Fichas dos Personagens e BGs

Fichas do Grupo de Lua Alta::

Fichas do Grupo de Ponte do Arco::

Edu escreveu:

Shaíra nasceu nas terras do pais do norte. Exatamente nas planícies que ficavam entre as duas estradas que ligavam Nathoud ao seu resto de Faerun. Era de uma tribo bárbara nômade que vivia dos assaltos às caravanas. Adoradores de Talos sua tribo acreditava na imposição do poder pela força.

Seu pai Haptar era o líder guerreiro da tribo. Liderava o grupo com punho de ferro. Costumava ter como braço direito a esposa e mãe de Shaíra como apoio na liderança. Yadala era uma poderosa sacerdotisa de Talos e funcionava como o braço religioso e místico do bando.

O casal teve apenas uma filha, Shaíra. Haptar no primeiro momento ficou furioso por Yadala ter parido uma mulher.  Amaldiçoou e cuspiu na própria filha e depois deixou a mulher sozinha indo cavalgar nas planícies pra esfriar a cabeça. Durante o tempo que ficou fora pensou. Não importava se ela tinha nascido fêmea, seria o seu filho. Não seria criada como uma garota e sim como um menino. O guerreiro mais terrível que já houvera na sua tribo haveria de ser sua filha, não, filho, porquê não importava que o seu corpo fosse de uma mulher, o seu espírito seria de um homem.

Shaíra desde então foi criada como um garoto. Sendo treinado e ensinado junto aos outros meninos da tribo. Yadala via essa atitude de Haptar com bons olhos, acreditava que podia juntar o melhor dela e de seu pai na filha. Em segredo ensinava a filha as doutrinas de Talos e os jeitos de ser mulher.

Aos 15 anos Shaíra foi com o pai ao primeiro assalto as caravanas. Tudo foi melhor que o esperado, inclusive com a garota demonstrando muita força, habilidade e até um pouco de crueldade na batalha. Nesse ataque ele ganhou de presente o seu primeiro escravo. Maseúdi um jovem comerciante vindo de Mulhorand.

Os 4 anos seguintes foram muito bons pra Shaíra. Conseguiu conciliar a batalha com os ensinamentos mágicos de sua mãe e cada vez caminhou mais pro comando da tribo. Nesse tempo também foi que descobriu o prazer da luxuria. Foi com o seu escravo Maseúdi que teve suas primeiras experiências sexuais. Ela gostou tanto passou a usar o Mulan só para seu deleite sexual. Tinha que admitir, possuía até uma certa afeição por ele, mas isso não a impedia de puni-lo, no entanto no final sempre amolecia.

Com 19 anos tinha se tornado uma mulher completa. Seus cabelos longos loiros eram amarrados em uma longa trança que caia pelas costas. Seus seios não tinha se tornado grandes, eles pequenos pra médios sem possuir um grande volume, mas de certa forma tinha sua beleza. Seu abdômen era bem definido, mas ainda lhe garantiam alguma beleza feminina. As coxas eram grossas porém não muito definidas. Shaíra tinha uma beleza partícular, sendo mais rústica e menos delicada que as mulheres normamente, mas ainda tinha uma boa dose de feminilidade no seu corpo e costumes, características garantidas pelos ensinamentos da sua mãe.

Quando completou seu vigésimo aniversario começou os piores anos da sua vida. A traição e assassinato do seu pai vieram. Ela foi derrotada depois matar vários dos traidores, foi amarrada e vendida como escrava pra mercadores Mulans.

Foi levada cativa pra Mulhorand e lá vendida no mercado de escravos de Skuld. Foi comprada por um homem poderoso e rico chamado Maptys. Ele tinha um sultuoso palácio num Oasis no deserto roxo. Lá foi colocada como uma das concubinas dele. Nos 5 anos que vivem ali, nunca foi tocada por esse homem que a comprara, muito menos pelos eunucos que a guardavam.

No aspecto da comida e do conforto a sua vida era muito melhor que na tribo. Não passava fome, estava sempre limpa e não sentia frio. Porém era uma propriedade de alguém e não tinha liberdade. Vivia trancada numa seção do palácio vendo os dias nascerem e morrerem lá fora. Sentia falta da luta, da violência e do sangue da sua vida de Barbara, mas ao mesmo tempo teve o seu coração amolecido pois passou a sentir na pele como era ser propriedade de alguém.

Os 5 anos foi o tempo pra repensar muitas coisas na sua vida e sua raiva aumentar também. Deixou de ser uma mulher fazia demonstrações arbitrárias de violência pra ser uma pessoa reativa do tipo que respondia com violência a quem tinha feito mal a ela. Seu desejo de matar o senhor daquele palácio crescia cada vez mais.

Maptys parecia um homem perigoso, do harém não dava pra ver nada que acontecia ali no palácio, mas quando fora trazida pode perceber que ele era envolvido com negócios estranhos. Sua mãe tinha contado historias sobre a terra de Narfell e os negócios que eles faziam com demônios. Esse Maptys parecia tá envolvido com a mesma coisa.

Nos últimos dias antes de escapar daquele lugar ela começou a notar que o numero de mulheres nos haréns começava a diminuir. Uma semana sumia uma, dois dias depois outra. Desde que chegara a aquele lugar grande parte do seu tempo passava com essa mulher chamada Mirabelle. O ócio e a falta do que fazer ali eram grandes e ela parecia possui um conversa interessante. No final acabou se tornando amiga dela e trocando caricias quando mais tinha necessidade. Foi justamente Mirabelle que começou a lhe falar dos desaparecimentos, pois ela passava bem mais tempo com as outras mulheres.

A partir daí Shaíra começou a ligar os pontos e descobriu o que acontecia naquele lugar. Tinha notado que nem ela e nem nenhuma mulher ali tinha sido tocada pelo homem que era dona de todas. Na verdade todas elas ali estavam sendo guardadas pra alguém ou alguma coisa. Lembrou-se da cerimônia de sacrifício que fazia a Talos quando oferecia alguém pra ser consumido por um raio. Era a mesma coisa ali, estavam sendo guardadas para serem sacrificadas!

 Tinha que escapar daquele lugar.  Precisava de um plano ou alguma coisa assim. Possuía as suas habilidades de guerreira e as suas magias de sacerdotisa, inclusive já tinha sido escolhida por Talos pra ser uma senhora da tempestade. Num dos ataques a caravanas enquanto cavalgava foi atingida por um raio. Seu cavalo morrera, mas ela não. Morte tinha passado perto mas sobrevivera e depois passou ter as habilidades de domínio da tempestade. Infelizmente isso nunca fora o suficiente, já tinha tentando escapar antes, porém tudo o que conseguira foi chegar até a esquina do corredor fora do harém. Recebera chibatadas além do que se podia lembrar. Na ultima tentativa quando fora mais longe e depois que matara 3 eunucos e 1 guarda. Ela recebeu a pior punição de todas. A “marca” eles chamavam, pegaram um marcador de gado ardente e encostaram ele em brasa na sua região pubiana, um pouco acima da sua vagina. Foi a pior dor de todas que já sentira na sua vida inteira. Para que não pudesse se curar eles amordaçaram. Teve que suportar dias e semanas de dor até que seu corpo se curasse por si só.

Depois dessa punição ela passou a reavaliar melhor as suas tentativas de escapar e passou a ter mais calma pra esperar o melhor momento. Ela sabia que nenhum plano seria suficiente pra escapar dali. Possuía o conhecimento das armas e da sua feitura, afinal, o seu pai tinha lhe ensinado isso, mas ali não tinha nada que pudesse usa-lo. Com a sua ultima suspeita sobre estarem sendo guardadas pra algum sacrifício, tinha que escapar dali o mais rapido possível.

Obviamente não contou a Mirabelle sobre a historia toda de estarem sendo “guardadas” pra alguma coisa sinistra. Precisava de uma distração, os eunucos estavam sempre vigiando. Começaria uma briga e faria os guardas entrarem no harém fazendo todos ficarem juntos num mesmo lugar. Assim poderia usar uma das suas magias e manter eles ali enquanto escapava.

Na hora foi uma gritaria tremenda de todas ali, mas dera certo. Os guardas entraram e caíram na sua magia exatamente como o esperado. Era a sua chance de espancar. Passou a mão no braço de Mirabelle e a levou consigo.

No final não foi tão difícil escapar, os guardas em separado eram fáceis de serem derrotados e o harém ficava em separado ao palácio. Foi essa razão que conseguiu escapar sem que a força principal da guarda chegasse.

Ela e Mirabelle longo foram pro deserto a fim de se esconder e escapar. Ficaram alguns dias andando até finalmente chegarem a grande estrada do alvorecer. Não tiveram qualquer dificuldade por parte de comida ou falta de água, pois Shaíra criava isso através da magia.

Através da sua magia ela perguntou a Talos pra que direção ficava o mar. Depois de ter convocado a reposta de seu deus duas vezes ela soube qual a direção seguir. Shaíra e Mirabelle andaram um mês seguindo a estrada do amanhecer até Skuld. Na cidade através da força e ameaça conseguiu uma passagem. Não se importava pra onde ele fosse só queria sair daquele reino o mais rápido possível. Saiba que aquele sinistro homem viria atrás dela. Maptys era o seu nome. Precisava de um lugar pra se assentar e reunir forças novamente pra finalmente ir atrás da cabeça do seu ex-captor.

Chegou em Sembia na cidade porto de Yhaun. Ficou alguns dias numa taverna junto com Mirabelle. Através de conversas no salão e do dono lugar ela ficou sabendo das terras livres dos vales. Um lugar perfeito aonde poderia se fixar e sumir do mundo. A marca no seu púbis lembrava bem que Maptys viria atrás dela, porque se ele quisesse realmente puni-la na sua ultima tentativa de escapar, a teria matado e não ter feito aquilo. Ele tinha dado aquele bizarro castigo porque precisava dela viva pra alguma coisa, assim como as outras mulheres.

Os Vales eram o lugar perfeito pra sumir. No dia seguinte partiram ela e Mirabelle, seguindo a estrada. Viajaram alguns dias até chegar a Essembra, ali Shaíra junto com sua amiga conseguiram se fixar como anônimas. Uma ferreira, que confeccionava ferramentas e peças simples de metal. Ela mesmo fugia da tarefa de fazer armas, pois não queria fazer o seu nome crescer.   Os últimos três anos foram muito calmos, sem qualquer sinal de Maptys e seus homens. A “marca” no entanto dizia o contrario. Falava pra não deixar se enganar por aqueles anos de tranquilidade, a tempestade estava por vir e Shaíra devia se preparar. Mirabelle nem sabia do que realmente acontecera lá nos haréns, estava feliz com a nova casa e parecia cada vez mais apreciar a companhia de Shaíra. Sua companheira parecia o tipo de pessoa boa que curtia a vida sem grandes maquinações. Com certeza exercia um certo  fascínio Shaíra. Sempre se pegava perguntando como alguém conseguia ser assim?

Tinha uma pequena oficina aonde havia uma forja e o equipamento pra fazer objetos de metal. No fundo tinha um alçapão que abria pra uma escada. Ela descia pra um recinto que era a casa dela e Mirabelle. Apesar de ser no subsolo e ser bem simples era um lugar bastante aconchegante. Sua companheira que tinha decorado tudo, comprando as peças no mercado da cidade.

Shaira pouco reparava naquilo. Ficava grande parte do dia na oficina e só descia pra comer, dormir e tomar banho. Suas orações e adorações a Talos, fazia em segredo fora da cidade na floresta. Certamente ela tinha amolecido bastante desde que sairá da escravidão e passara a morar em Essembra. Podia dizer que havia se tornado quase uma pessoa boa, do tipo que se encontra na rua e se convida pra jantar, mas dentro dela ainda tinha adormecido o espírito indomável e violento. Nos seus momentos de adoração ela botava pra fora, golpeando o ar e gritando até cansar. Uma coisa era verdade não fazia mais demonstrações gratuitas de violência, porém se alguém a provocasse e lhe atacasse de alguma maneira com certeza voltaria a ser aquela Barbara das planícies.