"Quando você acha que as pessoas morrem? Quando são atingidas por uma bala?
Não... É quando são esquecidas."
Cão de Caça:Saltou do navio para a praia, uma queda grande que fez os pés estralarem, mas não perdeu tempo com a dor. Corria como o fogo comendo o capim seco e o homem no monta-pedras vinha em seu encalço, chicoteava o lombo do animal e gritava para que o passo fosse ainda mais apertado atrás do menino. Cedo ou tarde seria alcançado, mas do jeito que as coisas andavam - estava mais certo de que seria cedo. O menino tinha suor escorrendo pelas têmporas devido a atividade física forçada, o calor daquela cena era ainda pior - estava acostumado, mas ali, lutando pra ficar vivo, não tinha costume para aliviar.
O monta-pedras tropeçou sozinho, deu um berro relinchando e derrubou o homem montado, não dá pra saber se o animal se cansou das pancadas e de ser tão maltratado, os pormenores da criatura ficarão para outra história ou para nenhuma outra, mas agora era homem contra homem na pisada do chão - alargavam as pernas para dar passadas maiores do que podiam e pisavam de deixar marca de sandália na terra.
Sacou uma espingarda bala-de-cobre e apontou, atirou uma só vez e errou, a bala passou longe, voou por cima e se perdeu na imensidão. Tinha que parar e recarregar, mas não apostou em sua própria sorte, tampouco em sua mira, era capaz de errar mais uma vez e perder terreno - voltou a correr atrás do menino.
A corrida não durou um tempo longo, era difícil precisar e viam agora ao longe uma grande edificação, com uma estátua amarela de um urubu no topo que até parecia ilusão, de bem longe dava pra ver o chão rachado dançando com o calor, daquela dança que prega peças e faz a gente nem acreditar que o que se está vendo é verdade verdadeira.
O perseguido aumentou o passo e foi diretamente para o que via de novo no meio daquela lonjura da praia, chegando perto viu três homens em um grande portão de ferro e latão, guardavam o local como estátuas, só o pescoço dos homens se mexia quando era pra acompanhar o que estava se aproximando. Ali, deu pra ver o rosto do perseguido - o menino, jovem, não devia ter mais do que quinze anos, aparência frágil e doentia, mesmo depois de toda aquela correria, pálido. No meio do desespero, soltou a voz para aqueles três, com o rosto erguido, esbaforido e desesperado.
- Me ajuda! Ele vai me matar!
E o perseguidor agora mais próximo e vendo que tinha parada logo a frente, sacou mais uma vez a espingarda e começou a carregar, botando bala, pólvora e ódio no tambor de sua arma, na pressa e atrapalhamento, pra entregar chumbo.
- Saiam da frente! Esse desgraçado morre agora!
Um dos três homens, que estavam na frente do portão e da grande edificação, colocou-se à frente dos demais e se pronunciou, tentando entender o que acontecia ali:
- Qual é o crime do menino? - disse sem muita emoção na voz, neutro, mas com a curiosidade de um inquisidor, como se a resposta fosse o gatilho de seus próximos atos com relação ao pedido do perseguidor.
- Menino? Isso é um diabo! Range os dentes e eriça os pêlos, precisa morrer!
O mesmo homem que estava a frente e o questionou, puxou um bastão de ferro com uma ponta afiada e segurou firme acima de seu ombro, apontou e mirou com a alma, não usou nem os olhos.
Nessa pose dava pra ver certinho, tinha roupas de couro batido, um chapéu do mesmo material com as abas dobradas, todo decorado com estrelas, moedas e correntes de cobre. Fechou os olhos e lançou sua arma contra o perseguidor - o bastão de ferro zuniu no ar e acertou o peito do alvo, perfurou e lançou o homem bem alguns metros para trás. Não morreu imediatamente. Lutou para remover a barra de ferro do seu peito, mas não foi possível, estava feito. Ato consumado, tão logo o passarinho de sete gramas que vivia dentro de cada um de nós ia deixar aquele ali.
O lançador avançou os passos necessários até chegar de frente ao perseguidor e fazendo sombra em seu rosto, o encarou com os olhos amarelos e profundos, dizendo sem amor:
- O Guará vai nos recompensar por esse filhote.
Puxou sua lança de ferro do peito do homem que acabara de acertar, ergueu alguns centímetros, abrindo um espaço entre o peito e a ponta da lança. O homem balbuciava qualquer coisa, mas nada mais faria sentido vindo dali. O lançador mais uma vez falou:
- Que a noite seja gentil.
E o bastão pontudo de ferro desceu de uma só vez, perfurando carne e quebrando osso, finalizando o que tinha sido começado.
O lançador caminhou vagarosamente até o portão de entrada do edifício com o urubu no topo e ficou de frente para uma máquina de vendas automática - selecionou, E-9. A máquina fez um barulho e uma lata rodou ali dentro, agachou-se e pegou a lata, a abriu imediatamente e dali saiu uma pequena ave azul. Sussurou alguma coisa próximo da cabeça da ave e essa voou para longe dali.
Ponto de Partida e Informações -- Seu personagem é um viajante - ele poderia estar em uma nave espacial ou em um navio - mas alguma coisa aconteceu e ele foi parar em um mundo desconhecido. Se estava em uma nave, pode ser que tenha entrado em um buraco negro. Se um barco, um redemoinho no meio do oceano. Esses são apenas exemplos, você pode apontar qual é o melhor cenário e transporte, assim como o evento que fez com que ele chegasse nesse novo mundo.
- O novo mundo é bem inconsistente para qualquer um, vindo de qualquer lugar - o personagem que veio de um futuro onde estava em uma nave vai se sentir tão desconfortável e deslocado como um que tenha se perdido em uma caravela. Existem máquinas de venda automáticas criadas por magos que vendem poções e itens mágicos, existem veículos movidos à vapor, existem dragões-ovelhas, casas andantes e castelos no céu, o objetivo é um mundo bem fantástico, tirando inspiração dos filmes do estúdio Ghibli.
- Histórias individuais. Se combinado com os jogadores (e conseguirmos manter a frequência dos posts), podemos seguir história conjunta. Mas preferencialmente, individual.
Aos interessados:Duração em OFF: Sem tempo estabelecido.
Frequência esperada de posts: Um por semana, como gosto de levar o jogo individualmente. Aí, se for possível, podemos fazer mais postagens. Também não tenho problemas se levar mais tempo do que isso para postar, só dar um toque de que não abandonou.
Vagas: 4 vagas
Quem pode jogar: Não tá super aberto pra qualquer um participar, se você só estiver entrando por entrar, talvez não seja a melhor opção. Assim como quem já tá jogando em vários jogos e só está postando no automático - já aconteceu algumas vezes. Ou simplesmente o santo não bater com a mesa. Acontece. Se tá na dúvida, pode me chamar no privado!
Sistema: Sem sistema.
Suas novas habilidades serão aprendidas nesse novo mundo, as "classes" disponíveis vão ser (que são alguns direcionamentos):
- Bardo da Escola das Máscaras - Na Escola das Máscaras você aprende a música das coisas e quando conhece plenamentea canção que criou algo, você se torna aquilo.
- Mago do Origami - Magia é dedicação e arte. Quanto mais dedicado você for à sua arte, mais ela irá impressionar e convencer outros ao redor, uma vez convencidos, vão acreditar em qualquer coisa que criar.
- Druida do Círculo das Pétalas - Feras e bestas conhecem o seu caminho, mas é um caminho sem volta. O sacrifício para se alinhar aos espíritos da floresta cobra um preço alto no corpo desses encantadores.
- Caçador da Grama Alta - Espadas curtas, arco, flecha e capa. Não há quem se esconda do cão de caça na grama alta. Nem mesmo as histórias.
- Necromante do Templo da Ruína - O tempo, que tudo consome, é seu maior aliado. Ao entender o tempo e as histórias de cada coisa, você é capaz de dar-lhes o sopro da vida.
- Criação de Personagem:
Nome -
Idade -
Classe pretendida -
Foto ou descrição do personagem -
História -