Paraguassu

Resolvo dar umas caminhadas nas redondezas da casa. Pretendo voltar faltando uma 1 hora para o sol se por.

Após isso minha intenção é voltar para casa e seguir a rotina da casa (jantar, banho, dormir)

Quanto mais longe da casa da sua avó, mais distantes vão ficando os vizinhos e mais simples as moradias

Jogue Percepção

PER 14

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5 , 1 , 5

Você passa por uma casa bem retirada, longe da casa da sua avó. De madeira, mas na verdade, prestando bem atenção, parece ser feita de pedaços de pau. Paredes irregulares, um monte de buracos e frestas entre as madeiras, dando um aspecto todo esburacado. Uma cerquinha de madeira, do mesmo nível "protege" o entorno da casa. É difícil de cogitar que alguém possa viver lá. Porém, você percebe num dos cantos da casa, alguém sentado numa cadeira, te observando.

Faço cumprimento tipico do interior:

- Opa, tudo bom?

Ele faz um sinal "positivo" com a cabeça e acena com a mão, fumando um palheiro. Ele está longe, mas dá pra ver que é um homem aparentemente bem idoso, de cabelos e barba longos e brancos, de pele escura mas não negra ou mulata. Roupas muito simples e surradas. Na hora vem na tua cabeça a ideia de um eremita e você lembra da sua infância de ter visto/conhecido um tipo de curandeiro da região, que resolvia os problemas que os médicos brancos não conseguiam.

Resolvo me aproximar.

-Como estao as coisas? Tudo certo?
- Faz tempo que nao ando por estas bandas, mas o senhor nao me é estranho…

O velho tem traços indígenas fortes, com a pele extremamente judiada, provavelmente de trabalhar anos debaixo do sol forte. Pode ser até que seja mais jovem do que aparenta.

-Você... você tem o sangue né? - ele fala de uma boca quase toda desdentada, se levantando da cadeira e entrando na casa, fazendo sinal com a mão, te chamando pra acompanhá-lo - Zé Bento me chamam

-Acho… que sim… minha avo é a Xxxxxxx (falo o nome dela)

- que mora aqui perto

E vou acompanhando bem atento

-Aaaahhhhh.... a xxxxxx (defina agora o nome dela). Você já deve ter vindo aqui alguma vez então por causa de tosse ou lombriga hehehe

Ele faz sinal pra você sentar. A casa por dentro é tão ruim quanto por fora. Uma pobreza que você não se lembra de ter visto antes. Enquanto ele acredita que você esta sentando, ele se vira de costas e começa a pegar um monte de folhas e ervas e começa a colocá-las num pote de barro. Em seguida vai no fogão a lenha e pegar um pedacinho de brasa, com os dedos mesmo, coloca na tigela e começa a soprar. Logo começa uma fumaceira com um cheiro estranho, diferente de só mato queimado. O cheiro não é desagradável.

- Sim, a Yanara!  (Confirmando que devo ter ido la mesmo para receber alguma cura das comuns mazelas infantis)

Fico observando o ritual sem falar nada.

-Sim, sim.... - responde ele quando ouve o nome da sua avó

Ele faz um gesto pra que você se levante e se aproxime, ficando com as mãos espalmadas ao lado do corpo. Ele se levanta com a cumbuca esfumaçante e começa a dispersar a fumaça por todo seu corpo, em frente e atrás. Em seguida ele pega um ramo de alguma erva e começa a chacoalhar e a bater com ele na sua cabeça, nos seus ombros e nas suas mãos.

Após isso, ele te olha bem nos olhos, coloca a mão no seu ombro e diz:
-Vai com Deus, fio! - e dá um sorriso desdentado

Eu agradeço e vou me dirigindo para a saida.

Porem antes de ir pergunto:

- E o Senhor… nao viu nada de Ao Ao? Diz que tem um por ai pegando as pessoas… se cuida!

Ele parece ter mudado a fisionomia. O sorriso no rosto sumiu. Agora você uma pessoa bem mais séria e talvez preocupada na sua frente.

-Tem muita coisa ruim por aí, fio.... mas aqui é protegido - ele aponta pras paredes que tem um monte de entalhes e desenhos de símbolos que você nunca viu antes - Mbya não pode entrar.

Ele vai até outro canto da casa e pega um ramo de folhas meio secas e dá na sua mão:
- Quando chegar em casa, de noite, queima essas ervas e deixa na frente da porta... não deixa Mbay chegar perto. Vai com Deus, fio... tá ficando tarde...

Amem meu bom Senhor!

Faço o caminho de volta para casa.

Não vou fazer o ritual que ele passou.

Você chega na casa da avó. Vai dar/mostrar o ramo ou vai jogar pelo caminho?

Tem mais algo que queira fazer antes de encerrar o dia?

So vou contar para ela tudo o que aconteceu... a caminhada, o cara lembrar dela, o ritual... (inclusive citando os galhos que ele me deu)

E ver se ela diz algo.

-O velho Zé Bento.... xamã... benzedeiro que chamam, né. Ele sabe muita coisa. Já curou você de umas coisas que médico branco não sabia. Essas foia que ele deu, é pra fazer defumação. Espanta os maus espírito.

Eu penso melhor e vou la pegar as folhas e trazer para dentro da casa.

Deixo perto das minhas coisas.

Dai sigo a rotina da casa para dormir.

Vocês coversam mais um pouco, jantam e sua avó vai se ajeitar pra dormir. Ela sempre deitou cedo pra acordar cedo, então cerca de 20:00hs ela já está na cama, deixando você sozinho por ali