A eleição em Florença

Por mais de 100 anos a República de Roma governa boa parte do mundo conhecido. Uma prática para celebrar os mortos agora se torna uma forma de inspirar as pessoas e energizar a povo. Gladiadores. A palavra "gladiadores" imediatamente chama na mente das pessoas imagens violentas, a rede e o tridente, fãs gritando por sangue e patrícios romanos sentados em desdem aos escravos que lutam para entreter as massas.
O mundo dos gladiadores é muito mais que escravos, espadas e morte. Estes são atletas bem trinados que competem no esporte mais letal criado até hoje. Tratados com cuidado e zelo, direcionados sem perdão em campos de treinamento e enviados para matar ou morrer num show para o povo. Em meio a este grande negócio está o Ludus de Batiatus, um local onde escravos e pessoas desesperadas são transformadas em mestres das armas.

As ruas de Florença também são famosas pelos eventos ao redor da arena. Gladiadores são famosos por suas habilidades de luta, seu poder físico, porém outros são conhecidos por mudarem a maré das batalhas da arena com seus venenos, armas de baixa qualidade ou qualquer outro truque sujo que os faça ganhar as apostas.

Agora é na arena onde a areia suja de sangue revelará algumas das histórias dos maiores artistas da história.

OFF:

Os homens e mulheres, escravos ou não, que trabalhavam para Batiatus estavam reunidos na arena de Florença. A véspera de um grande evento carregava o ar com energia, excitação e sentimentos pesados. As pessoas trabalhavam por toda a arena organizando detalhes porém haviam alguns expectadores, o povo sabia que haveria uma celebração e por falta de ter o que fazer aquele era o melhor lugar para estar.
       No alto dos muros em um local especial estavam Batiatus, Proximo e Medici conversavam sobre a festa. Do outro lado, na área comum da platéia, a plebe também conversava sobre a festa. Nas celas da arena com uma visão limitada porém privilegiada, Badu, Cetus, Arthur, Ramona e outros escravos também conversavam sobre a festa. Novos escravos faziam um teste com Valerius, eles eram enviados em pares em uma demonstração mortal. Aqueles que demonstrassem alguma virtude para o show poderiam ser treinados como gladiadores, porém nem todos sobreviveriam.

       O público estava animado, havia sangue na areia e Valerius estava cansado, então os dois últimos homens foram enviados para a luta. Valerius os recepcionou:
       -- Vamos, venham, basta excitar a multidão e tudo acabará logo. Valerius dava um sorriso, aquilo não precisava acabar em morte, os gladiadores eram valiosos e se houvesse um bom show a multidão daria a vida aos lutadores.
       -- O que é isso? Lutar contra você? Ainda mais com este doente? O homem aponta para o outro que deveria participar da luta. Para os presentes aquilo era uma decepção, não podiam confirmar a doença do homem, mas isso era ruim.
       Valerius pega as espadas que estavam no chão e as joga para perto deles. Com alguns passos para trás, Valerius saca sua própria espada. No entanto os homens não pegam as espadas. Um dos presentes da plebe vaia e isto chama a atenção de todos os demais. Valerius sabe que aquilo não era bom, então incita o público:
       -- LUTA! LUTA! LUTA! Valerius sabia que isso excitava a plebe e assim daria mais chance para os escravos viverem.
       As pessoas na arena também falam:
       -- LUTA! LUTA! LUTA! O som ecoava pela arena e todos observavam a cena.
       O homem que estava de pé pega a espada de uma forma estranha, estava claro que ele não sabia o que estava fazendo e avança na direção de Valerius. O suposto doente estava abaixado no chão. Em sua corrida com a espada em mãos o homem a brande contra a espada de Valerius, era como se martelasse a espada de Valerius no ar até que para frustração de todos a arma quebra. Valerius não precisou fazer nada, para os gladiadores aquilo era um fracasso, não houve ação, energia ou nada similar. Vaias ecoavam da plebe.
       -- Era isso que queria? Acabou, nós perdemos, deixe-nos ir embora. Dizia o homem entre as vaias, ele não havia entendido o que havia feito.
       Valerius olha na direção de Batiatus esperando o sinal, talvez nem precisasse ver a mão de seu dominus pois sabia o que havia acontecido.
       Medici e não Batiatus, estende a mão esquerda com o polegar pra baixo. Um sinal sútil havia sido dado para que todos entendessem o que estava acontecendo, Medici mandava no show.  A plebe vibrara pois apenas que ver sangue. Os escravos nas celas sabiam o destino dos homens na arena mesmo antes de Medici estender a mão. Haveria mais sangue na areia por conta do show ser mediocre. Valerius balança a espada no ar e faz uma pequena exibição brincando com o homem que demorou para perceber que iria morrer. O show, a felicidade da plebe, isso sim era o que importava para aqueles ali presentes. Medici daria a morte para o povo e eles o amariam por isso.
       Em meio a tudo isso o outro homem estava no chão, quase esquecido pelos demais já que não se manifestou ou se moveu, porém com um destino igualmente traçado, a morte, todos o ignoravam. Todavia enquanto Valerius terminava de matar sua vítima os gladiadores que estavam atentos a batalha e não apenas ao show podem ver o homem se levantar. Por um momento o homem olha para Valerius que está a alguns metros de distância para então correr em disparada saltando sobre Valerius.
       -- Aaarrgghhh! O grunhido e o salto chamam a atenção da plebe que vibra e celebra. Todos pensaram que haveria algum combate.
       Valerius crava sua espada no torso do homem e um jato de sangue sobe. A plebe vibra! O homem então morde o ombro esquerdo de Valerius, que grita com a surpresa de um ataque assim. Valerius prontamente finca a espada na cabeça do homem e ergue seu corpo. A plebe vibra!

       A luta havia acabado, Valerius retornava pra as celas e era possível escutar sua reclamação.
       -- O maldito me mordeu. Onde já se viu um gladiador morder o outro? Valerius reclamava do ato, aquilo não era honrado por parte dos gladiadores, porém era uma opção válida no momento de desespero. O médico vai ajudar Valerius e começa a tratar do ferimento em uma cela separada. Todos sabiam que Valerius tinha um show para fazer no dia seguinte e precisava estar pronto para fazer o seu melhor.

       Era de tarde logo após a refeição da metade do dia, homens e mulheres estavam em celas lado a lado esperando o dominus fazer uma visita com pessoas importantes que apostariam bastante dinheiro nas lutas. Patronos poderiam ajudar aos gladiadores, propostas indecorosas aconteceriam e talvez mais, pois tudo poderia acontecer.

       Um homem com cara de servo que não trabalhava para Batiatus passa perto das celas e pergunta para os gladiadores:
       -- Por que é que o gladiador está reclamando?

Cetus

"Uma luta tediosa com um momento tragicômico no final, nada de novo sob os céus de roma, a plebe divertida e a nobreza fazendo seus jogos por trás da cortina igual sempre" Cetus esconde um riso de escárnio quando Valerius leva sua mordida e continua sentado impassível, apenas todando com o cotovelo seu vizinho de arquibancada sem nem o encarar.

Quando Valerius reclama:
- O maldito me mordeu. Onde já se viu um gladiador morder o outro?
Rio e exclamo
-Bem feito! deveria ter dado um golpe melhor e matado ele no primeiro golpe, quando for meu dia de morrer quero que seja alguém mais habilidoso manejando a espada!

Sento-me em algum lugar ignorando o reclamão e puxo conversa com meus companheiros
-Medici vai ser o novo magistratum dessa Polis de Florença, Batiatus apoiará ele

Cetus,

       -- Ei, você ai. Diz o servo do lado de fora da cela. Quer adiar o seu dia de morrer? Dizia o homem com uma cara de quem tinha uma proposta.

Teste:

Cetus,

Cetus percebe que o homem tem um pequeno frasco em seu bolso, possivelmente veneno. Uma vantagem para qualquer lutador, no entanto uma teia de apostas cercava a situação.

Me aproximo e encaro o homem pelas grades

-Qual homem diria não para essa pergunta?

BADU

Sentado em sua cela ao fundo, indiferente ao que ocorria na arena, Badu algumas vezes via relances da demonstração de Valerius quando algum de seus colegas de cela se mexia e liberava sua visão por dentre as grades. Badu se lembra que em seu primeiro dia na arena ele lutou com escravos menos medíocres e mais capazes. Talvez Valerius, como alguns outros daqui, tenha caído na graça de algum patrono ou talvez sua senhora.

Então Valerius grita pela mordida recebida. Badu apenas esboça um sorriso e comenta baixo, mais como um desabafo do que uma sátira:

Em egípcio: -"É isso que você ganha por ignorar um cão sarnento!"

Cetus escreveu:-Medici vai ser o novo magistratum dessa Polis de Florença, Batiatus apoiará ele.

Em latim:: -"Pouco me importa quem está no poder, no final, todos nos mandam lutar e matar.", respondia ao colega de cela. Badu nunca foi de conversa, mas algumas verdades às vezes escapavam da sua boca.

Um servo de fora do ludus de Batiatus se aproximava das celas curioso sobre a luta pífia que acabara de acontecer e Cetus acabou caindo na graça dele. Melhor assim. E o gigante de ébano apenas recosta as costas na parede e aguarda o fim de mais um dia.

Cetus

       O servo fala baixo:
       -- Hehe, sábias palavras. Aqui, é pouco mas se cortar a pele será fatal em poucos momentos. Apostarei em você e se ganhar, pode pedir um favor depois. O homem entrega discretamente para Cetus um pequeno frasco e segue seu caminho pela prisão da arena.

Status:

Testes:

Badu / Arthur / Ramona,

       Um guarda se aproxima das celas e diz:
       -- Precisamos de alguém para ajudar com os corpos. O "dominus" virá ver vocês e não podemos ter corpos aqui. Alguém se candidata eu pegaremos alguém. O homem era um tanto rude mas estava sendo gentil deixando os escravos e escravas escolherem entre si.

Mapa

Mapa do local:

Cetus


Bato no peito de Badu com a palma da mão aberta (um daqueles tapas ardidos) após ele comentar o -"Pouco me importa quem está no poder, no final, todos nos mandam lutar e matar"
-Você é um cara forte, tomara que seja alguém como você a me dar o golpe final, quero morrer bem, de preferência de pé e sem gritar ou gemer!

depois para o servo digo
-espero que você tenha apostado alto, prefiro que alguém muito rico fique me devendo um favorenquanto eu enfio o frasco no meio das roupas (infelizmente nessa época não existiam bolsos) e me deslocar para o fundo da cela

Arthur

Estava sentado olhando para o chão quando ouve Valerius reclamar:

- O maldito me mordeu. Onde já se viu um gladiador morder o outro?

Um outro escravo, Cetus acho respondia em escárnio:
-Bem feito! deveria ter dado um golpe melhor e matado ele no primeiro golpe, quando for meu dia de morrer quero que seja alguém mais habilidoso manejando a espada!

Depois tentava puxar conversa com os outros:
-Medici vai ser o novo magistratum dessa Polis de Florença, Batiatus apoiará ele.

O gigante negro o responde:
-"Pouco me importa quem está no poder, no final, todos nos mandam lutar e matar."

Um guarda se aproxima das celas e diz:
- Precisamos de alguém para ajudar com os corpos. O "dominus" virá ver vocês e não podemos ter corpos aqui. Alguém se candidata eu pegaremos alguém.

O celta olha para frente e vê Cetus próximo a grade da cela. Assoa a narina direita, depois a esquerda para desobstrui-las e levanto dizendo:

- Lá fora terá mais ação que ouvir um monte de reclamações de homens com o mesmo destino. Morrer um pela lâmina do outro.

Ao seguir na direção do guarda eu dou uma ombrada de leve em Cetus enquanto olho para o servo com quem falava.

- Antes de morrer precisamos limpar o salão de nossas mortes.

Arthur,

-- Muito bem, um homem que não tem medo. Gosto disso. Venha. O guarda abre a cela e conduz Arthur pelo corredor. Um servo meio fraco está tentando coletar os 2 corpos que estavam na arena. Ajude-o.
A cena era patética, o homem não conseguia levantar os corpos para colocar no carrinho de madeira e provavelmente não conseguirá levar o carrinho até o destino.
-- Obrigado pela ajuda, sou novo nisso. Me falaram pra ficar longe dos líquidos dos corpos para evitar doenças. Os homens então pegam os corpos e jogam no carrinho. Os dois eram bem diferentes, um deles parecia mais franzino, parecia um homem livre que não precisava trabalhar no pesado, já o outro, o que mordeu Valerius tinha as feições estranhas, veias saltadas. Arthur pega o carrinho e segue as instruções do servo, ambos seguidos do guarda. O caminho até o cemitério da arena era curto, apenas 500 metros de distância. Ao chegar no local o servo pede para virar o carrinho numa cova comum, rasa e com alguns outros corpos frescos.
-- Você esqueceu as roupas. Você sabe o que tem que fazer. Gladiador, venha, você tem uma inspeção. No caminho de volta o guarda completa: Como você se quis ajudar vou dar uma dica: na hora de pegar as armas tem algumas com marcas vermelhas, elas são mais fracas que as outras e quebram mais fácil. Guarde essa informação pra você, não quero ver ninguém brigando para pegar alguma arma diferente. Colabore que as coisas ficam mais fáceis pra você, entendeu? O guarda era um tanto grosso e rude, mas a dica era valiosa. Armas ruins poderiam custar a vida dos homens na arena.
Enquanto retornam Arthur pode ver que Batiatus, Proximo e Medici vinham até a área da prisão ver os gladiadores.

Status:

Badu / Ramona / Cetus,

Os corpos eram retirados da arena e o tempo passava devagar. Uma serva chega até as celas com um balde limpo para trocar pelo balde sujo. Ela tem a chave da cela, abre a porta e vai pegar o balde. Todos sabiam a sua função, o cheiro era terrível, especialmente a essa hora do dia com o carrinho cheio de baldes sujos.

Arthur

Tinha dificuldades ainda com o idioma dos carcereiros, mas saber que as lutas eram forjadas por haverem armas mais fracas que as outras de propósito me fizeram perceber que aquilo que o Doctore falava durante os treinamentos era uma mentira. Haviam rivalidades entre os verdadeiros gladiadores, não havia vergonha na morte de um deles, a vergonha era para quem tirava a vida de um irmão gladiador por estes artifícios baixos. Um homem que se valia destes artifícios não deveria ser chamado de gladiador. Apenas balanço a cabeça afirmativamente em sinal de que havia entendido o recado.

- Guarda, por que ajuda Arthur vencer? Por que não luta justa? Mais diversão e melhor guerreiros mais sangue. Romanos mais feliz.

Não conseguia entender direito o motivo dos romanos, afinal as lutas eram forjadas para que alguns homens vencessem sempre. Agora sabia que se por algum motivo não conseguisse pegar uma arma boa, eu precisaria tomar a arma do meu adversário.

Agora levar a morte até ele se eu tivesse com uma arma boa seria desonroso então minha luta ficara ainda mais difícil pois eu deveria subjugar meu adversário sem matá-lo, a não ser que ele esteja portando armas boas.

- Homem mordeu gladiador. Estranho. Não romano. Não celta. Parecer vaca doente. Inchado estoura muito fede liquido amarelo.

Então levo a mão até o pulso fazendo gestos como se tivesse rompido a veia. Vejo que meu Dominus se aproxima acompanhado dos romanos mais poderosos daquela cidade. Talvez o guarda não falasse mais nada sobre o assunto neste momento. Mas Doctore sempre disse que quando o Dominus estivesse por perto eu deveria reverenciá-lo.

Quando Batiatus se aproxima olho para o horizonte, junto meus calcanhares e levo minha mão direita fechada em punho a altura do coração trazendo para perto do peito. Depois abaixo a mão e fico em sentido.

Arthur,

Arthur escreveu:
- Guarda, por que ajuda Arthur vencer? Por que não luta justa? Mais diversão e melhor guerreiros mais sangue. Romanos mais feliz.

       O guarda olha para Arthur:
       - Arthur, hmpf? Eu teria que pegar os corpos, mas não gostei daquele cara que mordeu o Valerius. Você enfrentou a morte com honra, então precisa aprender algumas coisas. A luta é justa aos olhos de todos, porém guerreiros treinados sabem que armas mais usadas quebram mais fácil. Aquelas são armas foram usadas contra os Sênones a muito tempo, são consideradas boas armas, porém são usadas e já bateram muito. As outras também são de baixa qualidade, porém mais novas e tem mais chance de não quebrar quando aparar um golpe ou bater em uma armadura. Não há truque, apenas experiência.

Arthur escreveu:
- Homem mordeu gladiador. Estranho. Não romano. Não celta. Parecer vaca doente. Inchado estoura muito fede liquido amarelo.

       O guarda apenas balança a cabeça em sinal afirmativo e diz:
       - É, aprendi a ficar longe disso também.

Ramona estava sentada com as demais escravas, antes de ir para aquele canto e ficar em silencio analisando os demais, havia assistido a luta. Tinha levantado a mão para ajudar a tirar os corpos anteriormente, no mais voltou a seus afazeres que era apenas observar no momento.

BADU

Cetus escreveu:Bato no peito de Badu com a palma da mão aberta (um daqueles tapas ardidos)[...]-Você é um cara forte, tomara que seja alguém como você a me dar o golpe final, quero morrer bem, de preferência de pé e sem gritar ou gemer!

-"Se você fizer isso de novo você morrerá aqui mesmo nesta cela.", respondia de forma ríspida a Cetus.

Apesar de colegas gladiadores, Badu sempre deixava implícito um limite na camaradagem comum entre todos, afinal, na arena a camaradagem não existe. Por muitos anos, devido ao seu tamanho avantajado, foi alvo deste tipo de brincadeira de seus companheiros no exército egípcio, e naquela época ele não ligava, era normal, ajudava a distrair, pois ali eles eram companheiros que podiam morrer em batalha, mas não pelas mãos de seu companheiro. Mas aqui na arena tudo era diferente. Badu perdeu a conta de quantos amigos tiveram que se matar na arena. E ele não queria mais dor para sua vida.

Um guarda veio solicitar auxílio para remover os corpos, e Badu nem se deu ao trabalho de se voluntariar. Um companheiro de cela, Arthur, havia se voluntariado e o guarda o levou, todo feliz. E eles nem perceberam ou ignoraram que uma das gladiatrix, Ramona, da cela ao lado, também havia levantado a mão.

Ceus da uma risada com a resposta de Badu, este poderia se tornar um bom amigo em algum outro lugar
Senta-se de longe encarando o gigante e fica imaginando se além de forte ele seria rápido o suficiente para acertar... é um adversário intimidador pra falar a verdade

Ramona, Cetus, Badu, Arthur,

       O barulho de vozes no corredor indica que pessoas alegres estavam chegando. Isso era sinal de que o Dominus ou outro cidadão romano importante estava por ali. A serva que retirava os penicos sai rapidamente levando sua carga horrível embora. O guarda que dormia acordou e mudou sua postura.

       Em poucos instantes chegam até o espaço das celas Batiatus, Proximo e Médici. Seus comentários podiam ser escutados por todos.
       -- Certamente teremos uma grande festa amanhã Sr. Médici. Dizia Proximo.
       -- É o que espero meu caro Proximo, o povo clama por sangue para uma festa assim. Meu gladiadores passarão pelos seus como uma faca passa pela manteiga. A voz era confiante e certa.
       -- Não será assim tão fácil meu senhor, meus gladiadores são muito bons e tenho algumas surpresas para entreter o público. Dizia Batiatus.
       -- O meu homem também é muito bom. Dizia Proximo.
       -- Gastei um bom dinheiro com estes homens, espero que durem um bom tempo. Ao surgir na área da prisão os três homens estão caminhando em passos firmes e reduzem a velocidade. Minha nossa, vocês tem uma bela trupe aqui. Vão perder um bom dinheiro. Os olhos do homem caem sobre Badu, o gigante de ébano. O que é aquilo Batiatus? Você tem um gigante? Hmpf, na luta dele já sei em quem vou apostar e vai ser o suficiente para comprar um gladiador novo. Os homens riem apostando na certeza da vitória de Badu. Acho que será melhor deixar a escolha da vida ou morte para o povo, porém seu gigante talvez não deixe alternativa. O homem estava distante e impressionado. Você tem mulheres que lutam? Nunca vi nada igual. O homem olha pra cara de cara uma das mulheres e completa com desdém: Acho que elas servem pra outra coisa. O homem sorri de maneira maliciosa.
       -- Que tal uma pequena demonstração aqui e agora Sr. Médici? Dizia Batiatus e com um sinal de ombros de Médici. Vamos, peguem estas armas de madeira querem apostar uma moeda contra duas que a jovem loira vencerá? Batiatus já havia feito aquilo milhares de vezes para entreter o público, Ramona e Marina sabiam como iria começar e terminar com um golpe na barriga de Marina.
       As espadas de madeira são entregues. As duas se saudão e todos os presentes ficam impressionados com Ramona como planejado. Golpes vão e vem, um salto aqui, outro ali. Todos os presentes torcem e conforme planejado parece que Marina vai ganhar. Mais alguns golpes com Ramona defendendo, então Marina caminha pra trás se preparando para o golpe final, uma pisada forte pra frente e CRACK! O piso de madeira se abre, a perna de Marina é engolida pelo buraco e ela grita.
       -- Achei que haveria potencial Batiatus, mas foi broxante. Espero que amanhã seja melhor. Medici olha para Ramona com malícia. Será que serve pra luta mesmo? Medici se vira e vai embora.
       -- Batiatus, faremos algo importante amanhã Sr. Médici. Batiatus estava preocupado e olha para Ramona para fazer um sinal de "resolva isso". Então segue com Médici.
       -- Arthur, nos veremos amanhã. Parece que alguém gosta de você, sendo assim que os deuses o ajudem. Proximo dava sua mensagem e caminhava junto de Medici.
       Ramona puxa Marina do buraco. O sangue estava escorrendo, o machucado era grande mas não era fatal. Marina começa a chorar pois se não conseguisse lutar novamente tinha grandes chances de ter ma vida muito mais difícil do que esperava. Se não andasse, teria sorte se virasse uma prostituta pois o destino era cruel com os inválidos.
       Alguns momentos se passam até que o Medicus chegue e ajude com o ferimento. Ele faz o possível, quando indagado sobre a luta de amanhã balança a cabeça negativamente.

       Ramona precisava escolher como resolver seu problema. Chamar uma escrava para participar da luta? Talvez um homem? Talvez uma apresentação de canto? O que quer que fosse, precisava de uma solução para o dia seguinte.
        Arthur contava com a graça de seu patrono, sabia sobre as espadas. Essa informação poderia ser muito importante para garantir sua vitória ou de outros gladiadores do ludus.
        Todos sabiam sobre as apostas, certamente Badu atrairia várias delas e muitos apostariam em sua vitória, porém se Badu perdesse alguém ficaria muito rico. Badu sentiu a confiança dos homens em sua capacidade de luta. Porém Badu estava intrigado, quem seria seu adversário? Médici estava tão confiante que realmente apostaria em Badu?
        Cetus tinha o veneno em suas mãos. Um veneno que o faria ganhar a luta, mas se Medici estava tão confiante em sua vitória, exceto no caso de Badu, então quem estava garantindo a vitória de Cetus? Se deram veneno para Cetus, será que alguém mais tentaria manipular outras lutas? O gigante não parecia um homem de fazer amizades, será que ele mereceria alguma informação adicional?

18:00

       Chega a refeição. Os guardas vão embora e é possível escutar uma conversa ininteligível ao longe onde eles estão reunidos. Marina chora algumas vezes na cela das mulheres.

OFF: