On-Game: Ela vem pela montanha, Ela vem... (Chris Rail)

1868 foi o ano em que as “estruturas” do oeste foram abaladas com o Grande Terremoto, trazendo à luz do conhecimento um novo “mineral” nunca antes visto, chamado de Rocha Fantasma. Sua maior reserva fica no Grande Labirinto localizado no litoral da Califórnia deformado pelo cataclismo, e hoje controlada por uma única pessoa: o déspota reverendo Ezekiah Grimme, líder da cidade de Lost Angeles.

Foram encontradas reservas menores em outras localidades do oeste Americano, como é o caso das Montanhas Rochosas que circundam parte da cidade de Denver, cidade em que Chris Rails havia acabado de chegar, e pretendia conseguir o lucro extra de sua viagem, além de material para seus experimentos. Ele havia desembarcado na manhã do mesmo dia (8:00h) através de um Dodge-Denver da União Azul, e tinha duas opção para voltar para Dodge City no dia seguinte: outro trem da União Azul que partirá 3:00h da manhã com misto de carga e passageiros numa locomotiva “4-4-0 8-Wheeler” ou um trem da empresa Denver-Pacífico apenas com passageiros que partirá as 23:00h em uma locomotiva “2-8-0 Consolidation”, sendo esta segunda mais moderna que a primeira, afinal não era atoa que a Smith & Robards é considerada a maior empresa de tecnologia dos Estados Unidos e donos da Companhia Denver-Pacifico.




Assim que desembarcou, fez como era de costume. Tomou um café da manhã reforçado no Gahan’s Saloon, um dos melhores estabelecimentos da cidade, e foi encontrar com Hamil Peterson, seu fornecedor de Rocha Fantasma, no início de uma trilha que sobe a montanha, um pouco afastado da cidade, porém, no horário combinado ninguém apareceu. Estava agora sentado em um tronco de árvore caído, numa pequena clareira, pensativo, e com o bolso cheio de dinheiro.


O que fazer com o pequeno carregamento de Rocha Fantasma que lhe encomendaram? Tinha nos bolsos o valor de $3,000.00  para trocar por 23kg de mercadoria. A conta era simples, Hamil vendia a pedra 15% mais barato que a mineradora local, e a taxa que as transportadoras cobravam era de 20% sobre Rocha Fantasma (estas % são referentes ao valor do livro de $200.00/kg). Além disso, a Denver-Pacífico era conhecida por ser uma empresa “neutra” na guerra das ferrovias, justamente por não mostrar interesse neste tipo de mineral, além de evitar transporta-lo, cobrando uma taxa ainda maior de 30%, caso estejam cientes do carregamento.

Testes::

Chris Rail,

       Onde será que está Hamil Peterson? Ficar aqui no ponto de encontro dando sopa é quase como pedir para cair numa armadilha. Enquanto olho em volta divido o dinheiro em locais diferentes em valores de $300 como: cueca, dentro da camisa na barriga, bolso direito dianteiro, bolso esquerdo dianteiro, bolsos nos 3 bolsos internos do paleto e $900 na mochila como se fosse o valor da compra.

Percepção, será uma armadilha este ponto de encontro?:

       Se Hamil não aparecer, será que posso ir até a mina dele? Saberia o caminho até um outro fornecedor?

Conhecimento comum, há algum caminho até algum fornecedor aqui?:

       Mas será que essa conta fecha? 23kg x 200 = $4600 e tenho $3000 no bolso. Ainda tenho que pagar 20% para o transporte, ou seja $920. Vou precisar usar de um pouco de ladinagem para levar essa mercadoria de volta. O que poderia levar de volta que desse para encobrir estes 23kg de material? Algo barato e volumoso, possivelmente fedido para que ninguém queria abrir, mas se aberto vejam e fechem. Poderia ser o corpo de um amigo para enterrar em Dodge City? Ou apenas algumas batatas azedas? Talvez um barril de bebida? O barril pode ser alvo de bebuns que queiram experimentar ou confiscar o conteúdo então não é uma boa ideia.

Conhecimento comum, o que levar?:

Para segurança do próprio minerador, tanto sua cabana como a mina não eram de fácil localização e acesso, porém, em outra oportunidade Chris seguiu Hamilton até estes locais descobrindo as localizações aproximadas. Poderia investigar o que aconteceu com ele por lá, e de fato tivesse lhe acontecido algo, poderia saquear o local se fosse uma prática aceita pelo mesmo.

Normalmente esta quantidade de Rocha Fantasma vinha em um grande saco de estopa que podia ser carregado no ombro, apesar de ser um pouco desengonçado. Uma vez que escolhia o trem de volta para Dodge, Chris se dirigia ao encarregado da Companhia e oferecia seu serviços como mecânico durante a viagem, como ele já havia feito muitas outras vezes, afinal, este era seu principal ganha pão. Então o próximo passo era esconder a saca dentro do trem por conta (escondendo em algum compartimento ou misturando em outros materiais) ou subornando alguém responsável pelos carregamentos.


Percebendo a aproximação de dois homens montados ao longe, Chris achou prudente sair do campo de visão dos sujeitos e assim o fez. Avaliou que alguém poderia ser assaltado ou assassinado ali sem nenhuma dificuldade e provavelmente sem testemunhas. Quanto ao dinheiro que carregava, este estava bem prensado em uma pequena algibeira e guardado na mochila. Por segurança espalhou o dinheiro em várias partes do corpo.
Conforme os sujeitos se aproximavam percebeu que eles procuravam por alguém. Conseguiu ouvir a conversa em tom baixo dos sujeitos, e o mais mal encarado proferiu: “Parece que chegamos adiantados, Alan.”
Enquanto desmontavam dos cavalos o outro, após escarrar fumo mascado, retrucou: “vamos esconder os cavalos por ali e aguardar, Kevin, e lembre-se o que o Sr. Smith nos disse.”
O nome Smith veio à tona como um murro em Chris. Era o líder do submundo de Denver, “Jefferson Randolph “Soapy” Smith” e aqueles dois eram os típicos capangas.

Testes::

Chris Rail,

       Mas que encrenca. Não vou conseguir me esconder e estes 2 podem acabar comigo. Que dia mais complexo. Acho que vou precisar de uma abordagem não convencional e persuadir-los. Saco minha arma e de trás de uma proteção qualquer (árvore ou rocha) enquanto miro/aponto ao que parece mais fácil de acertar digo:
       --Mãos pra cima rapazes. Sr. Smith vai querer explicações. Estamos esperando vocês.
       Pessoas assim sempre tem algum rabo preso ou dúvidas sobre o que fizeram. Espero que tenham tanto medo de Smith quanto deveriam. Será que consigo que fiquem de joelhos? Só sei que vou puxar o gatilho se não responderem direito.

Persuasão para levantarem as mãos:

Chris Rail,
A persuasão parece que está funcionando, será?

Teste adicional na persuasão:

Eles foram pegos de surpresa, principalmente com a entonação firme, com o nome do Sr. Smith e o conteúdo vago de sua fala.

O mais feioso dos dois que tinha o nariz extremamente torto e camisa vermelha levantou as mãos para cima e se ajoelhou olhando envolta a procura de outras pessoas que pudessem estar escondidas, enquanto o outro ergueu os braços para frente gesticulando “calma” para o homem que acabou de surgir e disse em tom esganiçado: “hey, amigo, não precisamos chegar às vias de fato. O Sr. Smith não quer mais que assaltemos o contrabandista de Rocha Fantasma? Pois foi a última ordem que tínhamos recebido de Bascomb Smith.”

Eles estavam de fato assustados, e pareciam receptivos às palavras de Chris Rail.

Chris Rail,

Nossa, estes caras iam me assaltar, talvez me matar e jogar para os bichos da região. Preciso resolver isso com eles. Ainda apontando a arma para eles digo:
-- Soltem os coldres ou cintos das armas devagar. Não estou aqui por vocês, o Sr. Smith pediu para acabarmos com vocês, mas eu tenho contas a acertar com ele. Vou mostrar suas armas pra ele para dizer que estão mortos como ele pediu, assim poderei chegar perto dele. Assim vocês terão uma segunda chance e eu minha vingança.
Faço um sinal simples e lento de esperar com minha mão livre como se houvessem pessoas atrás deles.

As palavras e gestos eram convincentes o suficiente para os dois capangas. Estes eram estúpidos o suficiente para caírem na lábia, mas não corajosos a ponto de arriscarem as vidas. Eles fizeram como ordenado, desafivelaram os coldres e os arremessaram para longe, crente que estavam cercados.

Alan que era o mais esperto dos dois questionou: “hey, amigo, por que o Sr. Smith nos quer mortos? Nós pegamos um pouco além das porcentagens dos assaltos? É verdade, mas ele sempre recebe uma boa quantia.”
Kevin continuava a procurar pelas outras armas supostamente apontadas para eles.

Chris pegou os revolveres neste meio tempo. Quanto tempo mais ele teria antes de sua farsa ser revelada, ou conseguiria mantê-la? As próximas palavras farão toda a diferença.

Chris Ka,

       Ainda apontando a arma para os 2 digo:
       -- Perguntei se tinha que recuperar algo com vocês, mas ele disse que sabem demais, portanto não fiz mais perguntas. Agora sumam, recomendo irem para o México. Vou contar até 30, 1, 2, 3,... Aumento o tom da voz para contagem. Sigo com a contagem até o 30 no caso de precisar atirar perto do 10.

       Espero até que eles vão embora e penso entre esconder-me para aguardar Hamilton ou ir até a direção da mina. Preciso encontrar o Hamilton logo e dar o fora. Consulto o relógio para ver o quanto ele está atrasado. Se está muito atrasado vou até a direção em que acho que fica a mina por 5 minutos e não encontrar nada no caminho retorno num total de 10 minutos longe do local de encontro. Se ainda não deu o horário vou esconder-me para ficar de tocaia. De qualquer maneira preciso ficar mais atento pois os dois podem resolver voltar.

       Vou precisar combinar algo com o Hamilton diferente e avisar que o Sr. Smith sabe do ponto de encontro. Talvez fosse bom até ele dizer que foi assaltado para tirar o calor de seus ombros.

Se livrar deles logo era uma ótima opção. Eles vão em direção aos cavalos, montam e seguem aparentemente para a cidade. Suas armas e coldres permanecem no chão. Chris segue alguns minutos montanha acima, e então retorna. O horário já havia se esgotado e uma ansiedade crescia em Rail. Certamente aconteceu alguma coisa com Hamil. Quão próximo eles eram?

Pelos cálculos de Chris, o caminho íngreme e tortuoso até a cabana tem aproximadamente 6Km quase todo a pé, enquanto do ponto de encontro até a cidade são 10Km à cavalo. Seu relógio marcava 9:45h, e o sol começava a ganhar força melhorando o clima de outono da região (17º graus).

Sabia de rumores de outro fornecedor além da grande mineradora da região. Acreditava que eram alguns Sioux da região, mas provavelmente teria que conseguir mais informações na cidade.

Testes::

Chris Rail,

       Vou pegar os coldres e armas deles, no pior dos casos terei armas extras carregadas. Dou uma conferida nas balas e visto os coldres. Se Hamilton não apareceu tenho que ir procurá-lo pois o dinheiro fala alto no meu coração. Conheço Hamilton faz alguns anos, somos da mesma cidade e a gente acaba conhecendo as pessoas. No entanto não somos amigos de conhecer a casa um do outro. Já demos risadas juntos e sabia que ele trabalhava com mineração. Quando apareceu a oportunidade, ele precisava de alguém confiável e eu do material. Já fizemos estas operações algumas vezes, pelo jeito vezes o suficiente para mais pessoas saberem do nosso ponto de encontro. Sei que ele se preocupa comigo da mesma forma que eu por ele, é um negócio lucrativo sermos amigos e preservamos nossa situação.
        Agora a curiosidade de saber o que aconteceu com ele é que vai acabar comigo. Vou tentar seguir pela trilha mas sem pressa, haviam bandidos lá atrás e preciso ser cauteloso. Observarei se estou sendo seguido ou até observado por alguém de tocaia na montanha. Deixarei a arma no coldre para caso eu tropece ela não caia. Haveria um galho longo para usar como apoio durante o caminho ou não era necessário?

subir a montanha:

Na última vez que esteve com Hamilton a quase duas semanas atrás, o encontro foi rápido, e Chris se lembrava agora que o amigo parecia um pouco febril e assustado, mas tudo havia corrido como de costume.

Devido ao vínculo que possuía e sua enorme curiosidade, sentiu-se impelido a investigar o que havia acontecido. Tomou cuidado de olhar várias vezes para trás confirmando que não estava sendo seguido.

Apesar de já ter ido até a cabana, havia caminhado por aquela montanha apenas uma vez, e as trilhas não pareciam exatamente como na outra oportunidade. Aparentemente havia pegado um caminho mais longo e difícil sem querer, com trilhas mais íngremes e sinuosas perfazendo um tempo total de percurso de 1:40h (meia hora a mais que o esperado).

Já com uma vista privilegiada dos arredores, Chris continuou beirando a escarpa da montanha que possuía uma trilha estreita, até que encontrou, incrustada no paredão, a pequena casa de minerador.

As portas e janelas estavam todas trancadas por dentro e ninguém atendeu aos chamados.

Chris Ka,

       Só falta o cara ter morrido por uma doença, dou uma cheirada mais perto da porta e da janela para buscar por algum odor de carne podre, mas aproveito para olhar para dentro da casa. No entanto sempre repito enquanto estou por ali numa voz em tom normal:
       -- Hamilton, é o Chris Ka, você está ai? Estou preocupado com você. Cadê você meu amigo? Assim vou ter que arrombar a porta ou a janela.
       Bebo um pouco da água em meu cantil enquanto repito minhas perguntas por Hamilton. Na falta de uma resposta verbal vou usar meus truques de ladinagem e usar as gazuas para abrir o que me parece mais fácil entre a porta ou a janela. A janela me parece a melhor opção pois se morasse numa cabana assim colocaria uma armadilha na porta.

Ladinagem:

Se conseguir abrir, vou deixar ventilar um pouco o local antes de entrar e observar o interior. Vai que ele pegou uma cólera então preciso tomar cuidado onde colocar as mãos para não pegar nenhuma doença.

Não obteve nenhuma resposta e nem sucesso na tentativa de abrir a janela. Aquela fechadura parecia enferrujada e aparentemente uma vigota de madeira servia como uma segunda tranca na janela. Teria que tentar outra entrada.

Testes::

Chris Rail

Testes:

Adicional de ladinagem
Christiano Keller efetuou 1 lançamento(s) de dados (d6.) :

4

Após a primeira tentativa de adentrar o local ele rodiou a casa evitando a porta e experimentou a próxima janela. Apesar de também estar enferrujada e magistralmente venceu a fechadura com sua gazua numa rapidez que nem ele imaginava ser possível.

Com a janela destrancada e a palma de sua mão em uma das pranchas de madeira, ele ouve o barulho abafado do cão de uma arma sendo puxado, na verdade dois clicks quase simultâneos.

Tinha certeza que havia alguém ali dentro, e que chumbo voaria por aquela janela assim que fosse aberta.

Testes::

Chris Rail,

Ao ouvir o barulho dos clicks me afasto da janela até o canto da casa mais próximo buscando proteção, olho para os lados buscando ver por onde sairá a pessoa e digo gritando:
-- Quem está ai? O que houve com o meu amigo Hamilton?
Será que as balas atravessam estas paredes? Será que precisarei de minha arma? Levo minha mão até minha arma e se puder, saco. A adrenalina está alta, os sentidos aguçados, o calor não está tão forte mas o suor talvez do momento está escorrendo pelo meu rosto.

- Vá embora, seu demônio. Você não vai levar minha alma. Ahhhh! – anuncia uma voz esganiçada e desesperada enquanto efetua um disparo contra a janela. Esta abre violentamente as duas folhas enquanto pedaços de madeira voam do buraco que se formou.

Parecia ser a voz do próprio Hamilton, porém desfigurada de medo. A arma de Chris estava em punho e as paredes da cabana eram de pedra.

Chris Rail,

-- Hamilton, é Chris, seu amigo. Você bebeu? Combinamos a compra da rocha pra hoje. Acho que está de ressaca. Além do mais todos sabem que demônios não gostam da luz e estou aqui fora na luz enquanto você está ai nas sombras. Será que ele está com problemas religiosos? Talvez uma oração possa ajudar a persuadi-lo a ver a realidade? Repita comigo como quando éramos pequenos na igreja: santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, me governa me ilumina, amém.

Persuasão: