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    Capítulo Dois: Perdas na Noite

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    Capítulo Dois: Perdas na Noite Empty Capítulo Dois: Perdas na Noite

    Mensagem por Soviet Qui Ago 08, 2013 3:11 am

    Hildir foi o primeiro a acordar. Foi difícil abrir os olhos, o mundo estava embaçado e parecia girar. Footsilver sentia a boca seca dominada pelo gosto amargo de bílis. O paladino percebeu que estava de pé, e quando tentou se mover, sentiu algo segurando suas pernas e suas mãos. Demorou alguns instantes para que o mundo voltasse a ter foco. O paladino, ansiando por um pouco de água, olhou ao redor e viu que estava de pé, amarrado nas vigas de madeira da escada que tinha subido para ajudar Rakum. Thomas estava ao seu lado, semi consciente, com uma mordaça e as mãos, unidas pelos pulsos por um pedaço de tecido vermelho, amarrada à mesma grade de madeira onde Hildir estava. Olhando para baixo, Footsilver viu que estava sem sua armadura e com uma mancha mal-cheirosa e amarelada cobrindo o peito de sua camisa. Vômito e bílis. Quando tornou à olhar para o lado, viu que o companheiro estava de olhos arregalados.

    Thomas acordou de súbito de um sonho indesejado. Lembrava-se apenas de entrar na alfaiataria e depois tudo se tornou trevas. Acordou com um tecido de algodão cru enchendo sua boca e as mãos atadas e amarradas. Os pés estavam livres, e o gnomo tentou se levantar uma vez, apenas para cair sobre os joelhos. Moore não soube por quanto tempo esteve desacordado, mas se sentia fraco e desnorteado. Hildir estava ao seu lado, amarrado pelas mãos e pelas pernas, coberto de vômito e, pelo que lhe parecia, tão perdido quanto ele. Thomas olhou para a frente, para o resto da sala, afim de descobrir aonde estava, e viu estantes com rolos de tecido e uma longa mesa à sua frente. Eles ainda estavam na alfaiataria. Thomas ainda estava tentando entender o que aconteceu quando a viu.

    Uma criatura acinzentada, desproporcional e medonha, com uma barriga grande e redonda, braços enormes e pernas atrofiadas. As mãos estavam fechas num punho e a criatura se apoiava sobre eles. Tufos de pelo e pústulas cobriam os braços e as costas. O rosto, sem expressão, tinha a pele flácida ao redor de dois olhos pequenos e uma boca estreita. Uma grande corcunda se erguia por trás da pequena cabeça, e duas longas orelhas pontiagudas se estendiam por cima dos ombros curvados. A criatura estava à no máximo dois metros de distância, mas parecia não notar a presença deles ali. Ao lado da criatura, Rafur se encontrava amarrado numa cadeira, sem armadura, apenas com a roupa que vestia por baixo dela. Duncan gemia longa e profundamente, mas ninguém o via.

    Rafur já havia aberto os olhos, mas estava absorto do que acontecia ao seu redor, pois fazia uma prece silenciosa ao Forjador de Almas enquanto fitava pés cinzentos e desconhecidos. O anão do clã Ur ergueu pesadamente a cabeça e encarou a besta que estava a sua frente, e viu Thomas e Hildir à sua esquerda, ambos amarrados à escada, assim como o sacerdote estava amarrado à cadeira, com as mãos atadas às costas. À sua direta, sobre uma longa e estreita mesa, Ahrcon estava deitado, com cada um dos membros amarrado à uma extremidade do móvel. Quando o ladino abriu os olhos, mal conseguiu erguer a cabeça e ficou apenas fitando o teto com olhos cansados.

    Kara estava de pé, entre as duas janelas que ficavam na parede oposta à escada, de frente para a escada e para o halfling amarrado à ela. A pequena maga não soube o que fazer ou dizer quando Aach, gentilmente, convidou-a para o quarto quando estas pessoas chegaram. Lá ela ficou, junto de Will, Shagga e do estranho casal que estava com Crvenka. O velho e a garota ficaram todo o tempo bolinando-se e apalpando-se enquanto se beijavam intensamente, e Kara corou uma dúzia de vezes. Quando eles ouviram latidos, a garota apenas deu um risinho e pulou no colo do velho, que a agarrou e a colocou contra uma das paredes, e a própria garota colocou um dedo sobre a boca quando todos ouviram passos apressados escada acima. A maga não entendia nada do que acontecia, mas tinha receio de perguntar. Foi só quando Aach veio chamar o velho para lhe ajudar que kara viu os corpos. A princípio penso que eles estivessem mortos, mas notou que todos eles respiravam. Um cachorro estava no fim de escada e não parava de latir, rosnando e mostrando os dentes, mas com medo de avançar diante das criaturas servas de Aach. Não havia surpresa nenhuma quando os dois mercenários ajudaram a amarrar aqueles cinco, mas Kara notou que Will estava um tento apreensivo sobre o que aconteceria ali. Uma das bestas agarrou o cachorro, que revidou, mas não foi capaz de impedir ser preso e amordaçado. A mesma criatura ainda prendia o cão, segurando-o contra o corpo com as mãos desproporcionais.

    Aach Crvenka se encontrava em frente a Kara, de pé, e sua cabeça pálida tinha um brilho alaranjado das velas que ardiam acima das duas janelas. A maga não precisava ver o seu rosto para saber que Crvenka sorria. Os braços do mago pendiam ao lado do corpo, escondidos dentro das mangas de sua túnica, que se estendia até quase cobrir seus pés. Aach estava imóvel, e só era possível saber que estava vivo pelo movimento cadenciado de seu peito crescendo e diminuindo, crescendo e diminuindo. Crvenka estava ali desde o momento em que todos os cinco homens foram amarrados, esperando aquele exato momento. Aos pés de Aach estava o outro halfling, com as pernas amarradas até os joelhos e os braços, ambos para trás, estavam atados às pernas pelos pulsos.

    Rakum sentiu o chute tirá-lo da escuridão com força. O halfling perdeu o ar por um segundo, e pareceu sentir uma das costelas se quebrar, e logo recuperou o fôlego, tossindo. Da onde estava, o bárbaro via apenas os pés de um homem e, ainda tossindo, tentou se virar e percebeu que estava amarrado. Rakum ergue a cabeça, para ver os donos dos pés, e não se surpreendeu quando viu o rosto pálido entrecortado por veias azuis de Aach Crvenka, que estava a lhe sorrir docemente.

    - Meus perseguidores, enfim acordados. - O voz do mago parecia vir do fundo de um poço. O sorriso nos lábios de Aach estava sempre em seus lábios, irritante e provocador - Eu me cansei desta perseguição vazia. Nesta noite, lhes darei um motivo real para vocês e esta caçada.
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    Mensagem por Cyrus Leghorian Sex Ago 09, 2013 1:45 pm

    Hildir acordou com uma sensação estranha no estômago. Ele só notou as cordas que o prendiam quando tentou se erguer. O paladino ainda estava na escadaria da casa do alfaiate. Ele olhou para os lados à procura de seus companheiros, e viu com um certo alívio que todos estavam ali, mas em situações parecidas com a dele. Apenas...

    - Duncan? - chamou pelo cachorro. Hildir ouvia os gemidos de sua montaria, mas não conseguia enxergá-la.

    Só então o halfling percebeu a criatura estranha e medonha a poucos metros dele. Aos poucos ele também percebeu as outras figuras presentes, entre as quais estava Aach Crvenka. Footsilver não sentiu medo quando o viu, mas sentiu nojo e ódio ao relembrar de todas as atrocidades que aquele individuo havia cometido.

    - Os corpos mutilados e as vilas queimadas que você deixou pelo caminho não são motivos o bastante? Pode não significar nada para você, Crvenka, mas para mim sim.
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    Mensagem por Felarhix Seg Ago 12, 2013 11:03 am

    Rafur mesmo amarrado não poderia deixar aquela situação toda abalá-los matinha a cabeça baixa fazendo uma prece a Moradim por sua ajuda.

    -Senhor, pai de todos os anões, me conceda a sua graça nesse momento dificil, nos proteja e nos guie até a vitória para o bem do povo e sua glória.


    Então ergue a cabeça e encara Aach Crvenka.
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    Mensagem por bitenco Ter Ago 13, 2013 8:36 am

    Kara olhava sem entender, mas em nenhum momento ela tentava passar isso pros que estavam ali. Seus olhos eram os que mais a denunciava, tremendo e atento conforme cada homem ali ia sendo amarrado. Seu foco só mudava quando o casal resolvia se atracar novamente, a fazendo por alguns segundos esquecer que estava sobre aquela tensão.

    "Estes homens são perseguidores de Aach... O que será que ele fez?" - A maga pensou, recebendo sua resposta logo em seguida pela boca de um dos prisioneiros. Ela então voltou seu olhar para Crvenka querendo entender o que estava acontecendo.

    "Quem é ele afinal?"

    Era difícil tomar qualquer atitude ali. Ela não sabia até onde se papel ia perante a Amante da Noite.
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    Mensagem por anderson Ter Ago 13, 2013 10:28 am

    O Gnomo acorda um pouco atarantado. Suas últimas memórias remetiam à entrada na alfaiataria onde supunha estar agora. Suas pernas estavam trôpegas e a visão turvava. Pouco a pouco foi se tornando senhor de si novamente. Tentou uma vez ficar de pé sem sucesso. Seu joelho doeu ao tocar o chão. Uma rápida olhada revelou todos os seus amigos ali, amarrados. Havia também uma criatura nova. Que monstruosidade era aquela?

    Sua mente vagava a procura de tão asqueirosa criatura quando seus olhos o vislumbraram. O Infame. Seu sangue ferveu em questão de segundos. Ele ria. Ria provocantemente. Aach. Ele era o motivo de estarem ali. Precisava fazer algo. Começou a pensar. Não podia falar. Tentou vociferar contra o infame, suas palavras abafadas por um pano em sua boca. Ainda não. Ainda não havia chegado a hora.
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    Mensagem por S2 Barbinharossa S2 Ter Ago 13, 2013 1:39 pm

    Parecia que tinha passado uma eternidade ate Rakum acordar, com uma dor de cabeça poderosa, era indescritível, nao se lembrava de uma dor de cabeca como aquela. Aos poucos o jovem guerreiro foi voltando ao normal, tendo lembracas do ocorrido. Nao demorou muito para que ele lembrasse o que havia ocorrido anteriormente.

    Agora a dor da cabeca havia sumido diante da dor que sentia agora nas costelas, o chute havia pego em cheio, e de uma coisa ele sabia, ele devolveria, caso nao morresse.

    - Entao esta ai covarde! Me desamarra se voce tem algo entre as pernas. Fihdumaegua! Covarde! Estrume de cabra!


    Em seguida o nanico tenta esticar o pescoco em busca de seus companheiros, principalmente seu amigo e o cachorro, ja que se sentia dono do mesmo tambem.
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    Mensagem por Soviet Sex Ago 16, 2013 3:06 am

    Aach olha para Rakum e sua ameaça de uma altura maior do que aquela entre o chão e os olhos do mago, quase dois metro acima. Crvenka dá um passo por cima do bárbaro e se aproxima dois passos de onde Hildir e Thomas estavam presos, com seu sorriso presunçoso a emoldurar seus lábios.

    - Os justos são sempre aqueles que mais cometem injustiças. Eu não queimei nenhuma vila, tampouco matei ou mutilei alguém. - Crvenka estende as mãos para que Hildir possa vê-las, com as pálidas palmas viradas para cima - Eu não tenho mãos firmes para fazer aqueles cortes. Eles foram muito precisos. Para se ter tamanho controle, é preciso ter algo especial, o que uma bela garota chamou de 'a dádiva do sangue'

    Aach se virou para Rafur e abriu um largo sorriso, exibindo dentes perfeitos e brancos.

    - Percebem? Vocês ainda não possuem um motivo para esta perseguição. Mas, como eu disse, lhes darei motivos.

    O mago faz um aceno com as mãos e uma das criaturas se afasta da janela, carregando algo. A besta andava de forma irregular e, enquanto se aproximava, aquilo que ela carregava começou a gemer e ganir. Hildir percebeu que era Duncan.

    A criatura colocou o cachorro no chão, e todos viram que ele também tinha as pernas amarradas, e uma tira de tecido envolvia seu focinho. A criatura abriu uma das mãos e envolveu as costas de Duncan, entrelaçando com força seus dedos entre as costelas do fiel amigo de Footsilver, que soltou um longo e angustiante ganido de dor. Crvenka possuía apenas uma arma visível, um punhal preso do lado esquerdo de seu cinto, e foi esta arma que Aach puxou com lentidão. A lâmina de aço brilhava à luz das velas, e sua curvatura parecia mimetizar o sorriso de Aach. O mago se agachou e passou a lâmina pelo corpo de Duncan, cortando pequenos tufos de pelo.
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    Mensagem por Cyrus Leghorian Sex Ago 16, 2013 11:15 am

    - Duncan! - gemeu o halfling quando o seu fiel amigo foi trazido para perto dele. - Não façam nada com ele, não façam nada!

    Era tarde demais. A criatura havia apertado as costelas de Duncan, e Crvenka retirou um punhal que estava preso ao seu cinto.

    - Parem com isso, o Duncan não, PAREM! - Hildir começou a se debater e a tentar sair das firmes amarras que prendiam seus braços e pernas. - Soltem o Duncan, coloquem-me em seu lugar, mas soltem ele! O que você está fazendo, Crvenka? PARE COM ISSO!
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    Mensagem por S2 Barbinharossa S2 Sáb Ago 17, 2013 2:35 am

    Duncan era tido por Rakum como se fosse dele tambem, afinal era quase um irmao de footsilver e com toda certeza sentiria a dor, na verdade o ganido do cachorro ja estava trazendo um tristeza enorme para Rakum, e um grande problema para Crvenka. Ao ouvir o ganido de Duncan o nanico arregalou os olhos, travou os musculos e um furia o possuiu o deixando completamente incontrolavel.

    - AHHHHHHHHHHHHH MALDITO!!!! - Dizia o barbaro furioso enquanto tentava se soltar das cordas.

    A agitacao e os olhos vermelhos de furia do nanico era visivel. As veias pudiam ser vistas saltando em seu pescoço.

    Spoiler:
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    Mensagem por Soviet Seg Ago 19, 2013 1:42 am

    Num momento de frieza, Thomas mergulha em sua mente e percorre livros, pergaminhos e palestras em busca de algo que sua memória possa lhe dizer. O gnomo se lembra de um dia em que estava em uma das seções mais afastadas de uma biblioteca, com a cabeça enfiada num grosso tomo chamado Castas e Soldados do Abismo, escrito pelo sábio Augusto Salesta, no Ano das Longas Sombras, há mais de 300 anos.

    Salesta discorria, citando os míticos Pergaminhos Negro de Ahm, sobre os demônios e, estas criaturas que cercavam o grupo, estavam entre elas. Eles eram chamados de dretch; demônios com baixa inteligência e pouca capacidade em combate, eles são uma das castas mais baixas do Abismo. Mas antes que Thomas pudesse pensar algo a mais detalhes, um deles trouxe Duncan e Aach começou a lhe fazer carícias com um punhal, o que arrancou gritos desesperado de Hildir, e fez com que o paladino se debatesse, mas em vão.

    - Eu estou mesmo me exaltando. Me desculpem. Crvenka se vira para Rafur e ergue o rosto do sacerdote pelo queixo, encostando o punhal debaixo de sua orelha direita - É verdade que os anões que não possuem barba também não possuem honra? Eu ouvi isto de um anão chamado Ghazt em Lua Argêntea, mas não tenho certeza se ele disse a verdade.

    No momento em que Aach preparava-se para raspar a barba de Rafur, o pequeno halfling bárbaro, jogado no chão, urra em fúria com sua voz aguda, chamando a atenção de todos. Rakum, num ímpeto incrível, liberta-se de suas cordas, afrouxando-as o suficiente para conseguir soltar suas mãos, apesar dos pés ainda estarem presos. O bárbaro estava sem suas armas e não sabia onde seu captor as tinha guardado, além de ainda estar caído no chão. Rakum precisava de toda a clareza neste momento, e talvez entregar sua mente à fúria não tenha sido sua melhor decisão.
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    Mensagem por Felarhix Ter Ago 20, 2013 8:48 am

    Rafur tenta se soltar fazendo força com as mãos para arrebentar as cordas, ele não dizia nada mas pensava:

    "Ó Moradim, sei que nunca me abandonou e nem me abandonará...Me dê forças nesse momento..."
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    Mensagem por bitenco Ter Ago 20, 2013 10:07 am

    Kara analisava toda aquela cena em mínimos detalhes: primeiro ela tentava ver características físicas que os distinguissem em sua cabeça, por segundo ela começava a fazer ligações de suas personalidades as aparências, para só em terceiro imaginar quais habilidades cada um deles possuía.

    O primeiro a tentar algo foi o pequeno raivoso. A maga já tinha uma magia em sua cabeça que poderia lhe ajudar nesta situação, mas logo viu um segundo começar a se movimentar também. Ela então olhou para Aach e queria saber o que toda sua calma e inteligência fariam ele fazer neste momento.

    "Tanta raiva e maldade numa sala só. O que você está querendo de mim, minha Deusa?"

    Ainda esperando para ver as reações do mago ali, a mulher mesmo assim anda na direção de um dos pequenos mais próximo e olha firme para ele. Sua expressão se mantinha séria como sempre, mas desta vez ela queria ter certeza que um deles não iria tentar nada de idiotice neste momento. Não era sangue que ela gostaria de ver pintada naquelas paredes agora.
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    Mensagem por anderson Ter Ago 20, 2013 10:15 am

    Moore viu seu amigo se soltar, depois Rafur também tenta e então ele pensa: Por que não?
    Ele então começa a fazer força nas cordas, mas busca fazê-lo muito discretamente para não chamar atenção.
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    Mensagem por Cyrus Leghorian Ter Ago 20, 2013 1:09 pm

    - Me desamarre Rakum, não vamos deixar Crvenka fazer nenhum mal a nós ou aos nossos companheiros!

    Hildir ainda tentava se libertar das amarras por si mesmo, mas seus esforços se mostravam inúteis até o momento. Uma gota de suor descia por sua têmpora.

    - Estou indo te libertar, Duncan!
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    Mensagem por Soviet Qua Ago 28, 2013 12:45 pm

    Rakum não conseguiu pensar em fazer outra coisa além de se libertar, uma tarefa aparentemente simples, mas que o bárbaro não conseguiu executar antes de duas das criaturas agarrá-lo, mas, por causa de seu estado de espírito, foram necessárias outras duas para conseguirem impedir Rakum de se debater. Mas, o que o bárbaro não imaginava é que ter conseguido se libertar causou uma reação em seus companheiros, que estavam, à exceção de Hildir, um tanto atônitos.

    Thomas começa a se contorcer a Rafur começa a puxar os braços e a pular na cadeira, ambos tentando também se libertar das cordas. Hildir, forçava as mãos com tudo de si, desesperado com o que Aach pudesse fazer com seu leal amigo. Apenas Ahrcon se mantinha ausente, talvez ainda sob o efeito das toxinas que fizeram o grupo desmaiar.

    Kara, ainda incerta sobre tudo aquilo, caminha com passos firmes até onde o halfling estava sendo segurado pelos demônios de Crvenka. Os olhos estavam arregalados numa fúria que Kara já tinha visto antes. O pequeno havia mergulhado nos domínios do instinto selvagem que existe dentro de cada um, e ficaria neste estado, com a mente enevoada, por algum tempo. A pequena maga olhou de relance para Aach, que olhava para tudo com olhos calmos, mas pela primeira vez com uma expressão séria no rosto.

    Crvenka olhou para o halfling que se debatia no chão, voltou sua atenção ao anão e em seguida para o gnomo, que se contorcia no chão. Aach olha então para Hildir, em sua desesperada impotência, e então sorri. Aquilo parecia satisfazer Crvenka de uma forma doentia, e Kara não conseguia entender o motivo dela estar ali, sendo envolvida em um assunto que não era dela. A maga perguntava pela segunda vez para Shar o que era esperado dela, quando viu o brilho pálido da lâmina.

    Aach Crvenka, num movimento rápido e preciso, enfiou a adaga entre as costelas do cachorro que uma das criaturas segurava. O animal soltou um ganido horrível, e desatou a se lamentar e se debater, tentando desesperadamente sair dali e ir de encontro ao halfling amarrado na escada. Crvenka tirou a adaga e deu outro golpe, desta vez penetrando uma das pernas do animal. Duncan gania e se contorcia, arrastando as mãos na direção de Hildir, tentando se libertar. Aach ergueu novamente a mão, já coberta de sangue, e deu outro golpe, mas desta vez Duncan virou a cabeça a tempo de lhe morder os dedos.

    Aach pragueja e tenta se libertar, mas o cão não estava disposto a facilitar as coisas. Com os dedos sendo dilacerados por Duncan, Crvenka se aproxima como pode e desfera um chute nas costelas do animal. E outro. E mais um. Antes que o quarto chute fosse dado, Duncan soltou a mão de Aach, que olhou o estrago com um olhar doentio. O dedo mindinho e o anelar tinham a carne rasgada até os ossos, e o médio tinha alguns arranhões. Duncan quase não tinha mais forças, e estava deitado, com a língua para fora e a respiração pesada. O cão olhava para Hildir, e o paladino não precisava refletir muito para saber que seu amigo logo morreria. Um súbito silêncio tomou a sala e todos estavam atônitos demais para fazer qualquer coisa. Rakum era o único que ainda se debatia e urrava, tentando se libertar.

    O silêncio pareceu durar muito mais tempo do que ele realmente durou, e foi quebrado por uma gargalhada de Aach Crvenka

    - Mas que animal valente!

    Aach deu um golpe na garganta de Duncan, rasgando a pele e a carne, e fazendo jorrar um viscoso sangue rubro. O fiel amigo de Hildir soltou um ganido baixo, e logo seus olhos começaram a perder o brilho. Crvenka caminhou até a mesa onde estava Arhcon, apoiou a  mão e os dedos dilacerados nela, e com a mesma adaga que matou Duncan, cortou o dedo mindinho. O mago não soltou um gemido. Sem demora, a adaga separou o dedo anelar do resto do corpo. Depois de limpar a lâmina num tecido qualquer, Aach aqueceu a lâmina na chama das velas reunidas e cauterizou o ferimento onde antes estava um de seus dedos. O cheiro de carne queimada envolveu toda a sala, e o chiado do sangue borbulhando foi angustiante. Enquanto ele aquecia a lâmina novamente, olhou para Hildir com um sorriso perverso nos lábios.

    - Agora temos um motivo real para esta perseguição. Pelo menos no que diz respeito a você. Tinha pensado em raspar sua barba – Aach apontava com a mão ensanguentada para Rafur – mas eu sou um terrível barbeiro, e sem dois dedos... Bem, eu poderia cortar sua garganta por engano.

    Após cauterizar o segundo ferimento, Aach jogou a adaga aos pés de Rakum, que já havia abandonado seu estado de fúria. As criaturas soltaram o halfling, assim como já não mais seguravam Duncan, que jazia inerte no chão de madeira. Com uma palavra de Crvenka, a porta que ficava ao lado da escada se abriu, e de lá saíram dois homens armados e de expressões duras, mercenários, com certeza. Além deles, surgiu um homem e uma mulher. A princípio, ninguém os reconheceu, mas bastou um segundo olhar para aquelas pintas e a barriga larga e os cabelos ruivos voltarem a memória.

    O estalajadeiro estava vestido com roupas pesadas de viagem, e carregava uma pequena bolsa de couro, assim como sua filha. Denir fez uma piada quando viu Duncan no chão, e sua filha disse que havia gostado dele e que tinha pensado em ficar com o cão para si. Aach disse para os dois descerem, o que foi prontamente obedecido.

    - Como eu disse, não fui eu quem matou aquelas pessoas, foram eles. Bem, na verdade Denir e a filha mataram apenas o alfaiate. Os outros corpos na estrada pertencem à outras pessoas. De qualquer forma, eu estou livre destas acusações. - Aach olhou para Rakum – Use a adaga para se libertar e aos seus amigos. Quando estiverem prontos, retornem à estrada.

    Aach se dirigiu à escada.

    - Vamos, Kara. Agora estamos prontos para partir.
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    Mensagem por S2 Barbinharossa S2 Qui Ago 29, 2013 4:35 am

    Uma coisa Rakum sabia, dava tempo de o matar antes mesmo dele abandonar o quarto, afinal havia jogando a adaga para a pessoa errada, talvez o matasse antes de dizer a próxima palavra. Com toda forca o nanico corta as cordas dos pés, se levanta e voa para cima de Crvenka com uma vontade como nunca teve de enfiar a adaga no fundo de sua barriga, assim como ele fizera com seu fiel amigo.

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    Mensagem por anderson Sex Ago 30, 2013 7:25 am

    Um sentimento de frustração toma o Gnomo. Sabia que não era lá muito forte. Sua força vinha, antes, de suas magias e, no momento, não podia usá-las. Era esperado que não conseguisse romper as cordas, mas isto não o impedia. Porém, quando Aach matou Duncan, ele sentiu verdadeira impotência diante do inimigo. Já havia sido assim nas cidades que passaram, mas agora fora um dos seus. O cão era para todos tido como um dos companheiros. O fato de a maioria ali ter estatura muito inferior aos humanos tornava Duncan um fiel companheiro. Por vezes em seu cansaço, Moore pode contar com a lealdade do companheiro do paladino. O que seria deste agora? Havia uma cicatriz que precisava de cura. Thomas não sabia ao certo como os Deuses o permitiriam curar esta ferida, mas estava pronto a matar Crvenka. E se isto não curasse, ele não sabia o que poderia curar. Sua esperança estava depositada em Rakum. Se ele o soltasse poderia pensar num estratagema para a ocasião.
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    Mensagem por Felarhix Sex Ago 30, 2013 8:46 am

    Rafur havia tentado se libertar e não conseguiu, e quando viu a barbaridade que aquele sujeito demoníaco fez como o pobre cão uma lágrima escapou-lhe pela face...

    O clérigo de Moradim tinha sido tomado pelo ódio...O inimigo era forte, mas havia cometido um grande erro, ele fez com que todos ali quisessem se tornar ainda mais poderosos para mais cedo ou mais tarde fazê-lo sofrer, sim, a vingança era o pensamento mais forte naquele momento.
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    Mensagem por Cyrus Leghorian Sáb Ago 31, 2013 11:41 am

    Quando Aach Crvenka lançou seu doentio sorriso ao Hildir, o halfling já sabia que viria o pior. Ele fechou os olhos, se debateu ainda mais para se livrar das cordas e gritou sem parar em sua evidente impotência "não, não, não". As lágrimas escorreram pelos olhos de Hildir quando ouviu o ganido de sofrimento de Duncan. Ele desesperadamente tentava sair das amarras, mas força nunca foi o forte do pequeno e bravo cavaleiro. Os ganidos não paravam com os ataques de Crvenka, e Hildir entre-abriu seus olhos marejados e viu que Duncan estava deitado, sangrando e com uma respiração pesada e lenta.

    - Duncan...

    Quase não saiu som de seus lábios ao falar o nome de seu companheiro. Lembranças de muito tempo atrás envolveram Hildir, desde o momento em que conhecera Duncan até a passagem por várias aventuras que participaram juntos. Eram muitos momentos marcantes e agora o seu mais leal dos amigos se fora. Hildir sabia que isso poderia acontecer uma hora, mas nunca daquele jeito, com ele impotente amarrado e com Duncan sendo cruelmente assassinado a sangue frio e à sua vista. Aquilo era uma injustiça grande demais para se conter no nobre coração do paladino e isso não poderia ficar assim. Crvenka, no fim, estava certo. Ele deu os motivos reais para o grupo persegui-lo, e em seu sofrimento pessoal o halfling jurou a si mesmo que se vingaria de Duncan.
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    Mensagem por bitenco Seg Set 02, 2013 6:20 pm

    Kara olhou e reconheceu os instintos do pequeno a sua frente, só não o entendeu. O que fazia jovens como eles correrem atrás de um homem. Eles não pareciam campeões da justiça de alguma cidade. Apenas vingadores...

    "Isso... Eles parecem estar se vingando, mas de que?"

    Os pensamentos da maga voavam naquela sala. Quando Aach começou sua brutalidade no cachorro, foi a vez de Kara Kulenov perder a reação. Aquele homem era frio e sem sentimento, pior do que a jovem imaginava e conseguia ser. Ela se sentia ridiculamente rebaixada neste momento, se imaginando num lugar errado na hora errada.

    Um passo foi tudo que Kara conseguiu dar no meio da batalha com o cachorro. Ela pensou em um momento ajudar Aach, mas logo viu a crueldade com que o mago agia e se limitou a observar, tentando ao máximo esconder qualquer sentimento por trás de sua feição típica.

    Mesmo sob aquela pressão, Kulenov não tirava os olhos dos movimento de Crvenka. A cada segundo, muitos pensamentos passavam na cabeça, arquitetando e criando todas as possibilidades possíveis, como: "Ele realmente está falando a verdade ou só é um psicótico que vai acabar me atacando!? Posso usar o relâmpago para criar uma distração enquanto saio daqui voando... São eles que estão errados? Não, calma. Ele disse que teve gente que matou mesmo e parece subordinado dele."

    Kara fugiu de seus pensamentos quando ouviu a voz do homem lhe chamando mais uma vez. Ela assentiu com a cabeça. Era difícil falar qualquer coisa neste momento. Ela só queria sair dali o quanto antes e terminar sua missão, mas as coisas não pareciam tão fáceis assim.

    "Eles não ficam quietos... Querem mesmo morrer? É melhor eu pará-lo do que Crvenka."

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