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    [Interlúdio: Bayushi Eiko] Sob o véu de mentiras

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    Mensagem por fred~ Qua maio 10, 2017 5:42 pm

    [Interlúdio: Bayushi Eiko] Sob o véu de mentiras Latest?cb=20120130182706

    O sol ainda estava para nascer quando o intendente chegou com a notícia: seu novo daimyo queria vê-la. Certamente para tratar da sua missão nas terras do Leão. Não deveria haver novidades nos motivos e objetivos daquela missão, mas aquela encontro tinha que acontecer afinal de contas. Se viram poucas vezes desde que uma sucessão cheia de por menores, como era normal no seu clã, a colocou a serviço de Shosuro Daisuke, também um magistrado Escorpião.

    Chegando na sala de reunião e cumprindo todas as formalidades, Eiko aguardou que o homem por trás da máscara em forma de gato (um mau presságio) começasse a falar. O local era escuro como tudo naquele castelo, onde o silêncio também imperava, o que não era de se surpreender porque todos ainda estavam despertando. Apenas alguns poucos incensos afastavam os mosquitos insistentes daquela região.

    Daisuke aparentemente terminou de escrever um despacho sobre a mesinha e se reconfortou melhor nas almofadas. Seus cabelos grisalhos denotavam toda experiência que faltava ainda a Eiko.

    - Acredito que você não tenha dúvidas quanto a missão... Estou certo? - A voz monocórdia veio como um sussurro, mas Eiko tinha certeza que vinha também carregada de veneno. Todos pareciam falar assim por ali.

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    Mensagem por Rosenrot Seg maio 15, 2017 3:52 pm

    Olhava fixamente na direção do espelho, com uma expressão de tédio quase palpável, terminará de desenhar os leves traços de uma maquiagem que compunha o restante de sua máscara, em torno dos olhos, leves traços de vermelho lhe saltavam. E foi com alguma surpresa que recebeu o intendente com a noticia sobre o Daimyo.

    Eiko voltou seu olhar na direção do espelho e após prender o cabelo num coque, ela encaixou sua máscara no rosto; os traços vermelhos sobressaiam-se no espaço onde seus olhos se juntavam a máscara e ela particularmente gostava daquele efeito. Foi-se então ao encontro do Daimyo.

    Quando as formalidades cessaram, Eiko voltou seu olhar na direção do homem. Aguardou, até que a atenção dele fosse voltada para si. Aquele modo de falar não a surpreendeu, talvez em outrora tivesse ocorrido, mas agora estava mais do que habituada ao modo como ali, todos pareciam articular-se naqueles moldes.

    O ambiente também lhe agradava: gostava do silencio e da pouca iluminação.

    "- As dúvidas que pairam derivam apenas dos mistérios que cercam Kenson Gakka e a jovem desaparecida." - Falou, daquele jeito manso que tinha de falar. Suas dúvidas, Eiko sabia, surgiriam é claro, mas ela era capaz o suficiente de encontrar suas próprias respostas quando o tempo fosse necessário.
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    Mensagem por fred~ Sex maio 26, 2017 5:54 pm

    Acostumada à sutileza daqueles joguinhos, Eiko teve quase certeza que o seu daimyo esboçou um sorriso de satisfação por de trás da máscara.

    - De certo. - Ele bebeu um gole de chá. - A garota vem de uma linhagem importante... Dizem que seu antepassado quem garantiu que a cidade fosse retomada para o Leão. Mas aquela era uma posição deveras estratégica para o nosso avanço rumo a presas maiores como Shiro Matsu, e nessas situações, você sabe, o Escorpião nunca atacaria sem a certeza de vitória. Nossos informantes não previram essa perda, e isso é o que mais me intriga... Bom, isso faz muito tempo e você pode tirar essa questão a limpo para seu clã, ou então no mínimo obter uma história interessante nesse festival do Crisântemo, não?

    Eiko entendia que aquelas últimas palavras queriam também dizer "não falhe comigo, senão...", mas de um jeito elegante, ao estilo daquelas terras. Mais chá também foi servido e eles até partilharam da mesma refeição, o que era uma honra a que um daimyo oferecia.

    A conversa passou a assuntos mais protocolares, mas a samurai via ali que havia espaço para mais perguntas sem parecer que estava pisando em ovos. Talvez se demostrasse conhecimento prévio sobre a cidade de Kenson Gakka ou o festival, fosse mais bem vista pelo seu senhor? Ou seria tolice?
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    Mensagem por Rosenrot Seg Jul 03, 2017 5:44 pm

    Por detrás de sua própria máscara, Eiko tinha os olhos atentos as sutilezas: geralmente eram elas quem revelavam as respostas que a maioria buscava e constantemente ignoravam porque buscavam-as de maneira errada. A jovem apenas moveu a cabeça aqui e ali, enquanto ouvia o Daimyo falar. Sorriria, se isso fosse do seu feitio.

    - Não contavam ou não nos contaram? - Ela lançou o questionamento no ar, como quem não quer nada. Quer dizer... Como os informantes não puderam prever algo tão... Grandioso? Seu olhar afastou-se do homem e focou-se no ambiente por um leve momento enquanto pensava a respeito daquilo. Eiko agora criava suas próprias suspeitas... Como a maioria do seu clã deveria fazer na maior parte do tempo.

    Eiko abriu a boca, para falar alguma coisa. Por sorte sua máscara impedia que qualquer um pudesse ver isso, pois a jovem se calou de novo, pensando melhor a respeito do que iria dizer.

    - E quanto aos Leões? - Ela perguntou, afinal, se a jovem era tão importante para eles... Deveriam estar se movendo de alguma forma e ter qualquer informação a respeito seria bom.

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    Mensagem por fred~ Dom Jul 09, 2017 11:30 am

    - Ora, Bayushi-san, você sabe que os Escorpiões não são os únicos que utilizam ninjas. A Garça possuem alguns até que bem habilidosos, e, sim, até mesmo aquele que se julga o mais honrado, o Leão, tenta a todo custo guardar os seus segredos. Acredito que esse seja o caso.

    Claro, pensou Eiko, aquilo fazia muito sentido. Mesmo que os infiltrados do clã saqueassem as bibliotecas dos Ikomas, os Sombras do Leão, um ramo daquela família especializado em táticas de furtividade e enganação, lutariam até o fim para ninguém descobrir algo que fosse um segredo importante deles. Mas a samurai também notou que Daisuke fugiu da sua pergunta, o que poderia dizer que ele não queria responder, ou temia que não tivessem relevado a ele, ou não sabiam nada de fato. Ela talvez nunca saberia a resposta.

    - Mas quanto aos leões de Kenson Gakka? Eles estão tão perdidos quantos gatinhos recém nascidos. Aquele comentário tinha sido ainda mais irônico pela máscara de gato que o Escorpião utilizava. - E é melhor que seja assim. - O homem gesticulou para um dos soldados que estava a postos na entrada e este saiu. 

    Não muito tempo depois, o guarda voltou portando uma espada num belo suporte todo adornado, depositando-a entre a samurai e o daimyo.


    [Interlúdio: Bayushi Eiko] Sob o véu de mentiras Akaiit10

    - Bayushi Eiko-san, esta é Akaiitou, espada que por gerações tem pertencido aos Shosuros com um único objetivo: vingança. Essa não é apenas uma missão para obter informações e encontrar uma reles garota Matsu. Veja bem: minha família tem guerreado contra os Unicórnios há anos desde que eles voltaram ao Império exigindo terras ao oeste. A própria tomada de Ryoko Owari, não foi facilmente esquecida.

    Ryoko Owari, a Cidade das Mentiras, era a segunda maior cidade do Império, tão corrupta e fétida mas ao mesmo tempo tão bela para um Escorpião. Além de suas ervas e fumos, praticamente todo o comércio do Sul passava pelas suas ruas. Os Unicórnios conseguiram tomar a cidade por um tempo e foi necessário grande esforço para arrancá-los de lá.

    - Meu antepassado, de quem tenho a honra de carregar o nome, resolveu acabar uma contenda desafiando o general Shinjo Hanzei. A cimitarra, uma arma bárbara, enganou o Escorpião, sim, muito irônico, mas graças a um ataque surpresa de outro ramo dos Shosuro, obtivemos reféns que puderam deter a ofensiva Unicórnio. No entanto, tempos depois, Hanzei morreu e acusou Daisuke de ter usado uma lâmina envenenada no duelo - uma calúnia obviamente - mas os Shinjos conseguiram uma aliança com alguns Matsu e por fim houve uma guerra em longa escala... Antes, porém, conseguimos assassinar o líder do Leão com a Akaiitou e garantir melhores condições de combate. Cicatrizes dessas batalhas perduram até os dias de hoje e, como dizem, só o sangue lava a alma de um samurai.

    Eiko ouvia tudo atentamente, partes da história já conhecia, outras partes acreditava serem mentiras ou omissão do outro (por exemplo, o ataque que resultou nos reféns provavelmente tinha sido feito pelos próprios Shosuros daquela província de Kawa e os Miya quem tiveram que negociar a paz de um conflito que fugia do controle Imperial), mas não teve muito tempo para pensar nisso.

    - Pois bem, em Kenson Gakka haverá no dia do festival uma apresentação de samurai Unicórnios celebrando mais uma aliança dos dois clãs. Lá estará Shinjo Jiang, da linhagem de Shinjo Hanzei. Quero que você o elimine com Akaiitou, sem que seja percebida, é claro. Faça a espada beber o sangue do nosso inimigo e terá seu nome gravado na história do clã para sempre.

    Ele se ergueu e passou com toda cerimônia a espada para Eiko. Aquilo era uma grande honra, embora Akaiitou  provavelmente tivesse que ser devolvida depois da missão. Na verdade, histórias de espadas envenenadas em duelos e rixas entre famílias até a morte, tudo aquilo era o cerne de um Ecorpião, e agora ela poderia fazer parte disso e ser recompensada a custas de sangue. Era assim que se conseguia um lugar num clã como aquele e ascender a um status maior era o objetivo de qualquer samurai. 

    Era pra isso que ela tinha sido treinada por toda a vida e a chance de provar seu valor finalmente havia aparecido, sua oportunidade de conquistar o lugar que ela sabia ser deu de direito na Ordem Celestial. Um próprio feudo e quem sabe se transforma em uma daimyo importante (havia poucas mulheres nessa posição no Império, mas era sim bem possível). Ela tentou se concentrar e não se perder em sonhos de grandeza, mas era difícil.


    off- que bom que está de volta! Eu ia perguntar se vc precisava de informações de Kenson Gakka ou algo assim.. Quanto a conhecimentos, tem que ver se seria algo geral e comum como detalhes do festival, ou mais específicos. Sobre esse post, são muitos nomes que você pode não estar familiarizada e tentei fazer ser o mais compreensível possível, qualquer dúvida é só perguntar.
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    Mensagem por Rosenrot Dom Jul 09, 2017 2:34 pm


    Não discordava, é claro: o universo vivia de segredos e era nisso que ela encontrava a maior de todas a ironias. Muitos os julgavam por serem como eram, pela 'fama' que o Clã portava, mas podiam dizer cara a cara com qualquer um que eles, como nenhum outro, admitiam o que eram e não se envergonhavam disso. Quantos dos outros clãs poderia fazer a mesma coisa? Nenhum, achava ela.

    Ela estava atenta aos trejeitos do Daimyo e ao modo como novamente ele tinha deixado de responder uma de suas perguntas. Essas coisas a deixavam cada vez mais curiosa a respeito dos próprios interesses do homem à sua frente no que ela estava envolvida e prestes a fazer. Eiko se ajeitou, agora ligeiramente desconfortável com seus pensamentos, notou como o guarda saia e isso a fez redobrar sua atenção, ainda que seu corpo não tenha feito movimentos bruscos, sua mão moveu-se vagarosamente para próxima da própria espada, mas não chegou a tocá-la, Eiko voltou seus olhos ao Daimyo, mas estendeu sua atenção ao ambiente.

    Um teste? Uma armadilha? O que estava acontecendo?

    Então o homem trouxe a espada e o Daimyo voltou a falar e a jovem ouviu. A história não lhe era novidade, ainda que tivesse suas dúvidas a respeito de suas versões. Mas ali, ela não disse nada, atenta ao modo como ele narrava aquela parte e ao que expunha em relação a espada. E assim, repentinamente a jovem se viu em meio ao conflito não apenas do Clã, mas entre famílias, mal teve tempo para pensar a respeito do que estava realmente acontecendo, quando a espada foi lhe passada daquele modo. Eiko ficou em silêncio por um microssegundo - era o máximo que poderia fazer para não mostrar tanto suas dúvidas quanto suas ambições - ainda com a espada nas mãos, com a cabeça nas nuvens e forçando-se constantemente a voltar para o chão, Eiko levantou os olhos para o Daimyo: aquilo era grande, ela sabia. Grande o suficiente para lhe garantir algo pelo qual vinha batalhado, mas grande o suficiente também para derrubá-la caso pisasse nos lugares errados.

    Respirou fundo, por detrás de sua máscara, tentando livrar-se de seus próprios sonhos de grandeza - era impossível não pensar neles, ao sentir o peso da espada em suas mãos. Era impossível não pensar além de tudo aquilo, mas deveria fazê-lo, pois precisava focar-se no agora. - É fazer ou morrer, Shosuro Daisuke-sama. - Respondeu-se Eiko, com as mãos fechando-se em volta da espada. Era aquilo, não era? Fazer ou morrer.



    [Off: Não lembro se era "sama" que se usava para os Daimyo e não consegui achar a informação x_x]
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