Corredor

DIA 21, 3 horas e 52 minutos da tarde

UM GRITO!


Davyd ouve a voz de Morgana, não era capaz de definir o que era e nem saber o que acontecia, mas era preciso ajudar, o som desesperador vinha do quarto de Gláucio.


Corria.


Corria.


Corria...


[...]


Seu personagem poderia questionar o que estava havendo, parecia que o corredor terminava nunca, seu personagem poderia pensar que a impressão que tinha era de a casa ser menor que isso.


UM GRITO!


Novamente Davyd parte em fúria atrás de sua donzela em perigo.


Corria.


Corria...


[...]


"Que merda está havendo?", certamente seu personagem poderia pensar, o corredor estava diferente também, mais simples e pobre, não tão bem iluminado, não era capaz de ver mais portas e decorações no caminho.





Apenas um som de relógio de parede, som de ponteiro andando, dava para ver as horas, dizia ser 15h e 52min. O que fará?

DIA 21, 3 horas e 52 minutos da tarde

MÚSICA DE TENSÃO:

O ponteiro do relógio andava, mas o tempo parecia não passar, ainda era 15h e 52min.

SOM DE RELÓGIO:

Davyd fecha os olhos numa tentativa de voltar para si e para realidade, acordar daquele corredor infinito, depois abre os olhos.


[...]


O corredor era o mesmo, o tique e taque do relógio de ponteiro continuava, silêncio, os gritos da Morgana não voltaram, seus olhares voltam-se pelo corredor perambulando por alguma coisa...

















"Mas o que é aquilo?", poderia pensar o jovem atirador, parecia uma jovem menina com um bichinho de pelúcia, mas era estranha, suas pernas tortas e com cabelo cobrindo seu rosto, ela nada falava, estava estática e distante em seu longo corredor presente.


Após um tempo encarando-a, ela passa a andar com passos tremidos até você, era possível ouvir uma espécie de gemido, o que você fará?

DIA 21, 3 horas e 52 minutos da tarde

Davyd acelera em sentido oposto, fugindo da menina sinistra, mas, depois, percebe que a voz da Morgana viria do outro lado, teria que passar pela assustadora presença para alcançar sua querida paixão.


O relógio continua com seu ponteiro andando, mas o tempo não passava.


O corredor não parecia terminar e sempre se repetia.


Ela continuaria seguindo atrás, mas estaria mais distante.

DIA 21, 3 horas e 52 minutos da tarde

O disparo foi feito.

Um barulho de tiro ressoa fortemente pelo longo e estreito corredor, seus tímpanos não se incomodam por estar habituado, a bala segue em direção a menina sinistra, a precisão fora quase perfeita em direção a cabeça dela.

"Espero que isso acabe com ela!" seria um pensamento provável na cabeça de Davyd, os instantes, ò esses instantes, tensão não é um problema para este homem, o medo não o alcança, pois sente-se capaz de enfrentar qualquer coisa e que sua arma garante isso a ele.


A bala alcança a menina... e atravessa-a... nesse mesmo momento sua forma material desaparece e reaparece mais a frente.



"O quê? Não acertei? A bala passou direto, como isso é possível?" poderiam ser alguns dos pensamentos numa situação dessas, mas algo afligiria uma dor tão forte que o faria parar de pensar.


Era uma dor aguda inexplicável.



Davyd olha para seu corpo e vê sangue se espalhando pela sua roupa começando pelas costas na direção do rim esquerdo, havia marca de uma bala. Ele cai de joelhos com a dor atenuando-se, poderia questionar como isso aconteceu, como um tiro dado pela frente poderia acertá-lo por trás, mas a menina estava se aproximando e o maldito relógio continuava a fazer barulho, o tempo não passava e o barulho continuava.

(MESTRE EDITOU PARA NÃO TER FLOOD)

DIA 21, 3 horas e 52 minutos da tarde

Retrospectiva de Davyd escreveu:Davyd fica estupefato em se ver atingido pelo tiro que disparara, aquilo era totalmente inexplicável e não era pessoa de perder tempo explicando o inexplicável e decide correr para cima daquela criatura, pois nada era mais importante do que socorrer a sua amada e mesmo sabendo que seria difícil qualquer ação com aquele ferimento, não se perdoaria em não agir quando a vida da sua amada estava em perigo.

Davyd age impulsivamente, mesmo ferido, talvez fosse um verdadeiro herói ou apenas um grande tolo, sua ferida aumentava e com isso a dor também, seu sangue espalhava mais e mais, e ali, a sua frente, a assombração que nem munição de uma Taurus fora capaz de resolver, aparentemente é impossível ferir ela.

Preparado para golpear, as batidas do relógio ressoavam mais incômodas e fortes em sua cabeça, "como o tempo ainda não passou?" com certeza pode pensar, talvez por acaso ou momentos de lucidez, percebeu que o relógio poderia ter algo a ver com tudo o que ocorria. Entretanto, mesmo tentando voltar atrás para ir até os ponteiros do tempo, era tarde demais, a menina amaldiçoada agarra Davyd...


[...]


Slashhh... slashhhh... vrrrrrhh... slashhhh...


[...]


DOR...

DOR...

AGONIA...

Ela começa rasgá-lo e lentamente expõe seu interior, sua roupa é rasgada, seu sangue se espalha, mesmo tentando reagir a ela, era impossível tocá-la por se desmaterializar em instantes, sua vida começaria a esvair, mas a batida daquele relógio ainda mantinha sua consciência, seu corpo caído e cada vez mais perto da morte, porém a sua arma continua em sua mão, "seria possível acertar aquele relógio com ela?" uma pensamento esperado para uma momento de poucas opções...

DIA 21, 4 horas e 8 minuto da tarde

Suas fichas foram todas jogadas em apostas erradas, mas apostara a última na ficha certa, porém o destino – Ou seria o acaso? – não lhe afortunou, erros são julgados sem piedade pela realidade e, nesse caso, pelo sobrenatural também. Não houve muitas oportunidades para Davyd neste mundo, havia tantos sonhos e desejos, era um jovem inconsequente, mas nunca praticou mal a ninguém, infelizmente ser uma boa pessoa não é determinante para viver ou para morrer, o mundo é indiferente a isso, será que Davyd acreditava em algo? Para onde ele iria depois de tudo? Céu? Inferno? Lugar nenhum? Mais triste ainda seria se realmente fosse para lugar nenhum, tudo acabaria, não haveria um lugar para continuar, tudo seria preto e sem consciência, desolador tal pensamento...


[...]


Davyd sofre com o erro de seu tiro, ele não saberia o que aconteceu depois disso, não teria como... o corredor infinito no segundo andar, a menina assombrada e seus ferimentos causados por ela foram todos alucinações em sua cabeça, o relógio era o único indício de que estava preso na sua consciência, Davyd nunca tinha saído do corredor do térreo, a menina assombrada nunca existira, no entanto, os tiros foram reais, o primeiro realmente Davyd teria atirado na própria barriga acertando um dos rins e o segundo tiro fora na cabeça, o que tiraria a vida daquele rapaz. "Como algo assim poderia acontecer e por quê?" seriam pensamentos de Davyd se ainda fosse capaz disso...


[...]




André maconheiro, Lana, Alex e André Bruno chegam ao interior da casa no corredor do térreo e perto da escada se deparam com a visão de Davyd caído, sangue espalhado para todos os cantos, seus miolos estourados e a arma em sua mão.

– DAVYD SE MATOU!? – Grita André Bruno mais horrorizado ainda, Alex rapidamente se aproxima para tentar avaliar o que haveria acontecido, constatou haver nenhum indício de que não fosse suicídio.

EXEMPLIFICAÇÃO DA CENA (+18):

OFF: