O pequeno apartamento no subúrbio de São Paulo refletia perfeitamente a mente inquieta de Vinícius Moretti. As paredes, cobertas por mapas de constelações, recortes de jornais amarelados e fotografias borradas de luzes estranhas no céu, formavam um mosaico de sua obsessão. No centro da sala, uma mesa abarrotada de cadernos de anotações, sensores rudimentares e uma xícara de café intocada parecia o altar de um investigador incansável.
Vini, com a barba desalinhada e os olhos fundos de noites insones, digitava freneticamente em seu notebook. O som constante do teclado era interrompido apenas pelo farfalhar de páginas de um velho diário – o de sua irmã. Cada palavra escrita nele, cada desenho infantil de borboletas e estrelas, era um lembrete doloroso do evento que mudou sua vida: o desaparecimento de Lívia. Para ele, aquilo não fora um acidente, nem uma alucinação. Era algo muito maior, algo que ninguém queria enxergar.
No braço direito de Vini, uma tatuagem discreta com coordenadas: o último lugar onde Lívia foi vista. No peito, escondido sob a camiseta desbotada, o pingente metálico com símbolos indecifráveis, achado em uma expedição anos atrás, brilhava fracamente à luz do monitor. Ele acreditava, com toda a convicção, que aquele objeto era uma peça do quebra-cabeça.
Uma notificação piscou na tela. Era de Professor Doutor Antônio Silva, um renomado arqueólogo com quem Vini trocava e-mails e frequentava palestras sempre que possível. O título captou sua atenção imediatamente:
“Sítio arqueológico revelado pela seca – inscrições enigmáticas e estruturas incomuns.”
Vini leu e releu aquelas palavras, sentindo um arrepio percorrer-lhe a espinha. A floresta amazônica, com seus mistérios e histórias ancestrais, era um lugar onde o impossível parecia se tornar real. Era também, ele sabia, o tipo de cenário onde as respostas poderiam estar escondidas.
O som distante de um violão e uma voz ecoou pelo apartamento, vindo do vizinho ao lado:
"Eu vejo um novo começo de era…"
"Eu vejo um novo começo de era…"
Vini fechou os olhos por um momento, reconhecendo de imediato o clássico "As Profecias", de Raul Seixas. A música parecia ser um prenúncio para o que estava por vir, como se o universo conspirasse para levá-lo adiante em sua jornada.
Com a música ainda ecoando, ele verificou sua mochila, cuidadosamente organizada: cadernos, gravadores, sensores improvisados e o broche de borboleta de metal, guardado em um compartimento secreto. Ele nunca o mostrava, mas nunca viajava sem ele.
Ao colocar os óculos e olhar pela janela, Vini sentiu um misto de ansiedade e determinação. A Amazônia era uma terra de mitos, uma fronteira entre o conhecido e o incompreensível. E para ele, talvez fosse também o lugar onde sua busca obsessiva – e sua dor mais profunda – finalmente encontraria respostas.
Com um último olhar para o diário de Lívia, Vini fechou a porta atrás de si, enquanto os versos de Raul Seixas pareciam ecoar em sua mente:
"… o mal sendo exterminado…"
"… o mal sendo exterminado…"
Dias depois, a convite de Antônio, Vini desembarcava no Acre. Lá, o Centro de Pesquisas Ufológicas, localizado a algumas horas da Aldeia de Águas Claras, revelava-se um local mais sofisticado do que ele imaginava. Financiado em parte pela Universidade Federal do Amazonas, o centro contava com modernas antenas, equipamentos de ponta e uma equipe multidisciplinar que incluía arqueólogos, cientistas e até militares. Antônio, um homem de quase 50 anos, tinha um sorriso acolhedor, uma voz calma, rugas de expressão que lhe davam um ar de velho sábio e cabelos grisalhos. Não usava barba e vestia-se com uma camisa branca, jeans e botas que aguentavam caminhadas.
"O lugar recebe financiamento de várias fontes, é um pedacinho de paraíso, tudo bem organizado e uma estrutura excelente, recebemos todo ano pesquisadores do mundo todo, talvez aqui você tenha muito material. Quando indiquei você foi também porque lembrei do caso de sua irmã", disse com um sorriso.
"O lugar recebe financiamento de várias fontes, é um pedacinho de paraíso, tudo bem organizado e uma estrutura excelente, recebemos todo ano pesquisadores do mundo todo, talvez aqui você tenha muito material. Quando indiquei você foi também porque lembrei do caso de sua irmã", disse com um sorriso.
Eles estavam em uma das salas do complexo, o cheiro de café de alta qualidade perfumando o ar, a janela aberta dava chance de ouvir os sons da floresta, a equipe de segurança ficava no subsolo, sempre estavam em um vai e vem contínuo. "Os militares dão segurança, temos muito com o que lidar, em alguns dias saímos para expedição."
No coração da floresta, ele estava mais próximo do que nunca de desenterrar os segredos que assombravam sua mente – e talvez, quem sabe, de encontrar respostas sobre o destino de Lívia.
No coração da floresta, ele estava mais próximo do que nunca de desenterrar os segredos que assombravam sua mente – e talvez, quem sabe, de encontrar respostas sobre o destino de Lívia.
OFF: Você pode descrever como foi antes da viagem, como eram os NPCs e até mesmo como se sente ao chegar no Centro de Pesquisas Ufológicas e encontrar o amigo Antônio Mesquita.
Fiz uma leve alteração para melhorar a fluidez e clareza da frase. Se precisar de algo mais, é só avisar!
Fiz uma leve alteração para melhorar a fluidez e clareza da frase. Se precisar de algo mais, é só avisar!