Awakening

Chris correu para o barco, onde era possível de haver algo que pudesse usar. Vincent mostrou agilidade e uma coragem desproporcional a seu comportamento natural. Em uma curta corrida, saltava e rolava para próximo do corpo estatelado de David. Apando a areia, ergueu uma pistola, a pistola que a carga fornecida por Xanthus. Nisso uma das máquinas era atingida pelos homens de Rita, e caía em que livre até espatifar-se na areia. O segundo também recebia o mesmo destino depois dos disparos certeiros de Vincent: Era um veterano, de fato.

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As pessoas, depois de um tempo, temerosos, começavam a sair de suas casas, exceto a senhora que ficou em cima de Guima o tempo todo. Alguns se aproximavam e tentavam consolá-la, mas ela apenas continuava prostada sobre o cadáver, chorando com abundância.

Rita: AAAAAHHHHRR!!!! Malditos!

Rita surgia como uma leoa no topo de seu barco voador apelidado de "13". Ali parecia ser o ponto mais alto do vilarejo, excetuando as palmeiras.
Um a um, formou-se uma pequena multidão. Se todos não estivessem por ali, pode-se dizer que faltaria apenas um ou outro. Os olhares, lacrimejantes, caiam sobre os mortos. Era audível o choro, os gritos dos entes queridos e assim, consecutivamente, começavam a se alternar os olhares reprovativos daquele povo, mirando Chris e Vincent. Cochichos e olhares raivosos eram o que disparavam, por enquanto. Rita jazia ainda no topo, senta e cabisbaixa.
Um corajoso e de voz irritante dispara do meio da pequena 'multidão'

"Isso é culpa dos estrangeiros!!" E outro ganhava a coragem semelhante a de um homem cercado por guardas-costas ou de um leigo, seguro, atrás de uma tela de computador. "São os verdadeiros assassinos!!"

Os burburinhos começavam a ganhar proporção e as palavras já era claras ofensas e ameaças. Vincent se aproxima de Chris e lhe passa sua pistola.

Um jovem homem salta a frente da multidão, contra a dupla e grita com grande brado, chegando a salivar: "Morte aos estrangeiros!!!!" O povo gritavam em apoia e, antes de algo de mais concreto ocorrer além das palavras, o som de um disparos recobra a ordem e faz os mais covardes iniciarem um começo de fuga. Todos olham e a fumaça ainda saia do cano da arma de Rita, que ainda a segurava apontando para cima.

Rita: Seus bostas! O que estão fazendo!? - Com agilidade e habilidade de um felino, Rita desce da 13 com saltos e movimentos graciosos de malabarismo, bonito de se observar. - Vocês são cegos ou se fazem de cegos? - Ela aponta com energia para Isaac e David. - O ancião já era! Mas um deles também foi pro saco! Parem de falar merda e comecem a cavar. Eu, a partir de agora, estou tomando as rédeas por aqui! Alguma objeção?! - Rita era realmente intimidativa. Não houve objeções. Apesar de seu temperamento, o povo pareciam confiar e aceitar bem, Rita.

Rita acalmava a multidão que voltava seus sentimentos ao luto e começavam os preparativos de sepultamento. O pranto ainda era audível. Com o indicador, apontou para Chris e Vincent. - Vocês aí, me devem mais uma! Acho melhor fazerem valer a pena. - Vincent engoliu em seco, estendendo as palmas da mão em sinal de apaziguamento.

Vincent: - Nã-Não se preocupe, enquanto estivermos aqui, nos ajudaremos no que for possível. - Vira-se para Chris. - Hey, Chris, acha que podemos extrair algo de útil desses modelos que abatemos?

Chris ainda não havia verificado os robôs os que atacaram, mas apenas pela visualização, foi capaz de entender que os 'braços' que saiam das esferas poderiam fornecer a matéria prima necessária para reparar o barco.

Vincent assente com a cabeça. A arma estava da maneira em que havia deixado pela ultima vez, envolta por uma pano, o que impediu de alguma ação negativa da areia. Em outras palavras, estava operante e municiada.

Ao analisar o que restou das máquinas, não havia nenhum sinal de perigo eminente, apenas faíscas que centelhavam de dentro dos buracos causados pelos disparos. Entrelaçando os 'braços' dos robôs que eram uma espécie de cano responsáveis pelos disparos, notou fiações que serviriam no reparo da 13.

Chris, ainda alarmado com o ataque orienta atenção aos céus para as pessoas que estavam por ali, ao redor e, apesar de tomarem um leve susto e elevarem seus olhares aos céus, não pareceu dar uma importância de muita relevância para as palavras de Chris. Entretanto, desviam os olhares para Rita, como se estivessem sedentos por algum ordem.

Rita suspira. - Okay, ele tem razão. Voltem para suas casas e, por enquanto, fiquem atentos ao que pode vir do céu. Não queremos mais surpresas. Não vamos congelar e parar nossas vidas por completo, mas a cautela nunca é demais. Manterei olheiros no alto da 13. - Rita acalmava as pessoas que começavam a se recolherem para seus lares.

De uma forma ou de outra, a população local estava atenta. Chris agora se voltava aos robos temendo uma segunda investida através da localização dos produtos abatidos. Talvez, uma maneira de deixá-los em algum outro local, redirecionar a localização, velar o ponto daquele vilarejo... Ideia perspicaz, porem não era algo para se fazer sem equipamentos necessários. Mesmo com a experiencia de Chris, necessitaria de ferramentas específicas, de tempo e muita paciência. No entanto, conseguiu localizar o dispositivo de localização. Percebeu que era antigo e precisão incerta. Um ponto positivo para um pingo de alívio, mesmo assim, deveria ser destruído por Chris, ou então, Vincent o faria, já que acompanhava de perto e também reconheceu o dispositivo de localização antigo.

Os robos estavam destruídos e apagados do mapa. Porém, era possível que a última localização eram de conhecimento de seus emissores, mesmo que em uma coordenada incerta, mas uma varredura sem pressa poderia acabar por identificá-los novamente.

Rita, também por ali, dava alguns pitacos em forme de indagações.

Rita: O que são essas coisas? Disse GPS? Tem mesmo a chance de mais virem por causa destas latas velhas?

Vincent retirava o que era útil de peças e fios e iniciava o trabalho com a 13. Realmente, aquilo parecia que iria funcionar. Tudo dependeria da ação de Chris para 13 levantar voo novamente. Rita já havia separado um grupo de mão de obra para auxiliar Chris e acelerar o processos. Ela, obviamente, observaria tudo de muito perto, pois além de dona da 13, era também agora, a líder do vilarejo.

Todos estavam ali. O momento parecia importante. talvez, em alguma outra época, estaria até mesmo alguns repórteres já com uma prévia de machete engatilhada: " A heróica 13 levanta novamente ". Não tinha estado a par de nenhuma das histórias passadas, mas mesmo sem ter ouvido, era possível perceber que 13 já havia passado por várias viagens e aventuras.

Rita, Chris e Vincent estavam mais centralizado, na salinha rústica de controle, num piso mais elevado, enquanto todo o resto da tripulação aguardavam em baixo, curiosos e ansiosos. A ambiente de tristeza e luto era esquecido por um momento.

"Vou ligar, ou quer fazer as honras?"

Rita diz antes de dar um chega pra lá em Chris com um jogo de corpo não violento. - Tá me zuando? A 13 só obedece a mim, você só é o doutor... - Era possível ver a excitação estampada em sua face. Uma alegria contida agoniada para explodir. Uma engrenagem giratória jazia de ambos os lados de uma espécie de Leme e Volante. Rita posicionais ambas as mãos das engrenagens, respirou fundo e as girou ao mesmo tempo.

Nada aconteceu.

Um momento de silencio ecoou. Vincent olhou para Rita que tinha os olhos fixos para frente, como se estivesse em outro mundo, depois olhou para Chris e levantou os ombros, sem coragem de perguntar o que aconteceu e romper o silêncio. Chris estava ali do lado, tinha conferido tudo. Não havia o que fazer, teria de rever todos os passos novamente para tentar achar o erro, mas... depois de alguns longos mas não muitos minutos, um estalar e o barulho característico da 13 começou a soar. As engrenagens em seu interior estavam rodando e funcionando como deveria. Um brado de Rita foi acompanhado de alvoroço por parte da tripulação. Uma fração de alegria em meio a tristeza derramada a pouco.

Um soco amigável no ombro de Chris, porém dolorido, demonstrava a satisfação, e também o quanto energética e poderosa era Rita.

- Se não estivesse me devendo essa, eu até te agradeceria, rapaz! - Sorriu maliciosamente. - Tenho de convocar as pessoas e fazer um pronunciamento. A 13 será meu palanque. Vocês dois podem fica na 13, se quiserem.


Alguns, ouviam o barulho e assistiam a comemoração de fora da treze. Expressões não amigáveis e comentários contrários eram trocados e apoiados como: "O que há para comemorar, quando agora a pouco enterramos um dos nossos?","Quem a elegeu para liderar?", "Para que serve um barco voador no meio do nada?".


O povo reuniam-se na planície da deserto, enquanto Rita e os seus ficavam sobre a 13, em posição de destaque. Rita iria se prenunciar de uma maneira mais oficial de que na primeira vez.

Vincent riu quando ouviu a palavra "doutores".

- Eu não tenho como prever o que ocorrerá agora. Temos de ter paciência e não entrar em desespero. Acho inevitável não estar com a mente atribulada em nossa situação atual, mas se formos pensarmos friamente, temos uma grande sorte. Estávamos sendo perseguidos em Rondo onde queriam nos eliminar. Um A.I. foi eliminado acidentalmente, e pelo visto já fomos julgados culpados, mas...

Vincent para e começa a caminhar lentamente para a beira do barco voador.

- Como apareceu todos aqueles homens tão rápido? pareciam estar a nossa espera ou algo assim. Isso tudo me deixa aterrorizado e não sei se podemos confiar em Xanthus. Estar aqui talvez seja o melhor lugar atualmente. Mesmo enfrentando todas essas pessoas descontentes... Acho que devemos apenas aguardar. Não há o que fazer. Não temos condução, não sabemos onde estamos. Não sabemos onde esta Rondo e mesmo se soubéssemos, acho que não seria uma boa ideia voltar...

...

Enquanto isso, Rita discursava. A face do povo eram de indiferença, como se estivessem ali apenas por sobrevivência, o que não poderia ser considerado uma inverdade.

Rita: [...] sendo assim, tomo para mim, toda a responsabilidade da segurança e regras a partir de agora. Tenho a porcentagem total de nossa raça combatente aqui e pelo que sabem, segurança é algo essencial para nossa sobrevivência. Sem segurança não poderemos cultivar e gerar nosso alimento. MAS!!! Não quero tomar essa decisão sozinha. Preciso do apoio de vocês. Preciso que acreditem em mim. O que estou prestes a anunciar aqui, desagradará a muitos, tenho certeza, mas é algo que precisamos enfrentar, então estejam de mentes abertas e não sejam preconceituosos.

Rita suspira antes de pegar uma lufada de ar e aumentar sua entonação.

- Devemos partir! - Declara. O povo finalmente ganha alguma expressão em seus rostos. Espantados e um tanto assustados, começa um burburinho. "Partir?", "Como assim partir", "O que está acontecendo?", "Partir para onde?", "Esta mulher está louca?". Rita levanta a mão para que pudesse continuar a falar e para que o barulho cessasse.

- Acham mesmo que estaremos seguros aqui? Olha o que acabou de acontecer! Fomos atacados! Devemos seguir e ir além, assim como os outros que fizeram isso. - "Mas eles estão mortos!" Gritou um do povo.

Rita: - Alguém pode  me mostrar os ossos deles então? Eles foram além e não retornaram. Existe sim a possibilidade deles terem achado algo e sobrevivido. Olhem o gado! Estão magro! olhem vocês mesmo, estão magros! Quando foi a última vez que alguém sobreviveu a alguma doença aqui? Se adocem, já está condenado.

"Isso é suicídio" - outro dispara. Rita respira e se controla para não explodir.

Rita: - Lamento, mas está decidido. A 13 está consertada. partiremos em uma semana. Não vou levar ninguém amarrado, então qualquer pessoa é livre para ficar nesse inferno. Eu irei além! A 13 suporta a todos, mesmo ficando lotada, é possível transportar a todos, então, recolham o que tiverem que recolher e daqui uma semana, venham à treze.

...

...

Rita não gostou do comentário de Chris. Sua expressão demonstrou isso. Tomou ar para retrucar mas alguém se pronunciou antes.

??: - Eu concordo.

Rita olhou para trás e deparou com um de seus homens. Por sua posição sempre próximo a Rita e notadamente, um dos influentes da tropa, o rapaz provavelmente seria uma espécie de capitão, se houvesse algum sistema de hierarquia ali.

Adam: - Meu nome é Adam. Eu organizo as tropa da Rita. - Inclinava-se levemente para os recrutas da 13. Vincent retribuía.

Rita: - Adam! O que está dizendo? Nessa semana, podemos angariar mais pessoas e...

Adam: - Rita, já temos as decisões em mãos. O povo não irá. Não adianta.

Rita ficou em silencio por um momento e se retirou para o lado. Não demorou muito e voltou decidida. Partiremos assim que possível. Amanhã já devemos estar preparados.

Rita: - Adam, juntem os homens que precisar e termine os preparativos.

Adam: - Certo!

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Pela manhã, rita aguarda em frente da 13, alguém da população. Ninguém apareceu. Praguejou e entrou. Rita ordenou a partida e a 13 levantou vôo. O vilarejo ficava para trás e Rita limpava as lágrimas antes mesmo delas escorrerem pelo rosto. A frente, somente dunas, areia por toda a parte, mas a fé daqueles ali estavam elevada.

O tempo avançava. A areia parecia eterna. Nesse momento, o vilarejo já não era mais visível. Tinham percorrido grande distância. Era possível ouvir tosses e por vezes gemidos. A vida fora de Rondo era difícil, de fato. Os dias se passaram. Rita e seus homens estavam cientes de que não seria um jornada fácil nem curta. De repente, um alarde entre os homens. Um da tripulação não reagia ao chamado. Vincent correu para averiguar e declarou: - Ele se foi... O clima pesou na 13. Alguns demonstravam nervosismo, outros desespero. Alguns medo. Os dias se avançavam e o anuncio que ninguém queria ouvir veio de Adam: - Os suprimentos acabaram. Estamos sem comida e a água não vai durar muito também. Rita praguejava e o borburinho começava a se instalar entre os sobreviventes.


- Vamos voltar!
- Vamos todos morrer!
- O que faremos agora!?

Vincent e Chris se viam em uma situação extrema. Tinham fome, tinham sede. Para onde quer que olhassem, viam apenas dunas e mais dunas. Um GPS ou Bússola não pareciam resolver nada ali, pois pareciam estar no meio do nada, indo pro nada.

Rita: Calem-se seu bostas. Não há como voltar, prosseguiremos! Mesmo se voltássemos, morreríamos sem suprimentos, voltar não é uma viagem de meia hora.

Todos estavam desgastados, fracos, famintos. Os corpos eram jogados na areia e a 13 seguia. Utilizava sistemas de vela com uma tecnologia antiga de engrenagens concertado por Chris.

- ARGHH!! - Gritou alguém em meios aos gemidos. Os dentes de Adam mastigava carne crua, enquanto o sangue jorrava do pescoço de sua vítima jogada ao chão, a jugular havia sido rompida e o sangue escorria pelo chão. Rita ao avistar a cena, incrédula, se afasta alguns passos.Rita: - Mas que porra... Adam...

Adam: - Estamos perecendo, Rita. Temos de comer. - Com uma faca, terminava de degolar o corpo. Rita corria para a borda da treze e vomitava. A tripulação se afastava da cena, Vincent também. - Não temos escolha. Venham, comam.

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