O Caminho pela neve

A jovem, após esperar alguns minutos, respira fundo e segue seu caminho, já que o som parecia de um animal. Ela se movia com cautela ainda sim, pois estava em uma região não muito usual e animais costumam ser perigosos quando acuados ou em defesa de território e crias. Tinha que caminhar o máximo que pudesse antes de escurecer novamente. Ela estranhou o som sumir e recomeçar mais à frente e foi espiar o que acontecia.

Você é surpreendida por um homem bem vestido no meio do nada, ele se aproxima e muito educadamente faz uma reverência

- Meus Cumprimentos, não sei se já é tarde ou ainda é de manhã, mas bem-vinda. Desculpe meus modos rudes, achei que você fizesse parte da comitiva estranha que passou por aqui durante a noite, ou que você estivesse os procurando. Ahhh me desculpe, você está armada, você está em busca de vingança ou é para a sua proteção sua arma? Essa arma é poderosa, ela irradia morte e confiança.
Desculpe meus modos, sou Hulijing ele diz sem se aproximar, não posso te oferecer nada, para beber a não ser te indicar a neve mais pura. Nem te indicar nada para comer a não ser que você caçe para a gente. Você come carne? Porque está longe da cidade?

O dono do barulho logo se revelou e Lin se espantou ao ver que não era um animal e segurou sua espada com preocupação, porém o estranho homem a saudou e ela, ainda desconfiada, mudou de postura, mas sem guardar a arma. Ele falava coisas estranhas e ela não deixou passar certas coisas.

- Você viu uma comitiva passando por aqui ontem? Sabe quantos eram? - ela ignorou a apresentação do homem e prosseguiu com suas perguntas - viu se tinham prisioneiros?

Ela percebeu sua falta de educação e por fim cumprimentou o homem.

- Ah... essa arma... as duas coisas... Não se preocupe, não tenho fome ou sede, só preciso que me fale mais dessa comitiva e para que direção foram... me fale, por favor! - tinha súplica em seu olhar ao mesmo tempo que a esperança renascia dentro dela.

Ela não deixou passar que ele se referiu à falta de comida. Será que por viver tão isolado ele tinha dificuldades? E quem era ele? E morava ali?

- Hulijing? O senhor tem fome? Tenho algumas provisões comigo e... o senhor mora aqui na floresta? Nunca soube que tinha gente vivendo aqui e... Perdoe-me minha falta de tato, sou Lin Zhou... eu... eu... - calou-se.

- Sim eu vi uma comitiva, você está em busca deles? você busca vingança? sim, existia um prisioneiro, mas ele tentou fugir e roubou uma espada e acabou morrendo pela mão dos outros homens, morreu lutando. Descanse, não existe motivo mais para pressa, você tem algo para comer? Obrigado Lin Zhou, muito obrigado.

Ele faz uma grave mesura e evita te encarar assim que percebe as lágrimas nos teus olhos

-Qual seu desejo senhora.... senhorita Lin Zhou? ele finalmente pergunta depois de comer um pouco

Aquele homem era estranho, mas Lin ofereceu um pouco de comida a ele, o que aparentemente, o deixou feliz. O que Lin não sabia era que ele não lhe diria coisas boas.

- Mataram o prisioneiro? – ela engoliu em seco, mas decidiu não se precipitar sem ter certeza – como era esse prisioneiro era? Eles falaram o nome dele em algum momento? Por favor me diga... – ela respirou fundo e ansiava pela resposta dele enquanto seus olhos marejavam gradativamente.

Ela secou os olhos depressa enquanto o homem a reverenciava e logo comia um pouco. Ela refletiu sobre a pergunta dele e com a cabeça quente nenhuma resposta seria clara ou precisa.

- Senhora! Senhora Lin Zhou. Acho que primeiro só quero entender o que está acontecendo aqui. Nervosa creio que nada verei ou ouvirei... preciso me acalmar e me concentrar – e encarou a direção em que a tal comitiva poderia ter seguindo enquanto cerrava os punhos com força.

- senhora, muito obrigado por essa excelente refeição em troca de uma notícia ruim
Talvez eu possa te ajudar, o corpo foi abandonado e a neve vai prendê-lo no local. Eu posso te guiar até as proximidades do local.
Ele faz uma pausa
-Teu desejo é vingança não é?

O homem parecia insistir nos sentimentos ruins que Lin tentava bravamente evitar, coisa que a estava deixando apreensiva.

- Me leve até o corpo - ela disse decidida - não falarei em vingança sem ter uma certeza. Por enquanto eu estou em uma busca. Uma busca!

-Você tem o coração no lugar guerreira.
Ele segue em silêncio a sua frente até um descampado cheio de neve e aponta para o local se virando para não te encarar e saindo do teu caminho

Conforme você encara o vulto na neve você repara no tecido simples da roupa que seu amado estava vestindo

A dor no coração da jovem era imensa ao ver o corpo inerte na neve. Ela via, mas não queria acreditar.

- N... não... – suas pernas fraquejaram e ela ajoelhou-se ao lado daquele corpo, apoiando-o em suas pernas enquanto suas lágrimas molhavam a pele rígida de seu falecido marido. Ela permaneceu um tempo naquela contemplação antes de voltar a pensar – antes de tudo ele precisa de um funeral decente. Feng sempre foi um bom homem para ter um fim assim...

O coração nobre de Lin não funcionava como o das criaturas vis e vingança não se encaixava em seu perfil.

- Não, senhor Hulijing. Agora buscarei justiça, não vingança... Eles tem que pagar pelo mal que fizeram. Me ajude, por favor – ela se referia ao corpo inerte de Feng.

-Justiça, sim - ele fala sem fazem menção de se aproximar, - posso te ajudar com isso, siga daqui ao sul mas somente antes de anoitecer e procure uma caverna tuas respostas estarão ali

quando você olha novamente ele não está mais no local você está sozinha com o corpo de seu amado preso na neve congelada

A moça começava a passar as mãos em volta do corpo gelado de seus marido, para retirar a neve que o cobria, quando ouviu as últimas palavras do homem e vira-se para concordar com ele e se surpreende ao não vê-lo mais ali. Ela olhou em volta, ele não podia ter sumido tão rápido. Procurou pegadas na neve ao redor de onde eles estavam e que não fossem as dela.

- Será que era alguma entidade? Ou meu espírito fraco me pregando peças? - ela voltou a agradar o rosto do marido mesmo estando intrigada com a situação.

Lin não tinha mais o que fazer ali parada e quando seu próprio coração se solidificou ela resolveu concluir sua ideia de enterrar o marido.

- Não vou te deixar aqui, meu marido - ela segurou o cadáver de Feng e caminhou procurando por um lugar bonito para enterrá-lo. Claro que preferiria enterrá-lo nas tumbas de sua família, mas não haveria tempo agora. A justiça urgia em seu coração dilacerado. No futuro ela buscaria os restos mortais dele para levar ao mausoléu da família.

- Aqui parece bom - ela escolheu um local fora das trilhas onde as árvores eram bem fechadas e começou a cavar com as mãos enluvadas - aqui não passa ninguém, meu amor... ninguém virá perturba-lo... será por pouco tempo, eu prometo. Você terá o funeral digno que merece - as lágrimas em seus olhos tornavam o trabalho mais difícil - aqui... na primavera estará coberto de flores e musgo... protegendo seu local de descanso.
Não sei quanto tempo ficarei fora...

Levou o tempo necessário para o trabalho e então encarou a dura realidade: a despedida. E foi com dor que seguiu para a tal caverna, mesmo sendo loucura, que diferença faria para ela naquele instante?

shamps escreveu: Procurou pegadas na neve ao redor de onde eles estavam e que não fossem as dela.

você deita delicadamente a cabeça de Feng na neve e procra pegadas, encontrando as pegadas de vocês 2 chegando e nitidamente somente a sua é humana




você cava a neve facilmente mas sem instrumentos, utilizando-se de gravetos e de pedras não consegue quebrar o chão congelado o suficiente para abrir uma cova rasa para Zhou Feng
Você nota que as luzes vão acabando antes que você se dirija à cavena e tem que escolher entre apenas largar seu marido ali ou seguir as orientações do espírito animal que te acompanhou até ali e procurar a cavena rapidamente antes de anoitecer

Sentindo que era difícil cavar na neve, ela não tinha outra opção a não ser carregar o corpo de seu marido até a caverna. Ela não o deixaria ao léu de forma alguma. Com seus dedos enluvados ela toca na pegada de animal e conclui que tinha sido guiada por um espírito da floresta e sorri agradecida por essa dádiva.

- Deem-me só mais essa graça, de proteger o corpo de meu amado marido – ela pedia enquanto caminhava pela floresta até a caverna.

Você coloca o corpo pesado do Zhen nas costas, mas ele endurecido pelo frio e maior que você é um peso grande demais para que você siga rapidamente, ja perdeu bastante tempo tentando abrir um buraco na neve e agora arrastando o amor da sua vida perde um tempo maior ainda quando começa a escurecer e você caminhou muito pouco do caminho

Desesperada com seu pouco avanço, Lin solta o corpo de Zhen no meio da neve e se debruça sobre ele chorando mesmo sabendo que não poderia perder tempo.

- Me desculpa, meu amor. Eu preciso ir... buscarei justiça para o que fizeram com você - ela falava entre soluços - eu voltarei para te dar o enterro digno que merece - ela faz uma prece rápida e retira do pescoço dele um colar que ele sempre usou e coloca em seu próprio pescoço. Então sem mais, ela corre para não perder mais tempo.

- Eu prometo!

Ao se aproximar da  caverna, já mais tarde que o previsto, Lin viu a claridade da fogueira e aproximou-se para aquecer-se, ficando lá por bastante tempo contemplando o fogo, com a cabeça vazia após ter deixado o corpo de seu marido para trás. A caverna estava logo à frente e ela tinha entrado pedindo licença a quem quer que fosse e se aproximou do fogo. Fome não estava sentindo, por isso não se abalou com o cozido e lágrimas para derrubar também não tinha. Foi só então que passou a observar melhor a caverna e tentar entender porque foi enviada para lá. Qual seria o objetivo do espírito animal?

- Tardei a chegar, mas eis-me aqui? Como posso lhe ajudar, senhor espírito? - falou para o nada, sem se fixar em nenhum ponto específico e sem se importar se estava louca - perdoe meu atraso! - ela suspirou desesperançosa.

Um monge extremamente magro sai com dificuldade da caverna fazendo para você sinal de que não se preocupe, e te oferece algo de comida para logo depois entrar fazendo sinais para que você o siga, e ele com dificuldade apoiando-se na parede da caverna muito estreita e rasa ele se senta em posição de lotus com os olhos fechados, deixando um pequeno tapete puído e sem cor a frente dele, para que você se acomode

Sem muita emoção, ela cumprimenta o velhinho que até então não estava ali, mas já estava acontecendo tanta coisa estranha, que ela nem se importou. Como ele já tinha dado sinal para que ela o seguisse, assim ela o fez e sentou no tapetinho diante dele, apenas recusando a comida.

- Lin Zhou e vivo num vilarejo aqui perto. Prazer em conhece-lo. Como eu posso ajuda-lo?