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    Um Pedido Aflito

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    Mensagem por Soviet Qui Dez 10, 2015 12:47 pm

    13 de Mirtul de 1372 CV

    Apesar do calor, o Templo da Colheira estava fresco e a luz que passava pelos vitrais criava um belo espetáculo nas paredes o no chão. O templo era um lugar humilde, com paredes e chão de pedra cinzenta, poucos móveis de madeira sem adornos, tapeçaria simples e até mesmo um altar pouco decorado, os vitrais eram o única item do templo que poderia ser considerado um luxo. Presente dos comerciantes do Vau da Adaga, haviam três vitrais, um na parede oposta ao altar e os outros dois nas paredes laterais. Gaia estava cumprindo suas tarefas diárias com uma túnica leve de algodão cru e sandálias de couro. Os longos e raros cabelos vermelhos da elfa caiam até sua cintura em uma trança feita pela própria curandeira, para evitar um pouco do calor do dia.

    O templo estava movimentado, muitas pessoas vinham aproveitar o período de plantio para pedir as benção de Chauntea ou para agradecer a colheita passada e fazer um sacrifício em honra à deusa e para que este ano os frutos sejam tão bons quanto. Frutas, mel, cereais... Os sacrifícios eram variados, mas todos eram algum tipo de alimento. Ao final do dia as sacerdotisas de Chauntea recolhiam os sacrifícios, os preparavam e depois distribuiam aos mais necessitados do Vau da Adaga. Esse era um ritual que agradava muito Gaia e a elfa não tomava parte nele apenas quando tinha outras obrigações. O fim da tarde seguia normalmente até o momento em que uma mulher adentrou o templo da Deusa Dourada em prantos, e não era um choro de agradecimento ou felicidade, era de desespero. Ela trazia nas mãos nervosas uma camisa de algodão pequena, provavelmente de uma criança.

    – Alguém... Por favor... Eu preciso de ajuda – A voz era trêmula e vacilante, embargada pela emoção do choro – Meu filho...

    Sem aguentar mais dar outro passo, a mulher se deixou cair sentada no chão e começou a chorar convulsivamente. Gaia e uma humana, Sara, eram as duas mais próximas da mulher, mas Sara estava com as mãos cobertas de terra, pois ensinava algumas pessoas a melhor maneira de plantar uma semente. As duas olhavam para a mulher e se olharam em seguida, e Sara indicou com os olhos as próprias mãos e a mulher no chão.
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    Mensagem por TheDuck Qui Dez 10, 2015 1:14 pm

    Gaia estava pensativa neste dia tão sereno, o calor era grande mas as realizações e a dedicação ao templo lhe eram gratificantes, o ar entorno da arquitetura de pedra deixava o ar mais úmido, refrescando levemente a pele. Gaia se sentia grata de estar ali naquele momento, olhava para os vitrais como de costume, admirando e sorrindo em resposta da beleza da vida, de estar presente.

    Gaia estava hoje na função de acolhedora, aquela que recebe as pessoas com graça e as abençoa lhe dando uma semente de trigo aqueles que vinham ao tempo agradecer, essa semente era abençoada sob as mãos de Chauntea, aquela que prospera, e esta semente era em sinal de agradecimento e desejo de prosperidade a aquele que vinha doar, que recebesse o dobro pela sua oferta.

    Gaia terminava de alocar uma última oferenda doada, quando ouve os prantos de uma mulher, ela olha para trás e vê a cena de desespero de uma mãe desamparada, carregando as vestes de seu filho, há muito tempo Gaia não via uma cena assim, lembrou-se por um momento dos viajantes perdidos na Floresta Ardeep, onde viveu longos anos élficos, Gaia olhou para Sara que estava ao seu lado, mas ocupada com seus afazeres de educadora que era, Gaia então caminhou suavemente, sua beleza cintilava junto as vestes soltas de tecido esvoaçando com a brisa do templo, sua beleza era quase divina, olhava para a mãe sentada ao solo com olhar de caridade, se aproximou lentamente, ajoelhou-se frente aquela mulher, tocou levemente as mãos dela com sua mão esquerda e com a direita secava-lhe algumas lágrimas que escorriam em sua face.

    - Linda mulher, que procuras seu filho. Que o conforto esteja em seu coração.
    - Diga-me sua necessidade e eu lhe ouvirei, diga-me sua aflição que eu a confortarei. Diga-me seu ódio que eu a amarei.


    E assim, Gaia reconfortava aquela mulher soluçante, olhava para ela em seus olhos, lhe passando calma e ternura, irradiando a bondade em seu coração.
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    Mensagem por Soviet Sex Dez 11, 2015 11:19 pm

    - Meu filho... Thomas... - A mulher havia se acalmado, mas ainda soluçava e chorava - Thomas... Hoje é o segundo dia que ele sumiu, que não volta pra casa. Eu sei que meu menino gosta de aprontar, mas isso... Ele nunca sumiria assim.

    A mulher segurou com força a mão de Gaia e encarou a curandeira com os olhos verdes vermelhos e inchados. Toda a tristeza e choro sumiram como se Chauntea tivesse surgido e acalentado o coração daquela mãe.

    - Você precisam me ajudar.

    Gaia sabia quem era Thomas. Era um menino de cerca de 13 anos que gostava de aprontar com qualquer um que encontrasse mas, apesar disso, ele não era mal, era apenas uma criança. Thomas sumir por dois dias indicava que algo pudesse ter acontecido com ele.
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    Mensagem por TheDuck Seg Dez 14, 2015 10:22 am

    Gaia ouvia calmamente as palavras da senhora a sua frente, mas quando ouviu Thomas, um frio correu por sua espinha, gelando seu corpo. Gaia se recompôs tentando não demonstrar tal aflição a mãe do garoto que Gaia tinha tanto apreço, ele costumava vir roubar algumas frutas dos cestos de oferta, enquanto supostamente, ninguém o via. Gaia assistia toda essa cena do menino com sorriso no rosto, afinal qual seria o objetivo da oferta senão a partilha?

    Um dia Thomas viu Gaia assistindo seu furto, mostrou a língua pra ela e saiu correndo, Gaia riu com a ação dele, a infância humana era muito inocente e divertida, isso aflorava até um certo sentimento de inveja sobre Gaia, ter tão poucas responsabilidades e poder ser livre de qualquer forma de escrúpulos e deveres.

    Isso tudo se passara em sua cabeça em pequenos milisegundos e sua atenção retorna a mãe de Thomas.

    - Senhora, não se preocupe, com certeza iremos lhe ajudar. Essa é nossa função, a graça de Chauntea está com ele assim acredito.

    - Senhora, agora me diga, onde foi a última vez que o viu? A senhora tem alguma suspeita do paradeiro de seu filho?
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    Mensagem por Soviet Qua Dez 16, 2015 2:47 pm

    - Eu... Eu não sei - Ouvir de Gaia que receberia ajuda fez a mulher se acalmar e aos poucos o choro foi cessando - Ele saiu de casa como em todos os outros dias. Eu o vi correndo por aí com as outras crianças, mas no fim do dia ele não voltou para casa. Eu procurei por ele em toda parte, fui até aquele buraco na montanha que as crianças gostam de ir, mas ele não estava em lugar nenhum...

    A elfa sabia o que era o buraco na montanha. Era um lugar chamado Estela Ninho do Stirge e as crianças gostavam de ir até lá para criar aventuras para si e desafiarem umas as outras com testes de coragem. A mãe suspira. Gaia se lembrou do nome dela, Farah. O marido morrera no último inverno vítima de uma alcateia de lobos estranhamente agressiva. Depois de alguns dias, aventureiros do norte descobriram que um lobo atroz gigantesco estava comandando lobos menores, fazendo com que eles perdessem o medo das pessoas. Farah secava o rosto com a mão e começa a se levantar, com a curandeira lhe prestando ajuda.

    - Por favor, encontrem Thomas. Ele é tudo o que me restou nesse mundo... - Farah parece ter um momento de clareza e sorri esperançosa - As crianças! Talvez elas saibam de algo!
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    Mensagem por TheDuck Qua Dez 16, 2015 4:47 pm

    Gaia, ouvia as aflições da mulher, anotando mentalmente cada detalhe de seu testemunho sobre o caso do filho Thomas. Gaia já matutava um plano em sua mente antes mesmo da mulher terminar sua fala. A resposta era ouvir os demais garotos, e pedir auxilio para saber de Thomas.

    Farah, isso mesmo, esse era o nome da mulher a sua frente, Farah mãe de Thomas, a viúva. Que a deusa tenha misericórdia de seu coração, perder o marido e agora o filho desaparecido. Que as vozes dos ventos cheguem ao pequeno Thomas, e que ele esteja bem, que Chauntea o abençoe nesse momento de solidão.

    -Linda, Farah, a senhora tem razão, os demais garotos são nosso próximo passo. Conheço este espaço que a senhora me conta, já ouvi histórias e contos sobre o local, e tenho fé na nossa linda deusa Chauntea de que Thomas está bem e sadio.

    - Não se aflija, eu irei encontra-lo, irei acudi-lo, irei cura-lo e irei traze-lo ao conforto do lar, esse é meu dever e minha responsabilidade que selo aqui, tendo a deusa em testemunho, com a senhora.

    - Venha, se acomode nos salões, beba da água fresca do templo, respire um pouco mais. Enquanto isso irei aos meu aposentos e me prepararei para a saída em busca de Thomas.  


    Gaia, afagava uma ultima vez o cabelo de Farah, arrumando sua franja por detrás da orelha, a acompanha até o salão maior, acomodando ela em um banco, da orientações a um sacerdote menor, para que service-a de água e alguma fruta para recobrar as energias perdidas, e pede licença ao seu recolhimento.

    Gaia antes de ir aos aposentos, vai até o salão do responsável pelo templo, era dever de Gaia reportar sua saída em busca de concluir o pedido feito a ela naquela tarde aos olhos da deusa. E assim iria faze-lo, chegava a frente da porta e batia pedindo permissão para adentrar.
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    Mensagem por Arthen Qui Jan 28, 2016 12:50 am

    Farah, apesar de continuar aflita, conseguiu se acalmar depois de lavar o rosto e sentar-se por alguns minutos na calmaria do templo. Ela segurava a mão de Gaia com firmeza e a agradeceu com palavras sinceras pela ajuda da curandeira. Gaia sentiu a profunda gratidão da mulher aquecendo-lhe o coração e foi com esse sentimento que a elfa até a porta de Alena Barnaul, a líder do Templo da Colheita. A porta dupla de madeira era pesada e escura, e havia entalhado nela uma mulher de belas feições, que estava de pé em um campo de rosas e trigo. Gaia bateu a logo ouviu a voz de Alena dizendo para que ela entrasse.

    A sala de Alena, apesar do que a porta indicava, era modesta, apesar da enorme janela encabeçada por um vitral. Assim como muitas coisas do templo, a porta e a janela foram presentes dos moradores do Vau da Adaga. Barnaul era uma mulher de meia idade com longos cabelos castanhos e alguns quilos a mais frutos dos anos parada em um lugar. A sacerdotisa estava de costas para a porta, observando o céu pela janela quando Gaia entrou. Alena olhou para trás para ver quem entrava.

    - Aconteceu algo, Gaia?

    A voz de Barnaul era grave mas tinha delicadeza, o que transmitia aquilo que ela era. Uma pessoa rigorosa, mas boa e amável.

    (não se desperdiça um post escrito)
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