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    [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA

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    [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA - Página 2 Empty Re: [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA

    Mensagem por Jolie_Scarlatt Qua Mar 27, 2019 2:16 am

    Emma observava cada um daquele povo com certa curiosidade, quem seriam, que historias traziam em suas bagagens, ah como desejava fazer parte dessa caravana! Então se aproximou no alemão, que parecia que era o que liderava aquele grupo, por suas atitudes de líder, ainda tímida, mas com o espirito aventureiro ... disse no seu francês
    - sir, Helmart, gostaria de seguir com vocês nessa expedição, poderei ser útil em registrar a viagem, ajudar nas leituras de mapas e até mesmo fazer mediações com as pessoas ... gostaria de alguma forma contribuir com a hospitalidade dessa família que me acolheram como parte delas. 


    E antes mesmo de ser respondida pelo germânico, uma jovem negra dirigia a palavra para vossa pessoa. Em tom de ironia que deixou Emma um tanto nervosa, e respondeu até de uma forma ríspida a jovem:

    - Jovem, posso parecer fraca, uma donzela com essas roupas - aponta para seu vestimento - porém onde morava, andava de cavalo, nadava no rio, preparava meu alimento, fugi da minha casa, sem olhar para trás, e enfrentei frio, fome, maresias, rato e doenças naquele navio sem medo, pois acreditava em um futuro onde não sou obrigada a viver a vida que não quero para mim. Acho que a diferença entre você e eu, e a cor, pois sendo mulher acreditam que pertencemos a alguém como mercadoria, e fugi disso!!!! Portanto minha jovem, não tenho medo de viver!!! Não tenho medo de me aventurar, quero historias para dessa forma poder contar!!! e quero sim seguir com  vocês e ser útil de qualquer maneira para esse grupo e se a Senhora Juliana me permitir, pois acredito quanto mais pessoas envolvidas melhor será para encontrar Sebastião - dizendo isso caminhou para Juliana e segurou sua mão olhando com suplica para a senhora.
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    Mensagem por Mellorienna Qui Mar 28, 2019 4:55 pm


    Relatos da Virgem de Tupã, Anahi, Pajé dos Tamoios : Che maitei rory maymavápe!



    Heimart havia se aproximado com uma vela. Anahi educamente aceitou, limpando uma folha até que restasse um gravetinho e usando o gravetinho para acender na vela, e então o cachimbo. A ideia de acender diretamente com a vela, estragando todo o fumo com parafina, sequer era aceitável para a jovem índia. Após alguns instantes, tendo certeza que tudo estava de acordo, a moça estendeu o cachimbo para o portador do fogo, Heimart, indicando com um olhar que o próximo deveria ser Aimberê.

    Enquanto fumavam o tabaco em comunhão, os caboclos livres trouxeram um mapa, e uma moça. Pelo sotaque e pelas roupas, era maíra, mas falava a língua dos perós. Apresentou-se o conhecimento que havia sobre Sebastião e seu destino, e logo a mulher-noite e a maíra pareceram se confrontar sobre o papel que cada uma esperava ter naquela expedição. Acima disso, ficou lá a maíra a falar de aventuras e Anahi - já com o cachimbo tendo dado duas ou três voltas entre os interessados a essa altura - se pegou pensando se os forasteiros realmente enxergavam a Terra de Tupã como um lugar tão diferente do que realmente era.

    Apesar de sua timidez, a jovem índia portava o cocar dos pajés, em penas coloridas de muitas aves exuberantes, e conhecia o dever que lhe cabia. Com um pequeno suspiro, exalando a fumaça quase adocicada do cachimbo lentamente, Anahi falou, evitando olhar as pessoas nos olhos:

    - Mim pajé dos Tamoios, guerreiros da Nação Tupinambá. Mim ter dever para com Povo e companheiros. Mim Anahi. Bela Flor do Céu, palavras perós. - a índia olhou para Emma Rousseau de relance, voltando a olhar para baixo, sem encarar as pessoas - Terra de Tupã ser perigo para perós e maíras. Mata não jardim. Mata traz morte em sombra de árvores. Por mãos de Tamoios guerreiros. Por mãos de Guarani, Tupi e todos Tupinambás. Povo ter pouco afeto por brancos. Muitas guerras. Morte por animais, morte por rios. Águas de Iara maíra não viu igual. Branco se dizer nadador e morrer, Iara arrastar para fundo. Morte por espíritos, monstros, desafios. Anahi proteger companheiros. Aimberê proteger companheiros. - a índia olhou para Juliana então e sorriu - Anahi não falhar. Sebastião volta. Tamoios trazer Sebastião para casa.

    A moça levou a mão direita com o punho fechado sobre o coração.

    - Maíra vir junto, se quiser. Não por aventura. Por Sebastião. Pronta para morte. Assim ser amizade.

    A jovem pajé se levantou da mesa. Ficou parada por um tempo, com uma expressão pensativa, e então fez uma pequena reverência, até bastante bem executada, de modo gracioso mesmo em sua simples túnica de algodão.

    - Anahi chamar espíritos-guia. Voltar com respostas. - voltando-se para Aimberê, a índia sorriu - [Tupi] É melhor você ficar com o grupo, Aimberê. Para que não se disponham a loucuras e não acabem se matando em contendas desnecessárias antes que a jornada tenha início. Confio a guarda dos vivos a você, enquanto busco a sabedoria dos que já se foram.

    Levando o cachimbo consigo, Anahi sairia da casa grande em busca do primeiro trecho de mata nativa que pudesse encontrar a pé.

    OFF:


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    [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA - Página 2 Empty Re: [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA

    Mensagem por Gelatto Qui Mar 28, 2019 8:16 pm

    Anteriormente, durante a viagem...

    Ashanti se mostrava relutante e aversa às tentativas de Heimdart em conhecer sua história. Ela não devia explicações a ninguém, não acreditava no homem branco e dificilmente confiaria em outro que não seja da família Veiga. Sebastião foi o único homem branco que nunca lhe desejou mal, pelo contrário, foi o único que a tratou como pessoa e não como um animal. Heimdart apenas imaginava que segredos haviam na história desta africana que poderiam contribuir para mais um de seus livros.

    Agora, durante o jantar...

    As reações à presença de Emma são distintas. Alguns a ignoram enquanto outros tentam fazê-la mudar de ideia. Uma mulher bem vestida, filha de família rica e falando em aventuras sendo que a única aventura que teve ultimamente foi fugir de casa. Mas Emma é corajosa, determinada, de personalidade forte e só precisa de uma chance para se provar. E pelo visto, muitos ali precisariam se provar na visão de uns e outros.

    Juliana termina de explicar todo o ocorrido enquanto alguns se agraciavam com o cachimbo de Anahi e outros aproveitavam o resto do jantar. Atentos aos detalhes, o grupo nada comum começa a pensar no próximo passo. Na mente se Ashanti o nome de um proprietário de engenho. Anahi decide buscar ajuda dos acestrais. Emma só quer saber de ajudar de alguma forma. Aimberê e Heimdart ficam em silêncio pensando com seus botões. Ashanti corta o silêncio pedindo a Juliana por orientações, afinal, não gostaria de sair a esmo naquele momento. Eis que ela lhe responde:

    -"Recomendo começarem por esta pequena vila do outro lado da ilha. É um bom local para questionar os moradores locais. São poucas horas de barco até a estrada que liga à vila. É melhor pela estrada do quê tentar atravessar a mata ou dar a volta na ilha. Este lugar está cheio de criaturas malignas. Tomem cuidado."
    -"Aqui na Igreja de Santo Antônio de Guaibe vocês podem procurar pelo padre Everardo. Além de vocês, ele é a única pessoa em quem confio totalmente. Ele não gosta muito das tradições dos nativos, mas é um bom cristão, grande amigo de Sebastião."
    -"Os soldados dos fortes são totalmente incompetentes. Fui pedir ajuda a eles e só fizeram pouca coisa. Ficam culpando fogos sobrenaturais pelos problemas da área. É tudo baboseira, uma desculpa para não fazerem o trabalho deles."
    -"Eu não confio nem um pouco em Nicolau Dias. É um homem avarento. Além da questão do dinheiro, ele e meu marido tinham uma certa rivalidade. Não duvido que ele possa ser capaz de qualquer ato cruel a quem ele considere uma ameaça."
    -"Pedi para João deixar um barco preparado para vocês. Podem usá-lo, este é o melhor jeito de se chegar aos locais. Também ofereço minha casa para descansarem quando desejarem. Não tenho muito, todas nossas economias estavam com Sebastião quando ele desapareceu. Mas posso oferecer uma refeição quente e quartos confortáveis para descansarem."


    Anahi avisa que vai pedir ajuda aos espíritos e sai da casa grande, deixando todos curiosos com o que ela vai fazer e pedindo que Aimberê fique incumbido de vigiar o grupo e evitar que eles façam coisas desnecessárias e, principalmente, a aguardem voltar com respostas. Já está noite, com a lua crescente visível, em duas noites teremos uma bela lua cheia com o céu limpo, sem ameaça de tempo ruim. A jovem pajé atravessa os campos de algodão na direção da mata à procura de um local sossegado longe da visão dos demais. Ela encontra um bom espaço entre as árvores ao lado do rio, se senta, reforça as ervas do cachimbo, se prepara para entrar em transe e buscar auxílio espiritual.

    EDIT: inserindo o último jogador

    Todos estavam imersos ouvindo Juliana após o jantar que não perceberam que alguém vinha subindo pelo caminho de terra que cruzava as plantações de algodão em direção à casa grande. O soldado português de nome Demétrio de Abreu ouviu sobre o que acontecera com seu amigo Sebastião e veio o mais rápido que pôde, chegando na estância Veiga no dia anterior. Estava a par de todo o ocorrido e passou a maior parte deste dia vasculhando a área em torno da casa grande para se certificar de que não haveria nenhum perigo, pois desconfiava que se a notícia se espalhasse, oportunistas em tomar estas terras poderiam se revelar. Durante sua ronda diurna, ao entardecer ele viu de longe o grupo incomum chegando, e, reconhecendo alguns rostos entre eles - Heimdart e Aimberê-, os ignorou enquanto se mantinha nos seus afazeres, pois tinha certeza que estavam ali para ajudar. Como não encontrou sinal de nenhum perigo e a noite já se aproximava, se dirigiu até a casa grande. O soldado pára na frente da porta ao ouvir as vozes de todos conversando. Não notou que a indígena do grupo deixava a casa pela porta dos fundos em direção da mata. Então, ele adentra a casa para se apresentar e, se tivesse sorte, comer algo das sobras do jantar.

    Próxima Ronda: terça-feira, a partir das 20 hrs.

    OFF @Mellorienna:
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    Mensagem por vontheevil Sáb Mar 30, 2019 6:57 pm

    Heimart Straubel

    Eu cumprimento formalmente Emma e, segurando a tosse para parecer forte para os índios, e com os olhos cheios de lágrima por causa da fumaça estranha que arde os olhos e queima o fôlego, noto com o canto de olho que a moça francesa vai seguir a sua expedição de pessoas diferentes. O livro estava começando a ficar deveras inverosímel. Com a cabeça baixa passa o Tabaco para o índio homem.

    Suspiro
    fecho os olhos por alguns segundos e tento perceber se a minha cabeça doi, se eu tenho alguma alteração no corpo, talvez meu coração esteja batendo mais rápido, talvez por causa da atenção indevida, talvez por causa da índia praticamente sem roupas ao meu lado. Mas não sinto nenhum outro sintoma do Tabaco,a não ser o medo de falar e não ter voz ou ser interrompido por tosses e que percebam que meus olhos estão cheio de água

    Quando Anahi se afasta eu nem penso em perguntar por aprovação, a sigo para acompanhar o ritual de longe, e fazer anotações para o livro
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    Mensagem por Saskwatch Dom Mar 31, 2019 5:56 pm

    Aimberê fica comovido com o sofrimento de Juliana, porém não há nada melhor a fazer para sessa-lo do que achar Sebastião.

    Ao chegar da nova moça, com sotaque ainda mais estranho do que o Alemão, o jovem levanta uma das sobrancelhas  e franze o canto da boca, com certo desgosto e pensa: "mais um homem branco para eu cuidar na mata..."

    Após tragar o cachimbo, devolve a Anahi, e acenando com a cabeça aceita a sugestão de ficar observando os demais.

    - Como a sinhora falô, Aimberê acompanha até a vila, mas qué vê tamém onde o soldado acho o barco. Pode te rastro que homem branco não vê.

    Posicionou-se então próximo a porta de entrada para que posso manter os olhos nos convidados de Juliana, e o ouvido na mata.

    Eis quando ouve e avista a aproximação de um homem, e sente uma tensão correndo pelo corpo, e segua firme no cabo de sua machete.

    - A Sinhora Juliana ta esperado mais alguém chegá?

    O Jovem se arma e fica pronto para atacar o soldado que adentra a casa, até que vê um rosto conhecido, que parece surpreso com sua reação, o que o faz guardar a machete e voltar a sua posição de guarda, desanimado com a luta que não iria travar.
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    Mensagem por Mellorienna Seg Abr 01, 2019 6:54 pm


    Relatos da Virgem de Tupã, Anahi, Pajé dos Tamoios : Che maitei rory maymavápe!



    Anahi atravessou a plantação e seguiu silenciosamente até a mata. Não gostava dos grandes campos arados pelos brancos: seu povo não era estranho à agricultura, cultivando milho e mandioca, principalmente, porém aquela imensidão desmatada era algo antinatural. Os Tamoios plantavam em clareiras, alguns pés de uma cultura, alguns de outra, mas ainda viviam principalmente da caça, da pesca e da coleta. A terra era rica e fértil, e os presentes de Tupã para seus filhos eram muitos. Não havia necessidade de matar a floresta para plantar campos de algodão - uma coisa que, de modo bem inútil, servia quase exclusivamente para tecer roupas com as quais esconder o corpo. Mais um traço antinatural daquilo tudo.

    Escolheu um trecho reservado, com boas árvores nativas de bela sombra e poucas folhas pelo chão. O riacho logo ali era mais um motivo a tornar o local propício: as águas de Iara dariam fluidez ao rito. Retirando a túnica de algodão, a jovem índia guardou a peça cuidadosamente e depois retirou o embornal dos ombros, pendurando a bolsa em uma das árvores próximas. Munindo-se de um galho ainda cheio de folhas, Anahi se pôs a varrer o pequeno espaço entre as árvores meticulosamente. Já havia notado a presença do companheiro de expedição, Heimart, mas deixou que o homem permanecesse de longe em um primeiro momento - ele parecia gostar de observar seus gestos quando achava que ela não estava vendo (mas ela quase sempre estava) e, de mais a mais, ele possivelmente atrapalharia o processo de varrer e ajeitar o local. Os brancos, em geral, tinham péssimas noções de asseio.

    Depois de mover troncos, galhos, folhas e pedras, de modo a ter um belo espaço limpo, Anahi voltou a fumar. Tudo ia bem. Soltando a fumaça lentamente, a moça se aproximou com passinhos curtos e delicados de Heimart, estendendo a mão para o estrangeiro, em silêncio. Caso ele decidisse acompanhá-la, a índia retornaria com ele ao espaço que preparou, parando na borda da área limpa e apontando para os sapatos do homem:

    - Tirar. Não ter medo. Mim aqui. - Anahi sabia que os brancos temiam cobras, aranhas e toda sorte de animais, por isso calçavam botas que iam até os joelhos e suavam dentro delas como antas apostando corrida. Depois que o loiro descalçasse os sapatos, a índia o conduziria ainda de mãos dadas para junto da árvore onde havia apoiado sua bolsa.

    Deixando Heimart livre para sentir a terra sob os pés, Anahi usou o próprio cachimbo para acender uma pequena fogueira, preparada dentro de um círculo de pedras com galhos e folhas. A índia cuidou do fogo em silêncio por alguns minutos, e a fumaça que vinha dele era perfumada pelas madeiras nativas. Por fim, ela tomou uma casca em forma de cunha, quase como uma pequena gamela e completou com água do riacho próximo até a metade. Retornou à pequena fogueira e revolveu os galhos e folhas, até restar apenas brasas fumegantes, sobre as quais apoiou a casca com água. Ali, juntou outras folhas e flores, que havia separado previamente. Cobriu tudo com uma grande folha verde, bastante larga, abafando a mistura incomum.

    - Cuidar para mim? Mim lavar impurezas. Espíritos atender melhor depois.

    Anahi pendurou o cocar cerimonial na árvore e deu as costas ao companheiro, entrando no riacho, onde passou a se banhar e lavar os cabelos, que ondulavam como seda negra nas águas frias.

    - Como chamar tribo? - ainda dentro d'água, a índiazinha normalmente tão tímida, puxava conversa - Perós é... Português, como Sebastião. Maíra é... moça Emma. Como chamar? Francês? Tu diferente. Tu maíra, cabelo de sol. Mas não falar como maíra. Emma maíra, mas cabelo escuro. Mim querer entender.


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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Ter Abr 02, 2019 1:17 am

    Emma sentia-se perdida naquele grupo, não queria que o mesmo a visse como um fardo a carregar ou uma senhoria atras de aventuras, mas queria mostrar que uma donzela pode muito mais do que apenas procriar e cuidar das crias. Afinal tinha aprendido na escola que antigamente as mulheres das cavernas eram as caçadoras, e cuidavam do seu bando enquanto os homens estavam fora. E tinha também a consideração por aquele casal que havia a abrigado em seu lar como parte da sua pro pria família, sem julga-la. 

    Emma percebia os olhares para si, principalmente daquele índio e da "indiazinha", ah como queria ser como aquela garota, tão destemida e admirada por todos, não pelo seu corpo amostra, mas pelas suas atitudes, queria se aproximar daquela índia, e aprender a ser como ela, dona do seu próprio "eu", e ao ver a índia seguir para fora teve imensa vontade de segui-la, mas ficou com medo de ser repreendida e dessa maneira manter mais distante ainda do grupo, preferiu ficar ali na janela observando de longe seus passos cheios de confiança, e perdida em seus pensamentos nem percebeu a imagem do homem se aproximando, só voltou a si quando ouviu a voz grossa do índio para com sua amiga Juliana. 

    Volta para o grupo, e para o cheiro daquele tabaco que estava no ar, já tinha escutado sobre esses fumos, assim como aqueles fumos com nomes diferentes que faz com que você saia do seu corpo e vai para outro plano espiritual, tinha curiosidade em experimentar, quem sabem mais para frente, afinal ela ia sim nessa expedição... mesmo contrariando a todos e ira  provar o quanto estavam enganados em relação a si. 
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    Mensagem por vontheevil Ter Abr 02, 2019 5:55 pm

    Heimart

    sigo junto com a moça para o trecho de mato "limpo" ou ao menos cuidado nada de limpo na terra, sem pedras ou galhos e folhas. "Pelo menos sem escorpiões e aranhas e cobras."

    Estóicamente tiro a bota e as meias, e pensativo tiro o meu chapéu, o sobrecorpete e a camisa mantendo-me com as calças de couro apenas, tentando aparentar estar a vontade com aquilo tudo, e deveras pensativo a respeito dos mosquitos transmissores de doença que agora tem acesso a todo meu corpo desnudado fico em silêncio no ritual.

    - Como chamar tribo?
    - Perós é... Português, como Sebastião. Maíra é... moça Emma. Como chamar? Francês? Tu diferente. Tu maíra, cabelo de sol. Mas não falar como maíra. Emma maíra, mas cabelo escuro. Mim querer entender.

    -Não, não, não sou de nenhuma tribo, muito maior e mais civilizado, sou do reino dos Saxões, do povo que fala a lingua Deutsch, boa parte das pessoas da minha terra tem os cabelos claros e os olhos também, a face mais cheia de angulos e com o nariz mais proeminente e com o queixo mais quadrado que vocês. Nossos crânios são um pouco maiores também e mais redondos com esse aumento ociptal aqui, se você reparar em Ashanti você vai notar que a cabeça dela é mais ovalada com uma curva na testa maior e um osso maior no supercílio, na sobrancelha, enquanto vocês tem um rosto mais achatado e um nariz mais delicado, mesmo Aimberê. Ahh e nós temos muito pelo no corpo "e desvio o olhar me sentindo meio sem graça" o que aparentemente ninguém no novo continente tem.
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    Mensagem por Elminster Aumar Qua Abr 03, 2019 10:31 pm

    Fazia algumas horas que Demétrio de Abreu estava rondando o perímetro da casa de seu amigo desaparecido. A sua relação com Sebastião ia muito além de terem vindo do mesmo lugar; fora o seu amigo que abrira os seus olhos perante àquela terra chamada Brasil, à todas as belezas naturais que ela possuía, o que incluía os povos indígenas que habitavam a região muito antes da chegada dos europeus. Quando avistou de longe um grupo incomum se aproximando, Demétrio procurou alcançar um lugar em que pudesse melhor visualizá-los. As suas preocupações rapidamente desapareceram quando ele reconheceu alguns como rosto, como os do Heimdart - a quem tinha enorme respeito - e Aimberê - um dos amigos indígenas que fizera ao longo de sua estada na Terra Brasilis.

    Calmamente, o soldado português subiu o caminho que levava até a casa de Sebastião de Veiga, cruzou as plantações e adentrou a casa, já sentindo o cheiro de comida. Encontrou o grupo reunido conversando num dos aposentos do local, porém, para a sua infelicidade, o jantar já havia terminado. Buscou Juliana com um olhar esperançoso que houvesse ainda algo na panela, mas não sem antes se apresentar para os que estavam ali reunidos.

    - Olá a todos. Eu sou Demétrio de Abreu, para quem não me conhece, e cheguei a esta estadia ainda ontem, quando soube o acontecido com o meu contemporâneo. Tive o privilégio de conhecer alguns de vocês - e aqui, ele faz um aceno para Aimberê e para Heimdart, se ele ainda estivesse por ali -, e tenho certeza de que estão aqui para ajudar.

    Demétrio reparou o quanto ele poderia estar sendo antiquado. Enquanto o grupo estava num momento relaxado, de descanso, o soldado ainda vestia o seu colete de couro e tinha as armas embainhas à cintura. Percebendo que aquilo poderia ser um tanto ofensivo, Demétrio tratou logo de tirar a rapieira e a sua pistola e as colocar de lado.

    - Estive rondando a área praticamente desde que acordei - continuou, como um pedido de desculpas por ter se apresentado portando armas. - Felizmente o máximo que encontrei foram visitantes curiosos, já que o desaparecimento de nosso amigo têm se espalhado. Se vocês forem mesmo atrás de Sebastião, espero que eu possa acompanhá-los e ajudar nessa empreitada. É o mínimo que posso fazer por ele e sua querida esposa.
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    Mensagem por Gelatto Qua Abr 03, 2019 10:56 pm

    Na casa grande...

    Emma fica um pouco perdida em meio a tudo isso. Ela se cala por um instante, pensativa sobre como eles são tão livres das amarras da sociedade, principalmente a indígena, que não ligava para os costumes da civilidade. Um pouco de inveja passa pela seu ser, mas logo ela volta para si com o cheiro do tabaco, e decidida a provar seu valor, que era uma mulher dona do seu destino e não devia explicações a ninguém além dela mesma. Em silêncio, a tudo presta atenção.

    Heimart se retira, indo atrás de Anahi, afinal, tinha essa curiosidade nos costumes locais e não poderia deixar passar essa oportunidade de um ritual místico deste porte.

    Ashanti continua em silêncio, analisando a situação toda e confortando Juliana. Algo no seu âmago lhe trazia alguma preocupação que não sabia explicar ou entender. O que estaria passando por sua alma neste momento?

    Aimberê parece o mais decidido dentre todos. A vila parece ser um bom local para começarem e é o local mais próximo. O local onde o barco fora encontrado também lhe chamara a atenção imediata. Desconfiava, não... tinha certeza que homem branco não entende nada de mata, de rio, de natureza, e pode haver algo a mais no local que apenas o tamoio poderia encontrar. Então, seus instintos lhe alertam de alguém do lado de fora da casa grande, na porta. Preparado, indaga Juliana se ela aguardava mais alguém.

    -"Mais alguém?... ah, sim, o senhor Demétrio de Abreu, que chegou ontem por aqui e estava lá fora verificando as divisas da estância!...", ao ouvir este nome, Aimberê relembra do homem, um soldado português que participou consigo de algumas expedições alguns anos atrás. Não sabia que ele também era amigo de Sebastião e Juliana. ..."Eu havia me esquecido de avisar dele, peço desculpas pelo meu esquecimento dentre os atuais acont...", então, Juliana é interrompida quando o tópico do assunto adentra a casa.

    Demétrio adentra o recinto, esperançoso por alguma sobra do jantar, mas já haviam terminado. Se apresentou para os presentes. Já conhecia Aimberê, que ao perceber que se tratava do mesmo homem que conhecia, acalmava a mão sobre a machete. Demétrio procurava por Heimdart, mas em vão, ele não estava por lá. Nem a indígena que chegara com o grupo. A garota negra estava no seu canto, não a conhecia, mas ela consolava Juliana, com certeza era de confiança. E a moça francesa de nome Emma ele já a conhecera no dia anterior.

    Demétrio ainda vestia seu colete e levava na cintura um sabre e uma pistola, que prontamente os retirou e colocou de lado, pendurado-os em um cabideiro próximo, pedindo desculpas pela falta de maneiras e explicando sobre sua ronda e descobertas infrutíferas. Ele é amigo de Sebastião e pede para deixá-los o acompanhar a fim de resolverem este mistério.

    -"Obrigado pela sua ajuda, Demétrio! Estou muito grata! Todos vocês devem estar cansados! Pedi para Luzia preparar os quartos de hóspedes, são humildes, mas é tudo que posso ofertar neste momento. De manhã, após o desjejum, vocês podem partir já descansados. Não quero que se sobrecarreguem, descansem primeiro, por favor!", pedia Juliana.

    O caboclo João se aproximava de Demétrio segurando um prato com um pouco de cordeiro, pão de milho e aipim assado. Estava frio, mas o cheiro estava agradável, e o gosto também. A hospitalidade da família Veiga era única.






    Enquanto isso, no meio da mata...

    Anahi encontrou um bom espaço para fazer seu ritual. Ela falaria com os espíritos dos animais, dos ancestrais, dos mortos, na esperança de conseguir algo de útil, algo que lhe dê alguma pista neste mistério. O ritual era lento e demorado, demandava algumas horas de preparação. E ela não pretendia perder tempo.

    A jovem tamoio colocou-se a varrer pacientemente o local com um galho com bastante folhagem enquanto Heimart espiava por dentre as árvores. A jovem não se importava com a presença do europeu e, para sua surpresa, o convidava a se sentar em torno de uma fogueira previamente preparada e bem cuidada.

    O fogo queimava galhos, folhas e flores que criavam uma fumaça amena perfumada, agradável aos sentidos. Anahi selecionava com cuidado algumas ervas, folhas e flores e as preparou em uma casca de árvore em forma de cuia com água do rio, à qual utilizaria para o ritual. Logo depois, entrava no rio para se banhar.

    Heimart anotava no seu caderno o procedimento, chegando até a esboçar um desenho em carvão da indígena se banhando no rio, iluminada apenas pelo luar. O europeu saciava a curiosidade da nativa sobre como chamar o povo saxão no idioma tupi, mas com palavras e explicações além do entendimento da indígena. Porém, o contrário também era verdadeiro: o europeu não entendia, apesar da curiosidade, os procedimentos tão naturais que a indígena empregava em seu ritual.

    Era um procedimento demorado e Heimart, curioso, tentava imaginar se aquilo funcionaria mesmo ou se eles seriam vítimas de algum alucinógeno nativo. Não que ele não estivesse reclamando, afinal, a experiência com o cachimbo dentro da casa da família Veiga foi bem agradável. Tudo em nome da ciência, claro.

    Próxima Ronda: segunda-feira 08/04/2019, a partir das 20 hrs
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    [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA - Página 2 Empty Re: [!ON!] Os Fogos de Bertioga - AVENTURA

    Mensagem por Mellorienna Qui Abr 04, 2019 7:02 pm


    Relatos da Virgem de Tupã, Anahi, Pajé dos Tamoios : Che maitei rory maymavápe!



    - Tribo Deutsch. - Anahi vinha saindo do rio, sem se importar com o fato de que estava completamente encharcada e não havia com o que se secar - Nação dos Saxões. Mim entender agora.

    A índia passou as mãos pelo corpo e pelos cabelos, retirando o excesso de água, e então foi até a fogueira, tomando o preparado de ervas e flores com a ajuda da larga folha verde que o cobria. Voltou ao rio, misturou um pouco de água fria ao chá perfumado e despejou-o lentamente sobre si - do alto da cabeça, deixando escorrer pelos cabelos e por sua pele acobreada.

    - Água de cheiro. Anotar. - Anahi apontou o caderno onde Heimart fazia suas anotações - Espíritos gostar. - a índia abriu os braços e girou no lugar, usando o ventinho produzido pelo movimento para retirar o excesso do chá. Então, caminhou até o companheiro de expedição - Sentir. Bom, não? Mim gostar de banho de cheiro. - a índia dos cabelos molhados tinha um perfume realmente agradável e fresco. E olhava curiosa para o nariz e o queixo do branco - Nariz de tu ser bom também. Servir para cheirar. Isso importante. Outras coisas detalhes. - a garota sorriu com seu jeitinho tímido, aparentemente tentando consolar Heimart por ter um cabeção e ser narigudo e peludo.

    A moça dedicou-se a fumar mais um pouco, enquanto esperava o corpo e os cabelos secarem. Apenas então poderia ostentar novamente seu cocar - e este era um adereço fundamental para um pajé. Mantendo sempre o cachimbo bem guarnecido, Anahi oferecia a Heimart para que desfrutasse do ritual junto. Ficaram assim, fumando em silêncio, até que a pele da índia começasse a esquentar levemente, já quase livre da água.

    - Deutsch, banhar também. Fazer bem. Mim preparar água de cheiro para tu. Deutsch não poder falar com Espíritos. Mas banhar bom. - a jovem índia tinha novamente aquele brilho de curiosidade nos olhos bem escuros, coroados por cílios longos que davam a ela ares misteriosos - Como dizer banhar em Deutsch? Ensinar coisas para mim. Ensinar dizer Lua. Ensinar Sol também. E Tupã! Como dizer Tupã em Deutsch? - Anahi parecia uma criança empolgada, apesar de que - mesmo iluminados apenas pelo luar e uma pequena fogueira, era possível ver que a moça estava bem corada.


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    Mensagem por Saskwatch Qui Abr 04, 2019 10:49 pm

    Aimberê cumprimentou Demétrio, e ficou surpreso e contente por encontrá-lo ali, sabia que era alguém com quem poderia contar se tivessem um embate.

    - Bom vê oce Demétrio, guerreiro forte peró, ajuda Aimberê a achá Seu Sebastião!

    Foi até a senhora Juliana levando seu prato e fez uma pequena reverência em agradecimento a comida.

    - Dona Juliana, num se preocupa com Aimberê, mim contentar com lugar pra amarra rede, casa fechada num deixa ouvi o som do mato. Mim esperar Anahi, precisar cuidar do poso dela tamém.

    Foi até sua humilde bagagem para procurar sua rede e depois um local para prende-la.

    Então voltaria até o inicio do caminho que Anahi tomara, e sentaria acocorado, apreciando a brisa noturna, esperando que esta retornasse do ritual.
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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Dom Abr 07, 2019 11:44 pm

    Emma sabia que aquela noite não renderia mais nada, estavam todos ocupados ou conversando, ou relaxando e ainda havia aquele mistério entre a índia e o alemão, o que os dois estariam fazendo no meio do mato, seria mesmo possível conversar com os espíritos?  Estava um tanto curiosa, mas ao mesmo tempo cansada, e decidiu ir para os seus aposentos descansar pois amanhã seria um dia longo, seria o inicio da grande expedição. Pediu licença a todos que estavam na sala e a Dona Juliana.
    - Com licença a todos, irei para os meus aposentos se precisarem de mim durante a noite podem me chamar no quarto - olhou carinhosamente para Dona Juliana- e amanhã antes dos primeiros raios do sol estarei em pé pronta para a expedição - olhou para o índio fumando o seu cachimbo e para o rapaz soldado - fazendo reverencia saiu da sala.

    NO seu quarto Emma preparou sua mochila com algumas roupas, decidiu escolher as roupas mais frescas e escuras, algumas frutas e pão que havia pego na cozinha, e uma pequena adega, pegou uma vela acesa e levou até a escrivaninha, soltou seu coque e começou escovar seus cachos, olhando para o espelho e viu refletido a mulher que desejava ser, uma guerreira forte, uma mulher destemida. Deixou sua escova no canto, abriu seu caderno de anotações, molhou a pena no nanquim, abriu a primeira página do caderno e começou suas primeiras anotações. 
    Brasil, 1576 
    Amanhã viajo com um grupo de pessoas que jamais pensaria conhecer, um alemão, uma índia, um índio guerreiro, um soldado e uma mulata, todos unindo-se a procura de um grande homem, um homem que só pelo fato de existir já é capaz de unir destinos que jamais se cruzariam, vidas de mundos  diferentes, historias que foram cruzadas por esse homem. Amanhã desbravarei nas terras nativas de um mundo novo e tornarei uma mulher nova para esse mundo. 



    Olhando sua letras dançando naquele papel, sorriu, apagou a vela e foi deitar ... esperando pelos primeiros raios do dia ....
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    Mensagem por Elminster Aumar Ter Abr 09, 2019 12:27 am

    Demétrio logo notou na ausência de alguns integrantes daquele grupo. Antes de perguntar por eles, Juliana veio agradecê-lo, algo que ele insistia em pedir para ela não fazer. Ajudar o seu amigo era o mínimo que ele poderia fazer.

    Juliana escreveu:-Obrigado pela sua ajuda, Demétrio! Estou muito grata! Todos vocês devem estar cansados! Pedi para Luzia preparar os quartos de hóspedes, são humildes, mas é tudo que posso ofertar neste momento. De manhã, após o desjejum, vocês podem partir já descansados. Não quero que se sobrecarreguem, descansem primeiro, por favor!

    - A sua hospitalidade é deveras generosa, minha cara Juliana, e o seu coração é do tamanho desta casa. Tenho certeza que todos estarão muito bem acomodados aqui. Por falar nisso, eu tive a impressão de ter visto Heimdart por aqui, por acaso ele já se retirou aos seus aposentos ou os meus olhos cansados me pregaram uma peça?

    Ao ser cumprimentado por Aimberê, Demétrio retribuiu os cumprimentos e a alegria de reencontrá-lo.

    - É uma honra poder voltar a estar ao seu lado e a compartilhar experiências da vida. Tenho certeza que encontraremos Sebastião, seja lá onde ele estiver, e o encontraremos com vida. Tenho fé em Deus. - Em seguida, o soldado português aceitou a comida ofertava pelo caboclo e se pôs a comer com gosto. Estava realmente precisando de uma boa refeição, mas ele também não queria abusar da generosidade da anfitriã. - Obrigado, estava ótimo.

    Ele notou quando a jovem atraente se despediu de todos. Era uma pena que não tivesse tido tempo de conhecê-la melhor, mas ele acreditaria que haveria tempo de sobra durante a viagem dos próximos dias. Não só para conhecer ela como para conhecer todos os demais integrantes do grupo que ele ainda não tivera contato. Se eram amigos de Sebastião, ele depositaria sua confiança em todas aquelas pessoas. Cansado pelo dia desgastante, Demétrio também se despediu de todos e se pôs a dormir.
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    Mensagem por vontheevil Ter Abr 09, 2019 8:57 am

    Heimart

    Anoto tudo que a índia desnuda me indica, recolho as folhas utilizadas na água de cheiro e coloco entre folhas brancas de meu bloco de anotação, com sorte algum botânico conseguirá identificar as espécies para mim, assim como recolho folhas de tabaco e continuo meu trabalho para me distrair do fato que uma mulher adulta porém impúbere e impúdica esta a poucos passos de mim.

    Corado de vergonha, e feliz por estar de costas, me decido a entrar no rio mantendo meus calçoes e mergulho rapidamente e passo a mão pelo corpo imitando as maneiras da índia de se banhar

    Enquanto ela derrama água de cheiro em mim peço para ela repetir as palavras em Tupi, as quais tento decorar para anotar em meu diário, repetindo as palavras nas 3 línguas

    -Eu aprendo Tupi com você e você deutsch comigo, vai ser a índia mais culta dessa terra
    -Lua; Mond; Jaci
    -Sol; Sonne; Kuara
    -Deus; Gott; Tupã


    Termino meu banho e fumando com a india procuro um local para assistir essa comunicação com os espíritos



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    Mensagem por Mellorienna Ter Abr 09, 2019 5:09 pm


    Relatos da Virgem de Tupã, Anahi, Pajé dos Tamoios : Che maitei rory maymavápe!



    Anahi gostava do som encorpado da língua nativa do homem-branco, e se dedicou a repetir as palavrinhas que trocaram até ter certeza de que se lembraria delas. Heimart era um pouco estranho, tomando banho de roupa e corando constantemente, como se tivesse febre, mas parecia ser uma boa pessoa. Ele certamente não sabia, mas Anahi - do alto de sua imensa curiosidade - talvez fosse mesmo uma das índias que mais se interessasse pela noção estrangeira de cultura. Além disso, entre os seus, a moça era pajé: o intercâmbio instigante de tradições poderia mesmo dar um tom único à companhia formada para o resgate de Sebastião.

    Guiando-se pela Lua, a jovem índia permaneceu em um silêncio confortável ao lado do homem-branco, após a sessão de aprendizado, em que fumaram juntos e beberam um chá que a moça preparou. Era bastante floral, mas não enjoativo, e causava uma sonolência leve. Passado algum tempo, Anahi se levantou, deixando o cachimbo com Heimart, e começou a caminhar bem lentamente ao redor da fogueira.

    O cocar da índia produzia sombras oscilantes a medida que a garota passou a ondular o corpo e as mãos, em uma espécie de dança circular, lenta e de movimentos fluidos, ao redor das chamas da pequena fogueira. A luz ígnea brincava na pele acobreada de Anahi e se refletia em seus olhos negros, que brilhavam como brasas. A água de cheiro parecia ter realmente um bom resultado, pois uma nuvem de perfumes se formava ao redor da índia a medida que sua pele esquentava com os movimentos da dança.

    E Anahi cantava.

    Heimart não conhecia aquela canção. Talvez ele fosse o primeiro homem-branco a ouvi-la (certamente o era, naquela região). Mas as palavras pareciam dar ritmo ao quadril da jovem, e leveza às suas pernas, além de trazer sorrizinhos ocasionais aos lábios rosados da índia. A cada volta que dava na fogueira, Anahi parecia mais desinibida, mais livre, mais feliz em sua invocação - que era quase uma festa particular. Certamente, pelos movimentos e pelo tom empregado, a música e a dança eram uma forma de seduzir os Espíritos. E a índiazinha tímida era uma sedutora de primeira linha quando se tratava do ofício da pajelança.

    Não mais que de repente, um farfalhar na mata alertou da presença convocada. Se o homem-branco teria medo, Anahi não sabia: estava completamente envolvida pela canção e pela dança, e seus olhos só enxergavam o fogo. Das sombras, surgiu a Yibioia e, aproximando-se pelas costas da garota, enrolou-se à perna direita de Anahi, que dançava.

    O contato com a Yibioia era fresco, pois a cobra trazia no ventre o beijo do luar sobre a terra. Anahi dançava, e a Yibioia subia por seu corpo, enrolando-se ao seu ventre e escalando... escalando... quando a cobra apoiou a cabeça sobre a cabeça da índia, escondida entre as penas do cocar, seu enorme corpo cobria o corpo de Anahi em anéis - ao redor dos ombros, seios, cintura, ventre e perna direita. O rabo da Yibioia tocava o chão e se espalhava de forma serpenteante quando a índia movia-se ao redor da fogueira, ondulando suavemente.

    E foi então que, da mata escura, surgiu um índio. Ele era jovem, tão jovem quanto Anahi, mas seus cabelos eram inteiramente prateados, como os dos anciões. E seus olhos brilhavam, vermelhos como o fogo. A índia não sabia se Heimart era capaz de vê-lo ou ouvi-lo, ainda mais porque a entidade ignorava completamente a presença do homem-branco. A Yibioia esfregou-se suavemente entre as pernas da garota e a cabeça ovalada surgiu entre as penas do cocar, com a língua sibilante indo e vindo, enquanto o Espírito das Matas sorria de modo satisfeito para a pajé dos Tamoios.

    [Tupi] - Grande Anhangá, Espírito das Matas, meu coração se enche de alegria. Ninguém melhor para atender-me nesse momento de buscas através das trevas. Eu sou Anahi, a Virgem de Tupã da Tribo dos Tamoios. Perdeu-se nas matas um homem-branco, Sagrado Anhangá, de grande sabedoria. Um homem que poderia ajudar a trazer paz entre os estrangeiros e as Tribos Tupinambás. Sebastião da Veiga é o nome desse homem, que desapareceu junto à curva do rio. Todo o conhecimento é Seu, Anhangá, e dele aceito a fatia que decidir compartilhar. Qualquer tanto que torne essa caçada frutífera, ó Poderoso Anhangá! E em troca, todo favor que não for de Tupã.

    Anahi esperava obter qualquer peça de informação, dica ou diretriz que pudesse ser útil à busca que enfrentariam pela frente. Após receber tais informações, pagaria ao Espírito das Matas com os favores que fossem requisitados (desde que estes não fossem favores que resguardava exclusivamente para Tupã). E, apenas depois, a índia tomaria mais um banho (breve) de rio, apagaria a fogueira e retornaria à casa grande - a procura de Aimberê e dos outros.


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    Mensagem por Gelatto Ter Abr 09, 2019 9:51 pm

    @Elminster Aumar @Jolie_Scarlatt @Saskwatch

    Na casa grande...

    O cansaço se abatia em todos. A viagem de barco fora cansativa e este descanso ofertado por Juliana era bem recebido a fim de recuperarem as forças para o dia seguinte.

    Emma já se retirava para seu quarto, mas não para dormir de imediato, pelo contrário, perderia algumas horas de sono arrumando sua mochila, pois queria estar preparada para quando partissem, demostrando algum empenho. Então, sob a luz da lamparina, a francesa escrevia no seu diário as primeiras linhas de seu relato de suas incríveis aventuras nesta terra prometida.

    Demétrio reencontrava Aimberê depois de anos. Ambos sabiam que podiam confiar um no outro. Ao perguntar sobre Heimdart, foi Juliana quem respondeu:-"Ele saiu quando a jovem Anahi disse que ia falar com espíritos. Não me olhe assim. Ela sempre tinha essas visões, sempre disse que falava com o outro mundo. Não acredito muito nisto, mas respeito sua crença. Ah, Heimdart não perdeu sua curiosidade sobre as tradições dos povos e foi atrás dela com seu caderno, tinta e pena a mãos." Satisfeito com a resposta, o soldado português agradecia novamente pela hospitalidade enquanto se retirava para seu quarto. Ao passar em frente ao quarto de Emma, notara a luz da lamparina por baixo da porta. Parou na frente da porta por um instante, ouvindo como ela cantarolava do outro lado feliz com algo, pensou em bater à porta, mas então viu Ashanti subindo as escadas encarando o português e, sem jeito, se retirou para seu quarto. Ao chegar na sua cama desabou de sono e roncou alto.

    Ashanti nunca confiou no homem branco, principalmente no homem português, e permaneceu no corredor até ter certeza que Demétrio se retiraria para seu quarto antes dela entrar no quarto a ela destinado. Desconfiava que ele já estava com más intenções.

    Após os outros começarem a se retirar, Aimberê pegou sua rede dentre suas coisas e saiu pela varanda pela frente da casa, onde amarrou sua rede em duas colunas de madeira. Olhou para o caminho até a mata e seguiu naquela direção. Como protetor da pajé virgem sagrada, ele não conseguiria dormir sem ter certeza que ela tenha voltado. Apesar do homem branco estar com ela, homem branco nada sabe da mata. Aimberê segue até a borda dos campos da estância para aguardar seu retorno e ficar alerta a qualquer perigo.

    E, por fim, como boa anfitriã, Juliana se retira para seu quarto por último, se é que ela alguma vez teve alguma boa noite de sono depois do acorrido, enquanto Luzia e João se retiram para uma casinha menor logo atrás da casa grande. O casal de velhos caboclos vivia ali, sem filhos.




    @Mellorienna @vontheevil

    No meio da mata...

    Heimdart vai seguindo conforme seu pudor permite os pedidos para o ritual da indígena. Já ouvira falar que alguns indígenas falam com espíritos, mas nunca presenciou tal fato e esta era uma oportunidade única, por isso, se rebaixava aos modos nada civilizados. Por um momento pensa o que seu pai diria se o visse assim.

    O tempo vai passando, os minutos vão se tornando horas, e a indígena começa uma dança selvagem em torno da fogueira, mas graciosa, enquanto entova uma cançao em Tupi cujas palavras lhe eram desconhecidas. Heimdart por um momento esquece de anotar o que via, parecia em transe, seja pela beleza da jovem ou efeito do cachimbo, não saberia dizer naquele momento. E o tempo foi passando sem que ela diminuísse o ritmo. O saxão pensa ter ouvido um farfalhar de uma folhagem próxima, mas deve ser apenas o vento.

    Então o ritmo da pajé vai diminuindo, seus movimentos passam a ser mais duros, como se algo a prendesse, até que ela pára, imóvel, com os braços rentes ao corpo e se remexendo como se estivesse amarrada por algo invisível... Heimdart podia jurar que vira as penas do topo do cocar de Anahi se mexerem, como se abrissem caminho para algo passar... então, Anahi começa a falar com o vazio em Tupi enquanto Heimdart ficava olhando em volta, procurando por algo, procurando ver algo, procurando algum espírito, mas em vão. Sem conseguir lutar contra, cai no sono.

    @Mellorienna:

    Heimdart é desperto por uma Anahi cansada. A fogueira estava apagada. A jovem estava molhada, não de suor, mas da água do rio. Ela diz que terminou e que agora precisa descansar.




    @Mellorienna @Saskwatch @vontheevil

    De volta para a casa grande...

    Com o término do ritual, Anahi, Heimdart e Aimberê retornam para a casa grande. Aimberê, menos cansado e acostumado a caminhadas, acaba chegando com vários minutos de vantagem sobre os demais. Anahi vem andando sob a luz do luar com toda graça, mesmo cansada, ela não pára. E por fim, ainda sonolento, Heimdart segue a poucos metros da jovem pajé.

    Ao chegar na varanda, Anahi já demonstra o cansaço e o sono. Fizera um ritual demorado, com dança, cantos e demais preparações, toda esta fadiga gasta se acumulava agora. Cambalenado, ela vai até a rede de Aimberê, sobe nela com calma, se aninha ao lado do corpo do grande guerreiro e adormece. Heimdart se aproxima, vê a cena, boceja, e segue para dentro da casa na direção do seu quarto, desabando de sono. Após o saxão entrar na casa, Aimberê segura a cabeça de Anahi e a coloca delicadamente sob a rede. Ele é guerreiro protetor da filha sagrada de Tupã. Então, se recosta no pilar da varanda e por ali adormece.




    @Elminster Aumar @Jolie_Scarlatt @Mellorienna @Saskwatch @vontheevil

    De manhã...

    Aimberê acorda com os primeiros raios do sol. Sob seu corpo há um pano, um cobertor. Alguém o protegeu do frio a noite. Mas quem?

    Aos poucos um a um dos nossos intrépidos aventureiros vão acordando. Juliana mal dormiu a noite, suas olheiras são visíveis. Heimdart também teve uma noite de sono difícil, sonhara algo estranho, algo fantástico, que não lhe saia da cabeça.
    OFF: @vontheevil, você pode ler o OFF de Mellorienna agora, mas considere como um sonho.

    Luzia e João já estavam com o desjejum preparado, pão de milho, bolo de aipim e suco de ananá. Todos alimentados, é hora de partirem.

    Em frente da casa grande, o grupo se despede de Juliana. Ashanti decide permanecer para trás para dar apoio à Juliana. Ela crê que será de melhor ajuda se ficar aqui, onde poderá ajudar nas tarefas da estância enquanto isso, e deseja sucesso para o grupo. -"Vão com a paz do Senhor, meus amigos!", reforçava Juliana.

    Conforme vão descendo o caminho de terra batida até o rio, João os acompanha para mostrar onde deixou o pequeno barco dedois remos que prepararam para eles. Com este barco é que o grupo deverá percorrer todos os pontos de interesse do mapa que Juliana deixou com eles em busca de pistas sobre o paradeiro de Sebastião Veiga.

    OFF:

    Retorno do Barqueiro Ribeiro: T-10 dias.

    Próxima Ronda: segunda-feira 15/04/2019, a partir das 20 hrs
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    Mensagem por vontheevil Dom Abr 14, 2019 11:20 am

    Assim que acordo pego meu diário para escrever em uma letra miúda na minha língua materna.
    "Fumei cachimbo com a nativa, nua ela realizou um ritual de danças e fumaça na floresta que auxiliado por algum efeito psicotrópico do cachimbo de Tabaco (Nicotina rustica) e talvez de todas as ervas recolhidas esfregadas no corpo e dos cheios diferentes que ela possuem entrou em uma espécie de transe de possessão. Acompanhando seu trabalho de perto e exposto as ervas e fumaças, embora não propenso a tais besteiras incivilizadas, me senti fraco e tonto, chegando a desmaiar de cloremia no meio da mata apenas para ser acordado pela índia e voltar para a casa dos Veiga dormir um sonho cheio de simbologias estranhas causadas pelos acontecimentos do dia anterior"

    Sigo com a fome causada pela noite estranha para fora do meu quarto farejando o ar para sentir cheiro de alguma coisa a ser comida, torcendo por algo doce ou gorduroso.
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    Mensagem por Mellorienna Ter Abr 16, 2019 4:31 pm


    Relatos da Virgem de Tupã, Anahi, Pajé dos Tamoios : Che maitei rory maymavápe!



    Enquanto estiveram na casa da Família (de la Vega) Veiga, Anahi se manteve em completo silêncio. Os ecos do ritual ainda reverberavam eu sua jovem alma de Pajé. E acordar sozinha na rede, com Aimberê coberto pelos tecidos dos brancos no chão ali próximo, havia deixado a índia cabisbaixa. Talvez movida pela suposta coragem que o Anhangá viu nela, Anahi não voltou a vestir a túnica após o ritual. Se Juliana da Veiga ficaria ofendida com a nudez da jovem, ela não sabia. Mas era Pajé dos Tamoios. Jamais seria esposa ou mãe, jamais seria mais que sacerdotisa, e o cocar era tudo de que uma sacerdotisa precisava.

    Já no barco, esperou que o grupo estivesse sozinho, sem caboclos ou outros empregados de Juliana, antes de se manifestar:

    - Anhangá falar mim ontem. Contar que Sebastião vivo. Longe daqui, sofrendo. Por amor. - a índiazinha não olhava para ninguém em especial, mantendo os olhos nas águas do rio - Anhangá conhecer nome de Juliana. Dizer que ser nome que atormenta alma de Sebastião. Dizer que Sebastião não sozinho. Outros com ele, mim achar que outros brancos. Anhangá dizer para ir perto do mar, rio acima. Anhangá dizer para ir direção sol nascer. Sebastião preso, mas vivo. Grupo achar ele. Antes, ter que ajudar guaraxaim, é palavra do Anhangá. Só achar Sebastião depois de ajudar. - a garota se virou para os companheiros e começou a gesticular com as mãos uma espécie de mímica, franzindo o nariz e simulando patinhas com os punhos fechados - Assim. Guaraxaim. Rosnar assim. - ela mostrava os dentinhos - Uivar assim para Jaci no céu. - Anahi imitava os sons do animal, nitidamente da família dos cães ou lobos.


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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Ter Abr 16, 2019 9:40 pm

    Emma acordou muito antes dos primeiros raios do sol, estava ansiosa pela viagem, estava mais ansiosa por perder a hora e o grupo deixa-la para trás, afinal para o mesmo Emma era apenas uma pedra no sapato, no caminho .. um peso! 
    Então arrumou-se, pegou as ultimas coisas que faltava e colocou na sua mochila. Fez um café para todos e esperou que cada um levantasse. Durante o café antes de partir Emma ouvia as opções de inicio da jornada, e acreditava que a melhor opção seria partir do momento  em que Sebastião sumiu,  onde o barco havia sumido, mas deixou com que os homens optassem, pois os mesmos já pareciam alterados logo pela manhã. 
    Já no barco, Emma observou a todos em sua volta, principalmente a pequena indiozinha, pois admirava demais aquela fille, foi quando a mesma começou a imitar algo depois de um longo período olhando para o além, sera  que seria um jogo, ou ela estava tentando transmitir algo? rosnava como loup´ou renard, mas o que ela realmente queria dizer ....

    - Mademoiselle está querendo transmitir algo? o que está sentindo? sentiu algo sobre o nosso amigo sumido - perguntou Emma para a natif  (com o sotaque um francês com português)
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