“Isso era pra me deixar tranquilo, Ralph construtor? Agora eu to mais bolado. Achei que tu tinha dito que não tinha nada de super poderes.” Ele fala com uma sobrancelha só levantando lentamente entre as palavras até estar bem acima da outra. Bem sério. Quando Axel fala sobre aquilo ser um segredo a segunda sobrancelha se junta a primeira. “Nego vai achar que eu fumei as cinzas da vovó. Nem um piu.” Ele faz como se trancando a boca com uma chave invisível que ele joga do penhasco.
“Tá na hora.” Ela interrompe. “Shhhhh” Ela diz eloquente. Ela puxa o eledoth para a beira com um sorriso bobo no rosto e se senta bem na ponta com os pés balançando no precipício. “Vem Judas, vem ver.” Então ela se cala comicamente e começa a apontar a linha do horizonte e as pedras sob o mar cinza e as pedras acima da água também. Mostrando onde as cores estão mudando lentamente. Onde o branco começa a se tingir de laranja e vermelho e as lâminas de água brilham como um enorme cardume. As pedras molhadas e lá embaixo são mais escuras cobertas de algum limo ou alga e fazem um contraste forte. No céu as nuvens vão se pintando de cores intensas e vibrantes enquanto o firmamento em si escurece deixando aparecer lentamente as estrelas e a lua.
Olena aperta forte a mão do uratha e Judas olha horizonte como se não tivesse visto nada assim antes. A animação dela era contagiante. Ou a experiência de quase morte o fazia rever as coisas com olhos renovados.