por Nimaru Souske Dom Out 27, 2019 8:48 pm
Ainda olhando para o lago, Shonks responde à Max enquanto descansava um pouco da caminhada deitando ao chão.
- Não precisa me agradecer, somos agora companheiros de viagem e objetivo e, como tais, não posso deixar de oferecer o melhor que tiver a minha disposição para ajudá-los. E espero que cumpra essa promessa viu, esperarei ansioso para ver suas técnicas de corte no preparo das carnes. Sorri, feliz e leve, diante daqueles que finalmente iriam lhe ajudar a livrar os coitados pêssegos noturnos que tanto lhe apertavam o coração pelo fato de estarem presos com os Ories.
Ao escutar os questionamentos de Oba, o felino fica um pouco mais sério, mas não parece triste. O vento balança seus finos pelos azulados.
- Houveram embates sim... mas, entre nós guardiões, chamamos esses momentos de massacre. Poucos de meu tipo saiam vivos depois de encontrarem com um Orie e aqueles que conseguiam não sabiam muita coisa além da descrição física que observaram e da adrenalina em seus corpos ao fugirem. Um silêncio pesado se fez presente por um momento. - Eu era muito novo na época que eles se isolaram nas terras quais estamos rumando e, por isso, não tenho pessoalmente nenhuma experiência com os de sua espécie... o simples fato de terem levado algo que me foi concedido o dever de guardar me faz querer encará-los de frente. Agradeço que tenho companhia nessa empreitada.
Uma grande paz é transmitida pelo olhar de Shonks que reflete o sol que iluminava todo o lugar. As águas cristalinas do lago também dispunham desse mesmo fenômeno, causando uma grande admiração em quem as olhassem.
Oba estava tranquila, quase que em paz naquele lugar, tanto que tinha que tomar cuidado para não seguir direto ao paraíso ao esquecer seus assuntos pendentes.
Shonks, após a conversa, levanta-se lentamente e segue até um amontoado de folhas.
- Me desculpem, mas preciso me aliviar um pouco. Sai sem falar muito mais.
Já a elfa, aquela mesma que propusera toda a ideia de se banhar, realmente não fizera questão de perder tempo. Todos seus pertences se encontravam jogados pelo caminho, menos sua arma que havia colocado especialmente perto de Max, e sua dona, Valkyria, já se banhava nas frias e refrescantes águas do pequeno lago. Seus movimentos vaziam as folhas que caíram na água flutuarem em formas circulares. Depois de aproveitar bastante, sai do lago mais feliz e agitada do que havia entrado, como se a própria mãe morsa a tivesse abençoado.
Seguiu o caminho que havia feito até as águas e procurou seus pertences... mas sem sucesso. Nada mais havia no lugar, apenas sua arma que ainda se encontrava ao lado do kemono. Chegou a escutar uma grande movimentação de arbustos a sua frente que pareciam sons de alguém que estava tentando fugir.
Talvez um ladrão.
Mas não demorou muito para algo mais chamar a atenção de todos vindo de outro arbusto, mas era distante daquele que Valkyria estava observando.
- AHHHHHHHHHHHHHHHH! Podia-se identificar que era a voz de Shonks que ecoava na direção que antes partira para atender suas necessidades.
Dois focos de som, separados, chamavam a atenção do grupo e pareciam evocar uma urgência em todos do grupo.
Talvez o guardião estivesse em perigo. Talvez os pertences de Valkyria estivessem indo cada vez para mais longe.
O que deveria ser solucionado primeiro?