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Connor mantém silêncio enquanto Shaw faz a propaganda, mas dá pra ver um sorriso brotar no rosto dele, sob muitos aspectos e ponto de vista aquilo era verdade, mesmo que ele só estivesse falando das partes boas. - Vou chamar todo mundo e fazer um churras, to devendo pros Uivadores. - e o sorriso continua lá.
Quando Sam se retira de perto do pessoal ele revira os olhos por um instante, e respira fundo, parecendo estranhamente satisfeito com aquilo. Ele dá uma mola e cai de pé, era quase inacreditável que alguém com um corpo tão grande fosse capaz de fazer aquilo, dava pra sentir a pedra tremer conforme o peso dele se assentava sobre ela.
Ele olha pra Shaw e Axel como se falasse que tava no controle, passava por Chloe e deslisava a mão sobre o tampo da cabeça dela, mas não fala nada, ele puxa mais as calças pra cima e se aproxima de Sam, enfiando o pé na água gelada na parte um pouco mais funda, ficando logo atrás dela.
- É às vezes eu sou muito franco, talvez mais do que deveria… Nós somos soldados que na maior parte do tempo só ficamos felizes ou anestesiados da realiadade quando a gente tá, correndo, transando, comendo ou matando. Shaw falou que cada um na alcateia tem seu papel e isso é verdade, o de vocês é impedir que a gente seja só e puramente guiados por esses instintos. - o tom é apaziguador, uma mão corre sobre o ombro de Sam, mas a verdade é que elas alcançam quase metade das costas, o toque inacreditavelmente leve e delicado como se ela fosse feita de vidro.
Ele segura ela por um instante e a força virar pra ele, o olhar dele transmite carinho verdadeiro, as mãos afagam os dois ombros agora – Ninguém nasce preparado pra essas coisas, pra lei muito menos, pra cumprir ela contra gente querida menos ainda, a gente faz por que é o certo, mas ninguém tem prazer nisso, nem eu, nem a Anne, nem o Franco nos dias mais alucinados dele. Nós somos todos soldados condecorados com medalhas de dor… - Ele fecha os olhos por um instante como de alguém que tivesse lembranças terríveis, mas a voz dele se enche de compreensão – Eu já estive aí na sua pele, sem saber pra onde ir, com um monte de gente estranha em volta de mim, gente estranha que eu confiei a vida toda. Você é nova, grávida, isso já seria desesperador pra maioria das meninas que eu conheço. - Ele tira uma mecha de cabelo da frente do resto dela e faz um carinho na cabeça.
- Eu só quero dizer que você nem a Chloe precisam passar por isso sozinhas, eles sabem que eu não iria permitir essa bosta, não iria permitir nem que você passasse perrengue com o bebê… - ele respira fundo e se descola dela, as mãos vão pro bolso da jaqueta, ele sabia que tinha dado muita coisa pra ela refletir – Quer ir até o píer? - ele olha em direção ao lugar, a voz cheia de paixão tinha agora um tom ameno e convidativo.
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