Wong Wei Chan

1830

De volta aos mares da China: Mesmo com a promessa de que parte da mercadoria seria vendida na Europa - a tua possível passagem para Inglaterra - o Navio continua circulando pelo pacífico e está retornando para perto de Taiwan novamente.
O oficial do pirata parece confuso e tende a mudar de opinião a cada espaço de tempo.

O motim só não aconteceu até agora porque o capitão é pródigo em encontrar navios perdidos ou mal defendidos e um excelente estrategista bélico, embora suas capacidades logísticas sejam escassas.

Porém a fome e a sede são demais para a população aguentar, principalmente sabendo que a terra firme está próxima

A tripulação que se tornava cada vez mais violenta. Alguns homens começaram a sumir e durante algumas noites outros piratas são encontrados em sua rede frios e rígidos após terem suas gargantas degoladas. Sem nenhum de seus vizinhos de sono terem percebido nada.

O capitão, Herman, um Pirata Belga com sotaque alemão navegava uma embarcação Holandesa com bandeira inglesa, que todos diziam ser falsa. Seguia com ele uma tripulação mais variada do que as histórias que contavam sobre a vida do capitão.

Com a recusa de parar para comprar mantimentos ou vender o saque; a tripulação tenta adivinhar os motivos pelos quais o navio vai desviar das ilhas nas Filipinas e seguir em direção a Guam o mais rápido possível.

Wong havia treinado com o boneco de madeira em sua cabine antes do sol nascer e na parte da manhã já se encontrava no deck aproveitando a brisa marinha daquele dia enquanto se mantinha atento ao que os membros da tripulação deixavam escapar. O que não era tão difícil nestes dias já que a insatisfação da tripulação era evidente e crescente contra o capitão Herman.

Wong ficava na Popa do navio onde na parte inferior do Deck ficava a sua cabine, logo abaixo da cabine do capitão. Quando não era o próprio capitão haviam dois homens mais velhos que assumiam o timão. Os dois homens que aparentavam ter maior respeito e confiança do Capitão Herman eram o imediato e o timoneiro. O timoneiro, um inglês lutador de boxe, era com quem Wong mais conversava e pegava dicas de como era a vida no mar.

Os dois haviam se conhecido em terra firme e foram apresentados por um contato em comum, Thobias Thompson que era um representante da Companhia Britânica das Índias Orientais e agia pelos interesses de Lord Palmerstron. Ambos acabaram por participarem de uma briga de bar, onde por algum motivo um homem entrou no bar para cobrar uma dívida de Thobias e acabou acertando a bebida de Wong e no movimento um soco no timoneiro. E esse foi o estopim para uma cena típica dos filmes de luta chineses.

Neste momento o imediato trocava o turno com o timoneiro que ao ver Wong apenas acena com a cabeça e recebe de resposta o mesmo gesto.

- Senhor... - Wong fala com o imediato. - Será que o capitão Herman poderá me receber hoje?

-você sabe que o capitão não está com o humor bom pra receber ninguém esses dias Wong, mas ele está na cabine debruçado sobre os papeis dele há dias. Talvez Twig esteja com ele ou a maldita da Eva. O imediato fala com um sotaque pesado alemão ou holandês
(Twig "graveto" era o segurança do cap Herman embora de aspecto magrelo ele tinha um brilho feroz nos olhos e a tripulação evitava encará-lo, Eva é a amante do capitão segundo alguns, uma mulher velha de uns 60 anos e cabelo branco cujas tetas secas pendiam flácidas marcando as finas roupas de seda que ela usa)

O dia está com pouco vento e as velas se encontram pouco enfurnadas e o navio parece estar parado no meio da água apenas com um leve balancear indicando movimento

Wong acena com a cabeça para o imediato.

- Esse rumo que estamos não é o caminho para as nações do Ocidente.

O chinês se aproxima do conhecido.

- Estou começando a me preocupar com o que os tripulantes estão falando e é claro que você já reparou que o clima está tenso como uma corda na tempestade.

Wong escreveu:

- Esse rumo que estamos não é o caminho para as nações do Ocidente.

- Estou começando a me preocupar com o que os tripulantes estão falando e é claro que você já reparou que o clima está tenso como uma corda na tempestade.

-Ordens superiores! Eu só obedeço, e obedecerei até não precisar obedecer mais - ele olha para os dois lados antes de falar baixinho - se eu fosse o capitão eu pararia em algum lugar para os homens descerem, repor a água e a comida e voltaria a fazer o que eu quisesse, mas eu não tenho coragem de falar isso para ele com o humor que ele está - e depois continua em um tom de voz normal - eu sou só um timoneiro desse navio, você sabe que o oceano é meu lar, e eu não sei fazer muito mais do que me localizar por esses mares e pilotar estas grandes bestas de madeira e tecido.

Ele te indica discretamente com a cabeça um grupo que se junta a estibordo em uma posição que pode facilitar eles a escutarem vocês. Movimentando os olhos na direção deles para a cabine do capitão e dizendo com os lábios sem emitir som
"Cuidado"

O chinês compreende a linguagem corporal do colega como se eles estivessem numa luta e gesticula afirmativamente.

- Não te contei o final da história do meu primo... Você acredita que depois de deslocarem os dois polegares do cara que foi pego olhando a jovem filha do dono da tecelagem. Ele ainda queria brigar? Ele falava para os cretinos que estavam agredindo ele "Falem para aquele filho de uma cadela sarnenta que eu vou acabar com ele!

Wong se move rápido para ficar entre o timoneiro e os homens que se aproximaram.

- Como meu primo é maluco! - diz algo e rindo. - Vocês sabem o que ele fez? Ele chutou um dos homens no saco, deu uma cabeçada no nariz do segundo. Os outros dois surpreendidos demoraram a entender o que acontecia.

Wong dá um passo rápido na direção dos grupo, dando um chute no ar seguido de um salto curto para trás apenas para se distanciar deles...

- O mais próximo ele tentou dar um soco mas o último conseguiu pegar um bastão e quebrou nas costas do meu primo. A briga acabou ali. Meu primo morreu com o pulmão perfurado pela própria costela. Foi por isso que eu fui aprender a lutar Kung Fu.

Aquela era uma história verdadeira, mas ele nunca havia contado para o velho lobo do mar.

O pequeno grupo sorri quando você se exibe e mantem uma distância de você, você repara que nenhum deles realmente te encara mas nitidamente eles falam baixo e mantendo uma postura defensiva, talvez até conspiratória

Eles se encontram exatamente no meio do caminho entre você e a cabine do capitão embora não seja obvio a tentativa de te impedir de ir até o local.

Enquanto você está fazendo sua exibição marcial você nota que do corredor das cabines surge um vulto feminino, uma mulher ocidental e bonita que você nunca viu no deck, provavelmente a tal fantasma que a tripulação fala a voz baixa, uma mulher encontrada desmaiada e agarrada a uma madeira cujas histórias dizem que foi encontrada viva, porém estripada e com a barriga cheia de água do mar boiando no meio do nada. Ela cobre os olhos para olhar contra a luz do sol que brilha no seu rosto

Wong desvia sua atenção para a mulher que surgia no convés e fala alto o suficiente para ser ouvido.

- Essa sim seria um ótimo motivo para ter os polegares quebrados e até ter um pulmão perfurado por uma costela. Não é mesmo?

Ele direciona a pergunta para o grupo que estava próximo.

- Ei moça! - fala em inglês para a mulher - Aqui de cima o vento é mais refrescante! - Ele sorri para ela. - Sem contar que balança menos! - conclui.

Após fazer o gracejo, ele pergunta para o timoneiro.

- É verdade que ela foi encontrada semi morta no mar? Parece que ela se recuperou bem! Uau!

Kether escreveu:

- É verdade que ela foi encontrada semi morta no mar? Parece que ela se recuperou bem! Uau!

O timoneiro coça os pelos do queixo encarando a mulher, que é inegavelmente bonita:

- quem a trouxe para dentro do navio foi a bruxa, existe algo de errado com ela

off:

A mulher te encara de baixo e responde:

- Tem medo do balanço do mar? Devia estar em terra então

Ao passar pelo grupo que te obsevava antes ela cumprimenta todos com um aceno de cabeça e chega perto de vocês 2 falando alto o suficiente para que outras pessoas a ouçam

– Sou Kalliope, aliás. Imagino que já ouviram falar. Mas as pessoas aumentam as histórias de quase morte. Você é?