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    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo

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    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Empty Re: ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo

    Mensagem por thendara_selune Sáb Out 12, 2024 11:20 pm



    Kitsune Mio

    14:00
    Escola.
    Ameno.


    Fiquei encantada com o anel. Sem pensar muito, me curvei diante da princesa. “Farei vossa vontade...” As palavras escaparam antes que eu pudesse realmente ponderar sobre o peso que carregavam. Senti o calor subindo ao meu rosto, tingindo minhas bochechas de vermelho, não só pela vergonha de estar ali, exposta, mas também pela percepção súbita da enorme responsabilidade que pairava sobre nós.


    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Oig1_218





    Quando finalmente fomos dispensados, senti um alívio pequeno, quase imperceptível, como se o ar ao redor tivesse, por um instante, se tornado mais fácil de respirar. Mas a tensão, essa não cedia. Ela se agarrava firme a mim, como se fizesse parte da minha pele. Eu sabia que aquele era o primeiro passo para provar meu valor, e qualquer erro, por menor que fosse, poderia significar o fim da minha jornada.
    Permaneci em silêncio, observando enquanto os outros falavam. Suas vozes pareciam ecoar ao meu redor, preenchendo o espaço com uma energia que eu ainda não conseguia acompanhar. Escolhi escutar, absorver tudo com cuidado, como se cada palavra pudesse me ensinar algo vital, algo que evitasse que eu cometesse um deslize fatal.



    Foi nesse momento que notei o olhar de  @shamps Ruri. Ele me observava, atento, com uma expressão que não consegui interpretar de imediato. Respondi com um sorriso tímido, como se quisesse disfarçar a agitação que pulsava dentro de mim. Talvez estivesse tentando passar a impressão de que estava bem, de que sabia o que estava fazendo. Mas era impossível esconder a verdade: o peso daquilo que estava por vir me esmagava, e o medo de falhar caminhava ao meu lado, silencioso, a cada passo que eu dava.



    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Oig2_r11






    “O que vocês decidirem, concordo... É a primeira vez que saio da escola...”, murmurei timidamente, as palavras saindo quase sem força. Não havia muito o que falar sobre mim. Minha história era curta, quase invisível. Meus pais estavam mortos, e o clã Mantis me mantinha por perto mais por uma questão de linhagem do que por afeto. Uma sombra no meio de outras sombras.



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    Kitsune Mio

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    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Empty Re: ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo

    Mensagem por Alexyus Ter Out 22, 2024 3:12 pm

    A despedida da Princesa Iweko Myuki ainda pairava no ar como um eco, enquanto cada um dos cinco samurais absorvia o peso da missão e a nova realidade que estavam prestes a encarar. A responsabilidade, a honra e o destino entrelaçados com aqueles anéis, oferecidos pela princesa, simbolizavam muito mais do que uma simples joia — eram o fardo de uma missão sagrada.

    Doji Ruri, com o Anel do Ar agora em seu dedo, ainda tentava processar o significado de tudo aquilo. O metal leve, quase etéreo, parecia pulsar levemente, como se estivesse vivo e conectado à sua própria essência. Sua mente era um turbilhão de pensamentos: o desejo de honrar a memória de seus pais e avós, a timidez que lutava para se controlar e o nervosismo de estar em uma missão real. Embora se sentisse deslocada entre os guerreiros mais experientes, ela sabia que sua arte e delicadeza poderiam ser úteis em formas que talvez nem ela mesma compreendesse ainda.

    Kitsuki Hanbei, detentor do Anel da Terra, sentia a solidez e firmeza do metal pesado e resistente contra sua pele. Ele sempre fora meticuloso, analítico, alguém que preferia estudar cada detalhe antes de agir. Agora, mais do que nunca, essas qualidades precisariam ser colocadas à prova. O assassinato de Kitsuki Jiro o tocava pessoalmente, e ele sabia que, além da honra de sua família, havia um mistério ainda maior a ser desvendado.
    Enquanto falava com os demais, delineando o plano de ação, seus olhos percorriam cada um dos companheiros, avaliando-os silenciosamente. Ele confiava em suas habilidades, mas sabia que cada um tinha seus próprios demônios a enfrentar. 

    Soshi Ayami, com o Anel de Fogo brilhando em sua mão, estava profundamente conectada ao elemento que representava. A energia intensa e incontrolável do fogo era algo que sempre lhe falara diretamente, tanto em combate quanto em sua vida. Ela sentia o calor suave do anel, um lembrete constante da chama que queimava dentro dela.

    Mesmo que as palavras de Hanbei fossem sensatas, Ayami sabia que havia mais de uma maneira de abordar aquela investigação. O clã Escorpião tinha suas próprias formas de lidar com mistérios e assassinatos, formas sutis, manipuladoras e eficientes. Ela sabia que seu papel não era apenas ser uma espada a serviço da justiça, mas também uma mente afiada, capaz de desenterrar segredos ocultos.

    Kitsune Mio sentia a responsabilidade pesar em seus ombros, mesmo com o Anel do Vazio em sua mão, um símbolo de fluidez e adaptação. Ainda assim, a jovem samurai do clã Mantis se via como uma folha à deriva num rio tempestuoso. Suas mãos tremiam levemente enquanto olhava para o anel, buscando no reflexo do metal uma espécie de conforto, mas tudo o que via era sua própria incerteza.

    Enquanto Hanbei falava, Ide Tadayoshi se mantinha à parte, absorvendo as informações e traçando seus próprios planos. Seu Anel da Água reluzia em seu dedo enquanto ele observava cada um dos outros, analisando-os judiciosamente. 

    Ide Tadayoshi inclinou a cabeça para ouvir as palavras de Kitsuki Hanbei, sua expressão serena e atenta como sempre. O samurai de olhar atento falava com clareza e convicção sobre a necessidade de dividirem o grupo e agirem imediatamente. Era verdade que a urgência da situação era palpável, mas Tadayoshi não compartilhava do mesmo ímpeto. Havia algo na ideia de se precipitarem à noite que lhe causava desconforto.

    Após Hanbei terminar e as mulheres responderem, Tadayoshi se adiantou, seus olhos suaves e voz calma refletindo sua natureza diplomática, mas havia uma firmeza subjacente em seu tom:
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    — Kitsuki-san, compreendo sua preocupação, e reconheço a validade de agir com prontidão. No entanto, acredito que avançar agora, em plena noite, pode ser um erro. 

    Ele fez uma breve pausa, permitindo que suas palavras fossem absorvidas antes de continuar. 
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    — As sombras da noite não são aliadas de nossa investigação. Nem para a busca por pistas, nem para abordar aqueles que guardam respostas. Em vez de facilitar nossa missão, a escuridão pode apenas encobrir o que procuramos.

    Ele olhou brevemente para Soshi Ayami e Kitsune Mio, buscando nos rostos delas sinais de concordância antes de prosseguir:
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    — Sugiro, em vez de nos separarmos e corrermos para cumprir múltiplas tarefas, que mantenhamo-nos os cinco unidos. Juntos, somos mais fortes e menos propensos a perder detalhes importantes. A pressa pode nos fragmentar, e dividir nossa força não me parece prudente, ao menos não nesse estágio inicial. Devemos primeiro reunir informações completas, antes de tomarmos diferentes direções.

    Tadayoshi respirou fundo, tomando cuidado para manter sua sugestão clara e prática.
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    — Proponho que nos encontremos no bairro do Dragão ao amanhecer. Com a luz do dia, poderemos vasculhar o dormitório do falecido, onde talvez encontremos algo que ainda não foi notado. Somente após reunirmos essas informações deveríamos falar com Hida Kanno, para que nos mostre o local exato onde o corpo foi encontrado.

    Ele ergueu o olhar, sua voz tão calma quanto uma maré tranquila, mas com uma convicção inabalável.
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    — O ritmo da água é lento, mas persistente. Ela contorna obstáculos e encontra o caminho mais seguro. Da mesma forma, devemos abordar esta questão com paciência e estratégia, não com pressa.

    Apesar da serenidade no tom das palavras de Ide, estava claro que ele estava questionando a liderança de Kitsuki Hanbei. Apesar do Dragão ter sido comissionado pela Princesa Myiuki, o Unicórnio era de status superior devido ao casamento com uma dama das famílias imperiais; não muito acima dos demais, mas ainda assim Ide era por direito de etiqueta o membro mais graduado.

    Estava estabelecido uma disputa silenciosa pela liderança do quinteto, na qual cada um deles poderia se posicionar.
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    Mensagem por El Cabron Qui Out 24, 2024 8:40 am



    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 _5e86e11




    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Ksx71910

    Houve certa surpresa quando Ide Tadayoshi, um dos samurais convocados pela Princesa, manifestou-se contrário às ideias de Hanbei. O Samurai do Dragão o observou, atento à cada uma de suas colocações, porém, não conseguia esconder o semblante excessivamente sério, quase julgador, para com o Samurai do Unicórnio.

    - Ide-San… - Hanbei começou - Entendo seu posicionamento preocupado com a segurança de todos. Mas - o samurai fez uma breve pausa - desconheço investigadores que trabalhem apenas quando o sol está à pino. Ou mesmo aqueles que se escondem das sombras para evitar seu trabalho, pelo mesmo ser perigoso. - era uma leitura que Hanbei fazia, que de alguma forma Ide Tadayoshi temia o que poderiam encontrar à noite - Não vou obrigar ninguém a me acompanhar, e posso até estar errado e você certo, e nada tirar das investigações feitas agora, mas prefiro errar tentando do que ficar com a sombra da dúvida em minha mente, achando que um ou dois minutos a mais poderiam ser a diferença entre achar uma pista ou perdê-la. - Hanbei virou-se para os demais - Não vou entender como uma ofensa caso queiram esperar, mas eu vou me dirigir até as docas e procurar por Hida Kanno. Se nada encontrar lá, irei para o local onde o corpo de Kitsuki-San foi encontrado.

    Havia uma convicção na voz de Hanbei e a certeza de que sua decisão não seria dobrada ali.

    - A água pode contornar obstáculos e encontrar o caminho mais seguro, mas lembrem-se: quem não está acostumado a navegar por ela, tende a se afogar.


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    Mensagem por thendara_selune Qui Out 24, 2024 10:58 am



    Kitsune Mio

    14:00
    Escola.
    Ameno.


    Com o leque delicadamente entre os dedos, um gesto que me acompanhava como a brisa de um dia de verão, deixei que meus olhos verdes se perdessem na observação cuidadosa ao meu redor.


    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Oig2_220





    “Às vezes...” murmurei, quase como se falasse apenas para mim, minha voz pouco mais alta que o som do leque que movia devagar em minhas mãos. “Quem cometeu o crime pode estar mais perto do que imaginamos...” As palavras saíram com uma timidez que ainda assim trazia algo de certeiro. “Pode estar observando... à espera, esperando que alguém descubra as pistas. Ou talvez...” e aqui, deixei uma breve pausa, enquanto meus olhos voltavam a varrer o ambiente, “talvez o próprio culpado se consuma em paranoia, temendo ter deixado um sinal, uma pedra fora do lugar, que o denuncie.”

    Silêncio. O leque continuava a mover-se lentamente, acompanhando o ritmo dos meus pensamentos. O ar parecia mais denso por um instante, e eu me permiti um momento de quietude antes de concluir. “Irei com Hanbei-san,” disse suavemente, com a mesma leveza de antes. “A água sempre encontra seu caminho...” Fechei o leque com um gesto firme, os olhos agora fixos no chão, enquanto meus pensamentos fluíam, tranquilos e silenciosos, como o curso inevitável de um rio em meio às pedras.
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    Kitsune Mio

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    Mensagem por gaijin386 Qui Out 24, 2024 5:11 pm


    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Masked10

    Soshi Ayami


    Soshi Ayami observa o primeiro embate de opiniões que ocorria entre Ide Tadayoshi e Kitsuki Hanbei na questão que um desejava o imediatismo e outro agir de forma cadenciada o que parecia apropriado, porém a cena podia ser alterada nesse meio tempo. Ela hesitou por um momento antes de se manifestar.

    "Quem foi deixado tomando conta da cena do acontecimento?" - questiona de forma não direta a ninguém, mas a todos no recinto.

    Ela cruzara os braços manifestando a curiosidade a respeito da informação, pois existiam pessoas que por um determinado valor poderiam fazer de tudo, incluindo adulterar e sumir com evidências de um quarto e bem dependendo da resposta ir até o local seria muito recomendado.

    "Meu desejo em saber vai determinar minha opinião já que alguém digamos menos nobre pode ser mais propenso a um suborno..." - disse sorrindo numa expressão oculta por sua máscara.




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    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Empty Re: ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo

    Mensagem por Alexyus Qui Out 31, 2024 8:50 pm

    Ide Tadayoshi olhou para Kitsuki Hanbei de modo altivo e digno enquanto o Dragão falava.

    Mas depois que Kitsune Mio e Soshi Ayami se pronunciaram, o Unicórnio voltou a falar:

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG2
    - Se está determinado, Kitsuki-san, então deve ir sozinho. Você tem mais informações e será mais rápido. O restante de nós deve voltar cada um para sua própria casa para dormir o restante da noite. Nos encontraremos novamente no casarão Kitsuki no Bairro do Dragão, às 10 horas da manhã. Depois de Keitsuki Hanbei-san nos relatar o que descobriu nas docas, poderemos agir juntos.

    Com essa declaração de autoridade, Ide Tadayoshi dispersou os membros da Mão da Princesa, cada qual para sua própria tarefa designada.

    SOSHI AYAMI
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 3em110

    Após a dispersão do grupo, Soshi Ayami retornou ao lar, um modesto mas requintado alojamento no coração da casa dos Soshi, no bairro do Escorpião. Ela percorreu o caminho familiar em silêncio, envolta na escuridão calma da noite, apenas pontilhada pela luz tímida das lanternas e pela presença etérea dos espíritos que lhe sussurravam suavemente enquanto caminhava.

    Ao atravessar o portão de entrada, foi recebida por um dos criados da casa, que fez uma profunda reverência antes de guiá-la até o aposento principal, onde seu pai, Soshi Haruyoshi, a aguardava. Haruyoshi estava sentado em postura serena, seus olhos fechados, como se absorvesse a quietude do ambiente. Ele abriu os olhos ao sentir a presença da filha, oferecendo-lhe um sorriso quase imperceptível.

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Soshi_10
    — Ayami-chan, como foi o seu encontro? — perguntou ele, sua voz envolta de serenidade, mas também de uma curiosidade sutil.

    Após ouvir o relato de Ayami, ele acrescentou:

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Soshi_10
    - A honorável Soshi Kitaiko-dono soube de sua convocação e me perguntou se você tinha a atendido. Como ela descobriu, eu nem consigo imaginar.

    Enquanto o silêncio da madrugada a envolvia, Ayami sentiu a presença do ancestral que a assombrava. A figura espiritual pairava ao seu lado, imprecisa mas imponente, e sua voz era um sussurro persuasivo, convidando-a a seguir em frente com a investigação. O espírito, que parecia compartilhar o sangue e os segredos do clã, reforçou a angústia e o desejo dela por respostas, alimentando a chama de sua determinação.


    DOJI RURI
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    Doji Ruri voltou para casa antes da meia-noite, acompanhada pelo suave aroma de flores noturnas e pelo murmúrio do vento nos jardins. No salão principal, onde a luz das lamparinas criava sombras delicadas, ela encontrou seu pai, Doji Sora, finalizando uma pintura que ele vinha aperfeiçoando há dias. 

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG4

    Com um sorriso gentil, ele fez sinal para que ela se aproximasse, mostrando os últimos detalhes do trabalho, uma paisagem aquática com montanhas e cerejeiras em flor, cada pincelada refletindo serenidade e harmonia. Ruri notou a beleza do que seu pai havia capturado.

    Enquanto ela contemplava a obra, Doji Hideki entrou silenciosamente no aposento, sua postura imponente e severa contrastando com a paz da cena. Ele observou a pintura de Sora por um momento, mas o olhar de desdém não passou despercebido por Ruri. Sem uma palavra, o avô sinalizou para que ela o acompanhasse até o dojo, o que trouxe um breve aperto em seu peito, mas ela assentiu e o seguiu.

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG1

    No dojo, a conversa foi breve, pontuada por correções precisas enquanto ele revisava os movimentos de Ruri com a katana. A cada instrução, Hideki a lembrava de que as habilidades marciais eram parte de seu dever, mesmo que ela sentisse seu coração ansiar pelo estúdio de seu pai. Ela praticou os katas com precisão, mas sua mente vagava para a obra de Sora e para o consolo que encontrava na arte.

    Ao fim do treino, Ruri foi ao encontro de sua mãe, Yukina, que a aguardava com uma bebida quente no quarto de Ruri. Yukina a observou em silêncio por um instante, como se pressentisse o peso das expectativas que a filha carregava, mas, fiel à sua postura discreta, limitou-se a um olhar de compreensão, oferecendo um sorriso sutil e uma mão gentil em seu ombro.

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 OIG4
    - Vá dormir um pouco agora, Ruri-chan.


    KITSUNE MIO
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Do_web11

    Kitsune Mio passou o restante da noite em sua residência ancestral, um lugar simples, mas rodeado pela beleza da natureza que tanto amava. Naquela noite, o céu estava claro, e as estrelas brilhavam com intensidade, refletindo-se nos pequenos lagos e riachos que cercavam o vilarejo. O ar carregava o aroma suave das flores noturnas e do orvalho, uma presença tranquila que preenchia os arredores com uma paz que ela sempre encontrava ao final do dia.

    A memória de sua mãe, Kakita Harumi, cuja voz encantadora ainda ecoava em sua mente, era como se estivesse falando diretamente com seus pais, como se suas palavras fossem levadas até eles pelo sussurro do vento.

    A uma curta distância, a família que a acolhera desde a infância preparava chá para ela. Os Kitsune eram como uma segunda família, sempre respeitosos e atentos ao seu conforto. Mio sabia que logo teria de partir para o clã Kakita, onde seu futuro a aguardava. No entanto, naquela noite, com a convocação da princesa, tudo mudara, e seu futuro agora era uma grande incógnita.

    Enquanto o chá era servido, um dos membros mais velhos da família, Byako Kaioh, sentou-se ao seu lado em silêncio. Ele era um dos últimos membros da antiga família vassala Byako, do tempo que o Clã Raposa ainda era independente do Clã Mantis. Byako Kaioh ainda preservava algumas das intrigantes capacidades da antiga família, capaz de falar com animais e espíritos de animais, a técnica dos Filhos do Chikushudo, o reino lendário dos animais. Ele encarou-a e ouviu-a. Era um gesto de compreensão, sem necessidade de perguntas ou conselhos, apenas a quietude de quem sabe ouvir. 

    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Kobe_b10


    KITSUKI HANBEI
    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 _5e86e10

    Kitsuke Hanbei andava com passos firmes pela estrada de pedra batida que levava à margem do rio Shinano. A noite estava clara, e o vento trazia o cheiro distante das águas profundas do rio, misturado ao frescor da vegetação densa que cobria as margens. As tochas ao longo da estrada lançavam sombras alongadas sobre o caminho, dançando ao sabor do vento, enquanto os sons da cidade se distanciavam.

    De repente, três figuras surgiram nas sombras, bloqueando o caminho de Hanbei. Os símbolos da Aranha, pintados em vermelho e preto, cintilavam nas armaduras dos samurais, cujas posturas alertas e semblantes rígidos deixavam claro que não estavam ali para um simples cumprimento. Um deles, o mais alto e com cicatrizes marcantes no rosto, deu um passo à frente, cruzando os braços e encarando Hanbei com um sorriso debochado.

    - Samurai Dragão! - disse ele em um tom frio, quase desdenhoso - O que um magistrado Kitsuke faz sozinho nas estradas à noite? Ou será que a Segunda Cidade está tão tranquila que agora há tempo para passeios solitários?

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    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Empty Re: ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo

    Mensagem por gaijin386 Sex Nov 01, 2024 11:25 am


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    Soshi Ayami


    Soshi Ayami não tinha mais o que dizer na reunião e formalmente se despediu dos outros convidados assim como da anfitriã e retornou a seu lar no bairro Escorpião, a casa dos Soshi era o que devia ser requintada, mas sem chamar a atenção.  

    "Oto-san? O senhor ficou me esperando?" - perguntou em um sussurro, dado a hora tardia ela acha que devia não elevar a voz.

    Respeitosa, se curvou em respeito antes de prosseguir a conversa sobre o que princesa Iweko Myuki desejava. O olhar de Ayami permaneceu fixa no pai e ela enfim contou o que se passou no evento e mostrou-lhe a jóia recebida.

    Quando seu pai menciona Soshi Kitaiko-dono e dela saber de sua convocação.

    "Oto-san, existem muitos olhos e ouvidos na corte e com certeza a honorável Soshi Kitaiko-dono possui uma vasta quantidade deles a seu serviço."

    Ayami ao sentir a presença do ancestral que a assombrava nota que a figura espiritual paira ao seu lado, imprecisa mas imponente, e sua voz era um sussurro persuasivo, convidando-a a seguir em frente com a investigação. O espírito, que parecia compartilhar o sangue e os segredos do clã, reforçou a angústia e o desejo dela por respostas, alimentando a chama de sua determinação.

    Ela ao perceber o ancestral sente uma vontade de consumir a erva calmante, mas na presença do pai ela se refreia e apenas continua a conversa.

    "Ao que parece existe intriga em outras casas também honrado Oto-san. E o Dragão não quis esperar... Hanbei-san é impaciente e isso pode levar a imprudência. E pelo que consta iremos investigar muitas coisas e quem sabe eu finalmente possa lançar uma luz sobre a sombra que paira sobre nosso próprio clã. - era uma afirmação antiga, pois o pai já sabia que a filha estava quebrando a cabeça sobre dita corrupção no clã, mas as outras noticias sim eram novidades.



    (C) ROSS
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    Mensagem por El Cabron Dom Nov 03, 2024 6:35 pm



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    Dos Diários de Kitsuki Hanbei

    (As datas não são informadas, tão pouco horários ou a exatidão do momento do dia em que os fatos relatados se deram.)


    Spoiler:


    ON - Ecos de Fantasmas no Vácuo - Página 2 Ksx71910

    Saindo do Bairro Dragão, Hanbei procurou andar o mais rápido possível, sem necessariamente correr, em direção às docas. Embora não fosse um profundo conhecedor da Segunda Cidade, tinha certa noção de onde ficava essa região. A noite estava clara, o céu limpo e uma leve brisa era sentida, trazendo um aroma fresco da vegetação úmida. Em outras circunstâncias, seria um passeio muito confortável e prazeroso.

    ”Se conseguir alguma informação valiosa do Hida Kanno, posso poupar nossos colegas de perderem tempo aqui e podemos ir direto ao local do crime. Talvez…”

    Seus pensamentos eram cortados por três figuras que surgiram das sombras. Seu primeiro impulso foi o de parar sua rápida caminhada. Não era um covarde, mas a desvantagem ali era óbvia. Quando o mais alto dentre eles, e não ironicamente, o mais mal-encarado, tomou a palavra, Hanbei compreendeu que o objetivo ali, primeiramente, era o de intimidá-lo. Hanbei manteve o semblante sereno e a postura firme, atento a cada detalhe, mantendo uma distância segura daqueles que bloqueavam seu caminho.

    - O que um Kitsuki faz na estrada é o que todo e qualquer magistrado faz: buscar respostas. A questão é o que vocês, do Clã Aranha, fariam bloqueando o caminho de um magistrado…

    Tentava virar o jogo. Teria algum êxito ou aquilo o levaria a problemas mais sérios?
    Aah, se tivesse escutado Ide Tadayoshi…
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    Mensagem por shamps Seg Nov 04, 2024 3:24 pm

    Doji Ruri

    Cortesão do Clã da Garça


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    "Tão divinal..."

    A vibração do anel era tão inconstante quanto o coração de Ruri e ela via tal beleza naquela inconstância que sorria sem parar ao observar o anel. De fato, feito para ela.

    Não teria muito o que fazer por ali e estava pronta a se despedir quando observou a pequena discussão entre os dois homens mais velhos, Ide e Hanbei. Interessante. Tão interessante que a mente da Garça vagou para longe, criando versos de um poema perfeito da disputa entre dois heróis ou um belo quadro mostrando essa batalha. As pinceladas tomavam forma em sua cabeça, belos tons de roxo e verde e... Divagou tanto que nem percebeu a pergunta crucial do homem e quando abriu a boca para responder, apenas notou que não faria mais diferença ali. Fechou novamente a boca e se curvou para eles que já se afastavam.
    Por que as coisas eram assim com ela? Sempre ver beleza em tudo? Sempre deixar certas coisas passarem?

    - Boa noite - deu uma leve, quase imperceptível gaguejada ao voltar a si - Dragão san, Unicórnio san, Raposa san e Escorpião san - se curvou gentilmente. Que os bons ventos guiem seus passos tão breve sigam seus caminhos!

    Caminhou para o seu coche pensando que poderia ter convidado a Raposa para tomar um chá em uma tarde, mas deixou passar a oportunidade, além da Escorpião que aparentava ser mais velha que elas. Será que aceitariam seu convite? Ela ponderou. Seria educado conversar com seus pais antes. Certamente os senhores não seriam bem vistos, talvez em um outro momento, numa reunião formal.

    Foi um alívio chegar em casa e seu coração a levou direto ao seu pai, em seu estúdio. Entrou devagar e sem alarde, mas anunciando sua presença sem atrapalhar o momento.

    - É lindo, oto sama - ela se curvou e se aproximou depois de observar a graça com que ele se movia. Almejava ter aquela serenidade ao trabalhar - a forma como o brilho transcende a tranquilidade da água. Parece viva. Só o senhor para conseguir esse efeito. O senhor poderia... - teve sua fala interrompida ao sentir a presença do avô. Apenas a sombra projetada sobre eles já anunciava sua presença. Ruri voltou-se para ele e curvou-se com muito respeito, aproveitando o momento para engolir seco - oji sama, é um praz... - ele não era de muita conversa e aquele olhar que lançava sobre ela já era autoexplicativo.

    Olhou para o pai antes de se despedir e acompanhar o avô, o glorioso espadachim daquela família, uma lenda entre os seus. Ruri era privilegiada de estar cercada dos melhores, mas por que seu coração batia com força? Confuso? Era sempre assim quando saia da paz da arte para os gritos dos treinos com seu avô. Quanto a isso, não tinha muito o que fazer, apenas treinava e seguia suas instruções, evitando ao máximo errar para não ouvir seus gritos zangados. Ele era rígido quando se tratava da arte da espada e queria que Ruri herdasse seu legado e ela se dedicava ao máximo para não decepciona-lo, mas não era lá que habitava sua paz.

    Cansada, ela voltou para casa e rumou para o quarto, animando-se ao ver sua mãe ali com um chá quente.

    - Ah, oka sama - sorriu de leve - muito obrigada! - segurou a mão que pousou em seu ombro - eu irei. Estou cansada agora. A senhora vá também... - ela sabia que sua mãe estava cansada, mas jamais falaria isso para ela, uma matriarca nunca demonstra cansaço - acho que o papai já voltou também - antes que a mãe saísse, ela perguntou - o vovô era rigoroso com a senhora assim também?

    Antes de se deitar, parou na janela para observar o luar e o céu estrelado, organizando seus pensamentos e emoções. O luar era calmante para a jovem Garça e inspirador também.


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    Mensagem por thendara_selune Qua Nov 06, 2024 10:39 am

    Passei o restante da noite em minha residência ancestral, um lugar modesto, mas que exalava a beleza da natureza que sempre me preenchia de serenidade. Naquele céu claro, as estrelas brilhavam com uma intensidade peculiar, como pequenos sóis refletidos nos lagos e riachos que serpenteavam pelo vilarejo. O ar trazia o perfume delicado das flores noturnas misturado ao frescor do orvalho, uma calma quase palpável que me envolvia e, por algum motivo, fazia com que os pensamentos fluíssem mais suavemente ao final do dia.

    Minha mãe, Kakita Harumi, sempre me dizia que as noites tinham suas próprias vozes, e às vezes, quando o vento soprava suave, era como se suas palavras ainda ressoassem, levando seu sussurro até mim. Ela falava de tempos mais simples, quando as questões do coração e do espírito eram resolvidas à luz das estrelas, sem pressa, sem o fardo do futuro. Era como se, ao ouvir o vento, eu ainda pudesse falar com ela, de alguma forma.

    A uma curta distância, a família que me acolheu desde pequena preparava chá. Os Kitsune foram sempre generosos comigo, quase como uma segunda família, atentos aos meus silêncios, respeitando os espaços que eu às vezes precisava preencher sozinha. Sabia que, em breve, minha jornada me levaria ao clã Kakita, onde minha vida aguardava por desdobrar-se em um novo rumo. Mas, naquela noite, a convocação da princesa flutuava no ar, transformando meu futuro em algo incerto, uma névoa que obscurecia os contornos do que eu tinha imaginado para mim.

    Enquanto o chá era servido, Byako Kaioh, um dos membros mais velhos da família, se sentou ao meu lado, em um silêncio reconfortante. Ele era um dos últimos dos antigos Byako, dos tempos em que o Clã Raposa vivia independente sob o céu do Clã Mantis. Havia nele algo profundamente ancestral, uma quietude que parecia absorver o som do ambiente, quase como uma habilidade de falar com a essência do mundo ao seu redor. Kaioh ainda carregava as habilidades dos Filhos do Chikushudo, aquele reino místico dos animais; sua presença era um lembrete sutil da natureza e dos espíritos que ele compreendia como poucos.

    Ele me olhava e me ouvia, sem pressa, com uma calma que parecia se misturar à própria noite. Não havia necessidade de palavras, apenas aquela compreensão silenciosa, própria de quem sabe ouvir além do som, de quem sabe dividir o fardo da dúvida sem precisar fazer perguntas. Em sua presença, era como se eu pudesse enxergar um pouco mais longe, como se, no silêncio dele, as respostas estivessem ali, esperando apenas que eu as percebesse.

    Quando ele se ergueu para descansar, cumprimentei-o respeitosamente, mas naquela noite a jornada silenciosa era apenas minha. Quando o dia raiasse, me encontraria com os demais, carregando comigo o que o silêncio da noite me tivesse revelado.
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