinham uma relação de peso contra resistência e as mais leves tinham o inconveniente de não serem tão resistente, assim eram poucos que se especializavam nelas.

    A melhor liga de Akaŝa, que chegava a ser lendária, é o aço-16, um aço cuja preparação exigia inclusive técnicas mágicas, só os maiores heróis do mundo (ou pessoas podres de ricas) tinham armas e armaduras feitas com aço-16.
    Ligas de alumínio são as mais fáceis no termo ultra leve, mas também são as menos resistentes e podem quebrar facilmente, por tanto ferreiros acima da média buscam métodos de torná-las mais resistentes sem perder a leveza.
    Liga Cr-Mo (cromo-molibdênio) possuem um custo-benefício muito bom, mas são bem caras e daria um pouco de trabalho achar matéria-prima suficiente na cidade.
    Alguns ferreiros também tem técnicas e materiais secretos, como os chamados ferro-fantasma e bronze-fantasma, ou então o raro minério de lionio, estes seriam ainda mais complicados encontrar quem trabalhasse com tal.

    Ka, com observações que "roubou" de outros e também experiências próprias, acredita ser capaz de trabalhar com vários tipos de liga, mesmo que não tenha tido oportunidade de trabalhar com materiais mais exóticos (em Dafodil quase tudo é o básico: ferro cru, prata, níquel). É capaz de temperar ligas de alumínio ou carbono de qualidade acima da mediana, e se fornecerem matéria prima, é capaz de trabalhar com ligas que ainda não trabalhou com um grau aceitável (segundo medida pessoal) de chance de sucesso.

    off: Estas são informações básicas que estão tranquilamente no seu nível. Pode tentar algo mais exótico com um teste de trabalhos manuais (2d10) uma soma baixa indicaria que você pode saber de alguns contatos onde poderia encontrar estes materiais mais exóticos, caso o híbrido concorde em pagar mais. Ele está consciente de que se quiser uma armadura leve demais, ela pode quebrar com facilidade, mas espera você dizer sobre o que precisaria antes de acertar detalhes.
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    Mensagem por Christiano Keller Qua Dez 26, 2018 11:42 pm

    Ka,

    A ICB está oferecendo uma grande influência sobre as novas atitudes de Ka, no entanto a forja é seu coração. Talvez com este trabalho houvesse a oportunidade de pedir uma cópia da chave ao dono da forja. Haveria dinheiro para que seu lugar deixasse de ser um favor e agora fosse um outro forjador qualquer.

    Já que haveria treino ou aula hoje, Ka tenta fazer um pequeno teste para sua aptidão mágica, mas é frustante. Nada aconteceu, quase diria que sua resistência a magia é que causou o efeito que os mestres viram no passado. A pulsação subiu e era possível sentir a temperatura do corpo subir e o suor escorrer com a raiva que teve após falhar no teste novamente. Felizmente a caminhada apressada da ICB ao templo de Piro faria com que passasse a impressão de ter corrido e não de que estava com raiva.

    Ao chegar e ver as pessoas machucadas até fico com vontade de ajudar, a raiva se transforma em compaixão, mas não sabia o que havia acontecido portanto uma ação rápida não era inteligente. Passo pelo local e observo o centauro, é uma raridade, mas também é parte cavalo e pediram uma armadura para cavalos. Talvez uma sugestão para adaptar para centauros ou não permitir a adaptação fosse um diferencial no produto.

           -- Sr. Ĥarin, acho energizante a inovação relacionada a armaduras, no entanto ligas ultra leves não são usadas em armaduras pois quebram com facilidade. Tenho um leque de alternativas que poderia fazer, mas é importante entender a finalidade da armadura. Poderia ser algo belo e leve para mostrar em um desfile ou algo não tão leve mas que resistiria a lâminas mas não a contusões e assim por diante. Olho para os lados buscando um ar de segredo, inclino para frente e completo:
           -- Vi um centauro lá embaixo e podemos fazer algo que possa ser adaptável para eles ou algo que seria impossível para eles usarem.
          Dobro o joelho e abaixo a cabeça para terminar minha fala:
          --Sinto pelas perguntas meu senhor, mas como serei a mão das suas ideias preciso saber os detalhes dos seus desejos para demonstrar ao mundo sua brilhante ideia que pode revolucionar as batalhas.
          Espero que ele fale o que deseja em mais detalhes, penso até em como escrever o nome dele na lateral da armadura, talvez "armadura Ĥarin de Dafodil". Até sinto a energia da ideia passar pelas minhas mãos e penso em qual de nós seria o ferreiro que teria as melhores habilidades para lidar com tal obra de arte.
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    Mensagem por Leomar Qui Dez 27, 2018 6:59 pm

    - Eu sei disto! - Ĥarin dá uma cortada meio seca em Ka. Muitos clientes não gostavam de parecer idiotas, ainda que realmente fossem. Talvez tenham começado mal as negociações. - Mas quero privilegiar a velocidade, não a resistência, pois com sorte meus guerreiros precisarão apenas de ataques à distância.

    Pelo menos aquilo já dava algum norte. Ataques a distância significavam que ele não precisaria de uma armadura mais interiça, o que também diminuiria o peso. Haviam então três escolhas sensatas: placas, escamas ou malhas.

    Como uma armadura equina era bem maior do que uma humana, Ka ainda poderia usar uma mistura das técnicas, que faria o trabalho mais desafiante mas mais imponente também. Poderia pensar em muitas estratégias diferentes se tivesse material e tempo. Infelizmente só lhe dariam um.

    Ataques a distância também significavam contra-ataque a distância, que significava flechas. Uma solução prática seria pensar em algo acolchoado por baixo da armadura, isto porém poderia levar a precisar de um mestre coureiro também, que seria uma pessoa a mais para dividir o lucro. Mas se Ka não gostasse da ideia, era estudar quais partes do animal tinham mais risco de serem atingidas para determinar onde usaria placas, onde escamas.

    Se fizer uma armadura mais simples, Ka pode ele mesmo fazer uma manta de couro para colocar debaixo da armadura, protegendo o animal, caso contrário teria que pensar não só no acolchoamento, mas no material completo: estribos, sela...

    Ele comenta sobre a possibilidade de fazer algo adaptável a centauros, e percebe um leve sorriso voltar a Ĥarin, desta vez Ka acertou em cheio. Isto com certeza agradou, e talvez o desejo dele fosse mesmo apenas uma armadura para centauros, mas não queria que parecesse que estava encomendando realmente para isto:

    - É mesmo? Você viu um de nossos assistidos? Um nobre* que encontramos às portas da cidade e estamos ajudando. Quem sabe até consigamos trazê-lo para nosso lado!

    *obs: centauros são conhecidos por terem padrões de honra mais rígidos que humanos, e "nobre" no caso deve significar "honrado" e não título de nobreza tal como humanos usam. Mas isto é só uma hipótese.

    - Mas foi bom falar nisto, pois me lembrou que nosso amigo precisará de outra ajuda, que você também poderá ser útil. Ele está com uma das patas quebradas e talvez o médico possa querer um parafuso especial...

    Um parafuso cirúrgico (bem como as peças para fixa-lo) não era muito comum naquela cidade, a maioria não gastaria tantos recursos e mesmo um médico realmente competente para usar tal era difícil, a maioria das pessoas ali eram vistas como descartáveis que mereciam no máximo uma tala e um "boa sorte". Mas apesar de incomum era algo extremamente fácil, que Ka podia fazer com uma mão só.

    - Posso fazer com aço especial, embora se você pudesse me arrumar um pouco de prata seria ainda melhor. - Comenta Ka.

    - Por que não platina? - Ka sabia que o melhor, melhor mesmo numa situação desta era platina, mas a maioria se daria por satisfeita com um aço cirúrgico. A prata já era um metal desejado não apenas pelo valor, mas sua interação mágica. Ele comentaria sobre platina depois, se o híbrido não tivesse se adiantado.

    Abrindo uma gaveta, ele põe uma barra na frente de Ka. Parecia (e provavelmente era) platina pura, ele até dá uma mordida e bate um pouco com o martelo para verificar a densidade. Muitas pessoas matariam sem vacilar por uma barra daquelas. Se fosse de prata, já valeria no mínimo 100 kons, se fosse de ouro umas vinte vezes mais, de platina Ka nem sabia calcular.

    - Vou precisar de um quinto do metal.

    - Sem problema, alguém pode cortar, ou você derrete depois e devolve o resto.

    A segurança do híbrido era uma coisa boa, demonstrava que tinha recursos e não parecia sovinha de não usá-los. Ao mesmo tempo dava uma pontada de medo, pois se tinha recursos, não exitaria em ser exigente.

    Trocando ainda algumas ideias, Ka ainda diz que entre o material que poderia usar, estavam ligas de molibdênio. Porém ele não diz que só tinha garantia de achar 10% ou 20% no mercado tradicional. Ka sugere três possíveis medidas e para nova surpresa Ĥarin diz para não se preocupar, pois poderia fornecer 100% da maior medida se realmente precisasse dela.

    Ka tem muitas ideias: teria que decidir se a armadura usando mais o sistema de placas, de escamas ou malha metálica (só placas não seria tão viável já que é para privilegiar a mobilidade), se usaria acolcheamento especial ou faria peças de couro separadas, e principalmente qual porcentagem de cada metal usaria nas ligas.

    Ĥarin escuta alguns rascunhos de ideias (pois Ka também não detalha demais, tanto por não querer expor totalmente suas técnicas e até suas possíveis falhas, quanto por perceber que Ĥarin não seria muito útil na sua decisão), ele parece achar todas as primeiras impressões do ferreiro válidas, e diz para que fale qual realmente tinha o melhor benefício.

    Uma porcentagem seria feita com alumínio. Ainda que mais fraco, ele era leve e podia ser usado em peças secundárias e terciárias. Além disto Ka era capaz de usar o carbono do carvão e outros produtos para fortalecer o alumínio. Cada 10% da armadura usando alumínio representam 11 kons de material.

    Uma liga de Fe-Al-C-Cu é mais resistente, e Ka ainda conseguia fazê-la relativamente leve, podia ser usada em escamas ou malha. Cada 10% desta liga representariam 30 kons de material.

    Pelo menos 10% de aço também teria de ser usado, nas partes de emendas das peças, e nas peças que possivelmente sofreriam mais dano. Cada 10% de aço representam 35 kons de material, caso Ka consiga encontrar alguns produtos "especiais" este preço sobe para 45 kons.

    A liga Cr-Mo também é uma boa aposta. Ka não está acostumado a trabalhar com ela, mas como o cliente garante o molibdênio, o cromo não é difícil de achar. O maior risco é Ka perder muito material antes de encontrar o ponto certo. Se conseguir fazer isto com o menor erro possível, cada 10% da liga representam 40 kons de material. Com um erro "aceitável", 60 kons e com um erro grave, 75 kons. Ele pode incluir esta margem no preço ou arriscar a sua margem de lucro.

    Ĥarin não comenta sobre detalhes especiais, mas se Ka quiser incluir um pouco de metais nobres (ouro, prata, platina) poderia pedir um tanto à parte para Ĥarin (incluindo ou não uma margem de desvio para si ou para seus colegas), o tanto que erá pedir depende do objetivo final, quanto mais Ĥarin gostar da armadura total, menos risco tem dele achar ruim este pedido especial.




    Isto é o que Ka pode trabalhar com tranquilidade, mas como eu disse existem ligas mais "exóticas" que podem ser encontradas com um pouco mais de trabalho (e risco), existem pelo menos três mercados "especiais" (para não dizer mercado negro) em Dafodil onde com indicações e muita grana se consegue quase tudo (como ferro-fantasma). Dependendo da ideia que Ka tiver, pode fazer um teste (neste caso eu farei) para ver se o cliente consegue algum deste material especial ou pelo menos uma indicação de onde poderia conseguir. Mas tudo dependerá de quanto quer arriscar.

    Não precisa calcular toda a armadura ainda, mas pelo menos 60% seria interessante. Você pode dar um valor parcial para ele só do material, do material e parte da mão de obra, ou jogar um valor aproximado do total, ele sabe que em qualquer caso destes o preço pode aumentar no final.

    Enquanto prepara os primeiros rascunhos, pode ir também observar o centauro, já que vai ter que ver o tamanho do parafuso que ele vai precisar. Ou pode falar com o médico que irá operar, não que intenda algo de medicina, você só precisa de medidas pois não é algo com muita margem para criar demais, mas vai saber...
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    Mensagem por Christiano Keller Qui Dez 27, 2018 11:46 pm

    Ka,

           --Muito bem, velocidade para ataques a distância. Com uma piscada discreta acrescento: Mas vai precisar de algo para o cavaleiro também, certo? Isso é muito importante para a fabricação pois precisaria de um pouco mais de material, cerca de 30% a mais. Temos 3 escolhas, mas creio que apenas uma será mais eficiente, as malhas são frágeis contra flechas pelo efeito perfurante, já as escamas são intermediárias e apenas as placas são mais eficientes contra flechas. Faremos placas tanto para o cavalo como para o cavaleiro. Também vou usar couro para deixar uma camada mais grossa para proteger contra as flechas, para isso usarei um mestre em couros.
          Faço uma cara de que estou pensando em algo e digo:
          --Que tal alguns ornamentos e uma inscrição especial, pensei em "Amigo de Ĥarin", pois um sinal de amizade pode gerar outro. Posso utilizar algum material caro para colocar um brasão de sua preferência na armadura. Quanto mais desenho, mais material e maior a chance de fazer seu nobre amigo gostar mais da armadura. Farei a armadura em molibdênio e cromo, se puder usar a platina restante certamente seria algo inimaginável. No entanto o ouro também seria uma boa opção. Estimo que os custos iniciais da armadura, algo como 60% sem o torso, podem ficar perto de 600 kons, talvez um pouco menos, como adiantamento de materiais. Já mão de obra e ornamentos ai com as medidas certas e materiais posso informar depois.
          Olho para a platina e indago:
          --Posso falar com o médico e com o enfermo para obter as medidas exatas do parafuso? Assim que tiver os dados pegarei apenas o que preciso para o parafuso de platina e posso usar o resto para a inscrição.
    A proposta parece muito boa, a possibilidade de ganhar tanto dinheiro parece até irreal. No entanto preciso pensar no valor justo da produção pois certamente os outros ferreiros vão cobrar caro. Creio que Ĥarin não pensou na parte superior da armadura do corpo do Centauro mas pra que fazer uma armadura de cavalo e deixar o tórax exposto? Sinto o corpo se aquecer com a emoção de fazer uma inovação tão grande para a batalha. Se houver mais encomendas posso passar o serviço para outros ferreiros e ficar com a maior parte do crédito e resultado.
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    Mensagem por Leomar Sex Dez 28, 2018 9:38 pm

    Ka escreveu:Mas vai precisar de algo para o cavaleiro também, certo? Isso é muito importante para a fabricação pois precisaria de um pouco mais de material, cerca de 30% a mais. Temos 3 escolhas, mas creio que apenas uma será mais eficiente, as malhas são frágeis contra flechas pelo efeito perfurante, já as escamas são intermediárias e apenas as placas são mais eficientes contra flechas. Faremos placas tanto para o cavalo como para o cavaleiro. Também vou usar couro para deixar uma camada mais grossa para proteger contra as flechas, para isso usarei um mestre em couros.

    (R.Oc.)
    - Os cavaleiros já têm suas armaduras próprias. Se nos impressionar, podemos pensar em outras para frente. Se conseguir fazer com que as placas e a couraria fiquem leves, por mim está tudo bem.

    A primeira resposta cortava um pouco o barato de Ka, mas ele continuava não criando obstáculos quanto a forma de preparo. Estava 1X1.

    Ka escreveu:--Que tal alguns ornamentos e uma inscrição especial, pensei em "Amigo de Ĥarin", pois um sinal de amizade pode gerar outro. Posso utilizar algum material caro para colocar um brasão de sua preferência na armadura. Quanto mais desenho, mais material e maior a chance de fazer seu nobre amigo gostar mais da armadura. Farei a armadura em molibdênio e cromo, se puder usar a platina restante certamente seria algo inimaginável. No entanto o ouro também seria uma boa opção.

    Ĥarin levanta as sobrancelhas num gesto nada disfarçado de dúvida desagradável. Ambos se analisavam durante a conversa, e Ka entra em 2X1 contra ele.

    - Pretende usar o resto da platina? Iria banhar a armadura nela? Não creio que precise de algo tão chamativo. Além disto, a maioria não saberia diferenciar uma armadura banhada em platina ou uma banhada em prata.

    Ĥarin percebe um possível (talvez provável) movimento de Ka, apesar disto ele mesmo dá uma boa desculpa para não parecer que pode ter sido um movimento de má-fé. Uma armadura pomposa demais pode ser uma ideia estúpida do ponto de vista prático, mas social e psicologicamente justificável. Com a resposta dele Ka fica claro que dispensa a pompa, e também que não seria tão fácil desviar MUITO material.

    Ele rabisca algo num pergaminho.

    Forjando o Destino (Ka) - Página 2 Sem-titulo

    - Se quiser por alguma inscrição, melhor fazer este entalhe. Pode cobri-lo em ouro, como disse, poucos reconheceriam a platina com facilidade.

    Os traços não saem muito firmes no couro do pergaminho, e Ka não tinha lá muito conhecimento de heráldica, mas era óbvio que era uma adaptação do brasão de Piro. Aquilo poderia ser uma homenagem ou uma provocação. Vindo de alguém que estava dentro do templo, deveria ser uma homenagem, ainda assim bastava alguém um pouco mais idiota ver o símbolo para Ka ter problemas em explicar que "caça ao crocodilo" não é "cocô de grilo". As setas poderiam ser alguma representação de arqueiros, mas as outras pequenas alterações ele não fazia ideia do que significava.

    Ka escreveu:Estimo que os custos iniciais da armadura, algo como 60% sem o torso, podem ficar perto de 600 kons, talvez um pouco menos, como adiantamento de materiais. Já mão de obra e ornamentos ai com as medidas certas e materiais posso informar depois.

    Ele põe 12 moedas de kons de ouro na mesa. Cada kon de ouro vale 25 kons de prata, portanto 300 kons. Metade antes, metade depois, como de praxe em trabalhos assim. Como não barganhou o preço Ka entende que está 2X2. Ka observa também que são kons de ouro de Fajr-Regno, oficialmente eles valem o mesmo que kons de ouro de qualquer outro país, mas os de Fajr-Regno são levemente mais pesados, portanto levemente mais desejados. Ĥarin ainda pergunta:

    - Prefere ser pago em moedas, ou em metal ou gemas?

    Ka nunca viu tanta platina e ouro juntos num único dia em toda sua vida.

    --Posso falar com o médico e com o enfermo para obter as medidas exatas do parafuso? Assim que tiver os dados pegarei apenas o que preciso para o parafuso de platina e posso usar o resto para a inscrição.

    - Por certo. Darei um jeito de arrumar-lhe o molibdênio em um, no máximo dois dias.

    Caso não tivesse mais nenhum detalhe ou ideia de última hora para acrescentar, ficava claro que esta primeira etapa do acordo estava concluída.

    Os valores são colocados na parte de dentro da própria armadura, pois Ka não é doido de nem pensar em perder aquilo na rua, ou o sonho viraria um pesadelo mortal. Descendo até o pátio, ele percebe que o médico estava ao lado do centauro e já aproveita para trocar umas idéias.

    - Há três fraturas aqui. - Ele diz mostrando a pata dianteira do centauro e usando um barbante para dar medidas e ângulos para Ka. - Vou precisar de um aqui e outro aqui, bem retos, com meio dedo de espessura, e outro aqui, atravessado neste ângulo, com 3/4 da espessura dos outros dois, e duas placas para fixar estes três parafusos, lembre que é importante deixar as bordas delas arredondadas, para não cortar a pele.

    Ka preferiria se o médico tivesse sido mais específico do que passado as medidas por um barbante. Se alguma coisa desse errada Ka não poderia usar a desculpa que o médico que não foi específico. As coisas funcionavam assim em Dafodil. Ainda assim ele não tinha medo de providenciar. Os dois primeiros parafusos eram fáceis pois entrariam em ângulo reto, o terceiro poderia dar um pouco mais de trabalho. Um ferreiro só erraria por grande margem se fosse muito relapso. Os parafusos teriam de ser feitos em platina pura e Ka nem é bobo de pensar que poderia tentar enganá-los aqui. Já as placas de fixação era outra conversa. As porcas seriam mais difíceis que os parafusos em si, mas também bastava QUERER fazer o trabalho bem feito para ter mais de 90% de chance de não dar erro.

    - Tem mais uma coisa. - Claro, SEMPRE tinha algum problema! - Vou ter que fazer esta operação com menos anestesia que gostaria, pois infelizmente nenhuma anestesia funciona bem em centauros, portanto preciso que eles tenham uma penetrabilidade MUITO boa. E preciso disto rápido, quanto antes começar, antes termino.

    O paciente obviamente não gosta daquele comentário.

    - Há anestesias especiais para minha raça!

    - Sim, mas nenhuma que eu consiga facilmente por aqui. A operação NÃO será agradável, e prefiro que tenha consciência disto.

    O centauro resmunga. Algo que penetre couro, carne e ossos mais rapidamente, sem empenar, seria um pequeno estorvo a mais, mas ainda assim nada que Ka não saiba fazer.




    off: NÃO precisa ficar preso só às próximas rolagens que passarei, e algumas delas podem ganhar mods dependendo de fatores de interpretação, mas agora é hora do trabalho.

    1) Você tem que fazer os parafusos primeiro, pode conversar com os outros ferreiros e/ou planejar/rascunhar alguma ideia para a armadura. Se quiser rolar para os parafusos, role 1d12, você só terá problema se sair 1, mas se não quiser rolar para não correr nem este risco, de boa, vai ter conseguido fazê-los com pouquíssima margem de erro.

    2) Ele disse que arrumará o molibdênio em um ou dois dias, portanto pode fazer rolagens um dia e passar lá pra ver se ele já tem o metal, ou para os dois dias direto (outras rolagens poderão ser feitas nos outros dias até que ela fique pronta, portanto se as primeiras forem ruins, pode compensar com as outras).

    3) Encontrar um coureiro não é muito difícil, mas encontrar um de boa qualidade não é tão simples. Você pode tentar dois tipos de rolagem:
    3.1) Com 1d12 você vai direto nos mais conhecidos e tirando 1-4 você encontra um cuja qualidade parece estar abaixo do esperado, e seria recomendado só fazer negócio com ele se não encontrar algo melhor nos outros dias; 5-8 encontra um coureiro que parece bom, mas não tão bom; >8 já é um que parece capaz de algo no estilo que planeja.

    3.2) Com 2d10 é um pouco mais difícil, mas se acertar também há chance de achar um realmente muito bom. Neste caso não limitaria aos mais conhecidos, mas tentaria usar contatos e informações de porventura tenha. Neste caso a MENOR soma é melhor, 2 ou 3 significa que você tem contatos muito bons, 4-6 bons, 7 você conhece alguém que talvez conheça alguém, 8-11 talvez gastando um pouco a mais de tempo você talvez encontre alguém mediano, mais que isto não deu sorte no dia.

    4) Pode fazer uma rolagem de 1d10 por dia para cada tipo de liga. Você disse que fará a maioria de Cr-Mo mas será quanto desta liga? 50%, 60%, 70% ou 80%? Enquanto não pega o Mo você pode ir testando o aço e/ou o alumínio e/ou uma liga mista com carbono, ferro e Cu (Cu é cobre, seu pervertido!) uma rolagem para cada por dia. Só errará se tirar >15 sendo que >18 você perderá material sem conseguir reparar (entre os dois valores estraga a liga e perde tempo, mas consegue reaproveitar o material). Mas para deixar a liga melhor que o esperado tem que tirar <6. Se você não gastou tempo no dia procurando um coureiro, pode adicionar mod-1 na primeira destas rolagens.

    5) Por fim, se já quiser ir começando as peças bases ou moldes destas com os demais ferreiros, role 1d12 por dia de trabalho.

    6) Pode rolar todas as opções por dia, até conseguir algo razoável ou realmente bom, mas saindo bem ou mal, cada rolagem feita significará um pouco de tempo gasto, e você sabe que eles enxerão o saco por causa de tempo.
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    Forjando o Destino (Ka) - Página 2 Empty Re: Forjando o Destino (Ka)

    Mensagem por Christiano Keller Sáb Dez 29, 2018 3:22 am

    Ka,

           Guardo o desejo com o símbolo de Piro, no entanto se houver algum outro desenho similar no templo vou observar para entender qual o formato mais adequado. Farei os parafusos e outras peças para o médico com zelo e cuidado. Sempre torcendo para que seja um bom trabalho.
           Ao falar com os colegas sobre os desenhos iniciais da armadura explico os objetivos que precisam ser feitos. Neste momento fazemos apenas o desenho inicial durante 1 dia pois tenho que procurar o coureiro.
           A procura pelo homem do couro é importante pois ele influenciará no formato da armadura. Sua participação no plano inicial é essencial.

           Neste ponto avançamos apenas por estes 2 dias para ver como ficou o trabalho dos parafusos e a operação do centauro. Depois da cirurgia, avançaremos mais até completar a armadura.
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    Mensagem por Leomar Dom Dez 30, 2018 4:00 pm

    Christiano Keller escreveu:no entanto se houver algum outro desenho similar no templo vou observar para entender qual o formato mais adequado.

    O brasão de Piro está bem na porta do templo e em vários lugares diferentes; a setas são duas setas, não há muito o que abstrair nelas; só os enfeites em forma de triângulo (ou seria outra coisa?) que talvez tenha algum significado a mais.

    Forjando o Destino (Ka) - Página 2 Fajr

    Ka providencia primeiramente o material cirúrgico, empolgado em trabalhar com platina pura pela primeira vez na vida, mas não querendo que esta empolgação o distraísse. Ele percebe que dois dos seis furos nas placas ficaram com três milímetros de diferença do ideal, mas com as ferramentas que tinha era o melhor que dava para fazer. Assim que tem as placas e os parafusos na mão, o médico manda imobilizarem o centauro.

    Eles amarram e prendem suas patas traseiras e mais três demônios grandes como armários de madeira-de-lei e com cara de nada delicados se prontificam em segurar o guerreiro na cama. Ka espera que a cirurgia corra bem, mas não sentia nem uma gota de vontade de estar no couro dele. O médico injeta uma quantidade de anestésico que mataria um demônio, e ainda lhe dá 4 litros de cachaça, o bastante para levar um humano a coma alcoólico. Enquanto o médico manipula sua pata, buscando posicionar os ossos na posição certa, o guerreiro aguenta bem, embora as caretas de dor indicam que nem com todo aquele álcool no sangue a dor era mais suave.

    Quando o médico começa martelar o primeiro parafuso, o centauro grita de dor. No segundo já gritava e chorava sem se importar mais com seu orgulho. As marteladas acabam fazendo o segundo parafuso entortar mais alguns milímetros. No terceiro ele chora, implora misericórdia e até se mija de dor, literalmente. Para piorar o terceiro parafuso também empena um pouco. Quase não dava para notar, mas quando os ossos se fundissem, ele talvez ficaria com uma pata um centímetro maior que as outras três.

    O resto do dia não é tão produtivo quanto gostaria. O bons coureiros da região eram apenas medianamente bons. Talvez pagando bem até conseguissem fazer um acolchoado para a armadura em três, quatro semanas, mas sinceramente não pareciam capazes de fazer o que Ka precisava em tempo reduzido. Isto talvez significasse ter que procurar outro artesão mais ao centro ou sul da cidade.

    Com os demais ferreiros também não se sai muito bem. Os três perguntam qual porcentagem de liga Ka iria usar, mas ele ainda não tinha certeza, então começam a debater, e cada um tem uma ideia diferente. Também não concordam muito com os primeiros desenhos. Ka queria fazer algo de placas, usando predominantemente liga Cr-Mo. Outro achava melhor usar técnicas mistas de placa e malha, usando Al-C temperado na malha e Cr-Mo só nas placas. Outro achava melhor dizer que usariam 80% de Cr-Mo mas fizessem bem abaixo, para ter uma margem de perda de material se a liga ficasse ruim e para ficarem com o Mo que sobrasse sem a Corte saber.

    Voltando ao templo depois, informam Ka que ele poderia levar, por enquanto, molibdênio suficiente para 50% da armadura. Se fosse mesmo precisar de mais, poderia pegar o resto no dia seguinte. Ele leva a grande quantidade de cristais para serem purificados. Não era a primeira vez que trabalhava com o metal, mas sempre o fez em quantidades ínfimas.

    Não era o metal mais leve que existia, por isto era importante fazer liga com cromo, para conseguir a leveza de um e a dureza do outro. Se tivesse mais informações (ou mais tempo de testes) poderia conseguir outras misturas ou técnicas.

    off: pode repetir as rolagens de ontem. Vocês estarão entrando na primavera, para seu personagem isto não muda muita coisa, mas as noites ficarão mais frias e mais escuras nos próximos meses. O frio não é problema na forja, mas a escuridão vai atrapalhar atividades até mais tarde. O dia é 1 do mês da Sereia.
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    Mensagem por Christiano Keller Seg Dez 31, 2018 12:54 am

    Ka,

           Certamente o desenho que Ĥarin fez é diferente do desenho de Piro que está espalhado no templo. Preciso fazer um modelo barato com todos os pontos da mesma altura e apresentar pra ele para confirmar se o que vou fazer representa o desenho dele com o relevo certo, já que no papel não há relevo. Se for o caso ver um original seria melhor.
           Até ao rever Ĥarin penso em dizer:
           --Meu Sr., acho que não capturei o relevo certo do símbolo, fiz este modelo barato para confirmar se o relevo está adequado ou se há algum ponto mais elevado ou profundo. Que tal?
           Espero que assim o problema do símbolo seja resolvido.

           Sobre o processo com o médico, se consigo notar a diferença, abordarei o médico e direi:
           -- Sr. nunca vi nada igual, isso foi surpreendente. Sinto um pouco de inveja ao saber que há alguém tão habilidoso como o Sr. no mundo. Ao ver o ferimento parece que pelo inchaço a perna pode ficar ligeiramente maior. Se isso acontecer, posso fazer uma espécie de ferradura mais grossa para tentar equilibrar os tamanhos das pernas. No entanto o Sr. é o especialista e sou apenas uma ferramenta nas suas mãos. Curvo levemente a cabeça ao aguardar uma resposta.

           Já com os ferreiros a coisa vai devagar. Preciso deixar claro que precisamos fazer em Cr-Mo, em placas e que não podemos ficar com a sobra do material. Se conseguirmos fazer isso direito é provável que eles encomendem centenas de armaduras assim, mas também é a porta aberta para prestarmos serviços para a Corte. Portanto neste serviço não podemos fazer algo médio. Ao encontrar com os outros ferreiros digo:
          -- Senhores, sei que isso é um desafio para todos na questão de prazo e complexidade. Acreditem, se fosse algo fácil não teriam procurado por nós. Isso também significa que somos os mais qualificados para entregar esta inovação. Olho nos olhos de cada um para confirmar que é algo novo, que são os melhores e com um sorriso continuo: Eles não querem algo comum, querem algo inovador, algo que nunca foi feito antes para que tenham uma vantagem no campo de batalha que é a velocidade nos cavalos. No entanto se este algo for bom, podem encomendar centenas de armaduras novas que serão feitas por nós, assim como essa aqui. Peço humildemente que pensem em como podemos ficar ricos com esse projeto se conseguirmos um bom resultado e quanto material vão dar para nós trabalharmos após isso. Eles já sabem que somos os melhores, vamos dar o nosso melhor e esfregar isso na cara dos outros com as armaduras que faremos.
           Espero que assim eles fiquem mais motivados e entendam a necessidade de entregar isso bem feito.
           -- Se algum de vocês tiver uma ideia que faça a diferença para conseguirmos esta inovação, digam. Mostro o Mo para eles. Se não, mão a obra!

           Ainda preciso encontrar o coureiro e talvez precise achar um bom logo. Preciso dar uma passada no centro para achar alguém, os melhores muitas vezes estão no centro das coisas. Talvez até perto da praça da Corte.

           Será que Jussara poderia conhecer alguém ou saber mais sobre o símbolo de Ĥarin? Não sei se seria uma boa ideia dar uma passada pra ver como ela está, mas se lembro bem a casa dela é perto do templo de Piro. Kandel certamente não gostaria de minha visita. No entanto também não sei quando ela estaria por lá, mas se estiver por perto passarei para perguntar como ela está.
           A primavera se aproxima logo os dias serão mais curtos e frios. Jussara comentou que as pessoas sentem frio, algo que nunca me ocorreu. Isso também fez com que tivesse uma ideia. O calor extra desperdiçado pela forja poderia ser uma grande fonte de renda para o dono. Esse calor poderia esquentar água e assim aquecer centenas de casas ao redor da forja. Ele poderia ficar rico ou ao menos ganhar muito mais dinheiro com algo que ele está perdendo hoje. Entendo que isso não traria a solução para toda a cidade, mas uma boa parte das pessoas teria uma qualidade de vida melhor. Assim que possível farei a proposta para ele, quem sabe assim consiga ter uma casa ou até uma pequena participação no negócio.
           Minha mente divaga nas possibilidade do trabalho e estou esquecendo que havia o compromisso de treinar com meu mestre na ICB. Preciso treinar, destravar a magia que mora em mim é muito importante pra mim pois é assim que vejo a possibilidade de não ter que trabalhar mais. No entanto se conseguir uma fonte de renda com a forja, poderia dedicar-me aos estudos da ICB. Esse dilema é até engraçado. Estudar para tornar-me um mago que não precisa de trabalho ou trabalhar para ter  riqueza e poder dedicar-me ao estudo da magia. Caminhar nestas duas estradas deve ser algo muito difícil, mas não sei como ficar em apenas uma delas. Não tenho recursos para apenas estudar, mas também não quero trabalhar tanto ao ponto de não poder estudar a magia.
           
           Balanço a cabeça e penso que preciso dar foco para a atividade a minha frente. Encontrarei o coureiro agora. Se houver tempo, buscarei por Jussara. Se encontrar com o dono da Forja farei a proposta para começar a trabalhar após entregar a armadura. Se em meio a tudo isso puder lembrar ou cantarolar os ensinamentos do mestre, o farei em minha mente em busca de uma epifania.
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    Mensagem por Leomar Ter Jan 01, 2019 2:53 pm

    Ka escreveu:-- Sr. nunca vi nada igual, isso foi surpreendente. Sinto um pouco de inveja ao saber que há alguém tão habilidoso como o Sr. no mundo. Ao ver o ferimento parece que pelo inchaço a perna pode ficar ligeiramente maior. Se isso acontecer, posso fazer uma espécie de ferradura mais grossa para tentar equilibrar os tamanhos das pernas. No entanto o Sr. é o especialista e sou apenas uma ferramenta nas suas mãos.

    O médico fica até um pouco envaidecido pelo tratamento quase pomposo que recebe.

    - Ah, sim! Um mundo onde as pessoas preferem tratar tudo com magia não é fácil para pessoas como eu que buscam a cura com as próprias mãos! A medicina é subestimada por causa das magias de cura, mas isto reflete a ignorância deste povo que, boa parte do tempo, prefere agir como gado, esperando que os magos façam tudo por eles. (pausa) Mm, é verdade, ossos quebrados se fundem mais fortes, mas nem sempre exatamente no mesmo tamanho. Não é fácil operar centauros, os corpos deles rejeitam nossos medicamentos. É uma vantagem contra venenos, mas um tormento para os médicos. Estou otimista quanto esta fratura. Agora teremos de esperar pelo menos dois meses para ver como realmente ficará. Se realmente der diferença, a ideia de compensar nas ferraduras não é ruim. Este guerreiro nunca foi ferrado, mas se for preciso recomendarei que lhe procurem, já que mostrou que é consegue trabalhar com medidas precisas.

    Quando apresenta um molde para Ĥarin, este não faz nenhuma observação adicional, dizendo que o desenho estava bom com revelo uniforme. Ele diz também que ficou sabendo que o médico aprovou os parafusos cirúrgicos. 3X2 para Ka.

    Com seus colegas de trabalho a coisa continua meio travada. Ka tenta motiva-los, e até consegue um pouco de atenção, mas e equipe ainda não estava em sintonia. As aptidões dos outros três eram bem diferentes:

    Lester era o ferreiro mais confiável. Sua maior vantagem é que trabalhava bem e honestamente. Sua desvantagem é que trabalhava devagar. Era detalhista, e se tivesse oportunidade de trabalhar numa forja realmente grande, poderia se tornar um verdadeiro artista. Ka podia confiar nele, mas as ideias de produção dos dois divergiam. Ka insistia que fazer a armadura toda de placas era melhor, Lester queria usar placas na anca do animal e malha no lombo, pois teoricamente ficaria mais confortável para fazer a sela. Ka lembra que planejava algo que pudesse ser adaptado para cavalos e centauros, o que poderia significar usar ou não sela. Lester diz que se for assim, o melhor é fazer uma parte cambiável em que poderia usar ou malha ou placas, dependendo de se ia ter ou não cavaleiro montado. Embora a ideia fosse boa, isto ia dobrar o tempo e aumentar o material em 1/3, fora a mão de obra.

    Quando Ka pergunta "Se algum de vocês tiver uma ideia que faça a diferença para conseguirmos esta inovação, digam." Lester não apresenta uma sugestão, mas umas doze (até a hora que Ka para de contar). Os dois ainda iam ter que chegar a vários acordos sobre vários pontos, sobre como fazer a parte do lombo, das pernas e do peito. Felizmente parece que tinham menos divergência quanto a parte traseira. Lester começa fazer alguns esquemas sobre como proteger a anca do animal.

    Seu irmão mais novo, Nester, já era bem diferente: não tinha realmente vocação para ferreiro, mas como o irmão tinha conseguido trabalho e Dafodil não tem muitas oportunidades, foram trabalhar juntos. Nester era 1/4 do ferreiro que Lester era, e ainda tinha um humor variável. Nos dias ruins era preguiçoso e irresponsável, mas nos dias bons tinha lá suas qualidades.

    Nester preferia fazer serviços mais rústicos que artísticos, era bom arrumando carroças, reforçando escudos e, embora não fosse criativo, sabia seguir receitas para temperar, refinar ou purificar bem um metal. Tinha um bom "olho" para temperatura e consistência. Mas também tinha seus pequenos, mas explosivos, surtos de raiva quando não conseguia deixar o metal num determinado ponto, e já perdeu muito material por conta disto.

    Nester não podia ficar com muito pouco álcool, ou não teria motivação para trabalhar bem, mas também não podia ficar com muito álcool, por motivos óbvios. Se Ka e Lester mantivessem observação, poderiam contar com ele em 4/5 do tempo, mas era difícil que ele não desse pelo menos uma fugida para ir atrás de uma meretriz, ainda mais se Ĥarin adiantasse parte do pagamento.

    Seria interessante deixar Nester já examinando/preparando pelo menos parte do material.

    teste de ligas:

    E por fim tinha o Ricardo. Este Ka já tinha começado se arrepender de ter incluído no projeto, mas era o que sobrou.

    Ricardo tinha um ego maior do que a competência, embora realmente não fosse medíocre, estava longe de ser melhor que Lester e Ka, embora obviamente se achava muito superior a eles. A moral de Ricardo também era algo flexível (no mínimo), e Ka já fica satisfeito de não ter ficado com o resto da platina, que poderia ter sido "perdida" por ali.

    Ricardo diz que tinha contatos na Corte dos Milagres, e que, se eles tinham molibdênio (ou qualquer outro metal) sobrando, não importariam em "ceder" o que sobrasse, e que sabiam que ferreiros usavam este material a mais para margem de estrago, pois não dava para garantir que o metal ia sempre funcionar como devia funcionar.

    De fato ele tinha contatos, mas a Cour des Miracles podia ser uma cobra com mil cabeças, e as cabeças que ele conhece podem ser bem diferentes das cabeças de Ĥarim, também era verdade que pedir "algum" material a mais para margens de erro era praxe, mas o algum de Ricardo era diferente do algum de Ka.

    Para piorar, Ricardo guardava "algumas" rivalidades com Ka, ele alegava (entre outras coisas) que Ka espionava os trabalhos de Ricardo, roubando-lhe segredos. Isto poderia ser meia-verdade, de fato Ka tinha que prestar "atenção mais detalhada" quando era aprendiz, pois os "amigos" de trabalho realmente não queriam que ele ficasse bom demais, etc. etc. etc. (cansei de escrever tantas aspas)

    Então Ka não poderia, por enquanto, tirar Ricardo fora do projeto, pois já tinha falado demais, e se a rixa entre eles piorasse, um deles teria de sair da forja. Além de tudo, fossem quais fossem estes "contatos" que ele tinha na Corte, em Dafodil NUNCA se podia ignorar contatos com a Corte, para o bem ou para o mal, normalmente para o mal. E Ka ainda era novato neste lance de contatos.

    Era muito problema para se resolver em pouco tempo, e ainda tinha que procurar um mestre coureiro, portanto não resta escolha senão subir até o centro da cidade. Apesar da distância, esta parte se mostra mais promissora, pois o leque de profissionais parecem melhores. Ka resolve ir a uma parte do centro que parecia realmente um pouco diferenciada e encontra uma oficina cuja primeira impressão é muito boa. Talvez até boa demais para os padrões que tinha, mas afinal não era ele quem pagaria pela armadura (se tudo desse certo, claro).

    Um nobre conversava com alguém que Ka presume ser o mestre coureiro.

    - Suas últimas selas estavam muito duras, vou demorar o dobro do tempo para amaciá-las!

    - A qualidade não estava a contendo do Yüksek Kan?

    - A qualidade estava ótima, como sempre, mas eram duras demais. Estou deixando escravos andarem nelas para ver se amaciam!

    - Para este nível de qualidade o couro demora um mês para acomodar e dois para ficar perfeito. Posso fornecer uma pele de carneiro ou algum acolchoado a mais para dar mais conforto neste tempo, mas não tem como agilizar a acomodação dele. Não sem perder a qualidade.

    - Entendo, me irrita ter que usar escravos para isto. Mas vou fazê-los montar em animais inferiores para não cansarem nossos melhores puríssimos-sangue e ficar mais horas nas selas. Ain, um mês é muito tempo, mas que se há de fazer!!

    Enquanto conversam, Ka repara algumas peças na oficina, dá uma olhada numa sela e repara a costura, gostando muito. Embora fossem artes diferentes, Ka sabia o suficiente de couro para reconhecer um bom trabalho. Ele repara também no mestre coureiro, usando provavelmente toda sua paciência para não virar os olhos na frente de um cliente difícil.

    - As últimas botas que me mandou, creio que cometeu um erro. Vieram dois lotes. Um deles está perfeito, mas o outro nem parece trabalho seu, é de uma qualidade visivelmente inferior!

    - Perdoe-me, Dom Conde, mas não há erros, o que me pediram foi um lote de gala e outro lote resistente, para usarem em batalha.

    - O lote de gala está aceitável, mas o segundo lote parece algo feito para escravos! Não é por ser resistente que precisa ser tão ruim!

    - Eu posso refazer, Dom Conde, mas garanto que as que fiz são para qualquer batalha. Não deformariam nem se o soldado atolasse até o joelho na lama, depois tivesse que ir para o deserto e antes de poder limpá-las ainda tivesse que enfrentar o gelo, ainda assim as botas não perderiam a qualidade!

    - Não podem perder o que não tem! E meus soldados não estão numa selva! Temos outros soldados ralés para andar em lama ou gelo. De que fez aquelas botas?

    - De couro de peixe-demônio é o mais...

    - Peixe-demônio!!! Eu bem disse que são dignas de escravos! Eu agora poderia até me sentir ofendido, se não fossem anos de bons trabalhos para o Kan! Não pagarei aquele lote, darei a meus escravos, não quero que eles percam os pés. Mas quero que providencie outro lote quanto antes!

    - Como queira, Dom Conde. De couro de crocodilo está aceitável?

    - Sim, como sempre!

    Ka não tem como não ouvir a conversa, e pensa com seus botões:

    "Este cara deve queimar uma rosca mais rápido do que a fornalha da minha forja."

    Depois que o nobre sai, ele fala com o mestre coureiro. Ele inspira confiança a um primeiro momento e Ka vai explicando mais ou menos o que gostaria. O coureiro avalia a roupa de Ka, assim como ele tinha avaliado a sela do outro.

    - Bem escura sua armadura, você mesmo quem fez? Parece pesada demais!

    - E é, mas não é uma armadura de batalha, e sim uma especial para me proteger na forja.

    - Hmmm!!...

    Ele demora mais alguns segundos avaliando, mas logo os dois se reconhecem como bom artesãos. Yasfen, o coureiro, ouve as primeiras instruções de Ka e diz que pode sim fazer um acolchoado para a armadura e sabe exatamente como deixá-la bem resistente contra flechas, e diz que tem umas cinco formas de se fazer isto. Neste ponto Yasfen faz Ka lembrar de Lester, o que é bom e ruim até certo ponto.

    Yasfen teria de saber o peso da armadura de metal para ver quanto usaria de couro, pois seria praticamente uma armadura embaixo da outra, algo pouco comum. Obviamente eles teriam que trocar mais informações várias vezes.

    O primeiro problema surge quando Ka diz que o trabalho era para la Cour des Miracles. Yasfen diz que fazia trabalhos para o Yüksek Kan e sua oficina pagava taxa de proteção para o Yüksek Kan (como a forja de Ka pagava para a Corte). Se tanto um grupo como o outro soubessem que eles trabalhavam juntos num projeto, isto PODERIA dar problema para um ou para outro.

    Yasfen aceitaria o trabalho de Ka, mas quando fosse à oficina dele, não poderia falar o nome da Corte, e também não poderia levar a armadura a menos que tivessem sozinhos. A placa com o símbolo também não deveria ser levada para lá. Caso Yasfen precisasse ir à forja de Ka (o que talvez fosse mais simples), também não podia ser identificado.

    Toda vez que precisassem se comunicar, ou que precisassem chamar Yasfen, Ka pagaria o garoto de mensagens (podia pagar um a 2 ki-kons, que vale meio kon, por cada ida, um pouco mais se tivessem que levar documentos importantes).

    Quando Ka pede um orçamento, também fica um pouco assustado. Yasfen diz que, usando material próprio, o trabalho todo ficaria APROXIMADAMENTE 200 kons e levaria um mês para ficar pronto com qualidade garantida.

    Ka não esperava menos de 50, e não se surpreenderia com 100, mas 200 parecia um tanto caro demais. E também esperava algo estourando com duas semanas. Quando Ka pergunta se não teria como fazer em uma semana, Yasfen ri (Ka sabia que era algo quase ridículo mesmo, mas tinha que perguntar). No fim o coureiro diz que pode providenciar algo com 3/4 da qualidade ideal em três semanas, mas que dependia de ter esquemas confiáveis sobre detalhes da armadura em mãos antes de começar. E também levar metade do preço do trabalho ou 50 kons até que Yasfen fizesse metade do trabalho.

    Provavelmente Ka teria que ir mais uma vez até Ĥarin antes de confirmar, embora se tivesse confiança bastante poderia já fazer o acordo por ele mesmo e negociar com Ĥarin depois.

    off:

    Apesar dos poréns, ter encontrado um bom coureiro já o deixa mais aliviado.

    Ka aproveita que estava por ali, e bate na porta de Jussara. Afim, estava por ali...

    Ela espia pela fresta da porta antes de abrir. Manda esperar um pouco. Uns dois minutos depois abre. Estava usando um manto simples por cima de uma roupa provavelmente simples também, e apesar da manhã já ir pro fim, parecia ter se levantado a pouco.

    - Incomodo? - Pergunta Ka.

    - Não! Eu na verdade acordei cedo demais, e estava preparando algumas raízes que só da pra fazer a noite, Kandel saiu para o porto e, já que tinha trabalhado muito cedo, acabei cochilando um pouco mais. Mas entre, vou nos preparar um chá. Pode ser de gengibre com limão? Ou prefere uma xícara de tauna?

    obs: "Kandel saiu para o porto" pode significar que ele trabalhe ou esteja buscando trabalho no porto, que realmente é um dos lugares com mais chance para um rapaz da idade dele. Ou pode ser que só foi lá fazer qualquer coisa mesmo.
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    Mensagem por Christiano Keller Ter Jan 01, 2019 10:15 pm

    Ka,

    Na casa de Jussara observo se as coisas estão do mesmo lugar, marcas de luta ou hematomas e similares nas partes aparentes.
    -- Passei rapidinho, não poderei tomar o chá. Estou com bastante trabalho com uma armadura contra flechas, mas como passei aqui perto queria ver como você está? Não te incomodaram mais?
    Observo os comentários dela para pensar se posso ajudar ou não. No momento apropriado continuo:
    -- Sabe, também consegui este trabalho com um homem do templo de Piro, talvez possa ajudar-me com alguma informação sobre este símbolo. (mostro o desenho e modelo que tenho)
    Aguardo a informação dela sobre o símbolo, que pode ser positiva ou negativa. Imagino que não há nada que precise de uma atenção imediata.
    -- Bem, obrigado pela sua atenção. Verei o que posso fazer, mas tenho que ir trabalhar agora.

    Bem, era hora de voltar para a Forja. Atento ao caminho para não ter problemas. Ao chegar espero um momento antes de falar com os colegas, talvez perto do local banheiro onde posso pedir que me aguardem sem me importunar. Lá tento colocar meus pensamentos em ordem para então dizer aos meus colegas:
    -- Lester, gostei muito da sua ideia de montar um modelo intercambiável, mas segundo nosso contratante não teremos tempo para fazer os 2 modelos, portanto faremos apenas 1, para centauro. Depois poderemos conversar sobre fazer isso para cavalos. (respiro e espero o comentário dele). Faremos as ancas do seu jeito. Será que podemos mostar os esquemas juntos para passar para o coureiro? Podemos pedir para Nester preparar o material? Em caso de sim, já peço para Nester fazer 2 medidas de Cr-Mo (10%+10%) e uma porção de Al-Mo-Cr (10%)?
    Lester e Nester tinham suas atribuições. Restava lidar com Ricardo. Quando o encontrar direi:
    -- Ricardo, quero informar que estamos fazendo alguns progressos com a armadura. Nester está preparado o material para trabalharmos e vou ajudar Lester com o esquema para o coureiro. Pensei que um artista como você não quisesse fazer os trabalhamos menores e assim que tivermos o material pronto com Nester poderemos trabalhar no metal, ai será sua vez de brilhar.
    Passarei o restante do tempo trabalhando nas diferentes partes do projeto para fazer a coisa avançar.
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    Mensagem por Leomar Dom Jan 13, 2019 11:17 am

    Ka escreveu:-- Passei rapidinho, não poderei tomar o chá. Estou com bastante trabalho com uma armadura contra flechas, mas como passei aqui perto queria ver como você está? Não te incomodaram mais?

    - Ah, imagina, preparo rapidinho! - Ela o pega pela mão fazendo entrar e sentar. - Não tive o desprazer de encontrar aquelas duas novamente, mas problemas vem... problemas vão... "Estas la vivo!"

    Ela corta uma raiz de gengibre em fatias finas, mistura com água, limão, mel e mistura com os dedos, Ka percebe que esquenta o chá com sua própria magia. Ela escuta sobre a armadura, provavelmente ela não tinha muita noção da relevância de algo assim, mas escuta o amigo com atenção e simpatia, incentivando a pequena conquista. Ele olha o símbolo.

    - Mm, não tenho certeza, mas acho que é um símbolo antigo da Corte dos Milagres. Mas não acho que é muito usado. - Ela pensa, analisa. - Acho que estas curva aqui, em forma de "pernas" deformando o símbolo de Piro, é uma referência à magia negra, embora não possa te afirmar com certeza, e as setas devem ser ou um símbolo de uma facção de arqueiros, o que é mais provável, ou uma alusão a outras magias, como a água ou ar. Já procurou algo dentro do templo deles? Se eu soubesse ler poderia ajudar mais...

    Já que tinha mesmo ficado pro chá, de livre e espontânea pressão, Ka comenta sobre o que pensou de propor fazer na forja, para aquecer a água, que tinha se inspirado na conversa anterior com ela. Jussara sorri, certamente imaginando como seria bom, mas logo depois seu olhar e tom de voz ficam um pouco melancólicos.

    - É, seria bom imaginar algo assim...

    - Não acha viável? - Ka percebe que a alegria dela foi só por um segundo.

    - Sim! Sim... Para o dono da forja e para vocês pode ser bem viável, e creio que seria bom sugerir mesmo. Mas... (suspiro) embora seja uma boa ideia, isto não é algo que venha beneficiar pessoas simples como eu. Até já temos caldeiras assim na cidade, pelo menos uma. É uma taverna de até grande qualidade "Licores de Luas", e com certeza faturam bem para os que podem pagar pelas piscinas aquecidas.

    ***

    De volta ao trabalho, primeiro fala com Lester. Ele concorda que, se forem fazer o primeiro projeto só para centauros (ou um possível cavalo desmontado) então seria viável seguir com o projeto tal como Ka planejou, mas enfatiza a vantagem de passar para o cliente a possibilidade de fazer uma segunda metade da armadura que possa ser trocada eventualmente, ficando com uma armadura de três partes.

    Lester não era bom com números, mas era bom nos desenhos, em não muito tempo vocês dois conseguem preencher cinco papiros de esquemas e croquis que poderiam apresentar ao coureiro, alguns meio rabiscados pelas contas que os dois refaziam, mas o último desenho estava quase perfeito.

    Nester também se sai relativamente bem. A primeira amostra de liga ele quase perde o ponto de temperatura ideal duas ou três vezes, mas no fim consegue uma barra aceitável, embora ainda estivesse mais apropriada para uma lâmina que uma armadura. Se tivessem que derreter novamente corriam tanto o risco de melhorar como piorar, mas estava no normal.

    Um pouco mais treinado pela primeira vez (pois ele também teve pouca oportunidade de trabalhar com molibdênio até então), na segunda ele consegue uma amostra que vocês chamam de "macia" pois estava numa densidade muito boa de ser moldada e martelada, com isto ficam mais animados. Já quando acrescentam alumínio a liga não dá certo, parecia boa durante todo o processo, mas no esfriamento ela racha.

    (R.Oc.)
    Eles não chegam em um acordo, Lester diz para da próxima vez diminuir no alumínio, Ricardo é contra, dizendo que o problema é só os pontos de fusão, resfriamento e que, com o carvão e talvez uma areia especial poderiam até aumentar o volume de alumínio. Lester tenta mostrar que o alumínio não ia aguentar a densidade dos outros dois.

    Aquela amostra parecia perdida, mas Ricardo insiste que podia reaproveitar, vocês deixam tentar. Ele volta derreter o material, e no resfriamento ele não racha, mas também não fica no ponto ideal. Parece que ele pelo menos conseguiu melhorar.

    - Eu disse que podemos colocar bastante alumínio!

    - É, mas ainda falta algo que não sabemos o que é. - Lester ainda cauteloso.

    - Bobagem, podemos ir forçando até ceder.

    - Talvez... Mas ainda falta algo... ou o alumínio deixará tudo fraco sempre.

    - Deixa de bobagem! Já fortalecemos alumínio antes, podemos fazer de novo!

    - Mm...nheéé... marammamram...

    Ricardo mostrou que era possível melhorar a liga inicial, o que já era uma ajuda e não atrapalhou vocês, mas se estivesse errado, e vocês continuassem aumentando a parte de alumínio, poderiam começar a perder muito material. Por outro lado, se ele estivesse certo e vocês não quiserem arriscar, podem perder a chance de descobrir como fazer uma liga superior as que já fizeram.

    O progresso do dia é satisfatório. Poderia ser melhor, mas poderia ser bem pior e não foi, se continuasse assim, amanhã poderiam avançar ainda mais e talvez até consigam um tempo livre no fim do dia.

    Em aberto ficava ainda se haveria necessidade de debater ainda mais uma vez os progressos e projetos com Ĥarin, ou adiantar mais antes de falar com ele. Alguns clientes adoravam saber dos mínimos detalhes, ficavam quase carentes desta atenção (Ka lembra do cliente que estava na loja do Yasfen e agradece por Ĥarin não ser tão "delicado", mas ainda fica em dúvida se ele gostaria de dar algum pitaco, pois era mais fácil mudar algo no começo, que corrigir no final). E também estava em aberto se poderia também contratar Yasfen de vez, passando o projeto quase todo.

    off: há uma boa probabilidade do dono da forja aparecer no próximo dia. Ele falará com Ricardo sobre como está a taxa de proteção da Corte. Como vocês estão com o "aluguel" em dia, não têm necessidade de passar para ele detalhes sobre o que estão ou não fazendo. Talvez ele possa perguntar como anda as coisas e sondar um pouco sobre o que estão trabalhando, ou talvez algum dos outros possa comentar algo, ou não.

    Isto POSSIVELMENTE não será problema, mas há uma chance pequena dele querer meter o nariz onde não é chamado.
    Christiano Keller
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    Forjando o Destino (Ka) - Página 2 Empty Re: Forjando o Destino (Ka)

    Mensagem por Christiano Keller Dom Jan 13, 2019 7:39 pm

    Ka,

    A conversar com Jussara deixou me pensativo. Talvez a solução da água quente para o inverno não resolvesse o problema para ela, mas talvez criasse novos empregos para algumas pessoas. Se conseguisse uma loja de chá ou algo do tipo poderia ajuda-la mas o dinheiro para isso parece longe. Essa ideia é o que tenho pra hoje então se encontrar com o dono da forja, vou dar a ideia pra ele e quem sabe consigo alguma grana também.
    As necessidades do dia a dia sempre estão presentes, o clima pode ser uma das mais assustadoras pois não há para onde as pessoas fugirem. O frio ou o calor estão por toda a parte e se você não tem uma solução para os momentos difíceis terá momentos difíceis. Penso na solução das armas de metal. As primeiras foram mais simples, mas que destruíam madeira com facilidade, depois vieram metais mais duros que destruíam os metais mais moles. Em cada momento de evolução o grupo que tinha acesso ao avanço se desenvolveu melhor e venceu os outros. No começo as armas de metal não estavam disponíveis para todos, mas eventualmente se espalharam. Talvez seja assim com a água, hoje apenas o grupo que tem acesso aos "Licores de Lua" tem acesso, mas depois pessoas perto da forja terão aumentando a cobertura do serviço e depois quem sabe mais gente? É isso ou nada, ajudar algumas pessoas ou ninguém. Farei isso, um passo de cada vez.

    Agora o trabalho está complexo. Pedirei a Lester e Nester para trabalharem no metal.
    --Senhores, belo trabalho! Acham que podem preparar mais um pouco de Cr-Mo hoje? Talvez mais 2 porções? Vou levar uma cópia do último desenho para nosso cliente e retorno para trabalharmos nas placas.

    Já Ricardo poderia fazer uma parte da placa com o metal que trabalhou. Então usaríamos os dois para comparar a performance de cada um. Se a mistura que fez for melhor que a outra, poderíamos fazer mais com a receita de Ricardo, se não a gente aproveita o que tem e segue em frente.
    -- Ricardo, belo trabalho com a liga, você é bom mesmo. Acha que pode fazer uma placa da armadura com ela? Assim comparamos essa liga com a outra e ficamos com a melhor?

    Então procuro o senhor Ĥarin com os desenhos de Lester para uma última revisão antes da construção.
    --Senhor Ĥarin, peço um momento de sua atenção, tenho os desenhos finais da peça e gostaria de uma última revisão antes de realizarmos a construção. Faremos também uma peça em couro para aumentar a proteção mas que demorará um pouco para ficar pronta pois o couro precisa ser curtido especialmente para o senhor. Mostro o desenho enquanto enfatizo os detalhes que ele comentou no passado e que estão presentes no desenho.
    Quantos detalhes ele alteraria? Será que ele mudaria muitas coisas e conseguiria mais prazo? Já estamos apertados com a fabricação disso e precisamos avançar.

    OFF: quais dados que devo rolar? o progresso e o metal Cr-Mo?
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