O Jogo dos Tronos - Asdulfor

Na Fortaleza Vermelha

— Meistre Cedric, suas observações são notáveis. Entretanto, devo esclarecer que em momento algum busquei acesso aos recintos restritos do Grande Meistre Pycell. Meu interesse se limita às áreas comuns durante o conclave, onde pretendo realizar minhas investigações não apenas sobre os mistérios superiores, mas também sobre outros assuntos. Minha intenção não é ultrapassar limites ou criar conflitos desnecessários.

Ele pausou por um instante, seu tom firme transmitindo sua determinação:

— Certifique-se de que não haja mal-entendidos sobre minhas intenções. Estou aqui para pesquisar de maneira eficaz e respeitosa dentro dos parâmetros estabelecidos. Respeito as normas e protocolos que regem este local.

Meistre Cedric ouvia Asdulfor, alternando entre condescendência e impaciência. Quando pôde, ele finalmente disse:

- É isso que não está entendendo, meistre Asuldor: a torre do Grande Meistre esteve aberta durante o Conclave. Com o fim do Conclave, toda a torre voltou a ser aposento particular do Grande Meistre Pycelle. Sejam suas câmaras de descanso, sua biblioteca, sua despensa ou sua latrina, tudo aqui agora está inacessível a qualquer um que não seja um dos servidores do Grande Meistre. Se quiser marcar uma audiência com ele, posso transmitir sua mensagem e mandar entregar a resposta onde o senhor estiver hospedado.

Cedric estava irredutível no cumprimento zeloso de seus deveres.


Na Estalagem Corvo Vermelho

Asdulfor se despediu com um aceno de cabeça. Assim que Olac saiu, o meistre trancou cuidadosamente sua porta e janela. Ele se deitou e, concentrando-se profundamente, estendeu sua consciência para dominar a mente de Morghul, garantindo que a guarda permanecesse alerta.

Em seguida, ele buscou por corujas que poderia utilizar para seus propósitos. Asdulfor dominou duas delas: uma seguiria Olac, observando atentamente os arredores para detectar qualquer indivíduo que o seguisse ou estivesse vigiando; a outra voaria até a Fortaleza Vermelha para verificar a torre do Meistre Pycelle, buscando por entradas que levassem aos locais restritos, incluindo aqueles durante o conclave.

A coruja que seguia Olac voou silenciosamente sobre os telhados de Porto Real, seus olhos atentos acompanhando cada movimento suspeito. Olac, com as bolsas de prata bem escondidas, caminhava em direção à Casa de Chataya, sua mente focada na missão.

Enquanto isso, a outra coruja voava em direção à Fortaleza Vermelha, suas asas cortando a noite escura. Ela encontrou uma janela aberta na torre de Pycelle e, com um voo gracioso, entrou no aposento. A coruja começou a explorar silenciosamente, seus olhos penetrantes buscando tomos e livros que pudessem conter informações valiosas sobre magia e a investigação da morte do Cavaleiro Raposa.

Asdulfor, em seu quarto, estava mentalmente conectado com as corujas, sentindo cada movimento e visão. Ele sabia que a noite seria longa, mas estava determinado a usar todos os recursos à sua disposição para desvendar os segredos de Porto Real. O velho meistre dos Felinight também sabia que dividir sua atenção e percepção assim era tanto difícil quanto perigoso.


OFF:  @Sandinus, faça um teste de Vontade com dificuldade 12 para manter seu controle dividido, e um teste com Astúcia 15 para conseguir raciocinar em várias cenas separadas. Com sucesso nos dois, pode controlar e compreender tudo que as criaturas fazem e descobrem. Não esqueça de marcar no tópico Cofre do Tesouro os veados de prata que deu para o Olac.

NA FORTALEZA VERMELHA DE MANHÃ CEDO:

Asdulfor ouve as palavras do mesitre cedric com certa impaciência, mas ameniza seu tom antes de responde-lo:

— Entendo, Meistre Cedric, e agradeço pela clareza. Não desejo infringir nenhuma regra ou desrespeitar os espaços privados do Grande Meistre Pycelle. Reafirmo que minhas investigações se limitarão às áreas comuns permitidas.

Ele sentiu uma leve frustração, mas manteve a calma ao continuar:

— Se houver alguma outra área onde eu possa conduzir minhas pesquisas ou recursos específicos que estejam disponíveis, ficaria grato por sua orientação. Agradeço também pela oferta de transmitir uma mensagem ao Grande Meistre, mas no momento não vejo necessidade de marcar uma audiência.

Asdulfor sentiu um desejo sincero de evitar conflitos:

— Novamente, estou aqui para trabalhar de maneira respeitosa e dentro dos parâmetros estabelecidos. Agradeço sua compreensão e ajuda. Voltarei a entrar em contato caso necessite de algo.

Encerrava Asdulfor se dirigindio até o porto.

NO PORTO A TARDE:

Ainda no Caminho, Asdulfor distribuiu o dinheiro de forma estratégica. Ele entregou 42 veados de prata a Olac, divididos em duas bolsas de 21 veados cada. Ele próprio ficou com 63 veados de prata, divididos em três bolsas de 21 veados cada. Com as moedas em mãos, Asdulfor deu instruções claras a Olac sobre como proceder.

-Olac, você vai falar com Jory Kays um estivador. Use estas moedas para incentivá-lo a falar. Queremos saber sobre as mercadorias de Essos, mercadorias exóticas e talvez ilegais em especialmente de Ashai. Se necessário, ofereça mais dinheiro, mas seja discreto. Não entregue toda a bolsa de uma vez, ofereça em partes menores. As palavras de Asdulfor refletiam sua determinação e confiança na habilidade de Olac para obter as informações necessárias.

Com a missão de Olac clara, Asdulfor se dirigiu ao mercado de especiarias para encontrar Ellyn Spicer. Ele manteve uma expressão amigável e confiante ao se aproximar de sua barraca, onde uma variedade de aromas exóticos preenchia o ar.

-Bom dia, senhorita Spicer. Estou à procura de especiarias frescas para meus experimentos, Sou Meistre Asdulfor Felinight. Poderia me mostrar o que tem de melhor? Asdulfor perguntou, fingindo interesse em especiarias comuns. Inicialmente amigável e curioso, ele manteve uma fachada de comprador comum.

Após algumas compras menores, Asdulfor decidiu mudar sutilmente o tom da conversa. Sussurrando, ele disse: Sabe, ouvi dizer que você tem acesso a itens mais... exclusivos. Estou interessado em algo mais raro. Lorde Beron me informou de sua competência... Ao dizer isso, ele ofereceu a primeira bolsa de 21 veados de prata.

Ele espera a reação dela e caso seja positiva ele continua:

-Estou em busca de objetos raros e até proibidos.... Se não tiver, talvez possa me indicar alguém que lide com esses tipos de mercadorias? Especialmente de Ashai... Asdulfor continuou, mostrando persistência e adaptabilidade em sua busca por informações.

Na Fortaleza Vermelha

Meistre Cedric assentiu para Asdulfor ao responder:

- A Fortaleza Vermelha não é uma propriedade da Ordem dos Meistres. Até o Grande Meistre Pycelle é um servo aqui. Pode fazer suas pesquisas em qualquer parte da cidade que desejar, Meistre Asdulfor, mas aqui não será possível. Pelo menos, não neste momento.


No Porto à Tarde

Depois de despachar Olac para o porto, Asdulfor foi procurar Ellyn Spicer.

Asdulfor caminhava pelo mercado de especiarias, o ar impregnado com uma mistura de aromas exóticos que emanavam das barracas. 

Ao se aproximar da barraca de Ellyn Spicer, seus olhos observaram as cores vibrantes das especiarias dispostas em potes e sacos.

Ellyn, uma mulher de estatura mediana com cabelos castanhos ondulados e olhos verdes penetrantes, estava atendendo um cliente. Suas roupas finas e coloridas refletiam seu sucesso como mercadora, e suas joias discretas, mas elegantes, brilhavam à luz do sol. Ela sorriu ao notar a chegada de Asdulfor, sua presença exalando confiança e astúcia.

- Bom dia, senhorita Spicer. Estou à procura de especiarias frescas para meus experimentos. Sou Meistre Asdulfor Felinight. Poderia me mostrar o que tem de melhor?

Ellyn retribuiu o sorriso e acenou, indicando suas mercadorias. 

- Claro, Meistre Asdulfor. Tenho aqui algumas das especiarias mais finas de Essos. Por favor, dê uma olhada.

Asdulfor fingiu interesse em especiarias comuns, examinando potes de açafrão, cardamomo e canela. Ele fez algumas compras menores, escolhendo com cuidado. Após algumas transações, ele decidiu mudar sutilmente o tom da conversa. Aproximando-se mais de Ellyn, ele sussurrou:

"Sabe, ouvi dizer que você tem acesso a itens mais... exclusivos. Estou interessado em algo mais raro. Lorde Beron me informou de sua competência..."

Ele deslizou a primeira bolsa de 21 veados de prata em direção a ela, observando sua reação. Ellyn ergueu uma sobrancelha, o sorriso enigmático nunca deixando seu rosto.

- Meistre Asdulfor, você ouviu corretamente. De fato, tenho acesso a itens mais raros -  ela disse em um tom igualmente baixo, pegando a bolsa de prata e a escondendo discretamente - O que exatamente você está procurando?

"Estou em busca de objetos raros e até proibidos," continuou Asdulfor, sua voz baixa e firme. "Se não tiver, talvez possa me indicar alguém que lide com esses tipos de mercadorias? Especialmente de Ashai..."

Ellyn ponderou por um momento, seus olhos verdes avaliando Asdulfor. 

- Ashai... um lugar misterioso e perigoso. Não é qualquer um que lida com mercadorias de lá. Tenho alguns contatos que podem ajudar. Mas saiba, estas coisas têm um preço alto, não apenas em ouro, mas em riscos.

Ellyn sorriu, agora completamente envolvida na conversa. 

 - Muito bem. Vou fazer alguns contatos. Volte aqui amanhã, ao pôr do sol, e terei mais informações para você. Enquanto isso, aproveite as especiarias que comprou.



OFF:  @Sandinus, role 1d6 para determinar o resultado das ações de Olac no porto.

Na Fortaleza Vermelha:

Asdulfor apenas acena positivamente para Meistre Cedric e sai.

No Porto à Tarde

A Conversa no Porto com Ellyn parece ter ido no rumo certo, após deslizar a bolsa com os 21 veados de prata ela logo se disponibilizou para atender os pedidos do velho Meistre.

Ashai... um lugar misterioso e perigoso. Não é qualquer um que lida com mercadorias de lá. Tenho alguns contatos que podem ajudar. Mas saiba, estas coisas têm um preço alto, não apenas em ouro, mas em riscos.

Asdulfor ouviu o aviso de Ellyn e sorriu, puxando sua corrente de aço valiriano do pescoço, indicando que era um especialista no assunto.

-Não se preocupe, sei dos riscos - ele disse, baixando ainda mais a voz. - Locais como Ashai, Qarth, Mar de Jade, bem como itens, objetos, especiarias e, especialmente, livros e pergaminhos desses lugares, são o que busco. Claro, não posso conseguir tudo que quero agora, mas uma parceria a longo prazo será benéfica para ambos. Mesmo quando estiver no Norte, sei que você pode encontrar um jeito de me fazer as entregas. Podemos discutir isso em detalhes mais tarde.

- Muito bem. Vou fazer alguns contatos. Volte aqui amanhã, ao pôr do sol, e terei mais informações para você. Enquanto isso, aproveite as especiarias que comprou.

Asdulfor ponderou por um momento antes de continuar.

-Então estamos acordados. Os Felinight são muito generosos com seus aliados e parceiros... Mas podem ser terríveis e cruéis com seus traidores e inimigos. Fico feliz que esteja do lado certo, senhorita Spicer.

O velho meistre acenou, saiu e visitou outras barracas, fazendo algumas poucas compras enquanto Olac voltava.

Rolagem solicitada para Olac:
Sandinus efetuou 1 lançamento(s) de dados (d6.) :

3

Porto à Tarde

Olac retornou duas horas depois, seu rosto mostrava sinais de frustração e cansaço. Ele havia percorrido as docas de Porto Real em busca do estivador Jory Kays, mas sua busca havia sido infrutífera. As lâmpadas começavam a se acender ao longo das ruas, projetando sombras dançantes nas paredes de pedra enquanto a cidade transicionava para a noite.

Ao encontrar Asdulfor na taverna, Olac sentou-se à mesa, esfregando as têmporas com os dedos e soltando um suspiro pesado. Asdulfor olhou para ele com interesse, aguardando a atualização.


— Meistre Asdulfor, procurei por Jory Kays em todas as docas. Falei com diversos estivadores, comerciantes e até alguns guardas, mas ninguém pareceu saber onde ele estava. Alguns até me disseram que ele não aparece por lá há dias. Decidi voltar para reportar antes de gastar mais tempo em vão. Também ouvi rumores de que ele pode estar envolvido em algum negócio obscuro, talvez seja por isso que está difícil encontrá-lo. O que devemos fazer agora?

Olac ainda estava determinado a continuar ajudando na missão, mas o porto parecia não ser um campo muito produtivo. 


Estalagem à Noite

Enquanto a lua alta no céu lançava um brilho prateado sobre Porto Real, Asdulfor deitava-se em seu quarto, conectando-se com a mente da coruja que havia enviado para a Fortaleza Vermelha. O mundo ao seu redor se desvaneceu, e ele passou a ver através dos olhos aguçados do pássaro noturno.

A coruja voava em silêncio, suas asas batendo suavemente enquanto se aproximava da imponente Fortaleza Vermelha. As muralhas altas e as torres de pedra pareciam ameaçadoras, mas a coruja navegava com destreza, procurando uma entrada discreta. Finalmente, ela encontrou uma janela entreaberta na torre de Meistre Pycelle. Com um movimento ágil, a coruja deslizou para dentro, suas penas silenciosas permitindo uma entrada quase imperceptível.

Dentro da torre, a coruja pousou suavemente em uma viga de madeira, seus olhos penetrantes adaptando-se rapidamente à penumbra. A biblioteca de Meistre Pycelle era um lugar de conhecimento e segredos. Estantes altas cheias de livros e pergaminhos ocupavam a sala, com velas apagadas e um leve cheiro de papel envelhecido e ervas.

Guiada pela mente de Asdulfor, a coruja começou a explorar. Ela voou de prateleira em prateleira, lendo os títulos dos livros com cuidado. Muitos eram tratados comuns de história, medicina e astronomia, mas Asdulfor sabia que os segredos mais valiosos estariam escondidos entre esses volumes.

A coruja pousou em uma mesa de leitura, onde havia um livro aberto e alguns pergaminhos espalhados. Asdulfor examinou o conteúdo, suas habilidades permitindo-lhe ler rapidamente. O livro aberto falava sobre antigas magias de Westeros, algo que chamou sua atenção. Ele memorizou o título e o conteúdo principal, sabendo que essa informação poderia ser útil mais tarde.

Sabendo que não podia levar os livros e pergaminhos fisicamente com a coruja, Asdulfor memorizou as inscrições e os símbolos. Ele sabia que esses pergaminhos continham informações valiosas, possivelmente relacionadas à magia e aos segredos de Porto Real.

Com a tarefa cumprida, a coruja voou de volta pela janela aberta, desaparecendo na noite. 


Estalagem de Manhã

As primeiras luzes da manhã começavam a banhar as ruas de Porto Real com um brilho suave, dissipando as sombras da noite. As lojas e barracas do mercado começavam a abrir, e o som de comerciantes arrumando suas mercadorias preenchia o ar. A estalagem onde Asdulfor estava hospedado ainda estava relativamente silenciosa, com apenas alguns hóspedes acordados, preparando-se para o dia.

Olac entrou pela porta principal, seus passos firmes ecoando pelo saguão. Ao seu lado, estava Lyra, uma jovem mulher de cabelos negros e olhos verdes, cujo rosto mostrava uma mistura de apreensão e curiosidade. Vestida de maneira simples, mas elegante, ela mantinha-se perto de Olac, observando atentamente o ambiente.

Os dois subiram as escadas até o quarto de Asdulfor. Olac bateu na porta suavemente, esperando a resposta de dentro. Após um breve momento, a porta se abriu, revelando Asdulfor com um olhar atento e alerta, mas também com um ar de curiosidade.

Olac disse, sua voz firme, mas respeitosa:

— Meistre Asdulfor, aqui está Lyra. Ela concordou em falar com você.

Lyra era uma jovem mulher de cabelos negros, ondulados e longos, que emolduravam seu rosto delicado. Seus olhos verdes eram penetrantes e expressivos, refletindo tanto uma vida de desafios quanto uma astúcia inata. Sua pele era clara e suave, com traços marcantes e bem definidos. Vestida de maneira lifeiramente extravagante, mas com um toque de elegância, com roupas que realçavam sua figura esbelta. Havia uma confiança sutil em sua postura, apesar de uma leve apreensão inicial. Ela era muito bonita de uma forma natural amplificada com truques cosméticos, com um ar de mistério que a tornava ainda mais intrigante.


Lyra respirou fundo, ponderando por um momento antes de finalmente falar. 

— Muito bem, meistre. O que exatamente você quer saber?


Porto ao Fim da Tarde

Asdulfor chegou ao mercado de especiarias nas primeiras horas da noite, quando as sombras alongadas tornavam o local um labirinto de escuridão e luzes cintilantes. Ele se dirigiu ao aramazém de Ellyn Spicer, onde uma variedade de aromas exóticos preenchia o ar. As luzes das velas projetavam sombras dançantes nas mercadorias bem dispostas.

Ellyn recebeu Asdulfor com um sorriso enigmático. Vestida com roupas finas e coloridas, típicas de uma mercadora bem-sucedida, ela tinha um ar de confiança e astúcia. Quando Asdulfor a saudou, ela manteve um tom amistoso, guiando-o até um compartimento mais privado na parte de trás de seu estabelecimento, onde podiam conversar sem interrupções.


— Boa noite, Meistre Asdulfor. Aprecio sua discrição. Vamos direto ao assunto, então. Tenho algo... ou melhor, alguém, que pode ser de grande interesse para você.

Ela fez um sinal, e uma figura emergiu das sombras. A mulher que apareceu era de uma beleza exótica e perturbadora. Sua pele era extremamente pálida, quase translúcida, contrastando com seus longos cabelos negros. Seus olhos, de um negro profundo, pareciam abismos insondáveis, refletindo uma sabedoria antiga e muitos segredos ocultos. Vestida em roupas simples, mas de tecidos finos, ela exalava uma aura de mistério e poder.



— Esta é Yara, de Asshai das Sombras. Ela possui conhecimentos raros e preciosos, segredos que poucos em Westeros conhecem. No entanto, devido às peculiaridades da lei aqui, você entende que eu não posso vendê-la como uma escrava. Em vez disso, ofereço-lhe o "contrato" de seus serviços. O valor é elevado, meistre. Estou falando de mil veados de prata. Um preço exorbitante, eu sei, mas o raro conhecimento que ela possui pode ser inestimável.

Porto à Tarde

— Meistre Asdulfor, procurei por Jory Kays em todas as docas. Falei com diversos estivadores, comerciantes e até alguns guardas, mas ninguém pareceu saber onde ele estava. Alguns até me disseram que ele não aparece por lá há dias. Decidi voltar para reportar antes de gastar mais tempo em vão. Também ouvi rumores de que ele pode estar envolvido em algum negócio obscuro, talvez seja por isso que está difícil encontrá-lo. O que devemos fazer agora?

Asdulfor ouviu o relato de Olac e ficou pensativo por um momento, mas logo deu um tapinha nas costas de Olac:

— Bom, como você falou, não podemos perder muito tempo com isso. Jory era uma das peças mais importantes para o que planejo, mas temos outras coisas também importantes para fazer. Vamos voltar para a estalagem.

Encerrava Asdulfor, seguindo com Olac.

Estalagem à Noite

Após wargar duas corujas, onde uma delas vigiaria Olac e a outra iria até a torre do Meistre Pycelle, a segunda coruja pareceu mais eficaz, permitindo a Asdulfor memorizar o nome do livro e os símbolos mágicos que encontrou. Assim que ele voltou ao seu corpo, imediatamente desenhou os símbolos em um pergaminho de sua posse, guardando-o com cuidado. Por cautela, decorou os símbolos e o nome do livro para tentar, quem sabe, conseguir uma cópia dele com Ellyn Spicer.

Estalagem de Manhã

Asdulfor acordou cedo, já se preparando para fazer alguns exercícios com Rakashar e Morghul no quarto quando ouviu batidas na porta. Olac tinha retornado. Assim que abriu a porta, viu que ele estava acompanhado de uma moça que logo foi apresentada como Lyra. O meistre parou por alguns segundos, admirado com a beleza da moça, mas logo abriu a porta, afastou Rakashar e pediu que ela se sentasse numa cadeira que acompanhava uma escrivaninha. Lyra tomou a iniciativa e ele começou a explicar:

— Primeiramente, fico feliz que tenha vindo até aqui. Sei que tempo para todos nós é dinheiro, e ainda mais para a senhorita com seu trabalho... Portanto, tentarei ser o mais breve possível.

Asdulfor contou rapidamente a história de como conheceu o garoto Neil Rivers, detalhou suas características, contou como o recrutou para ser seu espião nas ruas e depois sobre sua morte misteriosa, claramente uma tentativa de fazer parecer que foi uma morte acidental, quando ele descobriu que não foi. Por fim, ele contou sobre a meretriz mais velha que sabia de algo, mas também desapareceu. Ele também forneceu detalhes das características dela e do local onde viu Neil Rivers pela última vez quando wargava um pássaro, sem, claro, mencionar isso para ela.

— Pois bem, quero saber se você tem conhecimento sobre esse garoto ou sobre essa meretriz, se ouviu falar de um garoto que, há alguns dias, foi encontrado morto num poço. Além disso, quero saber também se ouviu algo mais especificamente de soldados, em especial os mantos dourados, sobre a morte nos calabouços da Fortaleza Vermelha de um homem conhecido como "Cavaleiro Raposa" e, por fim, se alguém chamado Sor Cornnel frequentou o estabelecimento onde atua. Você será muito bem recompensada por essas informações.

Asdulfor descreveu as características de Cornnel e, em seguida, aguardou a resposta dela.

Porto ao Fim da Tarde

— Boa noite, Meistre Asdulfor. Aprecio sua discrição. Vamos direto ao assunto, então. Tenho algo... ou melhor, alguém, que pode ser de grande interesse para você. — Esta é Yara, de Asshai das Sombras. Ela possui conhecimentos raros e preciosos, segredos que poucos em Westeros conhecem. No entanto, devido às peculiaridades da lei aqui, você entende que eu não posso vendê-la como uma escrava. Em vez disso, ofereço-lhe o "contrato" de seus serviços. O valor é elevado, meistre. Estou falando de mil veados de prata. Um preço exorbitante, eu sei, mas o raro conhecimento que ela possui pode ser inestimável.

Asdulfor encara Ellyn por poucos segundos enquanto ela falava e logo após, com o intuito de ter alguma noção caso ela estivesse mentindo. Logo após,observou Yara de cima abaixo e ela realmente aparentava ser de Asshai. No entanto, ele precisaria de mais provas; o custo era alto demais para ser enganado. Ele encarou Yara e logo dirigiu suas palavras a ela, porém na língua de Asshai das Sombras.

Ashai:
— Dahra Yara, sivar kaza-ra akhan na druy ethyra, varak-me, kaza ra athor-tar? Ra darath kaa thara en Ashai? (Senhorita Yara, encontrar alguém como você aqui não parece fácil, me diga, como foi trazida para cá? Você nasceu e viveu em Asshai?)

Asdulfor sabia que, caso ela não fosse de Asshai, dificilmente saberia tal idioma, a não ser que fosse bem preparada a tal ponto para enganar os outros. Pensando nisso, lançou uma indagação ao final para tentar ler também as intenções da moça assim que ela se pronunciasse.

Estalagem de Manhã

— Pois bem, quero saber se você tem conhecimento sobre esse garoto ou sobre essa meretriz, se ouviu falar de um garoto que, há alguns dias, foi encontrado morto num poço. Além disso, quero saber também se ouviu algo mais especificamente de soldados, em especial os mantos dourados, sobre a morte nos calabouços da Fortaleza Vermelha de um homem conhecido como "Cavaleiro Raposa" e, por fim, se alguém chamado Sor Cornnel frequentou o estabelecimento onde atua. Você será muito bem recompensada por essas informações.

Lyra, sentada na cadeira à frente de Asdulfor, escuta atentamente enquanto ele detalha o que sabe sobre Neil Rivers e as outras pessoas envolvidas. Ela é uma mulher de aparência atraente, com cabelos castanhos cacheados e um sorriso que esconde uma mente afiada e observadora. Seus olhos brilham com um misto de curiosidade e cautela enquanto Asdulfor fala.

Quando ele termina, ela inclina-se ligeiramente para a frente, demonstrando que leva a situação a sério.

— Nada sei sobre esse menino no poço ou sobre essa meretriz da Baixada das Pulgas. Sobre o "Cavaleiro Raposa" e Sor Cornnel... Bem, as informações sobre a morte do cavaleiro estão correndo entre alguns soldados, mas são só boatos por enquanto. Alguns dizem que ele sabia demais, outros que foi um ajuste de contas. Quanto a Sor Cornnel, ele não apareceu na casa onde trabalho. É muito discreto,  mesmo para um dornês. Se precisar, posso tentar descobrir mais sobre esses assuntos. Claro, isso terá um preço.


Porto ao Fim da Tarde

— Dahra Yara, sivar kaza-ra akhan na druy ethyra, varak-me, kaza ra athor-tar? Ra darath kaa thara en Ashai? (Senhorita Yara, encontrar alguém como você aqui não parece fácil, me diga, como foi trazida para cá? Você nasceu e viveu em Asshai?)

Yara ergueu o olhar lentamente, seus olhos negros refletindo a luz do candelabro de forma quase sobrenatural. Quando ela respondeu, sua voz era suave e melodiosa, mas carregava um peso inconfundível:

— Naath kahra siva akhan sha zhaora Asshai. Dha varak-keth masha khala, aar dratha rha raathar thera. Kaarnara, raath ja siva shan ma druyeth. — (Sim, fui trazida de Asshai. Minha vida lá era de estudo e devoção, mas fui traída e vendida. Agora, estou aqui, ao serviço daqueles que podem pagar.)

Asdulfor observou atentamente enquanto ela falava, captando não apenas suas palavras, mas também suas expressões e a maneira como seus olhos se moviam. Ele sabia que a língua de Asshai era rara, e que aqueles que a falavam eram poucos e reclusos. A resposta de Yara, sua fluência, e o sutil tremor de tristeza ao mencionar sua traição, tudo parecia autêntico.

Ele sabia que, se Yara estivesse mentindo, seria uma farsa tão elaborada que poderia ser ainda mais perigosa do que ele imaginava. No entanto, tudo indicava que ela era realmente quem Ellyn dizia ser, uma mulher de Asshai com conhecimentos raros e possivelmente valiosos.

ESTALAGEM MANHÃ

— Nada sei sobre esse menino no poço ou sobre essa meretriz da Baixada das Pulgas. Sobre o "Cavaleiro Raposa" e Sor Cornnel... Bem, as informações sobre a morte do cavaleiro estão correndo entre alguns soldados, mas são só boatos por enquanto. Alguns dizem que ele sabia demais, outros que foi um ajuste de contas. Quanto a Sor Cornnel, ele não apareceu na casa onde trabalho. É muito discreto,  mesmo para um dornês. Se precisar, posso tentar descobrir mais sobre esses assuntos. Claro, isso terá um preço.

Asdulfor observou atentamente enquanto Lyra respondia às suas perguntas. Seus olhos, frios e calculistas, não deixaram escapar um detalhe, nem mesmo uma expressão mínima. Quando ela terminou de falar, Asdulfor se recostou na cadeira, seus dedos entrelaçados em uma postura que exibia tanto paciência quanto interesse calculado.

— Compreendo, Lyra. — A voz de Asdulfor era firme, mas carregava um tom de satisfação. — A ausência de informações específicas sobre o garoto e a meretriz é uma pena, mas o que você traz sobre o "Cavaleiro Raposa" e Sor Cornnel é de interesse. Parece que há rumores circulando, mas ainda não confirmados. Se puder descobrir mais sobre esses assuntos, sua ajuda será muito valiosa para mim, em especial sobre o Cavaleiro Raposa, a meretriz e o garoto.

Ele fez uma breve pausa, olhando diretamente nos olhos de Lyra, a expressão em seu rosto claramente demonstrando que estava aberto a negociações.

— E, claro, eu reconheço que informação de qualidade tem seu preço. Estou disposto a pagar generosamente por qualquer detalhe adicional que você conseguir obter. Se você puder fornecer mais pistas, estaremos em um bom caminho para uma colaboração frutífera.

Asdulfor se inclinou para a frente, suas palavras carregadas de uma expectativa calculada.

— Me fale sobre suas necessidades e sobre o que você considera uma compensação justa. O que você gostaria em troca dessa informação? Apenas moedas?

PORTO FIM DA TARDE

— Naath kahra siva akhan sha zhaora Asshai. Dha varak-keth masha khala, aar dratha rha raathar thera. Kaarnara, raath ja siva shan ma druyeth. — (Sim, fui trazida de Asshai. Minha vida lá era de estudo e devoção, mas fui traída e vendida. Agora, estou aqui, ao serviço daqueles que podem pagar.)

Asdulfor focou sua atenção para Yara com satisfação. Ele sabia que o conhecimento que ela detinha poderia ser crucial para seus planos. E que pela complexidade um golpe não parecia ser possivel. Com um olhar pensativo e uma expressão que misturava curiosidade e respeito, ele iniciou a conversa demonstrando um profundo interesse pelos conhecimentos dela.

— Dahra Yara, kaanth ra elos althar zen-dru, akhan raara. Ashai, du ratha telarnat, raath norash? (Senhorita Yara, sua presença aqui é notável. Em Asshai, você teve algum contato com as artes mágicas ou ritualísticas? Qual é a profundidade do seu conhecimento?)

Ele a observou atentamente enquanto falava, ciente de que as respostas que ela fornecesse poderiam revelar muito sobre suas habilidades e a profundidade de seu conhecimento mágico. Asdulfor sabia que entender o verdadeiro alcance das capacidades de Yara poderia ser a chave para utilizar seus talentos a seu favor, tanto diretamente tendo ela como polo ativo, como indiretamente tendo ele como aprendiz.

Estalagem de Manhã

Lyra permaneceu em silêncio por alguns instantes, como se estivesse ponderando sua resposta com cautela. Seus olhos, ainda brilhando com astúcia, analisaram Asdulfor com uma calma aparente, enquanto seu corpo se mantinha relaxado na cadeira.

— Sobre a meretriz e o menino, realmente não posso ajudar — disse ela finalmente, em um tom educado, mas firme. — Eu trabalho em uma casa de luxo, bem longe da Baixada das Pulgas. As mulheres que conheço têm clientes de posições mais elevadas, e os garotos de rua não são algo que ouvimos com frequência. O mundo da Baixada é diferente do nosso, uma outra realidade, se me permite dizer assim.

Lyra deu um leve sorriso, como quem sabia que suas palavras poderiam não ser exatamente o que Asdulfor queria ouvir, mas logo retomou um tom mais sério.

— No entanto, sobre Sor Cornnel, posso compartilhar algumas fofocas que circulam entre os nobres que frequentam a Casa de Chataya. — Ela fez uma pausa, avaliando a reação de Asdulfor, antes de continuar. — Ele é conhecido por ser reservado, quase recluso, mas seus aliados dizem que ele sabe como se manter nos bastidores de todas as negociações importantes. Algumas damas o descrevem como alguém astuto e calculista, especialmente quando se trata de assuntos financeiros. Há quem diga que sua ausência prolongada recentemente não foi por coincidência, mas por necessidade. Alguns acreditam que ele está evitando algo — ou alguém.

Lyra ergueu uma sobrancelha, seus lábios formando um sorriso enigmático.

— Quanto ao Cavaleiro Raposa, ouvi que sua morte está sendo usada como aviso para outros. Se ele sabia demais ou se envolveu com as pessoas erradas, isso pode ser verdade. Mas não é só entre soldados que esses boatos correm. Nobres também comentam, em suas taças de vinho, sobre uma possível traição ou um débito mal pago. Mas, como sempre, em Porto Real, nada é dito com total certeza.

Ela se inclinou levemente para frente, seus olhos fixos nos de Asdulfor.

— Se você deseja mais detalhes sobre Sor Cornnel ou sobre a morte do Cavaleiro Raposa, posso continuar investigando. Mas, claro, não será apenas por moedas. Informação de qualidade e segura em Porto Real, como o senhor bem sabe, requer uma rede de confiança, e eu precisarei garantir que meus riscos sejam devidamente compensados.

Lyra fez uma pausa, antes de concluir:

— Estou interessada em moedas, sim, mas também em segurança. Proteção para mim e para minhas irmãs de trabalho, no caso de algo mais perigoso surgir dessa investigação. Se você pode garantir isso, além de uma quantia justa, posso trazer informações mais aprofundadas.


Porto no fim da tarde

Yara manteve o olhar fixo em Asdulfor, como se estivesse avaliando não apenas suas palavras, mas também a alma por trás delas. O silêncio que antecedeu sua resposta foi carregado de uma aura quase tangível, e quando ela finalmente falou, sua voz tinha uma qualidade suave, mas poderosa, como o murmúrio de um segredo há muito esquecido.

— Kaarnara, raath nazir zen Asshai thala vethra zaraka. Raath nazir varash kalara zen. — (Em Asshai, os segredos mais profundos das sombras são guardados pelos mais poderosos. Eu fui uma dessas guardiãs.)

Ela inclinou-se ligeiramente para a frente, seu rosto iluminado de maneira sobrenatural pelas velas ao redor, projetando sombras que dançavam em sincronia com suas palavras.

— Na zhaora dha-ra kanash, rha sithar sha orah kaza. Rha orath sha ketharin, rha zhal athra zen ra elathra. — (Fui treinada nas artes das sombras, que envolvem tanto a magia dos sonhos quanto a necromancia. Meu conhecimento é vasto, mas ele não é facilmente compartilhado.)

Yara deu um leve sorriso enigmático, como se estivesse ciente do quão valioso seu conhecimento era para alguém como Asdulfor. Sua expressão, porém, também indicava cautela, como se ela estivesse testando os limites de até onde poderia confiar naquele meistre estrangeiro.

— Ashai thalra thana elura ketharn varaan zen rakothra, vethra rha vor druzara en assarath. — (Os segredos de Asshai são perigosos, e muitos que ousam se aproximar deles não sobrevivem.)

Ela o fitou profundamente, e havia algo em seus olhos que sugeria tanto uma advertência quanto um convite.

— Rha vor raath. Athra Zen-dru sathar. — (Mas você parece diferente. Talvez possamos conversar mais sobre esses segredos, se puderem ser de valor mútuo.)

As palavras de Yara carregavam um peso sutil de poder, mas também de desafio. Ela estava ciente de sua própria importância, mas esperava ver até onde Asdulfor estava disposto a ir para adquirir o conhecimento que ela possuía.

Com isso, Yara aguardou a resposta de Asdulfor, sua postura firme, mas ao mesmo tempo aberta, como se estivesse oferecendo uma chave para portas que poderiam levar a grandes descobertas — ou destruição.

COM LYRA NA ESTALAGEM

Asdulfor ajustou suas correntes de Meistre, o leve som metálico ecoando pelo ambiente enquanto ele observava Lyra com olhos calculistas. Seu rosto, como sempre, era uma máscara de serenidade, mas por trás dela, sua mente trabalhava incessantemente, pesando cada palavra que ela havia dito. Ele servia à Casa Fenlinight há anos, e embora não pudesse declarar sua lealdade como pertencente àquela família, era claro que sua posição e influência dentro dela eram consideráveis.
Finalmente, ele quebrou o silêncio, sua voz suave, mas carregada de uma sabedoria profunda e perigosa.

— Porto Real é um campo de armadilhas para os desprevenidos, Lyra. O que você me pede não é algo a ser tratado levianamente — começou ele, o tom ponderado, como se estivesse medindo cada palavra. — Você fala de proteção, mas em Porto Real, proteção é mais do que apenas espadas E escudos.

Ele fez uma pausa, seu olhar intenso sobre ela.

— Eu sirvo à Casa Fenlinight, uma família cujos laços com o Norte são fortes e cuja influência, mesmo aqui no Sul, pode ser sentida nas sombras. Se estou aqui, Lyra, é porque fui enviado para observar, aprender e, quando necessário, agir. O que você me pede pode ser alcançado, mas antes, preciso entender exatamente o tipo de perigo que você e suas irmãs enfrentam. Não posso prometer proteção sem saber a natureza dos riscos.


Asdulfor sabia que não podia falar da Casa Fenlinight como se fosse sua família — seu juramento como Meistre o proibia disso, apesar de ter descumprido algumas vezes —, mas sua lealdade e profunda conexão com a Casa eram claras nas suas ações. Ele inclinou-se levemente para frente, como se partilhasse um segredo.

— O tipo de proteção que você busca... não é algo que eu possa providenciar sem entender o contexto. Está pedindo influência sobre os nobres? Quer neutralizar ameaças mais diretas? Ou talvez garantir que certos inimigos desapareçam silenciosamente? — Ele permitiu que a sugestão pairasse no ar por um momento, antes de recostar-se novamente. 

Ele mediu a reação dela antes de continuar.

— Quanto a Sor Cornnel, ele é um jogador astuto, como você já bem notou. Mas eu suspeito que há algo maior em jogo. Fugir de Porto Real sugere que ele está evitando algo ou alguém com poder suficiente para ameaçá-lo. Descobrir de quem ele foge pode nos dizer quem realmente detém as rédeas desse jogo.


Os olhos de Asdulfor se estreitaram ligeiramente, avaliando o que Lyra deixara implícito.

— E sobre o Cavaleiro Raposa... é curioso, não? Quando um homem morre para enviar uma mensagem, sempre há mais camadas do que as aparências sugerem. Eu gostaria de saber mais sobre esses rumores que correm entre os nobres. Quem são os nomes envolvidos? Quais as alianças que se quebraram?


Ele ficou em silêncio por um instante, as correntes em seu manto balançando suavemente enquanto ele se inclinava de volta na cadeira.

— Em troca das informações que me prometer, posso garantir que você e as suas terão a proteção necessária, mas entenda, Lyra: essa proteção não é simples. 
Ele deu um leve sorriso.

- Me sclareça os termos da proteção que você busca, farei uma avaliação da viabilidade. Sou todo ouvidos. 


Aguardava Asdulfro com um olhar curioso para Lyra.


COM YARA NO MERCADO

Asdulfor ouviu atentamente as palavras de Yara, absorvendo cada frase em Asshai com uma calma que refletia seu profundo interesse. Ele não se deixava levar pelo mistério ou pelo medo que as sombras de Asshai costumavam trazer. Pelo contrário, seu olhar fixo revelava curiosidade e determinação. A magia e os segredos das sombras eram seu campo de estudo como Meistre, e ele via na conversa com Yara uma oportunidade rara de expandir seu conhecimento.
Quando respondeu, sua voz era clara e direta, sem o véu de mistério que outros poderiam adotar ao falar de Asshai.

— "Kaarnara raath nazir zen orath." — (Segredos são para ser desvendados.) Ele disse com um leve sorriso, a confiança em sua voz evidenciando que o perigo associado ao que Yara oferecia não o intimidava.
Asdulfor inclinou-se ligeiramente para frente, como quem aceita o convite com interesse genuíno. Ele sabia que Asshai era um lugar de conhecimento profundo e magia poderosa, e como estudioso, esse era exatamente o tipo de oportunidade que ele buscava.

— "Athra sha Asshai thalra orath rha vor rha raath. Kaarnara zen druzara sha, rha athra nazar." — (Em Asshai, o poder reside nas sombras, e é lá que os segredos são realmente revelados.) Ele fez uma breve pausa, permitindo que Yara visse sua disposição em explorar esse caminho.

— "Athra rha var sha rha vor, rha raath rha vor rha kaarnara thalra sha nazar..." — (Estou profundamente interessado nas artes que você menciona — a magia dos sonhos, a necromancia...) Seu tom era direto, mas carregava uma certa reverência.

Asdulfor olhou diretamente nos olhos de Yara, sua postura firme, mas sem rodeios.

— "Kaarnara vor rha zen. Thana athra var sha rha Asshai?" — (Você possui esses segredos. O que você precisa em troca?) A pergunta era direta, sem subterfúgios. Ele sabia que nada vinha de graça, e estava preparado para pagar o preço certo, desde que soubesse o que estava em jogo.

Ele fez uma pausa, mas logo retomou, deixando claro o que oferecia.
— "Athra nazir rha orath sha Fenlinight. Orash nazir sha kaarnara thalra rha zen rakothra." — (Tenho os recursos da Casa Fenlinight ao meu alcance, a bagagem como meistre e magia antiga... E posso garantir que o que você compartilha será usado com cuidado.) A menção à Casa Fenlinight deixava claro que ele possuía influência e que, com o conhecimento certo, poderia reforçar tanto sua posição quanto a de Yara.

Asdulfor não escondia seu interesse. As sombras e os segredos de Asshai eram exatamente o que ele buscava como Meistre, e Yara, com seu conhecimento raro, era a chave para abrir portas que ele estava ansioso para atravessar.