Job 04

Pensando de forma rápida, Sayuri se aproximou a tempo de abordar a moradora antes que ela saísse de seu campo de visão além do portão do condomínio. A madame, que usava roupas finas, se virou para ouvir a garota falar. Ela devia estar na faixa dos 50 anos, mas não poderia ter certeza visto os adventos tecnológicos na área da estética ao qual aquele tipo de mulher poderia ter acesso.

- Oh, querida! Não se preocupe. Entre, entre. - disse liberando o portão. - Quem é seu tio? Conheço alguns dos moradores... Talvez possa te ajudar.

A senhora era bastante educada na maneira de tratar e parecia preocupada com a situação da moça.

Nº de falhas nos testes: 05
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A mulher se esforçou para tentar se lembrar daquele nome, mas fez uma cara de estranheza por fim.

- Não acho que eu tenha ouvido isso antes. Mas tinha um médico que morava aqui, penso que tenha se mudado, faz mais de ano que não o vejo. Não sabia que tinha outro. De qualquer forma, sou a senhora Tayuya. Se precisar de alguma coisa, pode me encontrar no B1802. - concluiu tomando o elevador.

Quando se viu sozinha, a hacker avaliou a segurança do local. Haviam algumas câmeras espalhadas por ali. Ela podia imaginar que um SysOp gerenciava tudo. O apartamento de Aberrant Silver era o D4208. Portanto, ela precisava ir até a entrada oposta à qual a senhora Tayuya entrara, de forma a acessar o bloco B. Além do elevador, havia também uma escada de emergência na lateral. Ela desconfiava que não haveria monitoramento nas escadas e, esperando o momento correto, poderia evitar que as câmeras lhe captassem enquanto entrava pela porta da escada, se assim quisesse.

Nº de falhas nos testes: 05
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Depois de subir as escadas o mais rápido e furtivamente que pode, Sayuri chegou ao andar do apartamento do seu target. Ela arfava um pouco devido ao exercício envolvido. Os prédios poderiam ser assustadoramente altos naqueles tempos. Tocou na tela de liberação da porta corta-fogo e atravessou a pequena ante-câmara que separava aqueles circuitos de emergência dos corredores comuns. Não surpresa, aquele era uma torre de apartamentos com duas unidades por andar. Ela notou que a câmera que estava no fim do corredor girava de tempos em tempos, ora focando na porta de um apartamento, ora na porta do outro.

Através da Hiper-Realidade, ela percebeu que ainda havia um SysOp no apartamento. Começou a lançar sobre o Firewall seus códigos de abertura e, embora o sistema fosse inusitadamente seguro, mais parecido com uma rede corporativa do que doméstica, ela havia conseguido entrar e, dessa vez, tinha certeza que não seria rastreada. Os alarmes e câmeras internos estavam ativados. Na sua mão, tinha preparado as ferramentas improvisadas para arrombar o local.

Olhou para a câmera no fim do corredor. Contando até três ela teria um espaço de 10 a 15 segundos para atravessar o corredor e arrombar a porta.

@Shmul separei temporalmente os testes pra vc ter a oportunidade de fazer um teste de edição de objeto antes de entrar e desativar alarmes/câmeras internas qnd postar, pode narra Sayuri arrombando a porta com facilidade e entrando. Vou cobrir o Matusa durante alguns posts.
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No momento exato, Sayuri se lançou atravessando o corredor, reduziu a velocidade para não bater com força o corpo contra a porta, pois isso poderia acionar os alarmes. Sua primeira tentativa de desarme do sistema de câmera foi sem sucesso. Porém, seus indicadores demonstravam que o SysOp ainda não havia reconhecido sua invasão.

Num movimento rápido, a hacker meteu os instrumentos dentro da tranca eletrônica que havia ali, causando um breve curto que se expressou num estalo, um apagar e reacender das teclas de toque e um click, que indicava que a porta não estava mais trancada. Ela tinha cerca de oito segundos. Se não conseguisse novamente desarmar as câmeras e alarmes internos, seria flagrada pela câmera do edifício. Não sabia qual dos dois seria mais grave.

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No último instante conseguira trocar o arquivo pelo do dia anterior, garantindo que nada ficasse gravado da sua entrada ali. Sayuri se sentiu satisfeita consigo mesmo diante da forma que reagiu àquela pressão. Esgueirou-se para dentro do apartamento, que naturalmente, acendeu suas luzes devido à presença de alguém.

Tudo estava demasiado organizado para um apartamento que, ou estava inabitado há anos, ou mesmo estava habitado por alguém. Parecia mais aqueles apartamentos de portfólio de decoração, onde jamais alguém sentou num sofá ou recebeu amigos ou mesmo cozinhou alguma coisa. Inclusive, apenas as casas mais chiques tinham cozinhas. A habilidade de cozinhar naquela época era algo de gente rica, que podia comprar seus próprios ingredientes frescos e cozinhar como hobbie. Os reles mortais compravam comida congelada e pré-pronta. Aquele apartamento tinha uma cozinha como a descrita: aparentemente nunca usada.

Mas Sayuri não estava atrás de lifestyle de Aberrant, sim dele mesmo. Passou pelos cômodos da casa até encontrar um escritório. Era um ambiente amplo, com carpete cinza, uma mesa em formato oblongo de vidro escuro e uma cadeira portentosa por trás dela. Havia também duas cadeiras mais simples diante da mesa. E com simples se quer dizer que bastava uma delas para comprar a vida de muitas pessoas. Havia um notebook sobre a mesa.

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Sayuri digitava rapidamente seus códigos rastreadores naquele notebook. Procurava o último acesso de Aberrant Silver naquele computador. Uma barra de carregamento apareceu no canto direito da visão do seu TAP, indicando o processo de rastreamento.

Pareceu demorar uma eternidade, mas a barra saiu de 0 a 100% em questão de trinta segundos. Uma janela pop-up saltou na vista da hacker, mostrando os últimos acessos. O mais recente datava de três meses. Então aquele apartamento era uma espécie de pousada fachada. Ele era usado ainda que eventualmente. Abriu as informações avançadas. O ID batia com de Aberrant. Agora só bastava... Lançou os últimos códigos, uma nova janela. A localização de Aberrant Silver saltou aos olhos de Sayuri. O notebook já tinha acesso reconhecido ao Firewall do médico das ruas e encontrar seu sinal de GPS passaria desapercebido.

Ela havia inconscientemente se recostado na cadeira e respirado aliviada por ter chegado ao fim daquela perseguição. Agora ela só precisava entrar em contato com ele. Foi nesse instante que ela ouviu claramente o trinco da porta principal se abrindo.

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