Jaguareté: O Encontro
Moapacuia
Moapacuia quer dizer
'derrubar, deitar por terra'
em tupi-guarani.
O som ritmado dos marakás cessaram naquele momento. A cortina de fumaça do tabaco subiu devagar até que Emarã falou: - Emarã moapacuia Ubatã. Emarã era o grande karaíba dos Tupinambá. Emarã estava certo. Era o momento da Guerra de Vingança. Sem Ubatã os Maracás não resistiriam aos Tupinambá. Niara levantou-se. Ela estava com o cauim e o distribuiu durante aquela cerimônia. Era o momento de convencer o conselho a fazê-la a morubixaba (Chefe de Guerra). Vingar os antepassados mortos e abrir para si o caminho de Yby marã eyma (Terra sem Mal).
Padre Rodriguez pegou a xícara simples que estava cheia de café. Tomou um gole. Ataíde lhe dizia que era preciso expandir a exploração para o interior. Era certo. A capitania da Baía de Todos os Santos era enorme e ficar no litoral era deixar esquecida as inúmeras riquezas que aquela terra guardava. Havia também as inúmeras almas indígenas que esperavam para ouvir a Palavra de Nosso Senhor. Havia contudo os conflitos entre aqueles povos e era sempre perigoso embrenhar-se naquela mata. Fazer aliados entre os indígenas era ou vitória, se escolhessem o lado certo, ou o risco de acabar sendo devorado num dos rituais antropofágicos daqueles povos.
Moapacuia é um jogo rápido, no sistema Jaguareté: O Encontro, sobre o conflito de povos e interesses. Cada jogador fará parte de um povo: Maracá (Guaianás), Tupinambá e Europeu. Eles terão objetivos mais ou menos conflitantes e o sucesso de um, possivelmente implicará na falha do outro. O jogo será rápido pois será um arco, alcançar os objetivos delimita o fim do jogo.
Algumas coisas que os interessados tem que saber: 1. O ritmo de postagem será de rápido à moderado: o prazo de resposta será de uma semana, tanto para os jogadores quanto para o narrador (eu). Então teremos posts de uma vez por semana a uma vez a cada duas semanas. Ficar uma semana sem postar tornará automaticamente o personagem NPC. 2. Os interessados só poderão se candidatar se estiverem em 3 ou menos jogos: uma medida dupla, para garantir os prazos e para priorizar quem é mais novo no fórum. 3. Se tiver mais interessados que vagas, a Reputação será um critério de prioridade: uma forma de valorizar essa função do fórum.
Devo avisar também que esse não é um jogo histórico, não haverá precisão de data nem de eventos nem de geografia. Também não é um jogo antropológico, usarei as regras de Guaianás para Maracás por serem de origem tapuia, sei que eram grupos étnicos diferentes e tinham suas diferenças. E não é um jogo linguístico, sei que os Guaianás são do tronco Macro-Jê e não falavam Tupi-guarani, mas por simplificação e por não ter achado dicionários de Jê, usarei termos tupi indiscriminadamente. Por favor, não me amolem com preciosismo e precisão
Por fim, os interessados devem ver o livro básico aqui, disponibilizado gratuitamente pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR que foi o responsável pelo desenvolvimento do jogo. Devem ver as descrições dos povos, na página 44 e postar um breve histórico do personagem. Eles não serão iniciantes, serão já experientes, mas também não serão anciões, de forma que eles serão intermediários em importância nos seus contextos próprios. Quaisquer dúvidas, podem tirar aqui mesmo! O jogo será pedido dia 28/06, ou antes se completar as vagas, e vamos desenvolver a ficha depois que o jogo for aberto.