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Do  barco, era possível ver o impossível surgir no horizonte. Um ser imenso, com asas nas costas e protuberâncias tentaculares no que poderia se chamar de rosto, surgiu por entre as estruturas de uma cidade que parecia saída do pior pesadelo cubista. O cheiro de imundice e podridão que contaminou o ar insinuava segredos tão antigos, tão alienígenas, que Constantine se prostrou no chão com as mãos na cabeça. “Não há uma ordem... É caos disforme… A loucura se erguendo das profundezas do mar... Impossível compreender… O conhecimento humano não pode nem ao menos arranhar o segredo de tal estranhamento…”, balbuciou o parapsicólogo.

Ver aquele ser críptico e ancestral se erguer de sua cidade-tumba alienígena no coração da Terra era a destruição do que Constantine mais acreditava: a capacidade do ser humano de compreender o Desconhecido. O tentacular ser que agora avançava contra sua embarcação era algo que nem o médium mais sensitivo ou o ocultista mais erudito poderia ao menos nomear com palavras compreensíveis em uma linguagem humana. O único signo que poderia expressar o brutal horror vindo do espaço que agora ele via era aquela estranha palavra que vira no único trecho que teve acesso do bizarro Necronomicon. Era a palavra que agora latejava com dor na mente do psicólogo, palavra que mal conseguia pronunciar e que insinuava sons tão inumanos que aumentavam ainda mais o seu pavor:


Obrigado!

abs