Dia de treino

OFF:

Tirel ficou impressionada com a semelhança entre a aparência de Kapitulina e sua gêmea. Olhando ao redor, viu que havia ótimos cavalos naquele estábulo, incluindo as éguas da gêmea de Kapitulina e Harin, a qual também usava uma bela armadura.

Harin escreveu:- E o que a "Campeã do Mercado das Almas" precisa? - Tirel se mostra um pouco insegura por apenas breves minutos. - Não adianta querer falar reservadamente perto de Desdêmona, as duas se comunicam à distância de mais de oitenta quilômetros, nem mesmo uma delas consegue manter segredo para a outra.

- Bem, Mestre Harin, ela me disse que o senhor saberia como posso adquirir liônio e sais de berílio para um item especial que ela me encomendou. - Tirel não precisava mencionar a espada, afinal. - Ah, mas que indelicadeza a minha, sou artesã de armas Akvlandanas. - ela completa.

KA

A manhã com o caçador de demônios foi interessante, até certo ponto uma aula de valor. Era possível perceber uma abordagem diferente da que Ka executava. Aquele anjo comentou sobre a roupa também e não havia entendido direito o que ele queria dizer. Realmente Ka precisava mudar sua vida, precisava de um lugar para guardar suas coisas, trocar a armadura e treinar. Estes eram seus objetivos e para realizar isto só via uma forma, dinheiro, muito dinheiro. Um sentimento de ambição crescia dentro de Ka após a conversa com Teobald Kelan, caçador de demônios, que por alguma razão se apresentou como Êlane.

Na Torre do Alquimista a conversa com a diaba foi explicativa e com poucos frutos, precisava comprar uma receita para uma nova armadura porém não sabia o que deveria ter, então não conseguiria resultados ali. A frustração e a raiva por não conseguir executar a magia já estavam presentes, ainda agora era mais uma gota num balde cheio. Porém isso fez sentido, o "centro" como Teobald disse e os sentimentos que os outros também comentaram. Estes pensamentos estavam atrapalhando seu desenvolvimento na mana Branca, porém eles eram importantes para a mana Vermelha, haveriam outros para a mana verde. Seria necessário um ponto de equilíbrio, uma descoberta de como transitar entre um estado e outro.
Agora já que o templo de Piro estava ao lado, aproveitaria a visita e perguntaria se alguém lá poderia ensinar-me algo sobre a mana vermelha. Talvez os metais que interajam melhor ou outra informação relevante. Se for o caso, até confirmaria horários das celebrações. Certamente não falaria nada sobre a ICB. Se conseguisse descobrir algo sobre o mana vermelho certamente usaria para fazer uma armadura ou ferramenta nova. Talvez até um produto vendável pois precisava de dinheiro.

Após ouvir a explicação do Bispo, Nergal apenas acena com a cabeça compreendendo como era improvável realmente encontrar alguma resposta para a sua intuição.

Ele agradece pelo tempo que o Bispo havia dispensado para ele e sai a procura de sua mestra de magia branca.

Niréia escreveu:- Quando se desperta o dom, nossa aura reage a qualquer coisa que interfira nela. Isto acontece até com os quietos, embora neles a percepção é 100% instintiva. Isto pode ser treinado, embora esteja na parte mais passiva da magia, e portanto a mais difícil de ser treinada. Outro problema é que, aqui em Dafodil TUDO pode ser considerado hostil para sua aura, até mesmo ondas de energia residual que poluem o ar imperceptivelmente e são resultado do "lixo" energético de toda a cidade. Isto já me deu dor de cabeça às vezes, e a Níron mais ainda.

Eu suponho que, como wanamko, isto pode lhe atingir de forma maior. Mas nunca trabalhei com nenhum wanamko antes e tudo que posso dizer é muita suposição mesmo. Tente me dizer, com o maior tipo de detalhe que puder, precisamente qual foi a sensação que teve.

Nergal para por um momento e reflete sobre tudo o que aconteceu.

- Mestra Niréia, eu estava no herbanário que Josan havia me indicado, lá conheci e conversei com um ferreiro que procurava por meios de poder se harmonizar com a mana branca, além da vermelha e verde. Depois de comprar o que precisava, quando saí da loja, senti uma presença hostil me observando, como se estivesse me seguindo ou preparando uma tocaia. 

O anjo para um momento e pensa mais um pouco.


- Fazem alguns dias e eu em treinamento com Tinaffe e pelo o que ela me disse eu fiz um desdobramento e acabei sendo puxado para os domínios de Hades, lá eu fui identificado e acredito que eles devam querer me encontrar e aprisionar. Eu acredito que tanto eu quanto Nadhul estejamos em perigo devido nossas habilidades e com a cerimônia no Templo de Piro acredito que tenha servido para acabar com as suspeitas e criar certezas. Afinal um anjo que molda mana negra e um demônio que molda mana branco são seres únicos. E podem ser armas poderosas para o lado que eles se filiem. Infelizmente acho que minha rota de fuga fora bem sucedida e meu perseguidor não me acompanhou, e desta forma não conseguiria mudar o jogo de perseguido a perseguidor, mas não quis pagar para ver pois estava sozinho.

NADHULL

Nasha não parece muito satisfeita quando Nadhull fala de infundir sua energia em outras escravas. Demônios não eram de se apegar, mas costumavam ser possessivos (tudo para mim, nada para você, não é à toa que relacionamentos demoníacos tendem a dar merda). Ela não diz nada, mas Nadhull consegue perceber uma leve irritação em seu rosto.

- Mm, tudo bem, depois pensaremos nas melhores formas de garimpar o que esta cidade tiver a oferecer, e depois, quem sabe? Talvez garimpar terras mais férteis, ou criar nossa própria versão das Torres Negras*, mas certamente não num lugar tão idiota como este.

*Torres de Cristal Negro ou só Torres Negras, um lugar não muito longe de Dafodil onde ficam três enormes e disformes torres de um material estranho que parece cristal (mas certamente é mais estranho que isto) em volta delas grandes muralhas cercam uma cidade (ou fortaleza) controlada por seguidores de Ades. O lugar é evitado mesmo por demônios poderosos e cercada de boatos, entre eles o mais comum é que o próprio Ades tem seu trono lá e de que as torres são evitadas até pelos Gran-Elementais e deuses, que Ades conseguiu construir lá a única "coisa" capaz de derrotar deuses e que as Torres Negras ligam o Plano Material aos Círculos Infernais controlando interesses nos dois planos.

Nasha se levanta e veste-se, dizendo que voltaria em três horas para lhes apresentar um pouco da cidade, caso até lá você estivesse disposto a passear. Pouco depois dela sair, Nadhull verifica novamente a porta. Desta vez a porta estava aberta (descuido, boa-fé ou armadilha?) e dava para um corredor longo, toda estrutura era feita de madeira de boa qualidade e dava para ter uma ideia de que a casa onde estavam deveria ser mesmo grande para ter um corredor daqueles.

Haviam três portas no corredor, três delas trancadas, a mais próxima do lado esquerdo dava para outra sala pequena (2,5 X 3 m) onde havia apenas um pequeno banco de madeira para dois, alguns vasos com plantas e uma janela de vidro fixa. Pela janela dava para ser ver alguns morros e o Rio da Serpente, pela posição Nadhull calcula que estava no lago da Necrópole. Não dava para ver o porto principal, então deveria ser também uma parte mais ao sul da cidade. A janela certamente feita para dar uma visão da parte menos ruim da cidade (não haviam janelas no corredor), talvez fosse um lugar da casa agradável para se pensar ou meditar, caso não se fosse um prisioneiro ali.

Poucos minutos depois uma diaba entra no quarto, trazendo uma bandeja com duas garrafas, Nadhull calcula que ela deve ter entrado pela porta mais distante a direita, e que esta deve ter sido novamente trancada assim que a escrava entrou (lembrando que diabas tem Q.I. mais baixo que súcubos).



- Gostaria de vinho, ou licor?

Ela usava um vestido simples, amarelo tipo tomara-que-caia e tinha correntes no pescoço e punho. Na corrente que ela usava estava escrito "Dakkzui", Nadhull não sabe que dialeto era, mas em Moloke "Dakkzär" era o nome de Ĵevurá, uma das cidades grandes de Fajr-Regno.

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TIREL

O meio-demônio escuta o pedido de Tirel.

- Uma artesã de armas... É, a Campeã gosta de armas de qualidade... - Ele apenas pondera, quando Desdêmona intromete.

- Pelo jeito minha irmã  conseguiu quebrar a Sussurro Esmeralda. - A voz também era igual de Kapitulina, porém mais fria. Falava com Ĥarim como se ele não representasse nada. Mas ele não parece se importar.

- E eu deviria saber o que é esta Sussurro Esmeralda?

- É uma espada da nobreza de Akvlando que alguém emprestou diplomaticamente à Kapitulina. Aparentemente tem uma lâmina bem difícil de se quebrar.

- EMPRESTARAM uma ESPADA para Kapitulina? (ele ri) Este povo de Akvlando é meio estranho, e pelo jeito meio druzu também. É a primeira vez que escuto alguém falar de emprestar uma arma. Estes humanos são estranhos. - Ele então volta a atenção para Tirel. - Bom, ela quer sais de berílio? E que tipo de sal ela gostaria?

Esta era uma boa pergunta, uma a qual Tirel deviria ter antecipado, afinal um sulfito, sulfato e sulfeto poderiam ser bem diferentes dependendo de como se usassem, apesar de que, em tintura Tirel arriscaria mais que o ideal deviria ser um iodeto ou nitrato, mas não tinha certeza ainda, portanto acaba tendo que falar a verdade.

- Acho que teria de fazer alguns testes para descobrir a composição exata.

- Bem... Sempre temos o relativamente diversificado acervo de sais na Torre do Alquimista. Nem sempre em grande quantidade... Para Kapitulina eu poderia fazer um certo esforço para conseguir algumas amostras, mas não sei o quanto seria suficiente para testes de tentativa-e-erro. Já o liônio é mais complicado. A menos que alguém esteja fazendo alguma experiência específica no momento, acredito que só deve ser encontrado no mercado negro, se der sorte. (pausa) Por uma grande coincidência, o ferreiro que me preparou a armadura que estou ainda testando parece que usou exatamente o mesmo metal recentemente.

algumas opções:

Ĥarim ainda comenta que, se Kapitulina soubesse que a irmã estava próxima ao templo, você nem precisaria ter ido lá. Desdêmona fecha os olhos, parando o que estava fazendo por breves segundos.

- Kapitulina no momento está ocupada com um humano.

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KA

O templo de Piro era um dos mais frequentados de Dafodil, e Ka suspeitava (não sem motivo) que não era apenas por motivos religiosos. Talvez até mesmo ele já tenha entrado em parte do templo alguma vez, embora até então não tenha tido motivo para fazer isto com frequência.

No pátio haviam muitas tendas e barracas montadas, onde doentes e estropiados dos mais diversos tipos iam implorar ajuda. Ka não procura calcular quantos seriam, mas eram muitos. Nas manhãs muitos mendigos faziam fila no templo esperando um prato de sopa, frequentemente não dava para todos, mas todos os dias tinha fila.

O templo fazia três chamados principais, onde os didgeridoos podiam ser ouvidos de longe, o primeiro ao amanhecer (podia variar das 5:00 às 7:00 conforme estação do ano), o segundo pouco antes do meio-dia (ou em alguns casos, exatamente ao meio-dia) e o terceiro por volta das 21:00 ou 22:00. Estes eram os horários das principais atividades.

Enquanto os templos das deusas-mães tinham mais movimento na Iniciadora, o culto principal no templo de Piro era no Dia dos Deuses (sexto dia da semana) e aumentava mais no mês da Aranha (vocês estão no mês da Sereia). Apesar disto o templo parecia ter movimento em todo e qualquer momento.

Ka tem que deixar o martelo e a armadura na primeira ante-sala do templo, haviam mais uma dezena de armas ali. Ironicamente ele poderia ficar com o elmo, mas tinha perdido o seu no mercado negro, os seguranças dizem que era porque o templo tinha uma parte sendo reformada e havia risco de coisas caírem, por isto estavam deixando entrar com elmo. A parte que está sendo reconstruída é a 6 no mapa, tem várias pessoas ajudando, profissionais ou voluntários.

Spoiler:

Dentro do templo, independente de ser ou não a primeira vez que observava, era impressionante a quantidade de obras de arte que havia lá dentro. Pinturas e vitrais, esculturas e objetos sacros dispostos em cada canto. Alguns lugares pareciam mais um museu do que templo. Vários momentos gloriosos ou trágicos de Piro e seus seguidores eram retratados. Haviam imagens de humanos e demônios, centauros e anjos, embora bem menos de anjos. Até um quadro que parecia ser da deusa Jara, embora com traços mais suaves do oriente de Ajros (embora poderia ser apenas imagem de uma maga ou sacerdotisa, afinal o que imagem de outra deusa faria no templo de Piro?)

Spoiler:

Havia uma biblioteca no templo. Ka não podia "espiar" os livros um a um, mas caso entre na biblioteca, tem um demônio lá que perguntará o que procura.

Spoiler:

Há também alguns que parecem espiritualistas, humanos ou demônios. (off: se for abordar um ou uma, escolha entre humanos ou demônios, se quiser pode até mandar uma imagem, ou só descrever mesmo.)

Ka fica um tempo observando o lugar, não era o único que parecia admirado com tudo aquilo; O templo era grande e várias pessoas andavam pelos corredores e diversas direções, a maioria sabendo onde ia, mas tinha outros que como Ka pareciam meio erráticos, apesar disto o templo estava longe de estar cheio. Ainda não deram o segundo chamado do templo.

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NERGAL

Niréia escuta o relato de Nergal, questionando detalhes do tal desdobramento, ela fica impressionada com esta parte.

- Isto é fascinante! Mesmo que tudo que disse seja mais da alçada dos espiritualistas que minha. - Ela pára para pensar por um bom tempo. - Como eu disse, o primeiro passo seria buscar refinar técnicas de percepção. Os dois primeiros problemas são que por enquanto boa parte de sua energia deve estar exaurida e que o ambiente aqui na cidade também não ajuda. O ideal seria procurar uma vila com ambiente mais "limpo", mas isto nos tomaria três, quatro dias no mínimo. Poderíamos procurar um lugar também no deserto ou talvez no sul da cidade, que não é tão bom, mas tem uma atmosfera pouco menos saturada de mana negra, já que os exilados de Ajros costumam ser despejados naquela região. Eu porém não tenho muitos contatos fortes com pessoas da região sul. Poderíamos ir atrás de pessoas que poderiam conhecer pessoas.

Niréia termina de fazer sua compra, ela estava atrás de um pêndulo de quartzo rosa com um certo tipo específico de equilíbrio para algum certo tipo específico de exercício de meditação. Depois de verificar várias pedras, escolhe uma que a lapidação parece atender-lhe, e guarda a gema no sutiã.

Vocês podem escolher sair para procurar pessoas ou para procurar um lugar; Pode também fazer sua busca por conta própria, enquanto espera que ela faça a dela; Pode ir acompanha-la na procura ou pedir que ela o acompanhe na sua. Caso tenha outra ideia que gostaria de pedir ou perguntar a ela antes de irem procurar estas condições para treino, pode sugerir.

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off: Além da faculdade que está comendo o resto do meu juízo, a TI do meu trabalho tinha bloqueado o acesso ao Nova Era. Por isso não estava postando. Hoje consegui uma brecha.

Tudo bem, também estou em falta com o pessoal, ando me arrastando estes dias, fico horas olhando o pc mas não escrevo nada. Este post mesmo comecei escrever sexta. Tem dias que me dá vontade de não chegar aos 40, e já estou com 39.

Nergal acompanha Nireia em sua compra prestando atenção nas observações que ela fazia enquanto escolhia as pedras. Enqianto isso ele pensava em qual caminho seguiria. Então ele lembra do estranho armeiro que conhecera naquela manhã.

- Mestra Nireia, eu conheci um homem hoje que desejava aprender a manipular magia branca. E falava ter afinidade com mais dois elementos, vermelho e verde... Ele buscava encinamentos na Igreja do Cisne Branco, talvez ele possa nos ajudar com o lugar para o treino, conquanto ajudassemos a ele com a técnica para manipular mana branco.

Nergal observa Nireia e complementa.

- Ele trabalha numa loja de armas e armaduras que podem ser encantadas. Ele me disse onde era a tal loja, podemos ir até lá. O que acha?

Tirel observa a conversa de Mestre Harin com a gêmea de Kapitulina. Ninguém estava perguntando nada a ela, então preferiu nem confirmar nem desmentir a história sobre a espada. Apenas ficou calada até Mestre Harin perguntar que tipo de sais Tirel queria.

- Mestre Harin, gostaria de levar algumas amostras de sais que o senhor tiver disponível. Gostaria de levar o kit mais completo que tiver. Se houver um custo, estarei disposta a pagar. Quanto ao liônio, por favor, me diga o nome desse ferreiro e onde posso encontrá-lo. E uma última gentileza... daqui a alguns dias poderia vir à Torre do Alquimista observar o trabalho de algum dos que lá trabalham a fim de aprender um pouco mais sobre o trabalho com sais? Farei meus testes em particular, mas gostaria de saber se seria bem-vinda para acompanhar algum dos alquimistas para obter mais conhecimento.

OFF:

KA

        Fazia algum tempo que não vinha ao templo de Piro, depois de frequentar a ICB, não havia vindo mais aqui. O local estava passando por uma grande reforma, certamente algo diferente havia acontecido ali. Talvez uma explosão mágica e subsequente desmoronamento de parte da construção. Depois anotaria as informações sobre os horários e dias de celebrações no templo para não esquecer. Piro, um deus nascido de uma deusa e que participou de um grande conflito era a melhor forma de resumir tudo bem rápido. Eram muitos detalhes sobre Piro, porém o desejo presente ali não era por história, mas sim em como ativar a mana vermelha ou encontrar materiais que reajam melhor com a mana vermelha.
        Entre todos os vitrais ou imagens tento observar as vestes dos retratados, se estão com armaduras ou com roupas leves da forma como o anjo e Êlane retrataram o uso da magia. Era uma informação mental que gostaria de guardar para momentos futuros.

       Tenho uma sensação de que estão pensando em mim quando entro na biblioteca do templo. Ao observar o demônio com cara de indagação sobre o que eu estaria fazendo ali, digo:
       -- Excelência, parece que é o mais inteligente presente aqui e então creio que é o responsável pela biblioteca. Procuro por informações sobre mana vermelha, como despertar ou como fazer com que flua melhor com quais materiais. Com uma pequena puxada de saco ele certamente não gostaria passar por outro não tão inteligente e assim espero que informe onde estão os livros que procuro.

NERGAL

- Um dominador trino? Isto não acontece desde a Era dos Magos! Será que ele não está apenas se gabando? Vocês, machos, tem mania de aumentar suas importâncias. (risinho, depois pausa) Mm, dominadores rubro-verdes já são raros, a genética, a fé e o ambiente estão contra eles. Se tal homem existe, e não for um charlatão, seria interessante conhecê-lo. Pessoalmente, se eu tivesse os dons citados, acharia mais fácil procurar a Escola Atemense ou Yüksek Kan do que a Igreja Cisne Branco.

Nergal tenta lembrar do diálogo que teve com Ka e resumir para Niréia. Ela ri.

- Como imaginei. Ele QUER ACREDITAR que é capaz de dominar tantos dons. Um sonho comum da maioria das crianças. Os primeiros sinais do despertar de um dom podem ser confusos, e não é raro um neófito acreditar que possui dons diferentes do que está despertando. Creio que este ferreiro está apenas se iludindo, mas não precisamos desanimá-lo. Caso ele acredite mesmo que tem este potencial, deixe pensar que é sério. Caso ele esteja mesmo despertando algum dom, é bom que tenha entusiasmo para desenvolve-lo, e confrontá-lo com a quase impossibilidade dele desenvolver tantos dons poderia prejudicar até o verdadeiro potencial dele. Seja como for, fiquei curiosa.

Os dois vão até o endereço que Ka tinha explicado ao anjo, ficava mais no meio da cidade, próxima a uma área de minas e favelões. Não era uma área agradável da cidade, mas quase nenhuma era.



A forja era relativamente grande se comparada com outras oficinas, mas não muito. Também não era das mais bagunçadas, embora houvessem restolhos metálicos em cada canto. Um homem alto e forte observa os dois, sorri para Niréia, mas parece ficar breves minutos analisando ambos antes de falar alguma coisa.



- Ora! Que os deuses nos ajudem! Sou Ricardo, e obviamente os dois não são clientes comuns, vê-se de longe. Em que poderia ajudar o casal?

Ricardo demonstrava um certo grau de auto-confiança, isto era algo que destacava em Dafodil. Ele nem parecia deslumbrado demais, nem mostrava um ar de medo, muito comum nos humanos normais dali. Sorria para Niréia e talvez pensasse em fazer alguns gracejos, se ela não tivesse acompanhada. Nergal é direto e pergunta sobre Ka, Ricardo confirma que ele trabalha ali, mas não estava no momento e que não sabia onde teria ido nem quanto tempo demoraria.

- Se for algum trabalho especial, pode falar comigo mesmo. Somos uma equipe e trabalhamos juntos. Fizemos até um trabalho importante recentemente para um figurão da Torre do Alquimista. Mas se for só com Ka, ele não costuma ficar muito tempo fora, quando não estamos empenhados em algo. Suponho que voltará no máximo perto da hora do almoço.

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TIREL

Ĥarim não parece achar interessante a pergunta sobre acompanhar o trabalho dos alquimistas; Tirel nem precisava ser muito inteligente para perceber que, se não fosse por estar trabalhando para Kapitulina, a resposta seria um grande, redondo e seco "NÃO".

- Não temos instrutores na Torre. Posso sondar quais dos alquimistas estariam interessados em fazer um favor especial em nome da Campeã do Mercado das Almas...

Ele olha para a demônio, como se fosse uma pergunta não feita. Desdêmona não demonstra importar-se nem para dar de ombros:

- Não tenho tempo para arrumar problemas de minha irmã.

-...Alguns alquimistas podem demonstrar interesse em ajudar uma heroína da Corte, mas os horários dos trabalhadores da Torre nunca são uma coisa muito fixa: alguns pode ficar disponíveis de uma hora para outra, outros podem se fechar em seus trabalhos por dias a fio... você teria de dar sorte para estar por perto se ou quando um deles estive disponível.

Pelo visto, aquilo seria o máximo que Tirel conseguiria dele por enquanto. Quanto o ferreiro, Ĥarim diz não se lembrar do nome dele, mas passa o endereço perto das minas e galerias. Tirel conhecia a região, negociara nas galerias algumas vezes, era um lugar relativamente bom para quem precisava de matérias primas baratas e para um comerciante experiente poderia ser até um lugar agradável (levando em conta o resto da cidade) caso estivesse lidando com comércio de miudezas. Já para um comerciante inexperiente, aquilo poderia ser uma ratoeira: cheio de espertinhos querendo empurrar produtos duvidosos, trombadinhas dispostos a furtar bolsas e outros chatos com mania de passar a mão na bunda de mulheres desacompanhadas. (É o mesmo mapa do Nergal acima)

Ĥarim deixa Tirel sozinha com Desdêmona enquanto vai providenciar os kits, ele aproveita para ir montado na égua com sua sela nova. Haviam outros dois tratadores no estábulo, mas não se aproximavam muito da égua de Desdêmona. Não era totalmente incomum um ou outro privilegiado fazer questão de cuidar de seus cavalos pessoalmente. Alguns animais custavam o preço de uma casa, e alguns donos cuidavam deles melhor do que dos próprios filhos.

A espera não é muito longa (menos de 20min), Ĥarim trás algumas dezenas de pequenos embrulhos.

- Sabe ler, não é? Preciso dizer para não por nada disto na boca?

Tirel vê as marcas e letras nos pacotes, a maioria não tinha escrito claramente o que continha, só anotações como BeN3/2 ou BeO. Felizmente Tirel tinha conhecimento suficiente para entender 95% deles. A pergunta de Ĥarim é retórica, talvez parte da antipatia natural dos demônios com o sarcasmo treinado dos adeptos de Piro, mas um inexperiente poderia mesmo fazer besteira se não soubesse ler ou manipular aqueles sais da forma certa.

Normalmente Tirel prefere ir naquela parte da cidade com o irmão, mas resolve ir direto para a forja indicada, pois ia demorar descer até o sul e depois voltar. Chegando perto do destino, uma coincidência: o anjo também tinha ido à mesma oficina. As asas negras dele davam para ser vistas antes de entrar na oficina, de fato não era discreto.

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KA

"Entre todos os vitrais ou imagens tento observar as vestes dos retratados, se estão com armaduras ou com roupas leves da forma como o anjo e Êlane retrataram o uso da magia. Era uma informação mental que gostaria de guardar para momentos futuros."

Isto seria percepção focada, caso queira rolar em outra situação parecida futuramente. Tirei 8 e 2 nesta.

As imagens são bem diferentes, iam desde guerreiros com armaduras pesadíssimas até íncubos e súcubos que não vestiam muita coisa. Havia um número menor de anjos, e estes estavam basicamente de túnicas longas, apenas um quadro mostrava cinco deles com um peitoral de escamas, tipo tinha visto com Nergal.

Os íncubos e súcubos, como dito, usavam pouca roupa, e preferiam carregar escudos do que armaduras pesadas. Também nota que não usavam luvas, embora muitos usassem braceletes e proteção nos ombros. Muitos demônios usavam botas pesadas também,

Ka percebe que nem todos pintados eram dominadores de fogo, haviam magos de outros elementos ali. Tentando se focar só nos que pareciam mais obviamente magos, Ka percebe que apesar da diferença, não usar luvas parecia um dos poucos consensos. Havia de fato um número maior usando roupas de pano ou couro. Alguns magos usavam elmo com chifres (típico de seguidores de Piro) mas deixavam os braços desprotegidos.

Não foi tão difícil achar a biblioteca, apesar do templo ser enorme. Ao falar com o bibliotecário este diz:

- Temos muitos livros sobre mana vermelha, procura algo do nível dos paracíkuras, nível dos aduls, intermediário ou algo nível dos punhos de fogo? - Ele não parece ter se influenciado com a puxada de saco, e ainda percebe o tom de voz "suave" típico dos humanos (o moloke é um idioma mais gutural, mesmo falando bem, não são todos humanos que imitam bem o jeito demoníaco de falar) - Sabe ler em Moloke, Tareno e Badu?

- Só Moloke, mas se tiver algo em Esperanto eu prefiro! E queria algo mais iniciante (Ka não faz a menor ideia do que significa paracíkura), tipo primeiros passos para quem despertou o dom a pouco...

(bufa) - Nível ameba então! - Ele pega dois livros, um em Esperanto, outro Moloke. - É o seguinte, ameba, pode ler e fazer anotações, mas não pode tirá-los daqui. - Ele entrega uma folha de papiro de carvão para escrita. - A primeira folha é de graça, se quiser traga seu próprio material, ou pode comprar algumas folhas a mais. Se rasgar qualquer página faremos você copiá-la. Embaixo do chicote, se preciso. Há algumas anotações que um ou outro neófito deixa por aqui, estas você pode verificar a vontade. - Ele mostra com o dedo uma estante com dezenas de folhas soltas, pergaminhos e papiros.

Para poder levar algum livro, Ka deveria possuir documentos próprios do templo, o que começava em achar alguém que aceitasse sua filiação. Também havia uma série de burocracias quando se queria pesquisar livros mais avançados.

KA,

-- Obrigado pelas informações, vou ler e fazer anotações. Agradeço ao bibliotecário e vou até uma mesa próxima para fazer anotações. Preciso voltar antes do almoço para a forja e o tempo urge.
Com os livros em mãos procuro o índice ou sumário dos dois para tentar achar alguma referência inicial. Leio uma ou duas páginas de cada para escolher um deles, o com linguajar mais fácil para meu entendimento. Folheio então as páginas em busca de alguma informação sobre o início ou despertar do poder. Faço algumas anotações sobre o que encontro, confirmações sobre o que já vi como: não usam luvas, momentos de necessidade de lutar pela vida ou não, algum metal e o nome do livro para poder consultar novamente. Guardo junto com minhas anotações sobre metais.
O tempo passa rápido mas estava atento, precisava voltar ao trabalho, não havia almoço gratis e não estava procurando por clientes.
Retorno os livros para o bibliotecário:
-- Aqui estão os livros, era o que estava procurando mesmo. Retornarei em outro momento para estudar mais, trabalho na forja como ferreiro então há interesse sobre o fogo.

Ao retornar para a forja pouco antes do almoço já posso ver as asas de um anjo de longe, deve ser do NERGAL já que não haviam assim muitos anjos espalhados pela cidade. Aperto o passo e passo apressado ao lado de uma linda moça de pele morena, cabelos castanhos escuros longos e lisos (TIREL). O barulho dos passos apressados e a armadura balançando chamam a atenção de todos no caminho até a entrada da forja. Quando reconheço as pessoas na entrada, aceno com a mão direita livre.

Nergal ao ouvir que o ferreiro que ele conhecera estava fora mas que voltaria próximo ao horário do almoço, olha para a mestra que o acompanhava.

- Nireia, o que acha de aguardar um pouco? Eu vou aproveitar para tirar uma dúvida sobre minha armadura com o Ricardo e é bom que esteja aqui pois poderá me ajudar também.

Ele se vira para o homem que mais parecia um portão de aço.

- Ricardo, eu estou a procura de uma armadura que seja feita com escamas como as escamas de peixe de um material leve para o vôo. O outro ferreiro me deu a entender que aqui eu conseguiria armas e armaduras de materiais ou com maior familiaridade com poderes mágicos. E para a armadura eu gostaria que ela tivesse escamas materiais compatíveis com o mana branco e em igual número com o mana negro. Seria possível?

TIREL

off: apesar de eu já ter respondido semana passada, vi que faltou comentar sobre testes (minha cabeça tá uma negação). Pode rolar trabalhos manuais (2d10 cada rolagem) quantas vezes quiser, contanto uma hora para cada rolagem. Assim, oito rolagens, oito horas de trabalho, que é o dia produtivo máximo. Cinco rolagens já deixa um tanto cansada. Quatro te ocuparia toda a manhã ou tarde, mas deixaria a outra metade do dia livre, menos que isto você vai testando devagar, mas deixando tempo para fazer qualquer outra coisa no seu dia. Nota, cada acerto (no seu caso 11 ou menos, que é sua destreza) faz os próximos ficarem mais fáceis. E como está testando os sais, se rolar três vezes ou mais, pode também rolar UM teste de Q.I. já que seu Q.I. é maior que destreza (12), este teste seria para comparar os resultados.

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KA

O livro em Moloke é mais difícil de ser lido, entre muitos motivos, um deles é que demônios têm o hábito de escrever ser espaço. Na capa tinha uma ilustração de uma moeda com um olho, e as primeiras páginas falam desta moeda.



OOLHODEDANRAEUMAMOEDAFEITADETUNGSTENIOSIMBOLODEMAGOSVERMELHOSPODEROSOS. UMMAGODEPLENOSPODERESECAPAZDEINCANDESCEROOLHODEDANRAUSANDOAPENASSUAMAGIA. COMISTOAMARCADOOLHOFICAGRAVADAEMSUAMAOOUMAOSOUAINDANATESTA UMAMARCADEFOGOCOMOSEFOSSEFEITAAFERRO.

se tiver difícil ler no estilo Moloke:

O tungstênio, assim como o ósmio, são metais bem difíceis de ser encantados, mas caso consigam ser encantados, sua energia mágica também não se perde. São praticamente considerados "isolantes mágicos", mas por outro lado podem ser usados por magos fodásticos para criar artefatos fodásticos. O tungstênio parece ser um acumulador especial de magia vermelha, enquanto o ósmio responde a qualquer uma delas.

Ka não acha referência sobre um metal ideal para magia do fogo (tal como o ouro é para magia do ar): o tungstênio acumula (com muita força), mas não canaliza. Já metais que parecem canalizar melhor, não acumulam bem.

O ferro cru, principalmente com algum grau de oxidação, é conhecido como um inibidor de magia, mas quando trabalhado em aço ele perde esta característica e pode até ser um canalizador de magia do fogo. O livro porém não deixa totalmente claro quais melhores formas de preparar este ferro.

Além do ferro cru, o ferro chumbado (tanto o ferro com traços de chumbo como chumbo com traços de ferro) parece ser o pior inibidor, usado inclusive para algemas e selas anti-magos.

Por outro lado o ferro argênteo (com traços de prata) é um canalizador muito bom, enquanto o ferro áureo parece ser um acumulador razoável. O estanho também é tido como bom canalizador de magia do fogo; Sendo assim, o bronze pode ser um bom canalizador, embora o bronze seja conhecido mais pela canalização de magia negra, o mesmo vale para o latão estanhado.

Mas, até onde Ka consegue ler, a pirita parece ser o melhor minério a ser trabalhado para mana vermelha, já que acumula e canaliza razoavelmente, em especial a pirita áurea.

O livro também diz que ter pouco ferro no sangue prejudica os dominadores de fogo, portanto recomenda alimentação a base de carne vermelha, se tiver com anemia é bom comer fígado, e também é bom espinafre, brócolis, grã-de-bico e beterraba. Vinho tinto ou suco de uvas são os melhores em bebidas.

Sobre canalizar sob risco de morte, o livro parece confirmar, mas Ka não tinha muito tempo pra ler tudo de uma vez.

No livro em Esperanto ele faz algumas anotações:

A mana vermelha é uma magia básica, situada nos chacras básicos. Ka não entende o que isto significa, mas parecia importante.

É uma mana masculina, portanto favorece magos viris e tende a ser fraca em magos frouxos (palavras do livro). Entre humanos, de cada três magos, apenas uma é mulher. Porém esta diferença não aparece entre demônios, onde os magos vermelhos são 50%-50%. As fréĉias não contam, pois com ajuda de um deus fica fácil fortalecer o dom.

O fluxo das energias sexuais também não devem ser travados ou magos vermelhos perdem precisão, portanto falta de sexo prejudica mana vermelha.

É uma mana ascendente, mas lateralizada. Ka também não entende esta parte, mas também parece importante por isto anota, parece estas ligada à importância das mãos.

Como é de conhecimento comum, os catalizadores são ira e desejo, mas diz para não confundir ganância com desejo, ganância é para magos negros.

Falando nisto, parece haver uma afinidade (não muito grande, mas existe) entre as manas vermelha e negra. Era de se esperar que houvesse mais afinidade com a mana branca (ar-fogo), mas embora a magia do ar pode POTENCIALIZAR a do fogo, elas não parecem ter afinidade (no sentido mágico, seja lá o que isto for) e também a mana vermelha é oposta à azul, que é descendente.

Ka para as anotações por aqui, haviam várias explicações sobre os tópicos, mas ele não entende mais que isto, por enquanto.

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NADHULL

(Q.I. x Q.I. -> 12 x 10 rolados 1,7 e 7,3 portanto vc passa por 4 pontos)

Nadhull envolve a diaba com sua aura, ela não demonstra muita resistência. Diabos tem a tendência a aceitar a superioridade dos íncubos como natural ainda mais quando está numa situação de escravidão.

Nadhull não queria ser egoísta e calcula que sua energia branca possivelmente não a prejudicaria, já que aparentemente não prejudicou Nasha, permitindo que sou energia branca seja tomada, enquanto absorve a energia pesada da diaba.

Num primeiro momento ela se mostra apenas servil, mas ao sentir a emanação do poder ela começa gostar. Era quase como um filtro, tirando energia pesada e devolvendo energia sutil a seu corpo. Ao final ela comenta:

- Mm, seu poder é realmente agradável!

- Mesmo? E o que sente? - Pergunta com curiosidade sincera, querendo saber que tipo de efeito causava em outros.

- ... Calma ... Paz... Não sei, mas é bom sentir assim.

Ao investigar suas roupas, ele não tinha encontrado nenhuma chave. Ela diz que há soldados esperando do outro lado da porta, ela deve bater duas vezes, eles destrancam e a deixam passar, trancando de novo. Nadhull pergunta quantos, ela diz que são dois na porta e mais um na parte baixa da escada, estes três parecem os mais perigosos. Há outros na parte de baixo da casa, mas não são muitos, porém ela não sabe dizer o número. Para alguém como ela possivelmente dois já bastariam para não querer fugir.

A opção mais óbvia parece ser o telhado (ou esperar Nasha voltar e enrola-la um tempo mais), ele pergunta se ela sabe se o telhado é guardado, ela comenta que normalmente só por um arqueiro, às vezes dois.

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NERGAL

Niréia não se opõe a esperar, apesar do ar abafado, a forja era quente. A parte que estavam não tão perto da fornalha, mas o ar aquecido chegava a vocês, contrastando com o frio das ruas de Dafodil. Desprendendo uma pequena parte de energia, Niréia ainda faz o ar ali circular mais agradavelmente. O ferreiro parece nem perceber esta pequena liberação de energia da parte dela.

Ricardo não demora mais que poucos segundos pensando na resposta, parecia confiante:

- Sempre é possível, tudo depende só de tempo e investimento. E talvez criatividade. Para igual afinidade com mana branco e negro o ideal seria placas de ouro intercaladas com placas de bronze. O problema é que nenhum dos dois são leves.

Ele nem precisa acrescentar que também não são baratos. Uma armadura toda de bronze já faria Nergal ter que vender um braço pra pagar, com ouro então seria absurdamente cara.

- Mas recentemente tivemos sucesso com ligas mais leves, aluminatas e ligas mob. É uma questão de testar até chegar numa liga ideal, levando em conta o custo peso versus o benefício quantidade de metal. Seria mais fácil se já possuíssemos uma receita, dependendo do que exatamente você quer, caso contrário a solução é ir acrescentando metal nobre à liga leve até ficar no ponto que lhe agradaria, mas este processo pode gerar certa perda de material.

Nergal fica em dúvida se entendeu tudo que o outro diz; presume que aluminata deva ser algo possivelmente com alumínio, mas não faz ideia do que seria liga mob.

KA, NERGAL, TIREL,

       -- Olá Ricardo, Nergal e madame. Olho para os três aguardando uma resposta mais de Nergal do que dos outros presentes. Veio pela armadura, certo? A mulher que acompanha Nergal é uma incógnita para mim.

       Em minha mente fico pensando nas coisas que li nos livros. Realmente preciso reformular minha armadura como um todo. Praticamente estou envolvido em ferro oxidado, o maior inibidor de magia de todos os listados. Realmente preciso de algo diferente, uma roupa de trabalho e outra para andar por ai como mago. Já as informações sobre a mana vermelha, creio que precisarei da ajuda de Jussara, pois ela sabe alguma coisa prática. O bom é que todas estas anotações de materiais e sua utilidade poderão ajudar-me com uma nova roupa.

Nergal pode perceber o quão sutil as mestres eram quando usavam a magia, com Tinafe ele reparava como ela conseguia utilizar o mana negro para modificar as emoções daqueles que estavam a sua volta e também como era poderosa a sua defesa. Agora ele percebeu como Niréia era tão hábil para fazer a alteração do clima em que estávamos com a manipulação do mana branco.

Apenas em fazer a energia se mover foi possível deixar mais o clima mais agradável.

- Bem acredito que sim. Com um exemplo de liga você conseguiria chegar ao que estou falando? Eu poderia dar uma escama da minha armadura atual. Ela possui o equilíbrio entre proteção e peso quase perfeito. Mas gostaria de saber se para pigmentar o metal é algo muito complicado? Pois eu gostaria de ter uma armadura de escamas como é a minha com estas escamas brancas e pretas formando um desenho específico. Além disso que fosse possível encantar ela.

Nergal abre o manto que vestia sobre a armadura mostrando para o ferreiro.

- Mas para a confecção da armadura, ela não pode ser bruta como a de um guerreiro que deseja apenas a proteção. Existem as seguintes variáveis, uma que é óbvia sou um ser alado então ela não pode ser pesada. E a segunda, além de ser um soldado sou um mago em treinamento. Então, acha que é possível e quanto seria necessário de investimento para esta armadura? Lady Nireia, teria alguma coisa para pontuar também?

Neste momento o ferreiro que Nergal havia conhecido chega falando:

-- Olá Ricardo, Nergal e madame. Veio pela armadura, certo?

- Este foi também um dos motivos que me trouxera até aqui. O outro motivo é referente a nossa conversa no herbanário de sua amiga, este é ainda mais importante que o primeiro. A propósito Mestra Niréia este é o rapaz que havia falado com a senhora. Seu nome é Ka. Ka esta é uma das minhas mestras, Mestra Nireia.

KA, NERGAL, TIREL,

       Olho para Nergal e então para Nireia:
       -- Muito prazer em conhecer você mestra Nireia. Certamente faremos nosso melhor para atender suas demandas.
       Olho para Ricardo e digo:
       -- Ricardo, você pode pegar alguma ferramenta para pegarmos uma amostra da armadura dele ou até fazer algumas opções de armadura como aquela última que fizemos?
       Retorno o olhar para Nergal e Nireia:
       -- Venham por aqui, vamos conversar ali que é mais tranquilo, porém não deixa de ser um pouco barulhento.
       Ao chegar em um local mais tranquilo onde podíamos fazer provas ou trabalhar com materiais longe do fogo, porém ainda dentro da forja comento:
       -- Você a trouxe só por que falei que estou estudando magia? Puxa é muita consideração sua Nergal. Eu não sei nada sobre magias e fui atingido por três raios coloridos no deserto. Não devo ser nada relevante. Quando procurei um mestre da ICB para ajudar-me a despertar algo ele não conseguiu nada além de ferver água num jarro que segurava. Com a cara cheia de vergonha. Mestra Nireia, por favor perdoe-me se instiguei Nergal com os fatos de minha vida. Se fosse um mago de uma cor pura talvez fosse mais relevante para seu trabalho.

NADHULL

Quando a escrava sai, Nadhull observa a janela. Não eram muitos que podiam ter uma janela de vidro, um luxo caro. O vidro poderia ser quebrado, ainda mais com a possibilidade de jogar o vaso da sacada contra ele, isto faria barulho alertando outros e possíveis arqueiros no telhado, mas depois seria só voar para o outro lado do rio e disparar para o meio da cidade. Parecia fácil demais.

A aparente negligência poderia ser fruto da arrogância de Nasha, não é incomum que demônios se achem melhores do que realmente são, no caso dela poderia imaginar que as amarras mágicas já eram o suficiente para Nadhull não querer sair dali (de fato ele até pensava um pouco nisto).

Se haviam arqueiros, não dava para ver pela janela. A pior hipótese seria se estivessem posicionados justamente na parte de trás do telhado, assim que Nadhull saísse, eles teriam um alvo claro, e fazia sentido colocar arqueiros na parte de trás das janelas, mas se queria sair de forma rápida, teria de arriscar, e ainda não podia contar com a magia, enquanto tivesse com aqueles braceletes de ferro.

Como esperado, ao jogar o vaso a janela se quebra barulhenta, gritos de aviso são dados, mas ele não perde tempo. Ao mergulhar pela janela, sente os cacos arranharem suas costas, mas não para por tão pouco. Sem olhar para trás, logo antes de chegar ao rio percebe uma flecha passar de lado, mas pelo jeito o arqueiro não estava tão atento, pois ela passa com certa folga de distância. Para mirar um segundo tiro o alvo já teria pego distância.

O Voo não é dos mais agradáveis, ele sente as asas pesar mais do que o normal. Em três segundos já estava na margem do rio, e teria poucos segundos antes de algum outro demônio alado ir atrás dele, poderia buscar ganhar distância no ar mesmo, aproveitando os segundos de vantagem, ou mergulhar e se esconder na cidade, neste caso poderia tentar na margem da Necrópole ou na margem oriental, que era do outro lado do rio.

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Ricardo:
- Mesmo não usando ouro, o metal principal da magia branca, o investimento não pode ser pouco. Armaduras para magos do ar são sempre as mais caras, afinal a magia branca requer mais fineza.

Ele enfatiza a parte de "mais caras", como Niréia não demonstra surpresa ou indignação, Nergal imagina que não deve ser apenas caô de vendedor.

- Já pigmentar o metal é fácil, há dezenas de técnicas. A mais simples é simplesmente pintar, funciona bem pra camuflagem, mas não melhoraria nada a questão mágica. Depois podemos folhear ou banhar em metal específico, a diferença é espessura e claro, preço. Folhear é mais barato, mas com o tempo o material pode "descascar". Além disto temos uma série de opções de tratamento com alquimia, cujos detalhes técnicos podem ser meio massantes...

Ele dá uma pausa pequena.

- A sua já parece muito boa. Se a intenção for só fazer alguns ajustes, pode ser fácil, talvez linhas-guia, ou encontrar o tratamento alquímico ideal, quanto a desenho específico, só preciso saber que desenho seria e quanto a capacidade de encantar, também teria que ser específico quanto a como pretende fazer.

Nergal pede ajuda a Niréia.

- Não entendo muito de armaduras. É muito mais fácil encantar armas. Mas o ouro não é o único material que pode ser encantado, na verdade quase todo material pode ser encantado. Linhas-guia em armadura de escama não sei se fariam diferença; talvez para acumular, mas não acho que faria diferença para um... para você. Quanto ligas, tem que ver com alquimista experiente. O que esta sua armadura já faz?

Ka chega neste momento, enquanto Nergal pensava na pergunta.

-- Ricardo, você pode pegar alguma ferramenta para pegarmos uma amostra da armadura dele ou até fazer algumas opções de armadura como aquela última que fizemos?

O ferreiro não faz cara de quem tenha gostado de ser interrompido pelo outro ferreiro, mas não chega falar nada. Ao fundo um outro ferreiro alugado solta um palavrão gritado, devia ter se machucado no trabalho, algo que acontecia o tempo todo. Mesmo enquanto conversavam, Ka e Ricardo iam olhando com olhos clínico a armadura de Nergal. Quando Ka fala da Cisne Branco o colega comenta:

- Ma'bah! Tá estudando magia agora então?

- Foi sua primeira tentativa, com o sacerdote da Cisne Branco? - Ka confirma - E você queria sair de lá fazendo um Harene Gae?

Ka não sabia o que seria Harene Gae, uma técnica avançada, provavelmente, mas o tom levemente irônico da maga branca o faz sentir um pouco de vergonha de ter falado que conseguiu "nada além de ferver água". Talvez não tenha sido tão pouco para uma primeira tentativa.

- Fale destes raios, ou do que quiser, sobre o que os sacerdotes lhe passaram para instrução.

KA,

       -- Bem, os homens que me atenderam na ICB ficaram meio frustados com o teste. Certamente não esperava um Harene Gae ou qualquer coisa parecida. Sobre os raios, faz algum tempo que eu ando pelo deserto em busca de algumas pedras preciosas. Tem alguns locais que aparecem e desaparecem com o movimento das dunas. O ponto é que estava em um destes locais aqui perto e uma forte tempestade me pegou desprevenido quando procurava por gemas em uma formação antiga. Raios estranhos brilharam e fui atingido por uma luz vermelha, uma verde e uma branca. Depois de alguns minutos desorientado e longe do local que estava retornei para Dafodil pelo portão Norte. Coço a cabeça tentando lembrar de mais alguma coisa. É, foi bem assim, simples e rápido. Num momento eu estava olhando pras pedras, chegou a tempestade e zap, zap, zap, zap, zap, mas fui atingido por 3 deles. Na hora nem pensei, não deu tempo. Acordei no deserto longe de onde estava e voltei pra cá.
       Limpo a garganta e passo a mão no rosto antes de continuar.
       -- Sou um ferreiro humilde e preciso trabalhar para comer, então não consigo dedicar-me para magia o tempo todo. Houve uma vez que estava no mercado e fui envolvido uma briga com ladrões que tentaram roubar-me. Fazendo uma cara de quem não sabe como explicar, estico a mão pra frente e digo: Fiz assim e surgiu uma bolha que acho que foi uma queimadura no rosto de um oponente. Porém foi algo pequeno, apenas ele e eu que percebemos. Sei que ele percebeu algo pois parou por um momento. Logo como pode ver eu não conheço quase nada sobre como ser um mago. No entanto se tiverem alguma encomenda, ela certamente facilitará meus estudos sobre magia e deixará meu colega Ricardo muito feliz.

Após conversar com Harin e pegar os sais que precisava, Tirel resolve se adiantar e ir direto para a forja para ver se consegue um pouco de liônio para forjar (ou consertar) Sussurro Esmeralda.

Ao avistar o anjo, Tirel fica animada em ver um rosto conhecido e segue em direção à forja. Ao lado dela, apressadamente, passa um jovem com uma armadura aparentemente pesada demais para ficar passeando pela cidade. Os dois trocam um rápido olhar. Ela segue no seu ritmo, ele segue mais à frente. Para sua surpresa, ele também ia para a forja.

Ao chegar um pouco após as primeiras falas dos demais, Tirel resolve não incomodar, ficando apenas a observar a conversa dos demais enquanto olha ao redor da forja para conhecer bem o espaço. Eles conversam algo sobre a armadura de Nergal. Não era o expertise dela fazer armaduras mesmo, era mais aficcionada por armas, por isso fica calada vendo do que tratavam.

Percebendo que o ferreiro jovem de armadura pesada parecia bastante habilidoso, talvez pudesse ser a ele que Harin estava se referindo. Ao perceber uma brecha na conversa, ela se apresenta e cumprimenta os demais.

- Mestre ferreiro, meu nome é Tirel, sou artesã de armas akvlandanas. Gostaria de falar-lhe por um momento assim que estiver disponível. - e virando-se para Nergal e Niréia - Que boa surpresa encontrá-los novamente! Vejo que estão estudando armaduras para magos. Aliás, Nergal, combinamos de ir na herbanária, mas tive um pequeno desarranjo, acho que temperei demais o peixe naquele dia... Tudo bem, não vem ao caso. Quando quiser, pode passar em minha tenda para mostrar-lhe as armas que nos foram encomendadas nessa última viagem, para ver o tipo de trabalho que desenvolvo, se lhe for de interesse. Quando sair daqui, devo ir testar alguns sais para pigmentar uma arma que estou forjando.