Job 06

Demorou uns bons quinze minutos até Sayuri conseguir desativar aquelas coisas e esvaziar o tanque. Ela pegou o corpo feminino e tentou alguma forma de comunicação, mas ele era completamente inerte. Talvez fosse preciso dar algum input antes daquela máquina orgânica começar a funcionar. Não tinha certeza de nada daquilo. Era algo muito novo.

- Acho melhor você me ajudar aqui pois eu não faço idéia de como fazer isso. - Respondeu o policial enquanto tentava imitar o que ela havia feito com aquele maquinário. Sayuri contactou sua colega Sakura, que já a havia ajudado no outro job. Do outro lado da chamada do TAP, ela respondia: - Você me usa, garota! Eu devia cobrar esses favores em lambidas. Apareço aí em breve. - Toshiro coçava a cabeça diante do maquinário.

- Talvez eu ajude mais encontrando um meio da gente sair sem passar pela porta, né? Nessa área da cidade tem algumas vias subterrâneas para os figurões passearem sem serem vistos. Eu aposto que deve passar uma via dessas bem aqui embaixo. - Aquela era uma boa notícia. Com a ajuda de Sayuri, tiraram o outro protótipo, o masculino, e agora eles tinham aqueles dois 'corpos' para carregar.

- Bem, temos o policial desacordado que podemos deixar aqui mesmo e todo o SysOp que nos observou. Vamos apenas sair? Se for, basta descer até o último andar.

dream inscription.

Eles desceram pelo elevador em direção à rota de fuga que Toshiro havia traçado. O policial levava um dos protótipos no ombro, enquanto puxava outro que arrastava pelo chão. Era o melhor que poderiam fazer no momento e, até onde sabiam, eles não estavam propriamente 'se machucando'. Chegando no último andar, Sayuri botou em prática seu métier.

Dessa vez passar pelo Firewall foi mais simples, na verdade, depois das primeiras tentativas frustradas, ela tentou um outro meio menos ortodoxo, se é que se poderia dizer que o trabalho dela era ortodoxo. No instante que ela rastreou os arquivos que continham as filmagens dos dois, ela notou que deu um passo em falso. O SysOp notou sua presença e reagiu com violência. No mundo digital ela viu projéteis ameaçadores voando na sua direção. Viu também seu próprio Firewall, pelo qual ela havia pago muito bem, obrigado, erguer-se para defendê-la. E embora uma gota de suor frio tenha escorrido em sua testa, viu-se protegida da investida defensora.

O próximo passo era apagar as filmagens todas e substitui-las por uma de algum dia anterior. Isso bastaria para escondê-los novamente. A troca demorou um pouco, mas tão logo foi efetivada, o SysOp desligou os alarmes de presença e a hacker zeek se desplugou daquela máquina de moer invasores.

Ela deve ter suspirado aliviada pois Toshiro fez o mesmo. - Cacete, é bizarro ficar assistindo sem saber o que está acontecendo. - O túnel subterrâneo era como um corredor de metrô, com saídas indicadas em placas. Uma notificação saltou sobre os olhos dos dois, era o aplicativo dizendo onde deveriam entregar o protótipo roubado. - É isso aí, parece que essa aventura vai acabar assim, com um uber e um até mais. - Ele olhava para Sayuri, que já havia se questionado sobre quão ético era aquilo. Uma mensagem de Sakura informava que ela já estava à postos.

dream inscription: @Shmul último post desse job é seu, indicando o que Sayuri pretende fazer diante do encerramento, reações a isso serão tratadas no epílogo.