[!Prólogo!] Além do deserto (Mevara) Campanha Fechada!

Temperatura: 22ºC, confortável
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Vento: 10 KM/H

O mundo estava encaminhando para uma crise sem volta, momentos sombrios que jamais seriam esquecidos ou até mesmo perdoados. Os Gerudos talvez tivessem muita culpa em tudo isso, talvez por sua traição anos atrás, se é que realmente traíram os demais habitantes que dividiam as terras de Hyrule, mas era fato que o grande imperador nascera e fora criado nas terras vastas, secas e desérticas do oeste Gerudo. Gannondorf tornou-se o “rei” da raça, como mandava as leis da mesma, mas diferente dos últimos homens a nascerem em terras tão  distantes, ele não tratou suas subordinadas de igual para igual. Transformou em pouco tempo o grande império Gerudo em seu “playground”, criando leis absurdas e tornou-se perverso como um ditador.

Obrigadas a obedecer o mandamento de sua raça, todo e qualquer habitante do deserto tornou-se escravo automático de Gannondorf e era dito a lei que quaisquer produções/lucros que fizessem, desde plantações até simples venda, boa parte deveria ser pago em impostos altíssimos para o vosso rei. O ditador não descansou, para ele, dominar as vastas terras desérticas era pouco, ele cobiçava mandar em toda a Hyrule e, obviamente, possuía algumas questões mal resolvidas com os líderes de outros reinos em especial a princesa Zelda. Manipulando a maioria das cidadãs do deserto ele criou de certa forma um repúdio muito grande dos Gerudos pelos Hylians, seus maiores inimigos.

Até o seu surgimento, anos atrás, a Senhora responsável por guiar o império era Meikoo, porém esta desaparecera quando seu discipulo maior a traíra ferindo-a quase que fatalmente. Mevara ainda não era viva naqueles momentos, mas escutara muitas histórias de como tudo aconteceu e porquê suas terras não eram mais democráticas e um lar como costumavam ser.

Mevara fora uma das que conseguiram fugir do deserto em busca de ajuda, mas deixara para trás muitas amigas que não tiveram a mesma sorte, ela talvez voltasse quando encontrasse maiores forças ou alguém que a ajudasse a libertar seu povo. Encontrara um barco ao sul do deserto que a levou sem rumo mar a dentro e quando finalmente encontrou terra firme, não fazia ideia de onde estava.

A  “Geruda”-protagonista estava no entanto longe de seus desertos e a beira-mar. Seus olhos podiam contemplar a imensidão do horizonte até onde o mar desaparecia. A água ali era tão limpa que era possível ver os peixes nadando mesmo longe. Haviam algumas tartarugas caminhando pela areia fofa e outras navegando mar a dentro. Alguns poucos coqueiros cheios de cocos deixavam o local ainda mais paradisíaco. Mevara percebeu que há pouco mais de trinta metros para dentro do mar havia o que parecia ser uma pequena construção arredondada metálica com uma chaminé estranha e uma janela redonda que jazia sobre uma base de madeira submersa. Atrás dela um pouco distante mais para longe do mar havia duas cabanas contornadas por uma mureta muito baixa e um belo jardim.

- Uma Gerudo do deserto, aqui?! – Perguntou um homem gordo de orelhas pontudas com roupas de banho que estava próximo a mureta de uma das casas, provavelmente um Hylian.

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Vento: 22 KM/H

O homem com roupas de banho e uma barriguinha saliente estudou Mevara com desconfiança já que aquela era a primeira vez que ele via uma gerudo dos desertos em um lugar como aquele. Grotto se perguntou se ela estava sendo realmente sincera, pois as histórias e boatos que escutara do povo do deserto escaldante não eram nada amigáveis e, portanto, ele se sentia muito apreensivo na presença da mesma.

– Você está em Great Bay... – Respondeu ele demonstrando certo incomodo ao conversar com Mevara – Aqui não vai encontrar o que vocês buscam, FORA DAQUI! – Berrara o homem e no segundo seguinte ele disparou como pode em direção a casa da esquerda trancando-se com um “click”.

Talvez sem muito entender, a Gerudo descobriu que ali não era bem vinda, provavelmente o rei de seu povo já teria mostrado uma realidade mentirosa sobre os gerudos que seria difícil de mudar. Mevara notou que o sol dizia adeus se colocando no extremo leste do horizonte, o que significava que logo seria noite e a temperatura nas praias, assim como nos desertos caiam assustadoramente, então era prudente que ela deixasse o lugar ou encontrasse onde se proteger do baixo clima.

A protagonista notara que havia outra casa ao lado daquela que Grotto se trancou, esta porém, parecia uma casa sombria, escura ainda que convidativa. Não havia porta, a entrada estava sempre liberada para quem ousasse atravessar a entrada. A gerudo notou que não havia jardins em volta desta casa estranha e as poucas folhas e flores que cresciam em seu arredor estavam mortas, secas e podres.

Um curto túnel levaria Mevara para o sul da Grande Bahia, porém de longe ela percebera que seria impossível atravessar o mesmo, já que a passagem estava bloqueada por uma grande rocha esférica que nem mesmo um gigante seria capaz de mover.

Ao lado das casas em direção ao norte da bahia a gerudo percebeu um caminho estreito que desaparecia até onde os olhos já não era capaz de ver e levava na direção leste, provavelmente mais para o interior da província de Termina. O que restaria a ela apenas duas opções plausíveis: A primeira era explorar a casa sombria e a segunda era aventurar—se pelo caminho que supostamente a levaria para o interior da Província.

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O interior da casa era ainda mais sombrio e asqueroso. Um cheiro de mofo que cobria quase todas as paredes e poucos caixotes que haviam naquele lugar invadiram as narinas de Mevara de imediato. Havia uma única porta do outro lado da câmara separada por uma grade grossa de metal; sobre a mesma uma máscara muito estranha de cor cinza-carvão e abaixo da máscara um “alvo” em forma de círculo. A gerudo notara as inúmeras teias de aranha que “enfeitavam” o local de um lado a outro parecendo uma grande metrópole de aranhas que sorrateiramente viviam naquele lugar mal iluminado.

A energia oculta naquela residência era tão “pesada” e perversa que arrepiava o seu visitante e mantinha a maioria dos curiosos longe da entrada, mas Mevara parecia ser diferente e corajosa demais para se deixar abalar apenas com aquilo, quem sabe o que poderia ter atrás daquelas grades e da porta? Um tesouro escondido? O que mais aguçava o interesse de um habitante dos desertos se não itens valiosíssimos? E se alguém se dera o trabalho de “trancar” aquele lugar era porquê provavelmente algo de valor poderia ter ali.

Uma teia mais grossa quase parecendo um barbante surgira no centro do aposento quando a aventureira se aproximou do mesmo e uma criatura estranha e desfigurada surgira descendo a própria teia como uma aranha qualquer, porém, este era tão grande que era quase do tamanho de um ser humano. Possuía dois olhos humanos e tufos de cabelos humanos. Seu corpo parecia uma enorme armadura acinzentada e as oito patas emergiam perfeitamente dos pequenos orifícios que haviam pelas extremidades. Ima das patas tinha dedos humanos também e além disso nada mais se parecia com um.



– Uma Gerudo do deserto, aqui?! – Perguntou o homem aranha retoricamente parecendo assombrado – O que faz aqui alguém de tão longe?

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– Ah.... – Exclamou o homem aranha – Entendo... Eu talvez possa te ajudar, mas primeiro você teria que me ajudar, será você poderia me ajudar? – Perguntou a criatura asquerosa olhando bem nos olhos de Mevara – Sabe, não sou uma aranha, eu era um homem, mas o perverso Skull, aquele que manda nessas terras me transformou nesta criatura horrenda e me trancafiou neste lugar, sabe? A maldição só pode ser quebrada quando um bravo guerreiro, ou guerreira destruir o mal que vive nesta casa...

Mevara não podia ver, mas podia pressentir que atrás das grades e daquela porta existia algo que ela não compreendia, mas este algo era maligno, talvez não fosse tão poderoso quando ela imaginasse, mas era assustador a ponto de abalar seu emocional e a situação do homem transformado em aranha piorava ainda mais.

– Acha que pode me ajudar? – tornou a perguntar a criatura esperançosa – Mas para tanto, você precisaria de algo para atravessar a barreira de grade e poder chegar a porta do outro lado... Talvez em Clock Town você encontre...

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Umidade: 50%
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Mevara deixara a casa mal assombarada tão rápido quanto entrara ali. O homem-aranha não tivera tempo de dizer se quer outra palavra, após a ameaça de sua visitante, porém ele já estava acostumado com aquele tipo de atitude. Outros que vieram ali também o ameaçaram, o destino que tiveram, Mevara não se preocupara em perguntar, que pena.

A noite havia chego fazia algum tempo. O céu estava estrelado e muito bonito e a lua majestosa no mais longínquo horizonte possível e sua luz projetava um reflexo belíssimo sobre a água da praia. Era um verdadeiro show de luzes e cores aquele lugar a noite.

Sem muito o que fazer em Great Bay, a grande baia da província de Termina, a jovem Gerudo tomou o rumo do leste que a levaria para o interior da região, deixando o litoral para trás.

O vasto campo de Termina era bem diferente do escaldante deserto Gerudo. Ali tudo era verde e até florido, com um aroma que Mevara quase não conhecia. Uma estrada de pedra aberta dava uma ampla visão de como era o lugar e devido a hora tardia nenhuma alma viva era encontrada perambulando por ali. A jovem aventureira logo descobrira onde era Clock Town, pois de longe era possível ver a grande muralha que cercava a cidade em todas as direções, mesmo que ela ainda estivesse há alguns quilômetros de distancia e, também, ela pôde ver a grandiosa torre central da cidade.

O grande portão de entrada do oeste da cidade era vigiado por dois guardas muito bem armados com lanças de ferro e trajavam armaduras Hylianas. Um deles colocou-se a frente de Mevara quando esta se aproximou com a intenção de entrar na cidade.


–  Saudações Gerudo, quais são os seus interesses na cidade? – Perguntou um deles olhando a mesma com desconfiança.

– Não me diga que veio para o festival? Ainda é muito cedo! – Comentou o outro guarda ainda mais desconfiado.

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Os dois guardas se entreolharam como se tivessem grande dificuldade em acreditar nas palavras de Mevara, afinal, ela era um Gerudo e não somente uma Gerudo qualquer, tratava-se de uma habitante dos desertos, o que não era muito bem visto fora de suas terras.

– Outra fugitiva? Você parece com aquela ou...

– Cale-se! – Interrompeu o guarda que estava mais a frente – Não podemos dar informações a ninguém! Quer perder a língua? – Ele apontara a ponta afiada de sua lança contra o companheiro – Não se esqueça do que aconteceu com o último que falou demais... – Completou em tom de ameaça.

O guarda que estava alguns passos mais distantes de Mevara calou-se imediatamente sobre a autoridade de seu companheiro e a jovem Gerudo percebera que hierarquia naquele lugar era levado bastante a sério.  O guarda autoritário aproximou-se da protagonista com um sorriso maldoso no canto de sua boca, estudou-a como se estivesse olhando para um mendigo fedorento que acabara de surgir a sua frente.

–  Uma arruaceira do deserto NUNCA é bem vinda em Clock Town, a cidade da torre do relógio! – Exclamara ele encarando Mevara na tentativa de intimida-la com sua enorme lança e a armadura que vestia – No entanto você pode entrar, porém terá que deixar seus pertences conosco. Não é permitido a entrada de armas ilegais na cidade!

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Com um sorriso nada amigável no rosto, o guarda recolhera as armas da protagonista e se ele teria intenções de devolver era um grande mistério, mas talvez Mevara não se preocupasse tanto com isso, já que facilmente se desfizera de seus pertences...

Ambos os soldados liberaram o caminho para que a Gerudo adentrasse a grande cidade do relógio, Clock Town. “Bem vinda a área Oeste de Clock Town” ela lera em uma placa indicativa que dava as boas vindas aos forasteiros.

O oeste da metrópole parecia como um grande beco estreito sem fim, composto de residências e lojas dos mais variados tipos. Mevara logo notara as placas que existiam sobre a porta dos lojistas “Loja de Armas – Fechada por tempo indeterminado”, “Loja de roupas”, “Loja de Poções”, porém, devido a hora tarde da noite, todas elas estavam fechadas até o amanhecer. Uma placa com dupla seta indicava ambos os caminhos que Mevara poderia escolher. “North Clock Town” para a direita e “South Clock Town” para a esquerda.

A Gerudo notara que o interior das residências era meramente iluminado por velas e as janelas todas fechadas, ainda que a luz emitida pelas velas transpassasse os vãos das portas e janelas. Não havia ninguém que se aventurasse pelas ruas de pedra naquele horário, exceto, talvez...

Não muito longe dali, a protagonista notou a presença de uma criaturinha ilustre. Não era um “humano”, tratava-se de uma jovem criança coberta por penas, asas, um bico fino e afiado e olhos grandes. Era um Rito e ele caminhava como se estivesse escondendo-se de algo ou alguém e não notara a presença de Mevara. Ele seguia para a região norte a passos lentos, já que suas patas não atingiam grandes velocidades ao caminhar feito um Hylian.

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Subindo as escadarias que levavam ao norte da área oeste, Mevara notou que ali havia mais residências e, inclusive uma delas era bem peculiar. De paredes coloridas com cores vivas e uma grande rupee brilhante acima da grande porta dupla de madeira, ela pode ler o letreiro “Madame Clocker” e nada mais havia escrito. A porta estava iluminada com a luz que provinha do interior do aposento. Um cheiro de incenso misturado a ervas e outros odores que Mevara desconhecia lhe invadira o nariz de uma vez só.

O pássaro criança ignorou todas as residências, tomou um beco pela esquerda deixando a área oeste, não havia nada ali de seu interesse. O beco levava para a área Central de Clock Town e, mostrava a Gerudo a razão da cidade ter tal nome. Uma grande torre se estendia próximo ao outro lado do beco, em pátio enorme. Na ponta da torre um enorme relógio estranho, que Mevara nunca vira na vida era possível enxergar mesmo de longe, se estivesse diante da casa de Madame Clocker.