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por Bravos Dom Mar 28, 2021 10:23 pm- Uau, gostei dessa gente... Parecem saber impor os limites. - Modi responde à história de sumiço de magnatas. - Essa neutralidade pode ter funcionado até agora, mas as coisas estão mudando, eu acredito que você esteja ciente... Você viu como os neolíbios olharam para você na festa outro dia. Eles tem receios, logo mais vão tomar uma providência para poderem deitar a cabecinha no travesseiro sem preocupações. - Ela fez um bico. Ela não deixa de rir quando Shinji responde ríspido. - Está certo. Promessas valem merda nesse mundo. O que estou lhe pedindo é a chance de conversar. - E então chegam os negócios. Ela se levanta e com a mão convida novamente Shinji a se sentar, enquanto ela mesma vai passando para o outro lado da escrivaninha. - Vamos lá! Tenho coisinhas para mandar para lá pra não chegar com uma mão na frente e outra atrás. Eles começaram a conversar. Shinji tinha ao seu lado a confiabilidade do clã. Modi tinha a experiência de negociação agressiva dos apocalípticos, ainda mais porque ela estava à frente do restaurante. Ela fez o neolíbio que fechou o frete para Córdoba parecer um abobalhado negociando. Ele saiu com um pagamento ligeiramente reduzido, mas com a certeza que nenhum apocalíptico iria atacar os caminhões Asashina. Nem de outros bandos. Ela daria conta disso. Tal proteção viria a calhar se a negociação com Ebomona se concretizasse.
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[!ON!] Takahashi Shinji
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Shinji - A gente só protege o nosso, na honestidade. - ele retruca dando de ombros sobre aquela história. Ele meneia em positivo - É… Eu to ligado, é por isso mesmo que eu continuo te dando corda com essa ideia onde muito provavelmente a gente vai terminar MORTO! - ele diz concordando e rachando numa gargalhada - Mas a gente só vive uma vez né mesmo? - Tudo aquilo era notavelmente perigoso demais, mas ele não se sentia desmotivado, muito pelo contrário. Logo ele meneia em positivo - E conversar é exatamente a oportunidade que eu quero que você tenha, mas eu já tô adiantando parte do preço que você vai ter que pagar, mas se tu disse que tá na disposição não tem nada a temer, e eu boto fé que vai dar bom. - Ele era honesto e transparente como água cristalina, a voz não vacilava nem um segundo, ele conhecia muito bem como o clã agia. Ele tenta fazer Modi cair em todos os truques que ele conhecia, os caras sempre compravam mais caro pela necessidade, mas ela não, ela sabia muito bem como lidar com a situação, mas por fim ela faz uma proposta irrecusável, talvez ele nem quisesse mais a grana com o que ela ofereceu só pra ter aquele pedaço de terra pra rodar à vontade sem preocupações enquanto ele tinha uma armada pra fechar o perímetro, ele sabia que a oferta vinha como um sinal de boa vontade dela fazer aqueles planos todos darem certo, mas era muito mais do que qualquer um, neolíbio ou sucateiro desgraçado ofereceria, ele sorri pra ela, um sorriso ferino, branco e de dentes perfeitamente alinhados, junto de um olhar incrédulo. - Fechado! - por um momento dá pra jurar que ele vai pular da cadeira, ele entrelaça um dos braços com o dela e dá um aperto no antebraço. Ele prepara os contratos com tudo que foi acordado escrito, uma formalidade indispensável por parte do clã, uma via pra ela e outra pra ele, só assinadas quando não houvesse mais nada a ser contestado. Ele olha pra ela e não faz questão nenhuma de esconder que as negociações haviam mexido de alguma forma com ele - Minha esposa tinha razão - ele diz apontando pra ela com o contrato dele enrolado numa das mãos - Queria bem eu te dobrar sobre essa mesa e colocar até o saco… Mas eu sou um cara fiel, só que essa porra ficou pessoal agora, eu não vou desistir de fazer um dos meus irmãos e você me darem uns sobrinhos. - aquela negociação toda deixava ele mais a flor da pele que as tetas dela balançando a noite toda na cara dele. - Coisinhas então heim? Só falar onde pegar e largar e deixar os dinares com Zuri. Vou indo deixar minha lata velha no esquema, a gente pode carregar ainda hoje e eu saio amanhã de manhã assim que o Sol raiar. - Soava como um bom plano, a não ser é claro que ela tivesse alguma objeção. |
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- Sempre alguém vai morrer no caminho, só dá pra tentar evitar que seja você. - Ela retrucou. As negociações foram longas, mas chegaram à termo. Ia exigir mais de Modi, porém, era o que ela precisava para ser feita ouvir. As papeladas do Asashina não a surpreenderam, mas era evidente que a entediavam. - Mais algum papel? - E então o aperto de mão que selava aquele contrato. Quando Shinji diz que sua esposa estava certa, ele vê um olhar felino surgir no rosto da apocalíptica, quase como um gosto de afrontar. Ela escuta a frase em silêncio e então abre um largo e indecente sorriso, lambendo os lábios. - Eu sei. - E então ri. - No meu depósito. Não fica longe da saída da cidade. Vou mandar alguém para lhe indicar com precisão. - Ela se levanta e o acompanha até a porta. Shinji sabe que aquele tipo de hábito não era de apocalípticos. Mas todo mundo tem que aprender alguns truques se vive de negociação. - Quanto antes melhor. Estarei esperando sua volta com boas notícias. |
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Shinji Indo: Mercado de Fez - Diga isso por você, eu tenho gente em quem a merda pode respingar e eu não quero que respingue.- ele diz de forma muito mais conservadora que ela, mas não queria discutir o mérito daquilo, concordava em discordar. Ele faz um bico e contrai os olhos - Ficou metade mais sem graça por que você só escutou metade do que eu disse. - ele arqueia uma das sobrancelhas e fica olhando pra ela esperando uma reação que ele sabe que não vai vir, como se o cérebro dela tivesse parado de funcionar quando ela pensou na rola dele. - Show, show show show… - ele responde em afirmativo pra ela e o planejamento que muito em breve seria posto em prática. |
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Shinji estava de volta à montanha onde seu clã residia. Às vezes, pelo ritmo das viagens, acontecia de passar semanas sem pisar ali. Não foi o caso dessa vez, mas ele trazia consigo muita coisa. Naquele instante, ele caminhava ao encontro de sua mãe. Naquele horário ela sempre estava desfrutando o jardim privado que sua família havia lavrado na encosta da montanha. Logo que chegou ao portal de entrada, ele a avistou, sentada numa pedra grande o bastante para servir de banco. Ela estava de costas, olhava o horizonte infinito montanha abaixo. Alguém tocava um shamisen num pequeno coro próximo. Quando Shinji se aproxima, vê que na verdade ela está de olhos fechados, deleitando-se com a música e o vento que sopra. Não eram os meses mais frios, então ainda com a altura, o vento era agradável. - Musuko!... - Aquele era o convite para se aproximar e sentar. - Fez boa viagem? |
- Ankou
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Shinji Vindo: Mercado de FezNada era melhor do que o ar da montanha, a paz e o silêncio que aquilo trazia longe do barro poeirento de Fez e das estradas, tudo limpo e organizado, como nenhum outro lugar da África, ele podia gostar da agitação da estrada mas as montanhas era como entrar em outro mundo e mesmo sem ele gostar de todos aquele protocolos era quase que automático seguí-los. Ele se aproxima da mãe assim que ela lhe dá a honraria, o kimono completamente branco, a cor da morte de quem estava disposto a morrer por alguma coisa ou oferecer a vida de bom grado se assim lhe fosse pedido. Ele se senta sobre os calcanhares de frente pra ela, sem nunca cruzar o olhar a cabeça sempre baixa, logo ele coloca a espada curta a sua frente deixando descansar por hora. - Okasan. Eu não diria boa, mas trago notícias, muitas delas. - o semblante sério e impessoal toma conta dele rapidamente. - A cada dia que passa os Neolíbios começam a olhar com mais ganância sobre nós, eles estão testando nossos limites, os caminhões roubados… A essa altura eu acredito que saiba o que armaram pro Nagase. - ele se mantém em silêncio até a resposta dela e complementa qualquer coisa sobre o assunto que ela possa não ter sido informada. - Na fronteira norte de Córdoba eu fiz contato com um dos hospitais de campanha, melhor escoar parte da nossa produção de remédios do que deixar eles perderem efeito, mas o contato quer prova de que qualquer coisa produzida fora das mãos dos Spitalianos e dos Anubitas pode ser útil pra causa deles, ela não sabe exatamente a fonte, mas independentemente ganhar prestígio com os Algozes e Anubitas é crucial pro que vem depois… Eu conheci a Tucano local, uma mulher inteligente e ambiciosa pra dizer o mínimo, ela quer negociar com a gente, ela quer Fez se tornar a falcão de lá, e tá disposta a pagar o preço, dividir o controle da cidade conosco, assumir a responsabilidade de qualquer ato que seja preciso fazer pra remover qualquer ameaça de lá que venhamos a fazer… Boudiaf… Além do mais tá na hora do meu irmãozão casar a senhora não acha? Talvez fosse bom pra ele ter algo além de uma espada pra se preocupar e acredite em mim, eu estou prestando um favor a ele, ela está longe de ser uma mulher feia, ela quer uma reunião com um representante pra maiores detalhes. - quase todas as palavras ali pareciam pensadas e repensadas, ele não vacilava nem por um segundo e tinha certeza o bastante pra apostar a vida dele naquilo. - Eu vejo no rosto dos Neolíbios mãe, se não nos levantarmos agora, eles nos engolirão muito em breve. - tudo que se segue então pós relato é silêncio como se aguardasse as deliberações e considerações dela. |
- Bravos
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- Hum... - Ela faz quando ele diz que tem notícias. O primeiro assunto são os neolíbios. Seu semblante fica menos sorridente e mais sério. - Musuko, Nagase vinha do interior da África. Há poucas rotas de neolíbios que vão para lá, não acredito que tenham sido eles os responsáveis por isso. - Então ela ficou um tempo em silêncio. Como que refletindo. - Mas eu acredito que você tenha uma intuição certa. Fora o acontecido com Nagase, há outra razão para se preocupar? Ela escuta então o relato da viagem para Córdoba. - Já temos algumas ligações com Algozes e Anubitas por meio de relacionamentos... - Ela comenta a meio caminho. - Uma apocalíptica? - Shinji consegue entender o tom da voz dela. - Boudiaf ainda não é forte o bastante entre os neolíbios, contudo, não se engane pensando que se algo lhe acontecer, ele ficará sem socorro. - Ela não diz nada quanto ao irmão e depois da última frase ela fica em silêncio. Por um bom tempo. - Sabe que eu não posso decidir isso sozinha. - Era claro que ele sabia. Porém, ela podia levar ao conselho do clã e deliberar. Pautar as reuniões do conselho era o grande poder dos chefes de família. - Não acho que encontraremos muitos favoráveis. Você está disposto a ser interrogado? - Quando o assunto era controverso, os chefes de família faziam duas coisas: primeiro, se aconselhar com os anciõe; se isso não bastasse, o segundo passo era fazer interrogatórios com escolhidos a dedo para averiguar as questões e poderem decidir com mais informações. Aquilo não acontecia muito, só quando era um assunto muito disputado. |
- Ankou
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Shinji - Okasan, ele foi alvejado por uma mini-gun calibre cinquenta que passaram a blindagem como manteiga, a senhora acha que teria algum grupo num lugar tão pobre com esse poderio de fogo que não fosse sustentado pelos neolíbios? - em momento nenhum ele contraria a mãe, o protocolo jamais permitiria isso, mas ele tinha todo direito de indagar, e é exatamente o que ele faz. - Ela é poderosa mãe, o bastante pra ter pessoal pra fazer o trabalho dos Algozes melhor que eles mesmos que por sua vez estão preocupados demais com a fronteira e não as estradas, ela vai tomar Fez, ela não está pedindo licença. - ele tira o contrato com Modi de dentro de um bolso interno do kimono e entrega pra mãe - Armas, um caminhão cheio até o teto delas, fuzis, bombas e sabe-se lá mais o que tinha dentro das caixas, Boudiaf vai cair e vai cair rápido, a jogada dela é nítida, ela quer que nós não sejamos problema pra ela, ela tem medo de morrer degolada, dormindo e sem glória, eu gostaria de manter boas relações com ela, eu sei o que o conselho vai exigir dela, ela sabe o que o conselho vai exigir dela e está disposta a pagar o preço, e eu quero as honras e o status pra nossa família, faço mal? - todas as palavras soam extremamente formal, sem nunca contrariar a mãe, sem nunca pôr as necessidades dele à frente do clã, mas o pedido de aprovação era verdadeiro. Ele acompanhava o silêncio dela nem a respiração parecia fazer barulho, logo ele meneia em positivo, ele sabia que ela não podia decidir sozinha. Ele discordava da mãe sobre os favoráveis, talvez a manobra não saísse exatamente como ele queria, como casar o irmão com Modi, mas ele tinha quase certeza de que aquilo era melhor pro clã e que eles deveriam aderir, mas em momento algum ele retruca a mãe - Não estou eu vestido de branco? - a pergunta não era um deboche, muito pelo contrário, mostrava que ele estava disposto a morrer se o conselho pedisse sua vida, era uma manobra arriscada, muito arriscada. Ele se mantém em seguida em silêncio e de cabeça baixa, os olhos fechados, quase como se pudesse escutar o próprio coração batendo. |
- Bravos
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- A África é rica, Musuko. Mais do que podemos imaginar. Os neolíbios estão brincando com moedas enquanto a verdadeira riqueza está escondida por aí. - Ela responde simplesmente. Os mais velhos às vezes tem manias de emitir falas meio proféticas, no fim das contas. Ela pega o contrato e o analisa enquanto Shinji fala. - Ela parece ter tomado sua decisão. - Aquilo era importante, quer dizer que o movimento estava feito. Não dava para evitá-lo. - Pobre Boudiaf. Seria interessante que outro neolíbio fosse erguido, para manter as aparências. Entrar em confronto direto vai ser mais duro. Se eles acharem que foi apenas um incidente, a reação será menor. - Ela dobrava de volta o contrato, devolvendo-o para o filho. - Levarei o assunto ao conselho. - Respondeu no tom formal e seco que a ocasião exigia. - Quanto aos medicamentos, leve o que achar necessário. Diga à Arai que tem meu consentimento. - Arai era uma das médicas responsáveis pela produção e armazenamento dos medicamentos. - Há mais algo que eu deva saber? - Olhou para ele com um olhar terno. Esperou que falasse algo e então acenou positivamente com a cabeça. O que queria dizer que ele podia ir. |
- Ankou
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Shinji Ele não discorda da mãe, pelo menos não aparentemente, ele até tentava entender o que ela queria dizer, ele só conseguia ver terra, e terra boa, era definitivamente uma riqueza, mas não do tipo que fazia buracos em um blindado, ele permanece calado de qualquer forma. Quando ela fala da decisão Shinji só meneia em positivo, diferentemente dela ele não esboça qualquer reação sobre Boudiaff, ele espera a mão lhe dar espaço pra falar educadamente - Zuri. - ele olha sério pra mãe - Ela ainda é um deles querendo ou não, eu não posso manter minha esposa na estrada se a senhora quer um neto, os negócios estão indo bem, ela vai conseguir comprar boas rotas, e vai nos fortalecer tremendamente em Fez. O clã sempre pode me arranjar um ajudante novo, os jovens fazem fila, a senhora sabe como é. - ele fala sério como se tivesse certeza, ainda que não tivesse poder de decisão nenhum, nem tom de súplica. Ele toma de volta o contrato em mãos e o papel volta pra dentro do kimono, do mesmo lugar que saiu. Ele parece satisfeito com a chance de ser ouvido pelo conselho, sobre os remédios ele meneia em positivo - Não vou decepcioná-la Okasan! - ele fala tão formal quanto ela se curvando em reverência, a cabeça vai ao chão sobre as mãos. Por fim, quando ela lhe faz uma pergunta final ele a responde cordialmente - Eu sei que quero mover muitas peças ao mesmo tempo, obrigado por me dar a oportunidade. - as palavras agora soam menos formais, um toque de carinho, ele toma a espada e coloca na cintura de volta se levanta e se curva novamente em reverência, logo se retira sem dar as costas pra mãe até que estivesse distante o bastante. |
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Shinji nota que a mãe recebe o nome de Zuri com certa reserva. - Ela ainda pode ser ligada aos neolíbios, mas acredito que eles a vêem agora como uma Asashina, ou seja, uma clanista. Precisaríamos construir a reputação dela antes de tudo e pelo que você me diz não haverá tempo. - Se eles quisessem ter um líder fantoche, precisariam escolher um líder, não uma iniciante. Ela faz um breve aceno com a cabeça com um sorriso enquanto seu filho se afasta. * * * Não se passou sequer uma semana antes que o conselho se reunisse e decidisse chamar pessoas para fazer perguntas. O dia de Shinji foi o terceiro. Nagase foi interrogado antes. Ele havia dito que nas incursões África à dentro, havia encontrado outros clãs com tecnologia semelhante à dos Asashina e que as rotas interioranas não eram disputadas pelos neolíbios como as costeiras. Entrar na sala do conselho com ele acontecendo era uma ocasião em mil. Shinji já havia entrado ali em reuniões informais com um ou outro chefe de família, mas nas reuniões do conselho, apenas os conselheiros ficavam ali. Quando se abria para outros, era para anciões ou interrogados. Em volta de uma longa mesa baixa e retangular estavam os conselheiros. Numa das cabeceiras, um espaço vazio onde esperavam que Shinji sentasse. O ar do ambiente estava perfumado com os aromas de chá que eram servidos de tempos em tempos. - Takahashi Shinji! Sente-se. - Era Kazukata Maeda, um dos chefes de família. O interrogatório nunca era conduzido por alguém da família e, mesmo que tivessem o direito de perguntar, era esperado que não o fizessem. - Você foi a Córdoba fazer uma entrega e voltou cheio de intrigas. Quem é Modi e o que você acordou com ela? - O tom imperioso era esperado. Ele sabia também que os conselheiros esperavam ouvir as mesmas informações que já haviam chegado até eles. E ele sabia que precisaria dizer mais se quisesse que as coisas corressem como ele planejava.
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- Ankou
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Shinji - Verdade, mas pra ela fazer a ponte entre nós, os apocalípticos e os próprios neolíbios é o bastante, e eu ajudo no que precisar. - ele sabia que vácuo nenhum de poder ficava sem ser preenchido, ele precisava ser rápido e precisava de Zuri fazendo as pazes com Modi. *** Ele entra na sala sereno, com a mesma postura que tinha quando encontrou a mãe, o kimono branco sobre o corpo de quem não tinha nada a esconder, mas que também era a cor da morte. - Kazukata-san. - ele se dirige ao homem e o reverência curvando o corpo, se senta de frente sobre os calcanhares, a espada retirada da faixa à cintura posta a frente, embainhada. - Modi é a Tucano de Córdoba, em breve a Falcão de Fez. - ele fala o menos possível, pelo menos por hora e tenta ser o mais objetivo possível. Ele estendo o contrato até o homem, o rosto vai quase até ao chão. - Isso é tudo o que eu acordei com ela por enquanto, era tudo que estava sob meu poder e tudo que minha palavra vale. - o contrato abaixo em dinheiro, mas nele a promessa de proteção da estrada entre Fez e Córdoba, sem nenhuma restrição pros caminhões do clã. - Eu vi com meus próprios olhos, ela tem contingente de sobra e cumpriu perfeitamente a barganha dela na minha vinda de lá pra cá. - ele diz sempre com a cabeça mais baixa que a do patriarca, sem nunca olhar nos olhos. - Eu disse meia verdade sobre do que somos capazes, foi o bastante pra ela ficar impressionada, ela quer visibilidade e poder, mas nos quer confortável com a situação, os neolíbios sabem que nós temos dedos em pedaços de bolo demais, nós já viramos um problema, é uma questão de tempo até alguns Magnatas se juntarem e começarem a retaliar e quererem tomar aquilo que é nosso. - ele fala sem dúvida nenhuma. - Não somos negros pra sermos africanos, nem brancos pra sermos hibrispanos, nenhum dos lados nos veriam como iguais, mas os desgarrados… - ele não prossegue, tem certeza que eles haviam entendido a mensagem. Ele continua falando se assim recebe permissão - Eu não penso em outra coisa senão em tudo que está pra acontecer. Ela quer uma reunião com o conselho pra negociar qual o nosso papel nisso tudo e está disposta a pagar o preço, pelo menos o preço do casamento, que todos nós sabemos que será uma exigência. - ele respira fundo e o ato parece o fazer parecer ainda mais calmo - Eu sei eu todo mundo está se perguntando o que eu tenho a ganhar com isso pra fazer todo esses esforço e trazer o assunto ao conselho, prestígio pra minha família, um bom casamento pro meu irmão e por que eu quero minha esposa segura em Fez cuidando dos meus filhos que virão, ela é negra pra ser vista como africana, ela já foi um dos neolíbios, ela é ótima com finanças, além de que ela tem relativa boa relação com Cala dos sucateiros - ele sorri contido - Nesse exato momento Kebechet uma das aprendizes dela está trabalhando pra gente no entreposto de Fez como um favor pessoal, isso assegura o clã com uma linha de suprimento firme e constante de sucata. - ele pausa o testemunho só pra ter certeza que está sendo acompanhado - Fez vai ser conquistada e rápido, eu sei que a minha palavra vale pouco, mas sou eu quase todos os dias da minha vida fora das montanhas, eu venho aqui vestido de branco por que eu sei que o que eu falo é tão verdade quanto a morte. - não há drama nem desespero só certeza, ele só espera por perguntas agora, parece ansiar por elas. |
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Alguém esticou a mão quando ele entregou o contrato e ele foi sendo passado até chegar ao interrogador. Ele demorou-se lendo o contrato. Shinji sabia o que significava: buscava um deslize. Um deslize para que o pudesse desqualificar. Mas ele não acha. - E por que essa apocalíptica decidiu se tornar Falcão de Fez? Pelo que você falou ela está muito bem em Córdoba. - Dar um passo maior que a perna e serem eles a suportarem um passo em falso? - Ela parece ter lhe convencido que os Neolíbios nos vêem como alvos... No entanto, nós temos também alianças com eles, sua esposa inclusive embasa uma delas. - Maeda parece lhe fuzilar com o olhar. - Acha que as alianças firmadas até aqui estão enfraquecidas? - Qual a resposta ele precisa ouvir? Sim? Não... Não? Definitivamente não. Quando Shinji fala do lugar dele naquilo tudo, há alguns comentários baixos, mais audíveis. Especialmente sobre Zuri, os neolíbios, e Cala, entre os sucateiros. - Cala, você diz? Ao que me consta ela não responde pelos Sucateiros. É uma negociação frágil. Quanto a Zuri... Hoje ela não está mais entre os neolíbios, como pensa que ela vai conseguir desempenhar um papel se nós estivermos queimando nossas alianças com eles? Eles esperaram alguma resposta. Uma mulher se ergue. É Fuji Maki, outra conselheira. - E se os neolíbios se virarem contra nós? De Córdoba e de Tripol temos duas frentes impossíveis de serem seguradas juntas se decidem pesar a mão sobre nós. Os neolíbios tem balas para furar qualquer blindagem. - Tudo se resumiria nos neolíbios caindo sobre os Asashina então? Mais murmúrios na sala. Todos olham para Shinji.
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- Ankou
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Shinji Ele continua seu relato a Kazukata com a calma impassível dos orientais como se ele fosse dono de toda a situação, a voz ficava em um único tom calmo e os olhos nunca se encontravam com o do homem- Qual é o direito divino assegurado aos Neolíbios de detenção de todas as rotas de comércio? Quem foi que decidiu que os maiores e melhores pedaços de bolo são deles? - as perguntas são meramente retóricas - Armas. - ele responde sem nunca subir o tom de voz - Ela vai tomar Fez por que ela pode e por que ela quer. - isso ele tinha certeza e o depoimento sob esse aspecto era final. - Se importa? - ele diz apontando educadamente pro aparato de chá na sala. Ele corre a cerimônia rodando as cuias nas direções perfeitas, utilizando o espaçamento de tempo e temperaturas perfeitas, nem ele lembrava que era bom naquilo, lembrava do quanto odiava fazer aquilo e das varetadas da mãe nas mãos toda vez que errava, o sorriso chegava vir ao rosto, mas sem nunca mostrar os dentes, sem deboche nenhum, parecia satisfeito, o kimono branco não passa nem perto, nenhuma louça se choca e ele só volta a se pronunciar quando ele coloca uma porção de chá a frente de cada membro do conselho, a última porção é dele e ele é o primeiro a beber como manda a etiqueta. - E por qual motivo nós queimaremos alianças com eles? Eles não são unidos o bastante pra se importarem com algumas cabeças cortadas, mas eu não estou aqui pra achar, apenas relatar, senhor. - a voz e posição humildes - Eles nos chamam de leopardos, nos tratam como lixo e só recorrem a nós quando estritamente necessário. - Ele arranca o anel de ouro do dedo e põe delicadamente sobre a mesa - Isso foi o que um deles desagradavelmente me deu e me disse pra que toda vez que olhasse pra ele me lembrasse dele. - dá pra ver o ódio no olhar, mas a voz nem treme - Homens mais dignos e menos linguarudos já morreram por muito menos dentro e fora dessas montanhas… Não senhor eu não acredito que nossas alianças firmadas estejam enfraquecidas, mas em Fez muito em breve não teremos aliança alguma. - honestidade pura na voz, o olhar era calmo de novo, prestativo de quem queria o melhor pro clã. - A sucata de Fez inteira passa pelas mãos de Cala, todas as armas e brasa vão passar pelas mãos de Modi e se agirmos certo todos os dinares vão passar pelas nossas e nós vamos ter que negociar, eu acho saudável negociar com amigos e família. - era quase como se jogasse a política do clã contra ele próprio. - Quanto a Zuri deixe ela bem vestida, com vinte mil dinares e eu lhe garanto que ela volta com três rotas do banco facilmente se ela conseguir negociar, se eu tenho certeza de que ela dá conta do serviço nos leilões tenho mais ainda que ela pode fazer uma ponte diplomática com qualquer facção que venha negociar com Fez. - dúvida nenhuma e uma admiração verdadeira pela esposa. - Maki Tono, eu não esperava que o nosso envolvimento no ataque fosse direto, pelo menos não oficialmente, se Córdoba e ou Tripol podem ser uma ameaça isso cabe aos senhores do conselho decidirem… Mas se me permitem a audácia e já lhes peço perdão por isso, em uma noite nós podemos cortar a cabeça de quem realmente importa enquanto Modi e seus soldados cuidam do barulho e chamam toda a tenção que quiserem, nosso pacto de neutralidade se mantém. - por fim silêncio completo, Shinji abaixa a cabeça e se atenta ao chá a sua frente ele degusta a bebida amarga como se fosse a última coisa que iria beber na vida, e ainda assim ele parecia feliz. |
- Bravos
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Força bruta. Para os apocalípticos aquilo era tudo. Kazukata rebate: - Os neolíbios têm os algozes com eles. Vai ser o bastante? - Ele perguntava enquanto o caminhoneiro servia chá a todos os presentes. A história do anel causou comoção. Cochichos, vários. Shinji conseguia discernir ao menos a entonação de despeito. Ironicamente foi Maki quem perguntou: - Quem fez isso? - Parecia ela própria disposta a vingar aquele disparate. Kazukata pediu silêncio. - Deixe-o falar. O interrogador riu quando Shinji falou de Zuri no Banco do Comércio. - Imaginando que eles a aceitassem para o leilão, iríamos pagar o dobro ou o triplo que o normal para conseguir rotas medianas. Só iríamos chegar até lá se submetermos os neolíbios aqui e os usarmos de ponte. - Então veio a conclusão: eles ficariam por trás dos panos. Então tudo poderia seguir como foi, ao menos para os demais. Kazukata fechou o semblante, ciente que agora a idéia estapafúrdia parecia plausível. - Agradecemos seu tempo, Takahashi Shinji. - Era sinal que havia acabado. Dali ele seguiria para uma sala próxima e esperaria até ser chamado novamente, quando dariam sua resposta final. A espera parecia longa. Ele esperou por uma hora? Duas? Lembrava da esposa que a essa altura deveria estar voltando do Mercado de Fez, depois de levar Kebechet para comprar roupas novas. Chamaram-lhe. - Aceitaremos receber a apocalíptica Modi. Deliberamos que ela deve vir aqui sem que se saiba de sua presença em Fez. |
- Ankou
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Shinji Shinji estende os braços e faz a seda das mangas compridas e largas do kimono se estalarem, repousa calmamente as mesmas uma sobre cada coxa - Não em Fez, a maior parte deles está em Córdoba, preocupados demais com a fronteiras, a cidade metade em ruínas, e não duvido nada que Modi possa estrangular as tensões por lá pra forçar o pouco contingente de Fez se deslocar. - ele não mostra certeza nenhuma sobre até onde as mãos de Modi se estendiam, mas colocava mais uma possibilidade sobre a mesa, somente reforçava que Fez e seus Neolíbios eram bois em um abatedouro. Shinji respira com alívio, dá pra ver os olhos deles brilharem quando Maki se exalta daquela forma, indecorosa de fato, mas Shinji parece não se importar, pelo contrário. Ele não fala como pedido, o semblante era de puro desprezo, ele se estica até o pincel com o tinteiro, pega uma folha e escreve o nome do sujeito junto com o endereço da loja, ele estende a parte escrita pra frente, legível pra cada um dos chefes ver, tempo o bastante pra tinta secar, ele dobra o papel de forma impecável, coloca o anel por cima e empurra educadamente em direção a Maki, ele dá a mulher um olhar de confiança e meneia em positivo como se confiasse nela pra fazer o que era necessário. Ele prossegue em seguida, puxa um leque do bolso e tapa a parte inferior do rosto, dava pra saber que ele estava sorrindo, mas sendo educado o bastante pra não mostrar - Estou ciente Kazukata Domu, acho que fui hiperbólico em dizer o quanto confio as tarefas de diplomacia a minha esposa. - ele se abana apenas pra ser cordial e não quebrar o decoro e volta com o leque pro mesmo bolso do kimono, ele não prossegue, estava ciente que havia deixado claro o recado. Ele se levanta assim que lhe dizem que está terminado, se curva aos membros da sala antes de deixar o recinto, ele sabia bem o quanto o destino do clã estava em jogo naquela reunião, sentado ele espera pacientemente do lado de fora, acende um cachimbo fino e passa boa parte do tempo fumando, algo incomum a ele, mas ajudava a acalmar os nervos. Ele retorna assim que lhe chamam só pra ser informado de que a proposta dele havia sido aceita - Cuidarei disso prontamente. - ele responde firme e prestativo, se curva mais uma vez ao conselho, e olha em especial pra mãe, o olhar frio e fixo, mas lá no fundo ela saberia exatamente o quanto aquilo significava uma vitória e como ele conseguiu dobrar o conselho pra se inclinar pra direção que ele queria. Ele se retira em seguida, era hora de colocar as engrenagens pra funcionar... |
- Bravos
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Shinji saia do edifício reservado ao conselho. Talvez pela primeira vez desde que entrou ali ele voltava a respirar com tranquilidade, sem precisar medir os movimentos. O edifício estava na parte mais alta possível de construir. Ele descia as escadas sem pressa. Até que viu uma movimentação mais abaixo. Alguém subia com pressa. Enquanto ela vinha, a preocupação vinha junto. Não era normal ninguém correr ali. Nunca era normal. Quando chegou a um patamar, quem corria já estava perto o bastante para ser identificado: Nagase. Sem nem notar, Shinji também já acelerava seus passos. - Shinji! - Ele buscou ar de volta para os pulmões. - Aconteceu alguma coisa em Fez! - Ele apontou na direção da cidade. Muito longe. Uma coluna de fumaça negra se erguia. Se não fosse apontada, dificilmente daria para notar. Aquela mensagem veio correndo porque deve ter chegado do entreposto, mais próximo, mais vigilante. Nagase ainda ofegava quando Shinji lembrou-se que Zuri e a filha de Heb estavam em Fez para fazer compras.
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- Ankou
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Shinji Os olhos se arregalam quando ele escuta as palavras de Nagase, os olhos seguem pra onde o amigo aponta, dá pra ver o semblante dele ficar vermelho de raiva - Merda! - ele grita uma vez e se segura pra não gritar a segunda - Me espera aqui. - ele fala e sai correndo, correndo pra Ponte Alta, o que separava a casa do clã, atravessava o pico principal pra um outro logo ao lado ele sai tão corrido quanto entrou, um palito de Dango na boca, era a refeição mais rápida que ele ia conseguir, surrupiando um doce da cozinha, nas mãos uma mochila, a que ele usava pra viagem, o coldre da arma pendurado, a parte branca do kimono tinha ficado pra trás em algum lugar, a adrenalina espantava o frio. - Bora, Zuri tá na merda do mercado, cê dirige. - não tinha tom de ordem, era um pedido de quem sabia que podia contar com ele. Ele morde a bolota no palitinho com pressa e estende a última pra Nagase, o doce desce e ele mal sente o gosto, a montanha tão difícil de escalar, tão fácil de descer, ainda assim ela cobra seu preço. Um gole de água depois já no entreposto ele sobe no caminhão de Nagase, indo pra parte de trás e se vestindo com o que tinha na mochila, a roupa tem cheiro de suada, nem de perto limpa, o saiote toma o lugar dela dentro da mochila, ele se joga no banco do carona. - Pro mercado cara! - a urgência na voz agora era maior, ele abre o tambor do revólver e checa as munições, tudo parece em ordem e logo a arma volta pro coldre na cintura, no corpo a roupa esganiçada e colocada às pressas. Não sabia onde exatamente onde encontrar Zuri, ela podia estar em qualquer lugar naquele maldito mercado, mas ela com certeza reconheceria uma buzina de caminhão... |
- Bravos
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A paisagem passava rápida no retrovisor. Nagase dirigia com pressa. Dentro do caminhão estavam mais cinco homens que Shinji havia recrutado enquanto ainda estavam no entreposto. Eles quase não trocavam palavras. Não havia silêncio porque o motor do caminhão não deixava. - Isso... - Nagase começou, mas hesitou. - Isso tem a ver com a reunião do conselho? - Ele não tira os olhos da estrada para falar. - Alguma coisa saiu do controle? Os homens atrás pareciam esticar as orelhas para escutar melhor. De uma maneira ou de outra todos sabiam que estavam fazendo interrogatórios, o que prenunciava uma decisão difícil do conselho. Nagase continua: - O que nós vamos fazer exatamente lá? - Com certeza Shinji tinha um plano, sempre tinha. * * * Eles haviam acabado de entrar na cidade. - Puta merda! - A via estava interrompida. Na mente do caminhoneiro, as opções de desvio iam se ligando. Não uma, mas várias vezes Shinji teve que dizer por onde seguir. Em vários lugares neolíbios e apocalípticos trocavam tiro. Em alguns lugares, algozes tomavam parte da disputa. Duas ou três vezes o caminhão fez valer sua blindagem, passando entre troca de tiros. Finalmente eles entravam no mercado. Tiros eram ouvidos de todos os lados. Algumas vezes explosões. Gritos eram constantes com xingamentos, ordens e apenas pavor. Nagase olha para Shinji e ele sente que os homens atrás fazem o mesmo. O caminhão chamava atenção e ficar parado parecia uma opção ruim
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- Ankou
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Shinji - Aham. - Shinji responde Nagase sem rodeios, ao tempo que parecia irritado com algo além. Shinji parece nervoso muito além do normal os companheiros podiam reconhecer emoções brotando no rosto, uma mistura de culpa com aflição total - Zuri tá lá com a prima dela, no mercado. - ele fala já sacando a arma do coldre de novo, abrindo tambor e revendo todas as munições que ele havia acabado de olhar há poucos minutos. *** O estado dele só piora quando ele chega na cidade, a coisa toda havia virado um campo de guerra, balas voando pra tudo que é lado - Passa por cima do filho da puta! - ele grita pra Nagase em determinado momento, mas ele mesmo pisa sobre o pé do amigo no acelerador, dá pra ouvir os ossos se quebrando e esmagando debaixo das rodas do caminhão, nem sabia de que lado da guerra o sujeito tava, nem importava. Quando todos os olhares se voltam pra ele ele salta do caminhão, ele porra com a coronha da arma na porta da primeira loja de moda feminina, a primeira loja que ele achava que ela podia estar - Zuri! - ele grita o nome dela, a aquela altura ele já havia esquecido dos companheiros, parecia ensandecido de raiva e preocupação. Nada na primeira loja, claro que não seria fácil, ele nem pensa, entre por uma viela, depois um beco, nunca na via principal, o revólver engatilhado na mão, os olhos correndo todos os lugares, a arma apontada pra qualquer um estranho que aproximasse, era a hora de achar a segunda loja. |
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