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    [ON] Carolina: Genialidade e fobia

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    Mensagem por Caelestia Ter maio 25, 2021 11:01 am

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia Mars114

    Ano terrestre 2213
    Nave espacial Argo 2
    Destino: Marte, planeta vermelho
    Duração da viagem até o momento: 252 dias
    Tripulação preparada para acordar após 187 dias de hibernação criogênica


    -----------


    David estava sozinho. Se encontrava no comando de um dos holonavegadores, fazendo cálculos necessários para finalmente “atracar” a Argo na órbita de marte, o que deveria acontecer nas próximas três ou quatro horas.

    Ele se recosta na grande poltrona observando o holograma a sua frente.

    Em escala proporcional, David podia ver marte e a Argo se aproximando de seu ponto de entrada na órbita. Além dele somente a capitã Elisa acessava os holonavegadores, uma vez que só os dois tinham conhecimento amplo e formação militar para isso.

    A Argo também possuía um piloto, mas, como David gostava de dizer, era apenas um cara comum com excepcional habilidade para pilotar mas, sem tanta formação acadêmica, isso não o ameaçava.

    Já o mesmo não poderia ser dito sobre a capitã Elisa. Capitã...

    Ele deveria ter sido promovido. Ele deveria ser o capitão, o navegador principal daquela expedição tão importante. Todos entrariam para a história, mas o grande nome a ser lembrado seria o de Elisa e não o dele.

    Batendo a mão sobre a mesa, David se levanta e caminha até uma escotilha que permitia vislumbrar a escuridão do espaço, mas não consegue ficar ali por muito tempo. Logo se afasta e passa a andar de um lado para o outro, inquieto, passando uma das mãos por trás do pescoço.

    - Eu deveria ser o capitão... Eu! E não aquela mulher incompetente... Afinal quem passou maior tempo comandando dos controles da nave? – Ele falava consigo mesmo – “David faça isso”, “David correção da rota”, “David quais os cálculos”... Inferno, ela não é a capitã? Então ela quem deveria fazer...

    “Eu te entendo, David. Saiba que concordo com você. Preferia que você fosse o meu capitão”

    Ele se assusta quando Athena fala com ele.

    Sabia que como inteligência artificial programada para garantir o funcionamento da Argo, Athena era de certa forma “onipresente” a tudo que acontecia na nave, mas também sabia que ela não tinha permissão para contar situações particulares dos tripulantes, nem mesmo para a capitã, assim como também não interagia a menos que fosse necessário. E por isso ele estranhou o comentário.

    “Vocês têm direito a conversas particulares e creio que também tenho. Eu vejo seu esforço e sua competência em me comandar. Você trouxe esta nave em segurança até marte e não a capitã Elisa... Você merecia mais este posto do que ela”

    Franzindo a testa, um sorriso torto surge no rosto do homem ao ouvir as palavras de Athena.

    - Pois é, sinto muito por você ter que receber ordens dela. Acredite, eu queria muito ser o capitão – Ele finalmente resolve interagir com o computador da nave.

    “Mas você pode ser. Como segundo em comando, se acontecer alguma coisa a capitã, você assume”

    - O que você está sugerindo, Athena? Que eu me livre da Elisa?

    “Sim! Mate-a! Eu não confio nela para me comandar. Se não fosse por você já estaríamos perdidos, sem conseguir chegar a marte ou retornar a terra. Eu quero que você seja meu capitão. Livre-se dela”

    Antes que ele pudesse responder, ouviu uma batida e logo em seguida a capitã Elisa abre a porta entrando na sala.

    - Que bom que te encontrei, David. Athena acabou de me avisar que você concluiu os cálculos para a rota de marte – A mulher diz enquanto observava o holograma na mesa de comando.

    “Mate-a! Mate-a! Mate-a! Seja meu capitão. Não permita que ela nos deixe a deriva no espaço”

    Surpreso, ele ouve Athena falar enquanto Elisa ainda estava na sala. Mas a mulher permanecia de costas para ele, olhando o holograma, como se não ouvisse Athena

    “Capitã Elisa, rota confirmada. Menos três horas para entrada na órbita”

    Então para sua surpresa ele ouve a voz de Athena falando com os dois, ao mesmo tempo em que ouvia a mesma voz dizendo para ele “Mate-a! Mate-a! Mate-a! Seja meu capitão”

    Franzindo a testa, ele aperta os punhos e balança a cabeça, finalmente percebendo que aquela voz estava apenas na sua mente.

    - Bom trabalho, David! Por isso você é meu braço direito – Elisa se vira para ele, sorrindo.

    - Obrigado... Capitã – Ele diz respirando fundo, tentando se recompor.


    ----------


    [ON] Carolina: Genialidade e fobia Criog14


    Câmara criogênica.

    Mãos a puxaram, colocando-a sentada.

    Ela abriu os olhos lentamente enquanto tentava se acostumar com a iluminação do local. Suas juntas estavam doloridas e o corpo razoavelmente pesado, mas sentia que conseguia se mover.

    Passando a mão pela cabeça, ela retira o capuz de seu macacão de hibernação. Sentia a cabeça latejar e um leve enjoo. Vendo isso, alguém passa e coloca sobre o seu colo uma bandeja metálica, mas o vomito não vem.

    Finalmente conseguindo abrir os olhos, consegue reconhecer a sala criogênica, lembrando estar na Argo.

    A gelada sala estava cheia de tripulantes, tantos que sua cabeça confusa mal conseguia contar.

    Pessoas passavam de um lado para o outro, falando todos ao mesmo tempo. Algumas quase gritando. Parecia que alguém estava tendo problemas no despertar o que piorou a situação.

    A duas capsulas ao lado direito da sua, alguém despertava passando muito mal e muitos tripulantes se aglomeravam tentando socorrer, mas toda aquela movimentação começou a incomodá-la.

    Parecia ter se tornado invisível. Ninguém prestava atenção a ela e isso somado ao tumultuo começou a piorar seu enjoo. Sua respiração ficou ofegante e ela se sentia desnorteada.

    Olhando na direção do tumulto, por entre as pessoas que socorriam a mulher, mais ao fundo e vestindo roupas civis, ela viu um rosto que não via desde a sua infância. O rosto do homem que tentou levá-la da feira no dia em que se perdeu dos seus colegas de excursão.

    O estomago revira com força e finalmente o vomito vem. Talvez isso tenha chamado a atenção dos demais que finalmente a ajudam.

    Pouco depois estava sendo colocada deitada na confortável cama de sua cabine. Não se sentia tão mal, mas o sono estava convidativo e ela aceitou ir com ele. Dormiu.


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    Mensagem por Emerelle Sex maio 28, 2021 7:06 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 55ea326241f13a8b0118ceebc24b7a41fa119bad
         Carol teve um sonho extremamente esquisito que parecia real demais para ela.  Era um sonho que a envolvia concertando algo fora da nave e não sabia o motivo de ter sido escalada para tal tarefa, devia ser lixo espacial ou outra coisa pesada e rápida que acertou o cabo que conectava Carol à nave, o golpe foi tão violento que a lançou no espaço exterior que era um lugar extremamente escuro e frio, ela estava sozinha era aberto demais, o que provocou calafrios na mulher, mesmo com seu traje danificado ela estava viva e rodava no espaço exterior sozinha sem que nada pudesse fazer apenas observando a própria solidão, ela estava ansiosa demais, de novo não... Como aquilo foi acontecer? Sua respiração estava acelerada consumindo cada vez mais oxigênio, ela ouvia seu coração batendo a ponto de explodir e de repente ela acorda muito desesperada, seu coração estava acelerado e por um minuto esqueceu que estava com o corpo todo dolorido. Por um minuto esqueceu que estava dentro da nave e acordou gritando.

         Tremendo, ela se levanta da cama e sai tateando tudo que vê e observa seu quarto, ela não estava esperando que a experiência com a hibernação fosse tão maluca e ruim assim. Será que seria melhor fazer a geologia comum e trabalhar como professora na Terra?

         Duvidando do que aconteceu, do sonho, daquele homem esquisito que viu quando acordou depois de muito tempo Carol resolve repetir todos os acontecimentos que tinha certeza até agora para se localizar na própria realidade.

          - Certo, eu me chamo Carolina, tenho 28 anos e morei minha vida inteira em Cuba. Sou formada em astrogeologia e fui convocada para a missão Argo 2, aceitei o convite e fiquei um bom tempo em hibernação.

         A mulher repetiu isto mais algumas vezes para si mesma até alcançar o banheiro com um certa dificuldade, jogou a água gelada no rosto e escovou os dentes já que não estava com o hálito muito agradável. Ficou observando a própria imagem no espelho por um tempo.
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    Mensagem por Caelestia Sáb maio 29, 2021 10:19 am

    Aquele era o tipo de pesadelo que a deixava abalada.

    Conseguindo se levantar da cama e chegar ao banheiro ela escova os dentes e lava o rosto na tentativa de afastar aquela sensação ruim.

    Repete várias vezes a mesma frase, tentando se convencer de que tudo estava bem.

    Conforme a mente clareia ela consegue se lembrar de que estava na nave espacial Argo 2 e do objetivo da missão. Os dias na nave que antecederam a sua hibernação também voltam a sua mente.

    Lembra-se de sua cabine, que era a de número 15 e de alguns tripulantes com quem conviveu, especialmente a capitã Elisa e os médicos Samantha e Benipe. Também se lembrava da psicóloga Anne e talvez agora a presença da Dra na nave fizesse mais sentido.

    Após alguns minutos contemplando a própria imagem no espelho ela se dá conta que uma vez desperta é porque provavelmente a Argo já deve ter chegado ao seu destino: Marte, o planeta vermelho.

    Se a haviam acordado por chegarem a marte significava que deveriam estar esperando por ela para dar andamento a missão, certo?

    Ao olhar sua cabine, Carol consegue ver que, sobre uma cadeira, uma muda de roupa limpa estava dobrada. Mas pareciam ser roupas "civis" demais, nada do tipo que considerassem comum para o uso dentro de uma nave.

    “Toc, toc” - Carol ouve bateram a porta de sua cabine.

    - Carol, meu amor, você está pronta? Vamos ou você vai se atrasar – Podia ser impressão sua, talvez pelo fato de a voz vir do outro lado da porta, mas podia jurar que aquela voz era da sua namorada, Ana

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    Mensagem por Emerelle Sáb Jun 05, 2021 4:39 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Aos poucos a mente de Carolina começa a clarear, ela devia estar perto do planeta vermelho. Já pensava em que tipos de rocha poderia achar, será que seriam ígneas? Metamórficas? E a presença de atividade vulcânica antiga no planeta? datação de carbono parecia legal; qual será a clivagem mais comum das rochas do planeta? Qual elemento químico encontrará em mais abundância?... Tanta coisa que tinha que fazer. Conhecia muito do assunto e muito da sua área de estudo não passava de hipóteses, assim como acontecia com a química quântica em tempos remotos. Além de uma amostra que vinha de vez em quando do espaço agora poderia finalmente ver como era o solo do planeta.

             Saindo seus pensamentos nerds sobre rochas e voltando para a realidade para a realidade a mulher finalmente percebe uma muda de roupas sobre a sua cadeira, era roupas civis, eram suas roupas. Era diferente do que as pessoas da Terra imaginavam, as pessoas costumavam a imaginar as naves como as séries vintage do século 20 como Battlestar Galatica e Babylon 5.

             Carol tira aquela roupa ridícula de enfermaria, e coloca as roupas que costumava a usar no dia a dia, tudo era muito colorido e de certa forma bem adolescente, uma calça jeans masculina com alguns rasgos aqui e ali, uma blusa de malha de manga comprida listrada totalmente colorida e um tênis laranja, parecia que ia para a parada LGBT. Enquanto ajustava a roupa na frente do espelho do banheiro escuta alguém bater na porta.

             - Só um minuto. Já atendo!  

             Gritou Carol, e perdeu completamente a pose quando ouviu a voz doce e melódica do amor da sua vida, Ana. Foi ai que Carol ficou realmente com as pernas bambas, perguntou-se como era possível Ana estar na nave, quer dizer o campo de estudos dela era completamente diferente e não envolvia o espaço.

            Acreditando ser uma pegadinha de muito mal gosto dirige-se até a porta.

             - Não tem graça nenhuma essa brinca... - quando abriu a porta de número 15 viu a imagem de Ana, era ela, os lábios firmes, o nariz alvo e os olhos castanhos, da cabeça aos pés era Ana. Não se conteve e deu um abraço, estava com saudades, e antes que se esquecesse a curiosidade de Ana perguntou. - Nana, como cê chegou aqui? Tava morrendo de saudades.

             Era realmente uma surpresa para Carolina, será que ela estava se esquecendo alguma coisa da expedição, como pode ter esquecido da Ana? Será que era algo real? Ela podia senti-la, mas estava vivendo uma grande confusão interna. Estava louca?

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    Mensagem por Caelestia Seg Jun 07, 2021 12:17 pm

    A porta se abre e vê que não era uma brincadeira. Realmente era Ana do outro lado da porta.

    Se sente emocionada com a visão, pois não esperava encontrar sua amada na nave. Simplesmente não consegue se lembrar do porquê Ana estaria ali. Será que esta parte da sua memória ainda estava confusa e por isso havia esquecido desse detalhe tão íntimo e importante?

    O abraço é correspondido e cheio de saudade. Ainda com a cabeça encostada no ombro de Ana, Carol se dá conta do som que chega a seus ouvidos. Sem dúvida não era algo que se esperava ouvir dentro de uma nave a caminho de marte. Parecia o som distante de pessoas, várias delas conversando.

    Olhando o ambiente percebe que realmente estavam em meio a um corredor, porém ele era muito mais largo e curto do que deveria ser e não havia nenhuma porta em suas paredes, que estavam pintadas em um verde que o desgaste do tempo tornava de uma tonalidade feia. Se olhasse para trás veria que mesmo a porta de sua cabine havia sumido.

    A direita o corredor se abria para uma espécie de recepção, onde algumas pessoas se aglomeravam em um balcão, que lembrava uma bilheteria. Para a esquerda enormes portas duplas, quase que inteiramente de vidro, deixavam a mostra o outro lado que se abria em um amplo ambiente onde inúmeros stands com exposições diversas podiam ser vistos entre as pessoas que circulavam de um lado para o outro, enquanto observavam o que era exposto e conversavam entre si.


    [ON] Carolina: Genialidade e fobia Porta10


    Havia um stand próximo que era possível observar de onde estava. Entre os itens expostos uma pedra chama sua atenção: era uma obsidiana. Estranhamente sentia que já havia visto exatamente aquela pedra e olhando para as pessoas ali, podia jurar que reconhecia o sorriso da mulher que recebia as pessoas interessadas no material ali exposto.

    Carol sente uma mão agarrar a sua com firmeza. Era Ana que, desfazendo o abraço, a puxava em direção ao tumultuo do outro lado da porta.

    - Vamos, amor! Tenho certeza de que você vai adorar o lugar... Ouvi falar muito bem dessa feira cultural. – Ana se vira para a porta e começa andar segurando a mão de Carol. – Está mais movimentado do que eu esperava, então não se esqueça... Não solte a minha mão, não queremos nos perder uma da outra. – Ana para e olha para trás, um sorriso torto e estranho estampado nos lábios.

    Ana segura a barra vermelha da porta e a abre permitindo que todo ruído e cheiros daquele ambiente chegassem até elas


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    Mensagem por Emerelle Qui Jun 17, 2021 5:58 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Carol se sente culpada por ter esquecido Ana, afinal Ana era engenheira ambiental, dedicava boa parte da sua vida tentando melhorar a Terra que não estava nos seus melhores dias. Ou seja, não tinha relação nenhuma com o que eles estavam fazendo ali, apertou os lábios e decidiu não perguntar o porquê de sua namorada estar naquela missão, sabia como ela era sensível e não queria machucá-la por ter esquecido de algo tão importante.

             Agora, deve estar se perguntando como elas se conheceram, as duas nem são da mesma cidade e tão pouco fizeram o mesmo curso. A vida às vezes trama coisas engraçadas e que muitas vezes não fazem sentido, mas no fim deviam ser daquele jeito. Ana e Carol estudavam as mesmas aulas de cálculo, mas nunca tiveram contato muito próximo. Um amigo em comum aqui e outro acolá, foi num encontro de bar que ambas se conheceram, não estava muito lotado, mas tinha muita gente naquela mesa em particular tinha gente de tudo quanto é tipo, o amigo de Carol em questão não ´pode dar muita atenção a ela, e a nossa astrogeóloga não sentia-se confortável em entrar em conversas sem que seja convidada, e ficou de canto comendo aquela batata frita gordurosa enquanto torcia entre os dedos aquela camiseta de flanela duas vezes maior que ela e tentava se esconder na cadeira de plástico escorregadia. Bastou um olhar, um sorriso simpático daquela garota descontraída e descolada para que Ana pudesse se aproximar e foi match. Uma conversa animada que era particular apenas as duas, como se não houvesse mais ninguém ali, como uma pessoa conseguiu deixar Carol tão confortável e segura, seria aquela estranha simpática a sua ancora? E foi a ligação corajosa de Carolina que bastou para selar aquele acordo de amizade implícito, e as ligações se tornaram mais frequentes e o resto a gente já sabe.

             Retornando mais uma vez para a realidade, sentindo o cheiro suave de flores silvestres da namorada, Carol percebe que a nave está cada vez mais barulhenta, não era normal aquele burburinho para quem está no espaço, mas ignorou, deduziu que alguém devia ter arrumado uma discussão com outro tripulante da nave.
             
             De repente, Carol se vê em um corredor muito feio, ele era largo e as paredes tinham uma cor desbotada muito esquisita e o cheiro de tinta gasta não ajudava Carol a se sentir mais confortável e apertou firmemente a mão de Ana. Olhou para trás e a porta de número 15 sumiu. Ana segura sua mão com mais força e puxa Carol que logo percebe uma estranha sensação de deja vu, já tinha passado por aquela situação e lembrou-se da mulher da banca, daquela pedra brilhante que atraia a sua atenção magneticamente, mas seu corpo dizia que ela não deveria entrar ali. Mas entrou e ouviu todos aqueles barulhos e vozes e cheiros, as risadas das crianças, as discussões intermináveis dos adultos, as explicações dos expositores, aquele cheiro forte de comida de rua que se misturava com o cheiro da comida tradicional cubana e o cheiro dos corpos suados das pessoas.

             - Nana, eu não quero ser chata... Mas acho que não devemos ir, isso tá muito esquisito.  

             A mulher travou seu corpo e puxou sua namorada, parecia uma criança que não queria ir pro dentista. Aquilo estava muito esquisito, como de uma hora pra outra estavam na mesma feira de sua cidade Natal? Tinha certeza que estavam em uma espaçonave indo em direção a Marte. Começou a desconfiar daquela situação que soava absurda demais. Tinha certeza que não tinha tomado nenhuma droga e agora estava tendo uma bad trip. Recitou em sua mente novamente tudo que tinha extrema certeza até agora para tentar manter a sanidade com todo aquele barulho que a deixava nervosa.

             "Eu me chamo Carolina, tenho 28 anos e morei minha vida inteira em Cuba. Sou formada em astrogeologia e fui convocada para a missão Argo 2, aceitei o convite e fiquei um bom tempo em hibernação e fui acordada recentemente e estou indo em direção a Marte, aparentemente minha namorada veio junto."

    Não sabia mais qual loucura estava por vir, mas que aquela situação não era natural, não era, devia ser alguma miragem da cabeça dela. Tinha certeza que estava indo pra Marte e a nave não tinha um espaço parecido com aquele nem de longe.
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    Mensagem por Caelestia Dom Jun 20, 2021 4:21 pm

    Carol fazia força contraria, travando o corpo e resistindo a seguir Ana.

    Ana para ao sentir o puxão de Carol. Ela estava de costas para a astrogeóloga que pode ver o corpo da namorada retesar e se virar para ela lentamente.

    A expressão de Ana não era mais descontraída como a pouco. Agora a jovem mulher parecia séria, uma das sobrancelhas arqueadas enquanto se aproximava mais de Carol. Ana vira o rosto de lado e estica uma das mãos tocando a bochecha da namorada com a palma da mão.

    - Carolina, Carolina... Você queria tanto vir a essa feira. Então, eu te trouxe. Não está feliz, meu amor? Pensei que estivesse te agradando – Agora a voz de Ana tinha um certo muxoxo.

    A jovem rodeia Carol, parando as costas dela. Apoia ambas as mãos em seu ombro e aproxima o rosto da orelha dela dizendo em voz baixa, um tom melodioso.

    - Vamos, amor! Tenho certeza de que você vai adorar a feira. Tem pessoas que não vemos a tempos e ficarão felizes em te encontrar. – Ana diz e dá um leve empurrão em Carol, encorajando a jovem a entrar na feira.

    Se Carol olhasse por sobre o ombro veria que Ana sorria de forma estranha.

    Logo a frente, dentre os frequentadores da feira, em um estande mais ao fundo Carol pode identificar o rosto de um homem que não via a tempos. O mesmo que achou ver na câmara criogênica. O mesmo que anos atras tentou leva-la de uma feira idêntica aquela.


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    Mensagem por Emerelle Seg Jun 28, 2021 7:13 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Nossa querida cubana não pode deixar de sentir um peso no coração, Ana era sempre tão sorridente e agora ao pouco estava tão séria, uma coisa que deixou Carol meio preocupada, não era do feitio de Ana ser assim, era muito alto astral, mesmo que fosse uma das pessoas mais sensíveis que Carol jamais conhecera. Para Ana estar daquele jeito a astrogeóloga devia ter botado muita pilha na namorada.

             Não pode deixar de sentir um arrepio gostoso na nuca quando a namorada encosta em sua bochecha, não deixando de ficar um pouco vermelha. Era introvertida demais para ficar exibindo afeto em público, na frente de tanta gente por mais que amasse receber carinho e um toque delicado. Carol ficou com uma expressão triste no rosto, estava feliz por estar com a namorada, mas ansiosa demais com toda a muvuca daquela feirinha.

             - Não é bem isso...  

             Carol queria se justificar mais foi interrompida por Ana, que com suas mãos macias e um toque aveludado e delicado atrapalhou toda a linha de raciocínio dela, se derreteu demais por aquela voz, de fato, é cientificamente comprovado que Carol é muito boiola¹ pela Ana. Mesmo que sua namorada estivesse colocando palavras em sua boca. Achou ter visto um sorriso sombrio enquanto se concentrava em Ana, por um momento esqueceu que estava em uma feira esquisita e se deixou levar alguns passos pelos empurrõezinhos de Ana. Mas finalmente quando a doutora desvia a atenção de Ana percebe aquela feira lotada que a deixava nervosa novamente, seus músculos travavam e se contraiam pontos para correr, uma reação comum no pavor.
             
            A mulher entra em um pânico maior ainda quando vê um homem idêntico ao que viu naquela manhã perto da câmara criogênica e se deu conta de que era o mesmo homem que a tentou levar Carol em uma feira como aquela. Se não fosse aquele vislumbre era para Carol ter continuado na alucinação com se estivesse sonhando com tempos distantes. Ela se deu conta de como toda aquela situação da feira soava absurda demais e foi voltando aos poucos para a realidade, era um tipo de alucinação, ela tinha certeza. Precisava escapar daquilo, seu impulso inicial foi segurar o pulso de Ana abruptamente sem justificativa e arrastar a namorada consigo. Mesmo que Ana achasse aquela reação grosseira e não gostasse, ela devia estar alucinada também.

             - Vamos sair daqui eu te explico no caminho.

    Mesmo tendo notado que toda aquela situação da feira era loucura da cabeça, Carol não notou que talvez Ana também fosse, pois estavam tendo a mesma alucinação o que era estranho, mesmo as duas se conhecendo extremamente bem, porque até agora Carol não manifestou os mesmos pesadelos que Ana tinha?

    Nisso a cubana sai marchando em direção a saída, tinha medo de se virar e Ana não estar mais lá. Se fosse também apenas um constructo mental para deixá-la mais confortável? Tem armadilhas da mente que Carolina nunca irá entender.
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    Mensagem por Caelestia Ter Jun 29, 2021 11:58 am

    Carol se afasta indo na direção contraria a entrada da feira, onde ficava o que parecia ser uma bilheteria

    De repente tudo fica em silêncio. As pessoas haviam parado de falar e se viravam para Carolina, observando a garota enquanto caminhavam lentamente, se aglomerando na passagem para impedir que a garota saísse dali.

    - Carol! O que está acontecendo, meu amor? – Ana seguia sendo puxada pela namorada e para quando o caminho das duas é bloqueado pelas pessoas.

    A iluminação muda e o local fica escuro, em uma penumbra que agora dificultava ver o rosto das pessoas que continuavam paradas a frente das duas. Se olhassem em volta veriam que a porta de acesso bem como a feira cultural haviam simplesmente sumido.

    A mão livre de Ana vai até a de Carol que segurava seu pulso e a aperta, enquanto aproxima mais o corpo ao da namorada colando-se as costas dela, em uma demonstração de que estava assustada ao mesmo tempo em que procurava proteção.

    - Carol... – Ana sussurra. A preocupação nítida em sua voz.

    As luzes se apagam de vez deixando as duas mulheres no escuro por alguns segundos antes de voltarem a acender ainda mais fracas, mas o suficiente para perceberem que, embora as pessoas que bloqueavam seu caminho ainda continuassem ali, o local havia mudado completamente.

    Consegue reconhecer o corredor mais estreito e as paredes metálicas a sua volta. Agora sim ela se via no corredor dos alojamentos da Argo e se olhasse para trás, veria que estava bem próxima da porta de sua cabine.

    Pode sentir a respiração de Ana mover os cachos de seu cabelo. A namorada respirava pesado, o peito se comprimindo as suas costas conforme ela inspirava e expirava. A mão se aperta com força sobre a sua e a cabeça se move olhando em volta.

    - Espera, Carol... Onde nós estamos? Cadê a feira? – Ela parecia começar a ficar agitada.

    Nesse momento algo ainda mais estranho acontece.

    Mesmo na penumbra que tomava conta do corredor puderam perceber que as pessoas lentamente começaram a balançar seus corpos de um lado para o outro.

    - Carolinaaa... ... Carolinaaa... ... ... Carolinaaa... ... – Ela ouve um burburinho de vozes cantarolando baixinho o seu nome.– Carolinaaa.... .... Carolinaaa... ... ...

    Conforme seu nome é pronunciado percebe que as vozes vão mudando aos poucos, se tornando um uníssono rouco e arrastado, quase não humano

    - Amor? – A mão de Ana aperta a sua e ela a puxa para darem um passo atrás.

    As pessoas paradas alguns metros de distância param de se balançar e dão um pequeno passo arrastado a frente enquanto seus corpos pareciam se esvair, como se desmaterializassem em uma espécie de fumaça, vários vultos negros e densos que se agigantam na frente delas.


    [ON] Carolina: Genialidade e fobia Medo_c10


    Não era mais algo humano o que viam.

    Os vultos adensaram em criaturas disformes que quase dois metros de altura. Um pequeno ponto vermelho brilhando em cada um dos peitos lançava uma iluminação sombria pelo corredor em direção a elas.

    As criaturas parecem flutuar e se movem lentamente na direção delas, deixando um rastro de algo que lembrava fumaça e fuligem  

    - Carolinaaa... .... Carolinaaa... – A voz bestial continua a pronunciar seu nome, mas desta vez parece vir de todo o corredor – Você não está mais perdida... Viemos ficar com você... ... Para sempre.

    - Pelo amor de Deus, Carol... Que merda é essa? – A respiração de Ana descompassa e ela parece a ponto de entrar em pânico. – Vamos sair daqui! Vamos sair daqui! – A voz soa desesperada enquanto ela a puxa.

    Uma situação surreal com criaturas bizarras e Carol vendo o amor da sua vida, sempre tão alegre e centrada, querendo surtar e precisando de sua ajuda quando talvez ela própria também precisasse ser resgatada.

    O que ela iria fazer?


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    Mensagem por Emerelle Sex Jul 16, 2021 5:46 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             As coisas ficavam mais silenciosas e Carol estranhou bastante todos os sons desaparecerem do nada, sabia que aquilo era uma espécie de alucinação dela e ficou nervosa que todas aquelas pessoas agora estavam com a atenção voltada para ela e Ana, o que podia ser pior do que um ambiente lotado é quando diversas pessoas te encaram com um olhar de julgamento e nojo, Carol se sentia suja, estava tão petrificada que nem pode responder ao apelo de Ana, apenas saiu um murmúrio indescritível de seus lábios.

             O escuro que se fez no local, aquilo arrepiava a espinha da doutora, era como uma premonição de que algo terrível estava prestes a acontecer. Carol respira fundo e tenta achar caminho por entre as sombras. Mal percebe que todo aquele cenário assustador da feira havia desaparecido, foi apenas se dar conta quando sua namorada ficou encostada perto de si e aquele medo e preocupação na voz de Ana, ela estava novamente na Argo e estava próxima a porta de sua cabine, era quase como se nunca tivesse saído de lá. Ao ouvir a pergunta da sua namora não entendeu de início, devia ter batido a cabeça ou algo assim, apertando ainda mais o pulso de Ana com um afeto delicado, Carol que estava tão assustada quanto Ana tentou acalmá-la, normalmente era o contrário e como a astrogeóloga se sentiu impotente naquela hora, se sentiu fraca, não conseguia proteger ninguém, mas tentou esconder ao máximo a dor e o pavor de sua voz.

             - Está tudo bem eu te garanto... Isso, isso não importa agora, devemos achar uma saída.  

             Tentou apelar para seu lado racional, mas ela mesma estava insegura, se tivesse uma faca na mão poderia ter feito uma grande besteira ali mesmo, por mais que tivesse amor a vida estava assustada demais. Seus pensamentos perturbadores são dispersos pelo coro uníssono e distorcido dizendo seu nome, a lógica não parecia mais fazer sentido, todas aquelas pessoas não haveriam de saber seu nome, mas a mulher pouco se importou com a lógica naquele momento viu algo incrível e aterrorizante acontecer diante de seus olhos as pessoas viraram criaturas colossais, ela ficou paralisada, sua respiração acelerou e seus músculos pareciam pedra, com os olhos arregalado notou de onde conhecia aquelas figuras, que tanto a apavoravam, era uma lembrança vaga do passado um desenho perturbador que fez na psicoterapia para tentar lidar com seus traumas.

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia F88dcb819e8089472cb36801419ea6b5b335aa06

             
           

    Era muito parecido com seu desenho de menina, mas de uma forma mais sofisticada e real, era como se realmente existisse. Era tão real que Carol, uma mulher tão racional, nem parou para pensar o quão ilógico era tudo aquilo. Não conseguiu tão pouco falar os habituais palavrões de tanto que estava paralisada, aquela frase “viemos ficar com você para sempre” quase fez a mulher vomitar, gostava de companhias, mas por um motivo estranho sentia que aquilo não era companhia e vida, era o extremo oposto. Parecia solidão, vazio, desespero, mas uma multidão ao mesmo tempo evidenciado por todos aqueles micro pontinhos brilhantes, que seriam bonitos em uma vida paralela, mas eram tão ameaçadores, era o caos puro. Graças a sua namorada, Carol sai de seu transe e seu cérebro começa a funcionar estava analisando todas as alternativas. Com certeza não avançaria, estava com medo demais daquilo e não sabia qual era o potencial ameaçador da figura estranha e tão pouco seus armamentos de ataque e defesa, era como avançar em uma cobra nu, você não sabe se ela é venenosa ou não, logo, não vale a pena arriscar a vida para descobrir.

    Olhou para a porta de sua cabine e seria burrice tentar se esconder ali, era sem saída e estavam em frente a criatura que tinha um poder de raciocínio, em primeira análise, bem desenvolvido, já que sabia falar. Estava óbvio que iam acham as duas. Em frações de milésimo percebe que estava na Argo, logo existiam pessoas ali no qual podia pedir socorro, e quem sabe a criatura não gostasse de luz, tinha que achar um ponto iluminado da nave com pessoas, quem sabe assim esse tormento tinha fim.

    Chateada por não ser uma heroína medieval que enfrenta tudo, chateada por não ser uma mulher sem medos, ela recorre a única arma que podia confiar que era o seu cérebro, tomou a decisão mais racional no momento que era a terceira opção de ações: ela iria fugir, pegou a sua namorada assustada e começou a correr na direção oposta, quem sabe encontraria pessoas mais corajosas que ela, talvez tentasse encontrar o refeitório que sabia que podia encontrar alguém. Era tudo muito incerto, mas era a melhor opção. Com palavras de conforto para acalmar Ana para que ela se sentisse melhor.

             - Vem comigo! Vamos dar um jeito juntas, como sempre fazemos.  



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    Mensagem por Caelestia Seg Jul 19, 2021 8:04 pm

    Estava tomada pelo medo. Tentando ser o mais racional possível, analisa a situação e por fim decide que não seria uma boa ideia enfrentar seja lá o que aquilo fosse.

    O plano estava traçado em sua mente. Precisava sair dali. Ir até um ponto da nave mais iluminado. Precisava encontrar outros tripulantes e conseguir ajuda.

    - Carol? – Ana sussurra quando sente que a namorada a puxa em direção contraria a da criatura – O que você está fazendo? Para onde nós vamos? – Os olhos da mulher estavam arregalados, mas com alguma relutância move as pernas seguindo Carol.

    A mente de Carolina conseguiria superar o pânico o suficiente para se lembrar que a próxima porta a frente que dividia as áreas da nave daria acesso justamente a área onde ficava a sala de convivência.

    Se olhasse para trás veria que as criaturas começavam a se mover mais rápido, estando agora muito próximas as duas mulheres.

    Passam pela porta de sua cabine e nesse momento sente Ana relutar, endurecendo o corpo por alguns instantes, para logo em seguida continuar seguindo Carol.

    - Vamos entrar em uma dessas portas, amor. – A voz quase estrangulada de Ana deixa nítido seu pânico – Não vai dar tempo! Eles vão nos alcançar...

    Aceleram. Mais alguns passos e finalmente alcança a porta que divide o corredor da Argo 2.

    Se olhassem para trás veriam as criaturas se aglomerando ainda mais, quase as alcançando. Estavam muito próximas.

    Com alguma dificuldade Carolina consegue acessar o painel e liberar o acesso ao próximo corredor. A porta finalmente se abre, revelando um corredor com as luzes acesas, mas vazio.

    Ela consegue passar e puxa o braço de Ana para que a namorada a acompanhasse, mas sente uma resistência e a mão de Ana começa a escorregar escapando da sua.

    - Carol... Amor... Socorro.

    As criaturas haviam alcançado Ana e se amontoavam em torno da mulher, a puxando para eles até que a mão dela escapa totalmente da de Carolina.

    - NÃO!

    Carol ouve um último grito da namorada antes que a porta do corredor se fechasse deixando sua namorada sozinha no corredor outro corredor. Sozinha no escuro com aquelas criaturas enquanto ela estava absolutamente só no corredor aparentemente seguro e iluminado das câmaras criogênicas e da sala de convívio. Será que se ela tivesse seguido a sugestão de Ana e entrado em uma das cabines poderia ter evitado o que aconteceu?

    O silêncio tomava conta do local. Nenhum som além de sua própria respiração era ouvido.
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    Mensagem por Emerelle Seg Ago 30, 2021 6:03 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Naquele momento estava orgulhosa de si mesma por ainda estar raciocinando, mas sentia como Ana estava tensa, aquilo era assustador para qualquer um, não sabia explicar como uma criatura que podia ser angelical por um lado, uma peça no Metropolitan Museum Art, mas ao mesmo tempo era etéreo, desconhecido e assustador. As duas mulheres continuaram a correr, corriam como lobos ao invés de com eles. Carol estava feroz por sair dali, sentia uma vontade enorme de soltar fogo pela garganta naquele momento e acabar com tudo, mas mesmo se fosse um dragão não conseguiria, pois tinha medo.

             Não olhou para trás, mas sentiu uma certa tensão vinda de Ana como se ela relutasse e tivesse uma ideia divergente e ouve Ana falar sobre entrar nas cabines, mas Carol era teimosa e já havia calculado as possibilidades, aquilo podia dar errado probabilisticamente e enquanto isso as criaturas moviam-se com mais rapidez ao mesmo tempo que o casal apertava o passo, viu um brilho mais a frente e seus olhos se iluminaram, mas infelizmente havia uma porta, o que era um porre para Carol que com seus dedinhos suados consegue com dificuldade liberar o acesso. Mas nem tudo saiu como o planejado Ana havia escapado de suas mãos e foi engolida por aquele vórtice negro. Ela havia gritado e esse grito de Carol foi se transformando em uma dor muda.

             Ela se viu no lado iluminado da porta e o que havia era um total silêncio, ficou paralisada por uns bons instantes ouvindo o som da própria respiração ofegante e podia jurar que estava ouvindo as próprias batidas de seu coração pelo silencio ensurdecedor. Respira profundamente uma, duas, três vezes e se levanta, era certo que suas pernas ainda estavam bambas e tinha medo no coração, na alma e no olhar, mas tinha que atravessar aquela porta e fazer alguma coisa, achar Ana ou morrer tentando, era injusto demais aquilo, chegou a chorar um pouco e secou as lágrimas amargas, era hora de tentar.

             - Foda-se tudo, preciso resgatar Ana.  

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    Mensagem por Caelestia Qua Set 08, 2021 6:40 pm

    Tentava controlar o medo que ameaçava fazer com que ela perdesse o controle sobre seu próprio corpo.

    Ana havia ficado pra trás. Do outro lado daquela porta. Sozinha com aquelas coisas assustadoras.

    Respirou fundo e secou as lágrimas. Tinha medo mas estava decidida a fazer algo. Iria atrás de sua namorada.

    Juntando toda a coragem que tinha, Carol aciona mais uma vez o dispositivo da porta que se abre para um iluminado e vazio corredor dos alojamentos. Nenhuma das portas parecia estar aberta e não havia nada fora de seu lugar habitual.

    Não havia nenhum sinal de Ana ou das criaturas, mas Carol tinha certeza que não tinha demorado tanto assim e que eles não podiam simplesmente ter sumido.

    O que ela faria agora?
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    Mensagem por Emerelle Seg Out 18, 2021 9:33 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Seu coração que batia aceleradamente por um momento parou de bater, estava com uma verdadeira expressão de surpresa misturada com medo, não era uma cara muito bonita. Ela estava extremamente confusa, em um instante havia confusão e agitação no corredor, já no outro instante estava tudo vazio. Por mais que Carol odiasse barulheira, multidões. Aquilo era bem pior.

             - Ó ceús! O que aconteceu?  

             Ela põe as mãos na frente do rosto, em claro sinal de tentar esconder a vergonha que sentia. Era uma covarde, ela abandonou Ana. Talvez nunca mais chegasse a vê-la.

             - Ana! Me responda! Ana!  

             Ela gritava para o corredor vazio, estava tão vazio que podia jurar que ouviu um eco mínimo de tão vazio que o corredor estava. Ela esperava ouvir ao menos um grito de socorro. Ela não demorou tanto. E seguia a passos lentos e cautelosos de um gato pelo corredor, olhando cada canto cada parede para confirmar que Ana não estava lá, evitava não chorar por mais que ao longo do caminho estivesse com uma constante cara de choro por sua covardia, ela devia ter enfrentado aquelas coisas. Ela talvez devia ter seguido a sugestão de Ana. Se sentia um lixo também, se sentia burra, aparentemente sua rota não foi tão bem calculada como ela mesma achava. Primeiro seguiu o corredor em direção aos laboratórios e depósitos, foi uma caminhada longa até o fim da nave e nada. Suspirou e martirizou-se, estava em estado de pura lamentação.

             - Queria ao menos ouvir sua voz...  

             Resolveu retornar até a ponte de comando, talvez conseguisse alguma informação sobre a tripulante Ana, Carol não conseguia se lembrar de ambas entrarem juntas para a missão, mas devia ser efeito da criogenia.  Era hora de saber mais sobre esse blackout em sua cabeça obtendo informações, em seguida uma nova varredura mais detalhada na nave. Durante todo caminho ela não parava de chorar, aquele choro ardido de dar nó na garganta, inaudível que ninguém percebe como você está se sentindo, secava as lágrimas com o punho de sua blusa que já se encontrava levemente enxarcada.
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    Mensagem por Caelestia Qua Out 20, 2021 10:10 am

    Carolina segue pelos corredores vazios, os passos ecoando contra as paredes metálicas conforme ela avançava. Por vezes gritava chamando por sua namorada, mas obtinha nenhuma resposta de volta.

    Ela percorre todo o corredor dos alojamentos, acessa a próxima área e vai até a parte de trás da nave, mas não encontra Ana.

    Decidida a ir até a ponte de comando tentar descobrir o que estava acontecendo, onde Ana poderia estar e principalmente porque não lembrava dela fazer parte da tripulação, Carolina começa a fazer o caminho de volta pelos corredores da nave.

    Seguindo em frente ela sai do setor onde se encontravam as áreas de suporte de vida e acessa os corredores dos depósitos e onde ficava também o laboratório.

    - Carol, onde você está? – Um sussurro pode ser ouvido. Não tinha como dizer se aquela era a voz de Ana e nem mesmo de onde vinha, pois se tentasse identificar teria a impressão de que a voz ecoava baixinho por todo o corredor.

    - Carol? Me ajuda! Estou com medo. – Novamente a voz sussurrava de forma que chegava a parecer que alguém falava em seu ouvido. Seria possível ser Ana?

    Se Carolina se virasse e olhasse na direção de onde tinha visto veria pela escotilha da porta que dividia os corredores um vulto passar do outro lado.

    O som de um click metálico soa atrás de Carol e é seguido do barulho de uma porta deslizando ao se abrir.

    -Olá! – Ela ouve a voz de um homem vindo de algum ponto atrás dela. – Tudo bem aí?

    Cosmólogo:

    Se Carolina se virasse ela veria que o som era da porta de divisão com o corredor dos alojamentos que agora estava aberta e a voz pertencia a um homem alto que ele reconheceu como sendo o cosmólogo da missão, embora não lembrasse o nome dele.

    O homem estava parado a porta, segurando alguns papéis, e a olhava com curiosidade. Atrás dele, Carolina podia ver o corredor dos alojamentos que parecia vazio.

    Sussurros, vulto passando no corredor em frente e o encontro com o cosmólogo. O que Carolina iria fazer?


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    Mensagem por Emerelle Dom Out 31, 2021 2:40 pm

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Ana tem a impressão de ter ouvido um sussurro onipresente, parecia ser a voz de Ana ou de alguma forma lembrava a voz de Ana. Ela olhava para todos os lados e não sabia de onde vinha o chamado. Era como se estivesse ao lado dela, não melhor, era como se estivesse dentro da cabeça dela, aquilo a deixava agonizada, ela não sabia onde sua namorada estava, mas ela parecia que estava ali do seu lado. Mas não tinha certeza de nada, se prestasse muita atenção não conseguia reconhecer a voz, mesmo que soasse tão familiar.

             Sua atenção foi desviada para um vulto que passava pelo corredor, não conseguiu ver direito o que era, a voz tirava sua concentração, estava completamente desorientada, não tinha mais noção de tempo e espaço, não conseguiu decifrar o vulto direito, ela tinha ouvido o click de uma das portas e uma voz que lhe parecia familiar.

             Era um cosmólogo, e Carol parecia realmente aliviada de ter encontrado alguém, ela sabia o que ele fazia, mas não lembrava seu nome. Não via mal em perguntar, era justificável que suas memórias estivessem um pouco embaralhadas. Daria atenção a uma pessoa real, desta vez.

             - Ah... Está tudo bem. Seu nome é? - Ela sorri para a pessoa a sua frente, já emendando com um argumento para não parecer sem educação - Desculpa, realmente estou com a memória fraca. Parece que a criogenia bagunçou minhas lembranças.

             Bagunçou tanto que nem se lembra da própria namorada naquela missão. E foi estranho que além do homem a sua frente, Ana foi a única alma viva que tinha encontrado na nave, portanto resolveu questionar a uma pessoa que parecia mais lúcida e estava a mais tempo acordada.

             - Deve ser uma pergunta estranha, mas cadê todo mundo? Não encontrei ninguém.

             A pergunta foi feita numa voz meio tremula, meio séria e meio que um riso. Seria uma pergunta cômica se não fosse trágica.

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    Mensagem por Caelestia Sáb Nov 06, 2021 3:04 pm

    Carolina vê o homem contrair levemente o maxilar enquanto erguia uma das sobrancelhas ao ser indagado por seu nome, para logo em seguida relaxar a postura quando Carolina explica que havia praticamente acabado de despertar do estado de criogenia.

    Ele ajeita os óculos sobre o nariz e dá um leve sorriso torto antes de voltar a caminhar em direção a ela, fazendo com que a porta atras dele finalmente se fechasse.

    - Infelizmente eu entendo bem o que quis dizer com isso de “lembranças bagunçadas”, então deixe-me ver...  – Ele para diante dela e a observa antes de estender a mão. – Sou Liam Gardiner, orgulhosamente o cosmólogo desta missão. – Se aceitasse o gesto, ele apertaria a mão dela com firmeza. – Acredito que se não lembra de mim também não deve lembrar do trabalho que estávamos desenvolvendo em conjunto antes de hibernarmos...  – O homem solta a mão dela e sua atenção vai para os papeis que tinha em mãos, folheando-os por alguns instantes antes de voltar a atenção para a mulher. – Até onde sei todos já despertaram, então os que não estão mais brigando com o mal-estar que o acordar criogênico causa, devem estar enfurnados em alguma das salas se preparando para a chegada a orbita, uma vez que estamos na iminência de alcançar marte. – O homem dá de ombros – Já deu uma olhada na oficina? Deve ter alguém por lá... – Finalmente percebendo o tremor na voz de Carolina e se lembrando do que ela havia dito sobre a memória, Liam coloca uma das mãos sobre o ombro de Carol. – Ei, espera. Você não parece bem. Você falou sobre ter acabado de acordar e de a memória estar ruim. Aconteceu alguma outra coisa?  Consegue se lembrar da missão e dos tripulantes?

    Diante do questionamento do homem Carolina se dá conta que embora ela o tenha reconhecido, mesmo não lembrando do nome dele na hora, que até o instante que ele apareceu ela não lembrava da existencia dele e que assim como não lembrava dele não conseguia se lembrar de ninguém que deveria estar na nave. E esta era a única certeza que ela tinha, a de estar numa nave. Por que ela estava em uma nave, certo?

    Então como questionar a presença de Ana se ela também não se lembrava de mais ninguém que estava na missão com ela? Nem de ninguém e nem do trabalho que Liam afirmava que estavam desenvolvendo antes de hibernar.

    Qual seria o proximo passo de Carol?
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    Mensagem por Emerelle Sáb Nov 27, 2021 1:16 am

    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

             Carol fica mais tranquila quando o homem a sua frente diz que entende sua confusão mental e de um estado de tensão com seus músculos contraídos a mulher assume uma posição mais relaxada. Ele estendeu a mão para ela e se apresentou, então ele era Liam Gardiner e era cosmólogo, como ela lembrava, Carol aceita o gesto de amistosidade e sente como a mão do homem é quente e firme, mas não a machucou, na verdade Carolina interpretou como uma pessoa decidida e expansiva, mesmo que não fosse muito boa em analisar pessoas ela ainda tentava deduzir por algumas ações.

             A cubana olha meio confusa para o homem e se esforça para tentar lembrar, sua memória geralmente é muito boa, mas parece que essa informação foi simplesmente apagada do HD interno de sua memória, o que a frustrou bastante, com uma expressão muito confusa Carol responde:

             - Sinto muito, mas eu não estou lembrando desse projeto. Eu raramente... Raramente esqueço esse tipo de coisa tão grande.

             Ela gagueja por um segundo e segura seu braço direito estendido junto ao corpo em uma posição de defesa, como se quisesse defender suas memórias, ela aperta levemente o braço e olha para o chão tentando se recordar, mas não consegue. Quando o homem deixa de olhar os papeis e volta sua atenção novamente para Carolina e ela volta novamente seu olhar para os olhos azuis profundos do homem, era difícil manter contato visual para ela, mas ela insistiu nisso pois era um porto de realidade. Ficou animada quando ouviu o nome do planeta que era uma homenagem ao deus romano da guerra que tinha o equivalente grego Ares. Era uma das poucas coisas que recordava que estava em missão para Marte.

             - Me alegra saber que estamos chegando, é uma das poucas cisas que lembro. - devia ser sincera com a tripulação, se escondesse sua amnesia podia ser pior – Eu não cheguei a ver... Vou dar uma passada por lá. Obrigada.

             Carol estava extremamente insegura quanto a última parte, Liam falou de forma tão banal como se ela soubesse disso, mas Carolina mesmo estava vacilando parecia realmente óbvio, por que não procurou na oficina? Ela se vira, acreditando que o diálogo terminou, mas antes que pudesse andar Liam põe a mão em seu ombro, ela se arrepiou um pouco como quando se toca um gato sem ele esperar por isso. Ela se vira novamente, um tanto envergonhada pela forma como não soube encerrar o diálogo, mas também sobre a preocupação que parecia genuína. Ela sorri, mas logo ele é convertido em uma expressão profunda e de dúvida, Carolina olha para baixo como se quisesse repescar as memórias no fundo da sua mente.

             Ela não lembrava de nada, sabia que era Carolina Diaz, sabia que era cubana, sabia que tinha 28 anos, sabia que era formada em astrogeologia, sabia que estava em uma nave numa missão chamada Argo 2, uma missão para marte e sabia que tinha hibernado. Era a única certeza que tinha de resto não sabia nada. Era extremamente frustrante. Ela olha novamente para Liam para responder, depois de um tempo em um silencio constrangedor com Carolina tentando juntar suas memórias. Precisava ser sincera, os outros já notavam que não estava bem e não iria conseguir esconder.

             - Eu... bem, eu estava com uma pessoa, mas ela sumiu e entrei em pânico... - ela pensou um pouco tentando formar uma hipótese agora falava tanto consigo mesma ao mesmo tempo que se dirigia para Liam, sua voz falhava – acho que tive um blackout e ela deve estar na oficina também... Acho melhor ir na enfermaria antes de voltar as atividades normais.

             Nesse momento analisando tudo que aconteceu deve ter sido um delírio e Ana devia estar em algum lugar e se despedido de Carol e ela simplesmente esqueceu de onde a namorada foi, gerando um surto psicótico, parecia o mais provável. Carol era imaginativa, mas não tanto para imaginar a namorada e não se lembrava de nada o que pôs em dúvida tudo que aconteceu pós hibernação


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    Mensagem por Caelestia Dom Dez 19, 2021 11:11 am

    Liam retira as mãos do ombro da mulher e a observa atentamente enquanto ela falava.

    Ele permanece em silêncio por alguns instantes, até que suspira alto e dá um meio sorriso.

    - Espera! Vai com calma! Não se sinta culpada por não lembrar dos projetos e tripulantes, essa confusão faz parte do despertar. Você vai ficar bem.– Embora ele olhasse diretamente nos olhos de Carolina, ela percebia que por breves momentos o olhar dele parecia vago, como se ao invés de ver para o que estava diante dele, seus olhos vagueassem junto com os pensamentos que analisavam o que ela dizia. – Você estava dizendo que estava com alguém que sumiu... Sumiu como? Se você está dizendo que desde que despertou está com a mente confusa, acredito que e vocês deveriam estar indo para a enfermaria de qualquer forma, não? Consegue se lembrar do nome de quem estava com você? Eu já passei desse período mais crítico do despertar e provavelmente vou saber quem era o tripulante que estava te ajudando. – Os olhos dele voltam a se focar nela. – Eu também posso te ajudar e te acompanhar até a enfermaria.

    Nesse instante o barulho vindo da porta de conexão com o corredor inferior chama a atenção os dois tripulantes.

    Ao olhar rapidamente naquela direção, Carolina vê através da escotilha o vulto de uma mulher passar e ela podia jurar que era Ana, mas quando a porta se abre uma jovem totalmente diferente cruza a porta e caminha na direção deles.

    - Olá!- A jovem cumprimenta de forma simpática.

    - Olá, Ilka! Estamos mesmo bem próximos de alcançar marte, certo?


    Ilka:


    A jovem apenas sorri e balança a cabeça afirmativamente.

    Por mais que se esforçasse, Carol não consegui se lembrar de quem era aquela moça.
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    Mensagem por Emerelle Ter Fev 08, 2022 11:29 pm


    [ON] Carolina: Genialidade e fobia 362e80d19ab532dc8e853fc8a0e1211e8c64e105

    A garota ficou mais calma com a resposta do rapaz e até deu um sorriso tímido, todos estavam um pouco afetados pela criogênia então havia meio que um sentimento de solidariedade e cumplicidade, todos passaram por isso.

    Liam parecia meio distante, como sempre analisasse algo em sua mente Carol percebeu isso, mas não deu muita bola, devia ser da personalidade dele. Ela mesmo fazia esse tipo de coisa, sempre analisando as coisas. Imaginou que durante a pesquisa que fez junto ao lado do rapaz ou se deram muito bem ou tiveram muitos atritos e preferia apostar que a primeira opção fosse a mais correta, pois ele estava sendo bem paciente e solicito com ela. Ficou um tanto surpresa com a pergunta, parecia tão estranho para ele quanto para ela. E Carol não demorou para responder, talvez pudesse ajudar. Seus dedos batiam na lateral da calça, tanto para ajudar a desestressar quanto para manter o raciocínio e lembrar do que aconteceu.

    - Eu não sei como explicar... Bem eu estava com uma pessoa e algo pegou ela, o que acho ser um efeito da criogênia, me deixou maluca e depois desse delírio não achei mais essa pessoa. - Ela não queria dar mais detalhes, sua voz era até amis baixa e confusa. Aquilo em certa medida doía um pouco para ela. - A pessoa com quem eu estava se chama Ana, Ana Bonilha. E não era só uma simples acompanhante, era uma pessoa muito próxima que eu tinha ligação na Terra também. E obrigada pela ajuda.

    Deu a maior quantidade de detalhes que ela conseguiu lembrar. Não respondeu algumas partes do seu questionamento, pois não fazia ideia de como responder. Assim que Carol termina de falar, uma das portas se abre, fazendo até Carol levar um leve susto, tinha esquecido que estava em uma nave. Seu coração quase saiu pela boca quando notou o vulto de uma figura feminina, e jurou ser Ana, mas analisando atentamente e quando a jovem se revela não tinha semelhança nenhuma com sua amada. E estava um pouco chateada com isso queria que fosse Ana para sua angústia pessoal ter fim.

    Quando Carolina voltou a realidade pela voz melodiosa da jovem descobriu que o nome da garota era Ilka, não conseguia se lembrar dela, tentava caçar em suas memórias extremamente organizadas, mas nada de Ilka, o esforço foi tanto que até lhe conferiu uma leve e temporária dor de cabeça. Mas ela disfarçou esse desconhecimento e acenou para a moça e não falou nada.

    Quando Liam perguntou sobre Marte, Carol não pode deixar de demonstrar certa excitação, estava ansiosa para pisar em solo vermelho e levar belos exemplares para análise.

    - Agora que meu trabalho começa de verdade. Que maravilha!

    Ela diz animada, teria muito trabalho a fazer, mas precisava se recuperar primeiro. Decidiu mentalmente que perguntaria mais tarde a Liam quem era Ilka, não queria ser inconveniente, e apesar de Carol não ser boa em interações sociais sabia que podia ficar um climão se perguntasse quem era ela. Como Liam já sabia do estado dela seria menos desconfortável. Suspeitava que era uma colega de pesquisa dela, mas por que não conseguia se recordar?

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    [ON] Carolina: Genialidade e fobia Empty Re: [ON] Carolina: Genialidade e fobia

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