Uma figura distorcida pela nevasca que caía naquele dia caminhava com dificuldade. A neve fofa que forrava o chão fazia com que seus passos se tornassem lentos e desajeitados. Sua vestimenta era apenas um pano preto com sinais de um desgaste avançado, provocando no homem espasmos de frio ao longo do caminho. Se alguém estivesse vendo-o passar por aquela trilha - o que era improvável, ninguém seria louco o suficiente para arriscar sua vida diante daquele tempo; caso houvesse alguém disposto a tal feito, certamente não o faria em um lugar inóspito como aquele -, acharia que era um homem solitário que caminhava em seus últimos momentos de vida, mas se observasse lentamente a situação, perceberia que o homem segurava uma espada longa com mãos firmes, como se aquilo lhe emprestasse mais alguns segundos de vida.
Delfir Hornwood sentiu uma onda de dor percorrer a sua perna quando tropeçou em algo duro escondido sob a camada avantajada de neve. A dor serviu como um estimulante, tornando seus pensamentos fluídos novamente. Era difícil ter noção do tempo em meio a uma nevasca como aquela, mas ao que tudo indicava a noite logo chegaria, trazendo um frio que nem mesmo um nortenho como ele suportaria sem o calor de um abrigo para lhe aquecer. Com a mente desperta, Delfir analisou a situação.
Há dois dias Qhorim Meia-Mão havia organizado uma pequena patrulha para reconhecimento da região, uma área que englobava o início da Garganta. Era uma tarefa rotineira, de modo que apenas cinco homens foram designados para explorar o local, onde deveriam retornar a Torre Sombria em apenas um dia e meio. Qhorin Meia-Mão ficara com os dois novatos é claro, pois a patrulha não poderia se dar ao luxo de perder homens em seus primeiros meses de patrulha. Sobrara então para Delfir e Kiran Tavyne a missão de se infiltrar perto da entrada da Garganta. O local tinha um solo rochoso, mas a nevasca havia transformado tudo em um manto branco e mortífero. Seja como for, Kiran havia sumido na manhã daquele dia.
Delfir Hornwood havia percebido o sumiço do patrulheiro assim que acordou, tendo não só esse fato como surpresa, mas também a presença da neve em abundância. Uma forte nevasca havia se iniciado durante a noite. Delfir ainda podia ouvir as palavras que Qhorin Meia-Mão havia dito quando estavam em fase de organização da patrulha.
"Você não acha estranho que os selvagens tenham sumido dessa maneira? A Garganta parece um terreno morto agora, mas ambos sabemos que os selvagens por lá eram frequentes. Capturamos cerca de sete selvagens nos meses anteriores. E agora? Não conseguimos ver nem um homem sequer. Nós temos que investigar isso, ao menos fazer um reconhecimento discreto da região novamente. O tempo vai estar firme, não creio que irá fazer muito frio. Temos uma boa oportunidade aqui."
Qhorin Meia-Mão era um dos patrulheiros que tinham mais experiência, mas mesmo assim havia errado. A neve caía em grandes flocos, transformando a paisagem parada em sombras dançantes e distorcidas. Qhorin tambem havia dito para que se encontrassem perto do Guadaleite, onde o primeiro a chegar esperaria o outro. Lá havia uma casa abandonada, mas que era frequentemente usada pelos patrulheiros de reconhecimento e por alguns selvagens ocasionais, rendendo assim uma noite repleta de tensão e adrenalina. Quando Delfir olhou para ver no que tinha tropeçado, percebeu que se tratava de algo metálico. Era um escudo, sendo prontamente reconhecido como o escudo de Kiran Tavyne, pois havia uma fita verde desbotada amarrada na empunhadura, algo que Kiran atribuía como um objeto da sorte.
Kiran Tavyne era um homem alto e forte. Seus braços eram musculosos e sua constituição física era impressionante, o que acabou lhe rendendo a posição de patrulheiro, mas tendo um foco na sua ocupação em derrubar as árvores da Floresta Assombrada que estava próxima demais a muralha. De certa forma, era um patrulheiro experiente. Ele fora treinado pelo próprio Delfir, assimilando uma grande parte de conteúdo que o experiente patrulheiro exibia. Delfir e Kiran possuíam uma ligação forte se analisada em termos da Muralha, compartilhando muitas viagens de reconhecimento pela região.
Alguns segundos após esse momento, Delfir ouviu algo se movimentando a sua frente. O som era abafado pelo gemido incessante do vento, mas Delfir era um veterano, de modo que acabara concluindo o certo. Era sim o som de algo se movimentando, um som irregular e débil em meio à paisagem. Havia sombras dançantes por todos os lados, a neve parecia ganhar vida por causa do vento, vários montantes significativos de neve haviam se acumulado em cima das rochas pontudas, projetando-se como grandes fantasmas naquele lugar. O vento estava frio, mas de repente Delfir sentiu uma nova rajada de um vento excruciante. A sua frente uma sombra se formou aos poucos, ganhando um contorno grotesco de um homem. Delfir Hornwood nunca havia sentido um frio tão intenso assim.
Delfir Hornwood sentiu uma onda de dor percorrer a sua perna quando tropeçou em algo duro escondido sob a camada avantajada de neve. A dor serviu como um estimulante, tornando seus pensamentos fluídos novamente. Era difícil ter noção do tempo em meio a uma nevasca como aquela, mas ao que tudo indicava a noite logo chegaria, trazendo um frio que nem mesmo um nortenho como ele suportaria sem o calor de um abrigo para lhe aquecer. Com a mente desperta, Delfir analisou a situação.
Há dois dias Qhorim Meia-Mão havia organizado uma pequena patrulha para reconhecimento da região, uma área que englobava o início da Garganta. Era uma tarefa rotineira, de modo que apenas cinco homens foram designados para explorar o local, onde deveriam retornar a Torre Sombria em apenas um dia e meio. Qhorin Meia-Mão ficara com os dois novatos é claro, pois a patrulha não poderia se dar ao luxo de perder homens em seus primeiros meses de patrulha. Sobrara então para Delfir e Kiran Tavyne a missão de se infiltrar perto da entrada da Garganta. O local tinha um solo rochoso, mas a nevasca havia transformado tudo em um manto branco e mortífero. Seja como for, Kiran havia sumido na manhã daquele dia.
Delfir Hornwood havia percebido o sumiço do patrulheiro assim que acordou, tendo não só esse fato como surpresa, mas também a presença da neve em abundância. Uma forte nevasca havia se iniciado durante a noite. Delfir ainda podia ouvir as palavras que Qhorin Meia-Mão havia dito quando estavam em fase de organização da patrulha.
"Você não acha estranho que os selvagens tenham sumido dessa maneira? A Garganta parece um terreno morto agora, mas ambos sabemos que os selvagens por lá eram frequentes. Capturamos cerca de sete selvagens nos meses anteriores. E agora? Não conseguimos ver nem um homem sequer. Nós temos que investigar isso, ao menos fazer um reconhecimento discreto da região novamente. O tempo vai estar firme, não creio que irá fazer muito frio. Temos uma boa oportunidade aqui."
Qhorin Meia-Mão era um dos patrulheiros que tinham mais experiência, mas mesmo assim havia errado. A neve caía em grandes flocos, transformando a paisagem parada em sombras dançantes e distorcidas. Qhorin tambem havia dito para que se encontrassem perto do Guadaleite, onde o primeiro a chegar esperaria o outro. Lá havia uma casa abandonada, mas que era frequentemente usada pelos patrulheiros de reconhecimento e por alguns selvagens ocasionais, rendendo assim uma noite repleta de tensão e adrenalina. Quando Delfir olhou para ver no que tinha tropeçado, percebeu que se tratava de algo metálico. Era um escudo, sendo prontamente reconhecido como o escudo de Kiran Tavyne, pois havia uma fita verde desbotada amarrada na empunhadura, algo que Kiran atribuía como um objeto da sorte.
Kiran Tavyne era um homem alto e forte. Seus braços eram musculosos e sua constituição física era impressionante, o que acabou lhe rendendo a posição de patrulheiro, mas tendo um foco na sua ocupação em derrubar as árvores da Floresta Assombrada que estava próxima demais a muralha. De certa forma, era um patrulheiro experiente. Ele fora treinado pelo próprio Delfir, assimilando uma grande parte de conteúdo que o experiente patrulheiro exibia. Delfir e Kiran possuíam uma ligação forte se analisada em termos da Muralha, compartilhando muitas viagens de reconhecimento pela região.
Alguns segundos após esse momento, Delfir ouviu algo se movimentando a sua frente. O som era abafado pelo gemido incessante do vento, mas Delfir era um veterano, de modo que acabara concluindo o certo. Era sim o som de algo se movimentando, um som irregular e débil em meio à paisagem. Havia sombras dançantes por todos os lados, a neve parecia ganhar vida por causa do vento, vários montantes significativos de neve haviam se acumulado em cima das rochas pontudas, projetando-se como grandes fantasmas naquele lugar. O vento estava frio, mas de repente Delfir sentiu uma nova rajada de um vento excruciante. A sua frente uma sombra se formou aos poucos, ganhando um contorno grotesco de um homem. Delfir Hornwood nunca havia sentido um frio tão intenso assim.