Parte l: Complexo PBF

AKACHI DAREN

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Winterfell:

No alto de uma pequena colina coberta de neve duas figuras conversavam. Uma delas era grande, um gigante de uns 4 a 5 metros de altura. Ao seu lado, sobre uma pedra, uma pequena garota de pele de ébano. Ambos apresentavam sinais de luta recente, com sangue e sujeira manchando seus corpos.

Wun Wun: "Luta difícil! Wun Wun feliz pequenina lutar nosso lado! Pequenina forte!"

Akachi Daren: "O que você quer dizer com pequenos?", Akachi indaga com uma expressão desconfiada antes de voltar para o assunto: "Estes Mi-Gos até que foram divertidos, mas aquele Shub-Niggurath estava me irritando com aquele balir, parecia no cio!"

Wun Wun: "Pequenina fala engraçado!"

Na frente deles uma grande planície outrora coberta por uma fina camada de neve branca, agora estava coberta de sangue escuro e corpos espalhados. Homens e criaturas indescritíveis vindas da mente de algum escritor perturbado. Além da planície as muralhas da antiga cidade de Winterfell protegem o que sobrou do legado da família Stark. Uma terceira figura se junta à dupla. Um homem selvagem que participou da batalha.

Mance Rayder: "Acreditava que os Caminhantes Brancos eram o maior perigo do norte! O que mais se esconde no norte além do norte além da muralha?"

Akachi Daren: "Se quiser ir pra lá descobrir fique a vontade! Eu só quero um banho quente!"

Mance Rayder: "Não, obrigado, senhora Akachi! Meus dias além da muralha já se foram!"

Akachi Daren: "Senhorita!"

Mance Rayder: "Desculpe... senhorita Akachi! Estamos prontos para a coroação! Tem que ser agora ou perdemos o apoio das outras Casas!"

Akachi apenas assente. Quando se vira para seguir com o selvagem e o gigante, uma pequena brisa vinda das árvores próximas lhe chama a atenção. Parecia um sinal, algo lhe chamando. Ela olha e vê uma pequena runa se formando no solo, derretendo a neve em torno de si. Outra se formava à sua frente, um novo par de runas se formava logo atrás, e mais outro, e mais outro, criando o que parecia um caminho para o interior do bosque.

Akachi olha para os dois companheiros de batalha, eles também notaram as runas. Wun Wun se afasta, chamando aquilo de bruxaria. Akachi, se agacha, toca em uma runa, sente uma energia calorosa fluir e imediatamente percebe o que estava acontecendo: um caminho para casa! Era sua estrada de tijolos amarelos! Ela esbanja felicidade.

Akachi Daren: "Ahá! Finalmente vou sair desta merda de mundo! Onde já se viu, inverno durar anos? E nem tem shopping aqui! Avisem a todos que pretendo não voltar jamais! Deixem a liderança para aquela ruiva sonsa! Ela dá conta! Adeus!"

E sem demora, ignorando qualquer súplica de seus companheiros, Akachi segue a trilha entre as runas até chegar a um portal no meio do bosque. Imediatamente ela o atravessa, deixando Westeros para a própria sorte.

* * *

Complexo PBF:

Akachi sai pelo portal. Ela não estava familiarizada com aquela área da central, mas sentia na pele a ressonância daquele universo. Estava finalmente de volta a sua dimensão de origem. Estava de volta ao lar.

Akachi nota o chão de vidro sob seus pés e um prisioneiro em uma espécie de cela vigiada logo abaixo. Não lembra dele, mas percebe que foi graças a ele que o caminho para casa se formou.

Akachi Daren: "Valeu, carinha! Continue se comportando bem para pagar sua pena quaisquer tempo que seja!"

Damian Wayne: “Raider Akachi! Que bom que saiu de dentro dessa caixinha! Infelizmente... Perdemos muitos anos com tudo isso, não...?”

Akachi olha para a figura, reconhecia sua voz de imediato, sorri quando olha para a figura, mas sua expressão muda da alegria para decepção...

Akachi Daren: "Ah, Robert Pattinson! Que saudad... epa! O que aconteceu com você? Você está diferente... perdeu seu brilho! Não acredito que eu já tive uma quedinha por você! Não encosta! Você está... velho!"

Apesar de perdida por anos e anos no tempo e espaço das multirealidades e multiversos, Akachi envelheceu pouco. Talvez uns dois ou três anos apenas. Mas o universo além dela não teve esta sorte. E Pattinson estava mais velho. Akachi até poderia dizer que ele parecia mais maduro, mas sem aquele brilho de diamante da sua jovialidade, Akachi perdera o interesse nele.

Akachi Daren: "Conheço esta expressão! Você está ansioso para saber o que aconteceu! E eu também! Mas primeiro: banho quente, de banheira, perfumes e essências. E roupas novas! Olha isto aqui! Peles com mal acabamento! E tudo imundo! Como sair em público assim? Espero que meu quarto ainda esteja no mesmo lugar... Ah, e um pote de sorvete de pistache!"

E Akachi sai, decidida. Prioridades!

AKACHI DAREN

O Complexo PBF era um ambiente conhecido de Akachi. Sua estrutura, localizações, pessoas, não se lembra quantas vezes andou por tudo aquilo. Como dito, era! O complexo hoje era um ambiente estranho. akachi tem certeza que este é o universo certo, mas algo não está normal.

Quando chegou, notou a cela com teto de vidro -que era o chão que pisava-, onde seu guia para este universo estava cativo. Não se importava nos motivos dele preso, mas esta é a primeira vez que ela nota que haviam mais celas que o normal. Outras áreas do complexo fora transformadas em celas. Algumas ocupadas, outras vazias.

E estranhamente, não havia qualquer outro pessoal no complexo. Imaginava se não estavam todos em missão. Mas e os funcionários do complexo? Deveria haver uma multidão de pessoas indo e vindo pelos corredores, mas ela passou por menos que se podia contar em uma mão. Corte de gastos, imaginou.

Chegou ao seu quarto! Estava do mesmo jeito que deixara anos atrás! Era o único ambiente no complexo que lhe trazia sinal de familiaridade. Estava tão bem cuidado que imaginava que o serviço de quarto da sua família era muito eficiente. Nota mental: dar uma boa gratificação no final do ano.

No banheiro havia um servo pessoal preparando seu banho com aromas e pétulas. O cheiro e o vapor da água quente eram chamativos. Não deixou de notar e ficar curiosa pelo traje de gala que vestia. Tentava ver se havia alguma identificação do nome do servo na roupa.

-"Estranho, um servo em traje de gala? Você não está trajado errado para o serviço ou o serviço de quarto falhou desta vez?" Nota mental: reduzir a gratificação.

* * *

Antes de se deleitar na banheira, Akachi entrou debaixo de um chuveiro avulso e tirou o grossa da sujeira. A água escorria de um marrom sujo para o ralo. Não queria estragar a água da banheira, se precavendo antes. Entrou na banheira e se deleitou com a merecida água bem quente.

Havia outros agentes do PBF Raiders no complexo, cada qual com seu quarto particular, eram modestos e simples se comparados com o luxo do quarto de Akachi, o que mostra que o poder da sua família alcançava além do imaginável.

Enquanto relaxava no banho, começou a recordar aquele dia, trinta anos atrás, quando ela e seu avô sofreram o atentado, as questões envolvendo sua família, o encontro em algum momento com um cara de peixe azul que dizia ter vindo resgatá-la, mas que acabou sendo preso dentro de seu submarino nas profundezas de algum lago além da muralha de Westeros, como um peixe enlatado. Ela submerge sua cabeça na água tentando afastar estes pensamentos. Apesar da passagem de tantos anos, esta lembrança ainda a perseguia e a incomodava.

Pancadas na porta do banheiro chamaram sua atenção.

Robert/Damian: -"Akachi, tem um minuto por favor? Posso entrar... Trouxe os pistaches."

-"Ah, só por quê você quer! Faz favor de sair do meu quarto enquanto eu termino meu banho? Deixe os pistaches antes de sair!"

Akachi submerge sua cabeça uma última vez antes de sair da banheira, -"Nem deu tempo de ficar enrugada, sacanagem!", comenta.

Enrolada na toalha ela sai do banheiro depois de confirmar com seus sentidos que Robert deixou o quarto. Pegou um punhado de pistaches para saborear enquanto se dirigia ao armário para escolher seu novo look. Apesar de ter envelhecido pouco, seu corpo cresceu um pouco, fazendo com que algumas roupas ficassem pequenas. Ela levou 42 minutos para encontrar um conjunto de roupas que lhe servisse e lhe agradace.

Enfim, Akachi abre a porta, com o pote de pistache nos braços, e permite Robert entrar.

-"Pode entrar! Sente-se onde quiser, não me importo! E da próxima vez, traga sorvete de pistache e não só as castanhas." Nota mental: cancelar a gratificação.

AKACHI DAREN

Akachi poderia achar estranho o servo militar não ter lhe respondido a pergunta, mas passou tanto tempo fora e longe da mordomia digna que havia quase esquecido dos servos silenciosos da sua família. Alguns eram mudos, literalmente, outros eunucos, mas a maioria apenas reconhecia seu lugar.

Menos o homem-peixe azul. Fedia a peixe, lógico, mas vivia dizendo que estava ali para resgatá-la a envio de seu pai e que devia tomar cuidado com sua família, que buscava vingança contra a família Daren e mesmo assim trabalhava forçado para eles. Ele era meio contraditório. E fedia a peixe, só para lembrar. Ainda bem que está preso igual sardinha enlatada naquele lugar inóspito e sem shopping.

* * *

Prestando atenção no Pattinson sobre suas dificuldades em encontrar um bom barbeiro, Akachi comenta:

-"Caro Pattinson, vou ser sincera contigo. Não é um corte de cabelo que vai te fazer mais jovem ou tirar estas rugas. O que você precisa é da nossa linha de cosméticos Daren para homens de baixa estima e ego ferido. Claro, cortar o cabelo ajuda, mas você precisa mesmo de um serviço completo. Mas falaremos nisso depois, tenho coisas mais importantes do quê cuidar de marmanjo agora..."

-"Você está me dizendo que este tal Lucas Xavier é responsável por aquelas criaturas em Winterfell? Que por causa dele eu quebrei uma unha salvando aquela gente? E ele aida é responsável pelo atentando que sofri? Os dois? E porquê este arrombado não foi enforcado ainda? Espera! Você fez bem em mantê-lo vivo! Eu mesma quero quebrar seu pescoço... é, você tem razão, preciso falar com ele primeiro. Depois a gente solta ele para os cães de Tindalos."

Akachi estava nitidamente com raiva neste momento, mas não era uma raiva cega por algo imediato. Os atentados, os embates em Winterfell, suas desventuras pelo multiverso, foram há tanto tempo que ela já se acostumou com tudo isso. Por mais que Akachi quisesse arrancar o coração dele e dar um balãozinho, ela era calma o suficiente para não cumprir suas ameaças a pessoas passivas. Pelo menos até não precisar mais delas.

Akachi pega o cartão do Pattinson. Era totalmente preto, com um círculo ovalado amarelo no centro, onde estava escrito Damian Wayne e um número de telefone, o que a faz se lembrar de algo muito importante para a sobrevivência humana:

-"Preciso de um celular novo! O meu eu acho que perdi com uns indígenas fanáticos por feijoada. Não pergunte! Só me arrume o modelo mais recente."

* * *

Akachi segue Pattinson/Damian pelos corredores do centro. Era o caminho de volta para o local do portal por onde ela chegou, onde estavam as celas. Por mais que desejasse não olhar para a aparência estranha de seu guia, a memória de um Pattinson mais belo e elegante tendo se transformado nisso dava a Akachi um sentimento de pena por Pattinson.

-"Este lugar está bem vazio! Lembro dele mais cheio! Onde estão os outros Raiders? Não vi nenhum deles desde que cheguei aqui...", perguntava curiosa enquanto caminhavam.

* * *

De volta ao local do portal onde chegou, foi encaminhada para a cela de Lucas Xavier. Notou os cabelos dele crescerem enquanto ele olhava para akachi e falava.

___Lucas Xavier: -"Então...a garota sobreviveu ao multiverso."

-"Não graças a você!", respondia seco, -"Já estou sabendo que você foi o responsável por tudo de ruim que aconteceu na minha vida. Tenho apenas duas perguntas, e torça para eu gostar das respostas: o que aconteceu com meu avô e por quê ele?", Akachi estava crente de quê ela foi apenas um efeito colateral dos atentados contra seu avô, apesar de quê quando aconteceu o segundo atentado ela estar sozinha...

AKACHI DAREN

___PATTINSON: "Eu não sou o responsável por tudo aqui, como você sabe...E temos tido cortes de recursos...fomos abandonados em financiamento, estamos operando com parcos recursos... Inclusive recursos de mão de obra..."

-"Calma, Pattinson, não estou procurando um culpado por nada disto! Só quero entender como chegou a isto. Lembro que era tudo bem movimentado, havia cada tipo de pessoa estranha.. também havia algumas legais... qual era o nome daquela garota que falava com a máquina de karaokê mesmo?..."

-"O que vocês precisam é de algum patrocínio forte. Colocar logos de marcas famosas nos uniformes dos operativos, fazer uns merchans, talvez eu possa falar com papai para dar umas dicas melhores!", dizia, como se tudo na vida se resolvesse com dinheiro, bem, teoricamente resolve, se você não precisar se preocupar daonde ele vem.

* * *

Akachi ouve atentamente as palavras de Lucas. A simbologia arcana que adornava as paredes da cela lhe chamava a atenção.

___LUCAS: "De fato sou culpado, mas não tive a intenção... Fui muitas pessoas, no mundo de Winterfell eu era Bran Stark e em breve eu serei colocado como rei... [...]"

Akachi se lembra vagamente de Bran Stark, mas sabe que a luta pela coroa era como tomar o café da manhã em Paris, bem comum (para os padrões de Akachi).

-"Hahaha! Essa foi boa! Já deixei instruções para que Sansa recebesse a coroa do reino. E quanto a você, está aqui, preso... você não é rei de reino algum, você é só o rei da sua cela!"



___LUCAS: [...] "Sobre seu avô, eu sinto que você deveria ter perguntado para Mina Harker quando ela mandou seu lacaio Alan Quarter te chamar para Liga Estraordinária... ou para o seu amigo Robert...ou qualquer outro vampiro desses que te comandam, você saberia o que houve com Thulsa Doom.. Saberia que ele fazia parte de um clã de vampiros adoradores do Deus Egípcio Set , que os cananeus chamavam de Lotan e alguns traduziram como Leviatã... Eles não querem esse clã mais se esgueirando pelo meio das famílias de vampiros."

Neste momento, Akachi estica seu braço através da grade da cela, tentando alcançar Lucas, mas ele se afasta a tempo. As celas do Complexo PBF eram únicas, resistentes e capazes de repelir qualquer habilidade especial não autorizada, o que impediu de Akachi dobrar as grades e alcançar o pescoço de Lucas e quebrá-lo como desejava. Ela estava com muita raiva.

-"Seu merda! Insolente! Não compare meu avô, minha família, a estes vampiros de merda! Vem aqui que eu vou te mostrar quem tem sangue ruim!"

Akachi não aceitou esta insinuação. Ela ouviu muitas insinuações a sua família e principalmente sobre seu avô estes anos todos, principalmente a de que o seu sangue era imbuído de magia atlante graças ao seu avô, mas que estava latente. Ela reagiu com raiva, pois no fundo não quer acreditar nisso, ela até podia sair no sol normalmente, mas até então, Pattinson também podia. Akachi se vira para Pattinson, com os olhos fixos de raiva:

-"... me diz que isso é mentira...", indagava com uma esperança vã.



___LUCAS: "Mas posso dizer o que houve com seu avô, que serviu ao Rei Amarelo, uma entida cujo nome não pode ser pronunciado... E quem matou seu avô foi seu colega de equipe, o Anônimo..."[...]

Akachi encara o chão, pensativa. Se lembra do Anônimo, na verdade, a última vez que o viu ele era A Anônima e enfrentava um nazgul com duas metralhadoras iradas...

___LUCAS: [...] "ele pegou o anel da Lanterna Verde para isso..."

Akachi começa a soluçar, como um choro que tentava segurar, mas o soluço deu lugar a risos. Ela gargalha, levando a cabeça para trás e se afastando, precisando escorar na parede.

-"HA HA HA HA HA! E eu quase caí nessa!!! HA HA HA! Até acreditei nesta história toda de vampiro e tal, mas... HA HA HA Anel do Lanterna Verde? Agora você perdeu o rumo! Devia ter parado quando podia... HA HA HA!", foi a forma encontrada por Akachi para se defender emocionalmente da verdade.

AKACHI DAREN

Akachi, totalmente sem jeito e nada preparada para a conversa, tentava em vão evitar as palavras de Lucas, pois acreditava que ele tantava enveneá-la com suas mentiras, mas ao mesmo tempo, lá no fundo do seu ser, Akachi temia a verdade que aquelas palavras podiam revelar.

Ela passou muitos anos, praticamente uma vida, procurando a verdade sobre o que aconteceu naquele dia, sobre seu avô, sobre sua família. Ouvia muitas histórias a respeito, e ignorava todas. Mas agora, quando finalmente ela pode saber da verdade, Akachi descobre que não estava pronta para encarar a verdade.

___LUCAS:"—Você conseguiu ver a ilusão de uma mulher nele ou o viu como uma mulher disfarçada de um homem? Sabe o ele realmente é? Bom... Sabe que havia "um Anel"... Ouviu sobre isso em Winterfell quando Gandalf te falou sobre isso? Imaginou o que esse anel era capaz de fazer? Certamente não... Não se lembra de um homem de máscara branca e capuz com um anel esverdeado derrubando você e seu avô do céu?"

Estas palavras, esta comparação... a imagem de uma lembrança começa a se formar na mente de Akachi: a memória daquele dia. Uma memória tão traumática que Akachi bloqueou em sua mente, uma memória de tristeza e que trás uma revelação: Anônimo era o Anarquia!

Akachi se lembra daquele dia em Osaka no Japão, na escola de super-dotados. Os outros alunos olhavam para ela com desdém, com nojo, tinham inveja da sua condição financeira? Da sua nobreza? Nunca soube. Haviam manifestos contra a elite, contra ela e sua família. Teve que ser retirada à pressa da escola junto de seu avô. Eles foram atacados quando o helicóptero decolou. Uma pessoa de vestes verdes e um anel esverdeado... suas palavras não eram claras naquele momento, mas ficaram gravadas no subconsciente de Akachi: Sociedade da Guilhotina... Anarquia, a voz do povo... morte ao Rei Amarelo...

-"AHHHH! PARE!", Akachi grita de raiva e dor. Ela havia reprimido a memória daquele dia, sua incapacidade de proteger seu avô, seu medo de morrer...

Ela está suando. Quem conhece Akachi sabe que ela dificilmente se cansa, ainda mais transpira. Mas ela está suando. Seu corpo lutando contra sua mente, sua vontade lutando contra a culpa reprimida.

-"O que é a Sociedade da Guilhotina?... quem é o Rei Amarelo?... por favor, me diga tudo!", Akachi cede seu orgulho e clama por respostas. O que mais ela bloqueou? Qual a verdade?

AKACHI DAREN

Akachi parece ter feito as perguntas certas.

Lucas, desequilibrado como estava, só precisava de alguma orientação para ser falar com mais detalhes e não ficar somente insinuando as coisas. Ou talvez ele tenha percebido que Akachi sofria com seu desentendimento.

Seja qual for o motivo, apesar de tudo, Akachi tá pouco se lixando para a parte histórica, quer saber mesmo quem ela precisa quebrar a cara.

Começa aos poucos a se recompor. Ela leva a mão nos locais das feridas que sofreu naquele dia, não havia marcas, como era mesmo o nome daquele médico... Arkham?... realmente fizera um bom trabalho. Em sua memória, sabia que estava morta, ou a um passo da morte, e foi este médico que a salvara.

Se lembra de ter acordado rodeada por heróis do Panteão, todos mais preocupados em interrogá-la, como uma criminosa, do quê em seu bem estar ou em vingar seu avô... suspira fundo... pelo andar das coisas ultimamente, eles pareciam estar certos. Custa acreditar que seu avô era um vil... ainda era difícil aceitar esta verdade.

Novamente Lucas vem com datas, locais, história... mas desta vez, algo lhe chama a atenção: o anel esmeralda ainda está com seu dono e amanhã ele o perderá, o anel esmeralda causador de tanta dor em sua vida. Amanhã!

Akachi começa a tentar entender as coisas, do seu jeito. O Imperador japonês também é, ou era, o imperador de Essos em outra realidade. Havia Mi-Gos em Westeros. O tal Rei Amarelo que ninguém sabe quem e. Seu avô, Tholsa Doom, talvez um feiticeiro imortal da atlantida ou apenas um enviado do Rei Amarelo? E a Sociedade da Guilhotina, uma espécie de sociedade secreta por trás de tudo, talvez até por detrás do Panteão?

Eram todos peças de algum xadrez cósmico de outra dimensão, talvez do Rei Amarelo? Ou até ele era uma peça de algo maior?

-"Eu não sou uma camponesa, sou uma princesa, e serei rainha desta merda de jogo dos tronos!", dizia para si, convicta, como se suas palavras fizessem algum sentido para Lucas e Pattinson.

-"Pattinson, devo ir para Brasília. Tenho um anel esmeralda para tomar."

AKACHI DAREN

Akachi se prepara para a missão. Suas roupas são simples e casuais, mas das melhores marcas do mercado, permitindo que se misture facilmente entre a as pessoas. Seu servo designado lhe entrega um modelo de celular dos mais modernos atualmente, com um chaveirinho de um pokemon que Akachi olha e torce o nariz, mas mesmo assim ela mantém o chaveirinho, que lhe trás algumas lembranças do passado. E não leva nada mais.

Robert a aguarda no hangar com seu veículo esquisito, mas funcional. Ele faz algum comentário preconceituoso sobre os países de terceiro mundo, mas Akachi ignora, afinal, tem lá suas verdades.

Então aparece uma mulher asiática andando como se estivese em um desfile da Victoria Secret´s, mas bem elegante por sinal! Ainda há pessoas neste lugar que sabem manter a elegância.

-"Mercy, não? Gostei do seu cabelo! É natural? Você podia dar umas dicas pro Robert depois!"

***
Akachi anda na direção do portal. Em um primeiro momento ela faz uma pequena pausa antes de entrar, se lembrando de que estes portais foram responsáveis por ter ficado anos perdida no multi-verso. Respira fundo e dá um passo à frente. O que de pior poderia acontecer?

Era melhor ficar perdida novamente no multi-verso do quê dar de cara com o que quer que esteja acontecendo neste lugar.

Uma multidão ruidosa cantando e orando a uma figura de papelão. Akachi ficou muito tempo longe de casa pra entender o que está acontecendo, mas crê que seja algum ato político ou culto religioso a um herói populista.

Ela pega seu celular e verifica a localização atual, e bate com seu objetivo: Brasília-DF.

Em meio à multidão, que esbarra nela, mas Akachi não se abala, parecendo mais uma árvore no caminho deles do quê sendo levada pela multidão, ela procura no maps a localização do Aeroporto JK. Seu objetivo: encontrar um caminhão de combustível e tomar para si um anel esmeralda.

***
[OFF: Akachi está um pouco cega e impulsiva nos seus objetivos, acredito que em algum momento ela se lembrará do empresário /OFF]

Akachi franzia a testa, tentando entender o que a multidão gritava. Ela tinha um objetivo em mente, mas estas pessoas estavam no seu caminho, que ela prontamente abria, empurrando-os para fora do caminho, enquanto era alvejada por gritos entusiastas e xingamentos desconexos. Akachi entendia cada palavra dita, era português, idioma que nunca falara antes, mas entedia perfeitamente graças ao Peixe-Babel que adquiriu quando perdida no multiverso, mas ao mesmo tempo não era. Nada do que diziam fazia sequer sentido algum.

Ela dá de ombros e ignora este povo suado e ignóbil. Sua missão é mais importante que idolatrar uma figura de papelão.

Finalmente chegara na alfandega do aeroporto. Como sentia falta do GPS em alguns lugares que esteve. Certa vez ficou perdida na Terra-Média só porquê esquecera de contratar um guia, mas até que aqueles pequenos seres de pedra foram gentis em indicar a direção correta.

Na recepção, não deixa de encarar o homem e seu olhar de peixe morto. Será algum sinal de que seu destino está de alguma forma ligado às criaturas das profundezas? (sangue atlante, peixe babel, abissais, squirtle, homem-peixe-azul e agora olhar de peixe morto?)

-"Eu sou Akachi, procuro um caminhão tanque estacionado aqui nos arredores há alguns meses. Você viu algo?", às vezes, na realidade, o tempo todo, ela esquecia algumas das boas maneiras quando lidava com a classe baixa.

***
[OFF: desculpe a demora, queimou meu PC e só agora tudo se resolveu!/OFF]

Akachi leva a mão na testa, desconsolada:

-"Por quê eles tem sempre que correr?"

Akachi segue no seu encalço a passos acelerados, sem correr. O infeliz era lento, ela poderia alcança-lo facilmente, mas ela não quer se dar ao trabalho, ainda mais com o salto esquisito que ele deu na direção do banheiro masculino.

Akachi para na porta do banheiro e ouve os gritos vindos de trás da porta. Ela encara o símbolo na porta.

-"Tinha que fugir justo pro banheiro masculino? Que merda!"

Ela anda de um lado para o outro na frente da porta, pensativa. Haviam várias pessoas ali na entrada do aeroporto. Se a vissem entrando no banheiro masculino, o que iam pensar dela? O que iam pensar da herdeira do império Daren?

-"Ah, dane-se!", e passa pela porta, com a mão cobrindo os olhos enquanto entra, deixando um vão entre dois dedos para ver.

-"Estou entrando! Vamos lá, senhor batráquio, colabore, vai! Só quero conversar..."

Que mente sã ousaria criar um mictório sensível ao calor da urina para satisfazez o desejo de arte bizarra e nojenta? Esta cena não sairia da cabeça de akachi por um bom tempo. Até avistar o próprio Cthulhu seria melhor que isso.

-"Homens são todos nojentos mesmo!... é, estão longe do tamanho mínimo para Westeros!"

Akachi não encontra sinais de outras saídas ou do batráquio ter fugido de algum modo do local, mas as portas dos banheiros individuais estão todas fechadas.

Uma a uma, a começar pela primeira da porta, Akachi vai chutando uma porta atrás da outra, procurando o batráquio.

-"Sr. Batráquio, onde você se enfiou? Não adianta se esconder! Eu vou te achar!" e começa a cantarolar: "...Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?..."