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    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti.

    thendara_selune
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    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Empty Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti.

    Mensagem por thendara_selune Sex Dez 20, 2024 12:25 am

    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig1_h10


    O pequeno apartamento no subúrbio de São Paulo refletia perfeitamente a mente inquieta de Vinícius Moretti. As paredes, cobertas por mapas de constelações, recortes de jornais amarelados e fotografias borradas de luzes estranhas no céu, formavam um mosaico de sua obsessão. No centro da sala, uma mesa abarrotada de cadernos de anotações, sensores rudimentares e uma xícara de café intocada parecia o altar de um investigador incansável.
    Vini, com a barba desalinhada e os olhos fundos de noites insones, digitava freneticamente em seu notebook. O som constante do teclado era interrompido apenas pelo farfalhar de páginas de um velho diário – o de sua irmã. Cada palavra escrita nele, cada desenho infantil de borboletas e estrelas, era um lembrete doloroso do evento que mudou sua vida: o desaparecimento de Lívia. Para ele, aquilo não fora um acidente, nem uma alucinação. Era algo muito maior, algo que ninguém queria enxergar.


    No braço direito de Vini, uma tatuagem discreta com coordenadas: o último lugar onde Lívia foi vista. No peito, escondido sob a camiseta desbotada, o pingente metálico com símbolos indecifráveis, achado em uma expedição anos atrás, brilhava fracamente à luz do monitor. Ele acreditava, com toda a convicção, que aquele objeto era uma peça do quebra-cabeça.
    Uma notificação piscou na tela. Era de Professor Doutor Antônio Silva, um renomado arqueólogo com quem Vini trocava e-mails e frequentava palestras sempre que possível. O título captou sua atenção imediatamente:

    “Sítio arqueológico revelado pela seca – inscrições enigmáticas e estruturas incomuns.”
    Vini leu e releu aquelas palavras, sentindo um arrepio percorrer-lhe a espinha. A floresta amazônica, com seus mistérios e histórias ancestrais, era um lugar onde o impossível parecia se tornar real. Era também, ele sabia, o tipo de cenário onde as respostas poderiam estar escondidas.
    O som distante de um violão e uma voz ecoou pelo apartamento, vindo do vizinho ao lado:
    "Eu vejo um novo começo de era…"
    Vini fechou os olhos por um momento, reconhecendo de imediato o clássico "As Profecias", de Raul Seixas. A música parecia ser um prenúncio para o que estava por vir, como se o universo conspirasse para levá-lo adiante em sua jornada.


    Com a música ainda ecoando, ele verificou sua mochila, cuidadosamente organizada: cadernos, gravadores, sensores improvisados e o broche de borboleta de metal, guardado em um compartimento secreto. Ele nunca o mostrava, mas nunca viajava sem ele.
    Ao colocar os óculos e olhar pela janela, Vini sentiu um misto de ansiedade e determinação. A Amazônia era uma terra de mitos, uma fronteira entre o conhecido e o incompreensível. E para ele, talvez fosse também o lugar onde sua busca obsessiva – e sua dor mais profunda – finalmente encontraria respostas.
    Com um último olhar para o diário de Lívia, Vini fechou a porta atrás de si, enquanto os versos de Raul Seixas pareciam ecoar em sua mente:
    "… o mal sendo exterminado…"












    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig2_222




    Dias depois, a convite de Antônio, Vini desembarcava no Acre. Lá, o Centro de Pesquisas Ufológicas, localizado a algumas horas da Aldeia de Águas Claras, revelava-se um local mais sofisticado do que ele imaginava. Financiado em parte pela Universidade Federal do Amazonas, o centro contava com modernas antenas, equipamentos de ponta e uma equipe multidisciplinar que incluía arqueólogos, cientistas e até militares. Antônio, um homem de quase 50 anos, tinha um sorriso acolhedor, uma voz calma, rugas de expressão que lhe davam um ar de velho sábio e cabelos grisalhos. Não usava barba e vestia-se com uma camisa branca, jeans e botas que aguentavam caminhadas.


    "O lugar recebe financiamento de várias fontes, é um pedacinho de paraíso, tudo bem organizado e uma estrutura excelente, recebemos todo ano pesquisadores do mundo todo, talvez aqui você tenha muito material. Quando indiquei você foi também porque lembrei do caso de sua irmã", disse com um sorriso.  
    Eles estavam em uma das salas do complexo, o cheiro de café de alta qualidade perfumando o ar, a janela aberta dava chance de ouvir os sons da floresta, a equipe de segurança ficava no subsolo, sempre estavam em um vai e vem contínuo. "Os militares dão segurança, temos muito com o que lidar, em alguns dias saímos para expedição."


    No coração da floresta, ele estava mais próximo do que nunca de desenterrar os segredos que assombravam sua mente – e talvez, quem sabe, de encontrar respostas sobre o destino de Lívia.


    OFF: Você pode descrever como foi antes da viagem, como eram os NPCs e até mesmo como se sente ao chegar no Centro de Pesquisas Ufológicas e encontrar o amigo Antônio Mesquita.
    Fiz uma leve alteração para melhorar a fluidez e clareza da frase. Se precisar de algo mais, é só avisar!
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    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Empty Re: Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti.

    Mensagem por DariusNovadek Seg Dez 23, 2024 9:29 pm



    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Dalle_11

    Vini ajustou os óculos com a ponta dos dedos, enquanto deixava o olhar vagar pela sala do Centro de Pesquisas Ufológicas. O contraste entre a sofisticação daquele local e o caos de seu apartamento em São Paulo era quase desconcertante. Ele se lembrou de quando, apenas alguns dias atrás, estava sentado naquele ambiente caótico. As paredes cobertas por mapas de constelações, recortes de jornais sobre avistamentos de OVNIs, e diagramas rabiscados à mão formavam um santuário de sua obsessão. A desordem, os cabos enroscados e os sensores improvisados eram um reflexo perfeito de sua mente inquieta. Ali, embalado pela trilha sonora de Raul Seixas, ele revisava anotações enquanto uma xícara de café esfriava intocada ao seu lado.

    Foi naquele cenário que o som de uma notificação o fez erguer os olhos do caderno. O brilho da tela de seu notebook revelava um novo e-mail, com o assunto que parecia gritar para ele: "Sítio arqueológico revelado pela seca – inscrições enigmáticas e estruturas incomuns." Seu coração acelerou. Era do Professor Doutor Antônio Silva, alguém cuja credibilidade Vini respeitava, mas com quem também mantinha certa cautela. Afinal, Antônio tinha ligações com instituições que Vini sempre considerou manipuladoras. A ideia de militares envolvidos no projeto o fez estremecer. "Eles sempre sabem mais do que dizem," murmurou para si mesmo, enquanto clicava para abrir o e-mail. "E o governo... eles estão sempre lá, puxando as cordas. Querem que a gente só veja o que eles querem mostrar."

    Enquanto lia o e-mail, o barulho do ventilador quebrado parecia amplificar seus pensamentos paranoicos. Ele sabia que não era coincidência. O e-mail chegava na hora exata, quando ele começava a conectar as peças. "Eles estão me observando," pensou, erguendo os olhos para a câmera no topo do notebook. Ele rapidamente colocou um adesivo sobre ela, como fazia com qualquer dispositivo eletrônico em que mexia. "Se eles souberem que eu estou perto, vão tentar me parar. Como fizeram com outros. Como fizeram com Raul." Pensou, levado pela musica tocada pelo vizinho.

    Raul Seixas não era apenas um artista para Vini. Ele era um profeta. Cada verso de suas músicas parecia carregar mensagens ocultas, revelações de um contato com o inexplicável. "Eu nasci há dez mil anos atrás" e "As profecias" não eram apenas canções – eram testemunhos. Para Vini, Raul sabia demais, e sua vida caótica e o estigma de loucura eram a prova de que forças ocultas queriam silenciá-lo. "Você já viu a nave?" era uma pergunta que, segundo ele, o cantor fazia não como metáfora, mas como fato.

    - Agradeço por me trazer aqui, Antônio. *começou Vini, com um tom que misturava gratidão e determinação.* - Tudo isso... a equipe, a estrutura... é impressionante. Mas você sabe que o que me trouxe aqui não é só curiosidade científica. É pessoal. Não estaria em meio a militares se não fosse por isso.

    O arqueólogo sorriu de forma compreensiva, mas não disse nada. Sabia que Vini precisava continuar.

    - Minha irmã... Lívia. Você mencionou isso, e está certo. Eu não vou mentir, Antônio. Não sei se essas inscrições que vocês encontraram têm a ver com o que aconteceu com ela. Mas se há um lugar no mundo que se manteve blindado de toda a manipulação política e vedação da verdade, é aqui, na Amazônia. E isso significa que pode haver respostas.

    Vini passou a mão pelos cabelos bagunçados, sentindo o peso das horas de viagem e das noites sem dormir. O cheiro de café de alta qualidade preenchia o ar, mas ele não tinha tempo para apreciar. Em vez disso, pegou um de seus cadernos de anotações e começou a folhear rapidamente, parando em uma página onde rabiscara símbolos semelhantes aos descritos por Antônio nos e-mails.

    - Essas inscrições enigmáticas... Ele ergueu o caderno, mostrando a Antônio. - São parecidas com símbolos que já vi em outros contextos. Uma civilização perdida? Talvez. Mas minha intuição diz que há algo mais profundo aqui. Um padrão. Sempre há um padrão.

    Sua voz tremeu levemente, e ele olhou ao redor como se esperasse que alguém estivesse escutando. - Eles não querem que saibamos, Antônio. Eles nunca querem. Você sabe o que fazem com quem sabe demais. É por isso que sempre há militares envolvidos. Eles são os cães de guarda do que não podemos ver.

    A voz de Vini ficou mais baixa, quase um sussurro, como se falasse mais consigo mesmo do que com o arqueólogo. - Seja o que for, eu preciso ver com meus próprios olhos. Preciso estar lá quando vocês partirem para a expedição.

    Enquanto se dirigia para o alojamento provisório, passando pelas movimentadas salas do complexo, Vini apertou o pingente metálico sob sua camiseta, sentindo o frio do objeto contra sua pele. Era como se aquele pequeno artefato sussurrasse para ele, lembrando-o de que as respostas estavam próximas. Mais próximas do que jamais estiveram.



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    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Empty Re: Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti.

    Mensagem por thendara_selune Sex Dez 27, 2024 12:13 am




    Fala Antônio

    Antônio fez um gesto sutil, reconhecendo silenciosamente o peso que Vini carregava. Não se apressou em falar, sabia que o amigo precisava de espaço para se expressar, e ele estava ali apenas para ouvir. O aroma do café fresco se misturava ao clima denso da noite, mas Vini não tinha tempo para relaxar.
    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig416


    Abrindo um de seus cadernos, Vini folheou até uma página repleta de símbolos rabiscados — símbolos que ele sabia que Antônio reconheceria. O arqueólogo observou com uma mistura de admiração e compreensão, ciente de que não era fácil carregar tal fardo.
    “As respostas estão lá fora, Vini,” disse Antônio, com um tom suave, mas firme. “Muita coisa precisa ser dita nas entrelinhas, meu amigo…”
    O arqueólogo se levantou e, com um gesto simples, colocou uma xícara de café diante de Vini. Ele sabia que o amigo precisava estar pronto para o que viria, e para isso, o tempo e as palavras certas eram fundamentais.
    “Vou levá-lo ao seu alojamento. Amanhã cedo, temos muito o que conversar.” Antônio sorriu enigmaticamente.
    Ele conduziu Vini pelos corredores silenciosos e escuros até uma porta metálica. Ao abri-la, indicou o quarto.
    “Aqui é seu quarto enquanto estiver conosco.” A voz de Antônio era suave, mas carregada de uma preocupação sutil. “Tente respirar fundo, se concentrar. E, principalmente, guarde alguns pensamentos só para você.”
    A mão de Antônio repousou brevemente no ombro de Vini, um toque reconfortante, mas com algo mais, algo que o fez sentir-se alerta.
    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig1_128


    O quarto era arrojado e bem construído. O pequeno banheiro, embora simples, era suficiente, com água quente e fria, toalhas e roupões disponíveis. Havia um armário para guardar suas coisas e, da janela, a vista se estendia para o pátio, com a direção levando ao subsolo. Porém, se Vini desviasse o olhar para a floresta, poderia, com um pouco de esforço, relaxar por alguns segundos. Havia algo magnético no cenário ao redor da base de pesquisa, uma sensação enigmática que parecia puxar sua atenção.

    Quando a porta se fechou atrás dele, o som da noite foi rapidamente abafado pela densidade da selva. Pela janela, Vini viu minutos depois os jipes entrando e saindo, indo em direção ao subsolo. Algo estava acontecendo ali, algo grande.
    Mais tarde, uma mensagem de Antônio apareceu na tela de seu celular. Vini leu em silêncio, sem saber se devia se sentir aliviado ou ainda mais intrigado.
    “Meu amigo, estarei indisponível hoje à noite. Jante com os outros ou pode comer em seu quarto. Se optar por se juntar a nós, siga pelo corredor à direita. Há um elevador que leva ao terraço. Geralmente jantamos lá.”








    OFF: @DariusNovadek Explore ou não o lugar, jante no terraço ou no quarto, Vini pode e deve escolher o que fará. Adorei a imagem do PJ no seu post.I love you


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    Mensagem por DariusNovadek Sáb Dez 28, 2024 3:25 pm



    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Dalle_12

    Vini permaneceu alguns minutos parado, encarando a tela do celular. A mensagem de Antônio parecia cuidadosamente pensada, mas Vini conhecia bem os jogos de palavras. Havia mais ali do que simples gentilezas.

    Guardou o telefone no bolso e se aproximou da janela. As luzes dos jipes cortavam a escuridão como pequenos faróis de intenção, indo e vindo pelo subsolo. Seus pensamentos se embaralharam — símbolos, a base, os gestos enigmáticos de Antônio. Nada parecia fortuito.

    Enquanto observava o movimento lá fora, uma voz suave, familiar, sussurrou em sua mente:  

    "Nem tudo o que brilha está acima do solo."

    Vini não reagiu. Não havia surpresa nem medo. Essas vozes eram velhas companheiras, tão antigas quanto a obsessão que o movia. Ele as acolhia, quase como se fossem antigos conselheiros. "Faz sentido" murmurou para si mesmo, reconhecendo a frase como mais um fragmento do quebra-cabeça que estava tentando montar.

    Olhando para o quarto ao redor, sabia que poderia passar a noite sozinho, tentando interpretar símbolos e palavras. Mas o subsolo... aquilo o inquietava. Os jipes não se moviam à toa, e o terraço, com as pessoas reunidas, parecia o lugar onde ele poderia captar algo mais — palavras murmuradas, olhares desconfiados, talvez até deslizes que poderiam lhe dar respostas.

    "Não é só paranoia se estiver certo." pensou, sorrindo consigo mesmo. Pegou sua jaqueta, o caderno e, com passos firmes, saiu para o corredor. Seguiu à direita, como Antônio havia indicado, e encontrou o elevador que o levaria ao terraço.

    Enquanto a cabine subia, Vini se encarou no reflexo metálico da porta. As vozes estavam ali, como sempre, pontuando pensamentos e teorias. Ele gostava da companhia delas. Faziam-no sentir que nunca estava sozinho nessa busca.

    Quando as portas se abriram, o aroma de comida e o som de vozes baixas o receberam. Vini permaneceu à margem por um instante, observando. Não era apenas um jantar; era um jogo. Cada palavra, cada risada abafada, poderia esconder uma pista.

    Respirando fundo, ajustou a alça do caderno e deu os primeiros passos em direção à mesa. Se algo acontecia sob o solo, começaria a desvendá-lo ali, entre as entrelinhas dos diálogos.


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    Mensagem por thendara_selune Seg Dez 30, 2024 11:01 am

    Jaque
    Moacir


    Enquanto a cabine subia, Vini observava seu reflexo distorcido na superfície metálica da porta. As vozes, como sempre, sussurravam teorias e fragmentos de pensamentos. Ele não as via como uma distração, mas como companheiros silenciosos, sempre o mantendo alerta, lembrando-o de que nunca estava realmente sozinho na busca.

    O motor desacelerou suavemente, e o som ecoou pela cabine antes das portas se abrirem com um chiado sutil. O ar do andar superior trouxe uma mistura de aromas: pratos variados, conversas em diversos idiomas e uma tensão palpável, como se todos ali soubessem mais do que estavam dispostos a dizer.







    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig2_e12





    Vini permaneceu parado por um instante, observando. O lugar era um anexo cuidadosamente oculto, estrategicamente projetado para quem chegava à instalação principal. Para perceber a varanda oval que adornava a estrutura, era preciso contornar o perímetro. O design, meticuloso e discreto, utilizava materiais resistentes e detalhes que passariam despercebidos por olhares apressados.



    O metal da fachada refletia de maneira incomum sob a luz difusa, como se vibrasse suavemente ao toque dos olhos de Vini. Ele piscou, inseguro. Seria um truque de luz ou apenas seus passos ecoando no piso metálico? A sensação de algo vivo no ambiente o deixou alerta, um arrepio subiu por sua nuca.



    O salão, iluminado por lâmpadas fluorescentes que oscilavam suavemente, parecia funcional à primeira vista. Mesas redondas estavam dispostas de forma a permitir pequenas conversas sem comprometer a visão geral. Havia algo excessivamente calculado na organização, como se cada detalhe tivesse sido pensado para facilitar tanto a interação quanto a vigilância.

    Ainda assim, o espaço tinha um charme discreto, um contraste entre a praticidade do design e a atmosfera carregada de algo indefinido. Vini sentia a tensão pairando sob a superfície, como se o lugar escondesse um segredo à espera de ser descoberto.



    Homens e mulheres conversavam em tons baixos, criando um zumbido quase hipnótico. Em um canto, estrangeiros bebiam cervejas desconhecidas, falando em um idioma germânico, gesticulando com entusiasmo, mas com olhares furtivos. Em outra mesa, um grupo de asiáticos discutia algo científico, suas palavras rápidas transmitindo nervosismo ou entusiasmo.

    Vini respirou fundo, ajustou a alça do caderno e caminhou em direção à mesa principal. No centro do salão, uma grande mesa exibia uma variedade de pratos: sushi fresco, massas aromáticas, cortes de carne preparados com precisão. Ao lado, uma mesa vegetariana se destacava com bolinhos dourados, saladas coloridas, frutas frescas e opções com soja e tofu.

    Antes que pudesse se aproximar mais, um homem de traços amigáveis o interceptou.



    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig315



    — Então, você é o amigo que o Antônio pediu para ficarmos de olho… — disse ele, com voz grave, mas amigável, carregando um leve sotaque interiorano. O homem usava roupas simples, mas sua postura era confiante. Ao lado dele, uma mulher de cabelos platinados o observava com curiosidade. A raiz escura denunciava o tingimento recente, mas não diminuía sua presença. Ela exibia o ar de uma pesquisadora, mas a maquiagem impecável e roupas alinhadas revelavam um cuidado estratégico com sua aparência.



    — Venha, sente-se conosco. A noite está movimentada. Descobriram algo em uma trilha e todos estão ansiosos para entender o que é — disse ela, com um tom casual, mas seus olhos castanhos denunciavam uma expectativa crescente.




    — Me chamo Moacir Cantarelli — apresentou-se o homem, equilibrando uma bandeja com uma mistura de salada, frutas, tofu e uma sopa caseira.




    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Oig417



    — Jaqueline Matarazzo, mas me chame de Jaque — disse a mulher, enquanto equilibrava um prato com mandioca e queijo, bolo de milho e um pequeno copo de suco com pedaços de frutas.

    Eles conduziram Vini até uma mesa perto da janela. O vidro grande oferecia uma visão clara da mata ao redor. Lá fora, a escuridão era pontuada pelo brilho fraco das lâmpadas dos postes e o movimento das sombras entre as árvores. O som distante dos grilos e o murmúrio suave da água completavam a cena.



    A cerca metálica ao redor do perímetro subia lentamente, trancando o local em um isolamento quase hermético. Militares patrulhavam em duplas, suas lanternas varrendo o chão com precisão meticulosa. Os jipes estavam provavelmente estacionados no subsolo, fora de vista.



    — Esse lugar é… curioso, não acha? — comentou Moacir, quebrando o silêncio com um sorriso enigmático, observando Vini como se o avaliasse.



    Jaque lançou-lhe um olhar intrigado, seus lábios se curvando em um sorriso enigmático. — Espero que esteja preparado. O que encontramos na trilha pode mudar muita coisa.

    A tensão misturada à curiosidade científica pairava sobre o grupo, como um véu invisível. Do lado de fora, o som abafado dos passos e vozes militares parecia amplificar o mistério. Algo estava prestes a ser revelado, e Vini sabia que aquele jantar era apenas a introdução de um enigma muito maior.
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    Mensagem por DariusNovadek Sex Jan 17, 2025 11:49 pm



    Prólogo: O Buscador de Sinais - Vinícius Moretti. Dalle_14


    Vini seguiu Moacir e Jaque até a mesa próxima à janela, o caderno seguro sob o braço, enquanto seus olhos analisavam o ambiente como um predador em terreno desconhecido. Cada detalhe parecia ter um propósito, e isso o incomodava mais do que tranquilizava. As sombras lá fora oscilavam de maneira irregular, mas era o reflexo no vidro que chamava sua atenção. Por um instante, achou ver algo se mover além do que era possível observar.

    As vozes sussurravam em sua mente:"Eles estão escondendo algo. Sempre estão. Não confie."

    Quando Moacir falou, Vini sentiu a espinha gelar, mas seu rosto permaneceu impassível. O tom amigável carregava algo mais profundo, uma intenção que ele ainda não conseguia decifrar.  

    — Então, você é o amigo que o Antônio pediu para ficarmos de olho… — disse Moacir, com aquele sotaque interiorano que parecia suavizar a frase, embora Vini não estivesse menos desconfiado.  

    Os olhos de Vini saltaram de Moacir para Jaque, que o observava com curiosidade. Ele percebeu o leve arquear das sobrancelhas dela e a forma calculada como o sorriso surgiu.  

    — Interessante, — respondeu Vini, quase em um murmúrio. Ele ajeitou o caderno sobre a mesa, seus dedos deslizando pela capa como se buscasse segurança no objeto. — Parece que sou mais interessante para o Antônio do que ele deixou transparecer.  

    Sua voz era calma, mas o tom carregava uma ponta de ironia que escapava à neutralidade. Ele olhou diretamente para Moacir, com um sorriso que não alcançava os olhos.  

    — Vinícius Moretti, mas prefiro que me chamem de Vini. Ufólogo... ou algo parecido, suponho. — Ele fez uma pausa, observando as reações dos dois antes de continuar, como se pesasse cada palavra. — E vocês? O que fazem aqui?

    Vini fez um leve aceno de cabeça, como se absorvesse a informação, mas não deixou de continuar encarando os dois em seus olhos. "Isso é treinado."
    — Certo, Jaque... Moacir, — disse Vini, inclinando-se um pouco para frente, o tom mais baixo agora. — E o que exatamente vocês fazem aqui?  

    Ele sabia que a pergunta era simples demais para ser inocente. Estava pescando, procurando brechas em suas respostas. Seus olhos se moviam rapidamente entre os dois, registrando cada expressão, cada micro-reação.  

    — Espero que esteja preparado. O que encontramos na trilha pode mudar muita coisa, — disse Jaque, os olhos brilhando com algo que parecia entre expectativa e cautela.  

    Vini permitiu-se um sorriso curto, mas não respondeu de imediato. O silêncio que se seguiu foi quase tenso, preenchido apenas pelo som do zumbido suave das lâmpadas e das vozes distantes no salão.  

    Ele finalmente quebrou o silêncio, com um tom que parecia tanto uma provocação quanto uma avaliação:  
    — Curioso. Parece que estou sempre no lugar certo... ou talvez no errado.  

    Lá fora, o som das lanternas cortando a escuridão entre as árvores parecia amplificado, quase ritualístico. Vini olhou pela janela, mais atento às sombras do que ao brilho das luzes. "Seja o que for que estão escondendo, vai aparecer. Eles nunca conseguem esconder tudo."



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