Capítulo 2

Tinha em mente, que poderia haver alguma espécie de armadura, mas não esperava que o próprio baú o atacaria. Surpreso, apenas suportou o ataque depois de perceber seu corpo sendo lançado contra os vasos. Um estalar e uma pontada na cabeça e a consciência foi-se embora…

Um grunhido de dor e incômodo e o corpo se levantava, devagar. As costas estavam doloridas, o que levou o humor embora. Ou melhor, o piorou de seu estado natural. O vermelho estava presente.

-- Aargggh! Mas que porra...- bradou depois de levar os ombros para trás, estralando suas costas. Faz o mesmo o o pescoço, de um lado para o outro. Caminha e chuta os vasos que atrapalhavam sua passagem. Sorriu.

-- Deixa eu adivinhar, as coisas se complicaram? - sorriu novamente e observou a pilha de corpos. Assoviou agudamente num tom de surpresa e sarcasmo. - U-la-á. O caixote já se divertiu bastante, pelo que vejo. - Com energia, saca sua espada pesada e investe, velozmente contro o oponente, com um corte fácil, limpo, centralizado de cima para baixo. - AHAHAHAHA!!! LUTAR CONTRA UM BAÚ É CÔMICO DEMAIS!!!

O Vermelho voltaria mais uma vez, o que seria útil para este momento, mesmo que sua instabilidade seja diametralmente oposta da harmonia que o grupo de heróis busca. A surpresa de um baú ser uma criatura disfarçada poderia ser novidade para eles, mas nesse mundo a bizarrice e o grotesco existem de todas as formas e possibilidades, talvez sua força seja a maior surpresa, pois foi capaz de lançar Bóris para longe. Suas pernas finas e altamente compridas dariam à criatura muita agilidade e reflexos.

O grupo estava reunido de novo, no entanto Siegmeyer, Celina e Francis estavam estáticos com o que viam, talvez Francis menos, mas sua presença estranha o tira de foco, quase como se desligando da realidade momentaneamente.

Mas O Vermelho e Adamastor não podiam ficar parados naquela situação, estavam firmes nessa luta e para qualquer outra.

Mesmo sendo ágil recebera golpes seguidos dos heróis, apenas o último ataque com o movimento mais óbvio da mão direita de Adamastor que permitiu ser previsto e desviado, ainda assim, foram dois golpes fortes, mas não apresentavam efeito naquele mímico.

[...]

Ainda estáticos Celina e Francis deixavam passar lembranças do passado, aquele mundo era tão estranho, a vida deles não pertencia àquela realidade, suas rápidas divagações permitiram estar de guarda baixa e...

O mímico com seus passos rápidos e largos surge na frente dos dois dando dois chutes fortíssimos que levam os dois para longe em direção ao abismo, sem chance de últimas palavras, sem chance de despedidas, sem chances de corrigir os erros do passado e resolver os problemas desse mundo...

Seus corpos desapareceram na escuridão, morreriam na queda, futuramente voltariam como Vazios, mortos-vivos irracionais e deteriorados, instáveis e agressivos, o que nada combina com a figura dos dois, um grande feiticeiro intelectual e uma meiga sacerdotisa.

Até mesmo a instabilidade de O Vermelho era capaz de sentir com essa perda.

Siegmeyer de Catarina desperta do choque e a sua raiva ascende seu heroísmo – Tu, criatura diabólica, mataras meus companheiros, conhecerás a dor!!! –, gritava em lamuria e então parte para um ataque direto com sua espada.

OFF 2:

Um chute apenas e dois daqueles que haviam demonstrado tamanho poder na batalha anterior, agora caía abismo abaixo enquanto deixavam suas vozes para trás, seguindo-os para um triste fim.
Bóris, apesar de possuir um carisma um tanto mais cativante em relação ao Vermelho, talvez esboçasse alguma reação àquela importante perda, mas apenas talvez, pois seu temperamento frio e calculista também acaba por suprimir algumas das expressões mais humanas. Agora, o inflamado Vermelho rangia os dentes de pura raiva, mas não pela queda recente, mas por estar agindo conforme sua natureza. E estando então, em seu estado natural de puro ódio e raiva, canalizando toda a sua atenção no baú grotesco de pernas e braços longos. Seu único raciocínio era de quão prazeroso seria destroçar seu inimigo acertando sua grande espada com vontade.

Fato era que, o adversário era poderoso e perigoso, já tendo demonstrado de eliminar dois grandes expoentes que tiveram sua fama perdurada até os dias atuais, sendo declarados heróis! Qualquer descuido poderia ser a passagem de volta ao mundo dos mortos, mesmo para um poderoso herói.

Antes mesmo de som estridente das vozes afundar logo após seus corpos, desaparecendo gradativamente, Vermelho já estava no alto de seu vigoroso salto. Rosnado e com os dentes cerrados e explícitos, praticava um movimento quase idêntico ao primeiro, mas tendo agora como um aliado a gravidade, fornecendo uma pressão amais em seu golpe que vinha de cima para baixo, como a descida de um guilhotina. Seus olhos parecia flamejar e sua expressão raivosa transformava em uma gargalhada escandalosa conforme se aproximava de seu adversário.

- AAHAHAHAHAHA!!! Você vai quebrar, sua caixa maldita!!!

O Mímico era imprevisível e ágil, mas sua impulsividade despertara raiva dos heróis ainda vivos presentes, todos partem agressivamente e com suas lâminas causam vários cortes, Adamastor, mais preciso, focara em pontos que dificultassem sua mobilidade, sendo bem sucedido em quase todos seus ataques, a criatura momentaneamente ajoelha-se, mas quando o Vermelho aproximou-se, dera um salto passando por cima de sua pessoa, acabara golpeando o ar.

Siegmeyer de Catarina – Miserável... Bóris, Adamastor... Vamos acabar com ele!!!! –, grita, clamando por vingança.

O Mímico com outro salto poderoso cai sobre Siegmeyer de Catarina, fazendo o cavaleiro de cebola agonizar de dor devido ao impacto. Suas pernas eram poderosas mesmo com tamanhos ferimentos recebidos e sua agilidade de locomoção prejudicada. O baú grunhia, o barulho parecia como uma risada abafada, sua maldade era tão grande que era capaz de encontrar prazer no que fazia.