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    Não me pergunte o porquê

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    Mensagem por GM Sex Out 20, 2023 11:11 am

    >>> Não poste aqui e ... Não me pergunte o porquê. <<<

    A Caixa da Eternidade

    Numa obscura tarde de outono, Steve, um escriturário de patentes de semblante cansado, escrevia as últimas linhas do que seria a conclusão de sua magnum opus, uma obra sobre a eternidade e o infinito. Uma década de meticulosa investigação e reflexão o levou a esse momento. As folhas amareladas, espalhadas em profusão pela mesa de carvalho, testemunhavam o acúmulo de noites insones e dias de intensa devoção.

    "Caro leitor," ele começou, sua caneta dançando sobre o papel, "este livro é tanto um testamento quanto um alerta. Pela insensatez de minha inquieta busca, abri a Caixa de Pã e, ao fazê-lo, desencadeei forças inomináveis que não deveriam ser perturbadas. Eu imploro, da profundidade de meu ser atormentado, que não trilhe o mesmo caminho que eu."

    O cômodo silenciou, interrompido apenas pelo eco de sua própria respiração e o tilintar das gotas de chuva contra a janela. Ao recostar-se na cadeira, Steve relembrou o momento de sua iniciação nessa odisséia.

    ***

    Dez anos atrás, num pequeno escritório de patentes, Steve se deparou com uma aplicação peculiar. Enquanto a maioria das invenções que ele revisava eram engenhocas banais e comuns, aquela despertou sua atenção. Era uma intricada descrição de uma caixa, mas não uma caixa comum. Seu design era profundo e complexo, com inscrições esotéricas que se assemelhavam a símbolos antigos. O inventor, um erudito de nome estranho e origem desconhecida, afirmava que essa caixa, quando manipulada corretamente, poderia revelar os segredos do tempo e espaço.

    Naquela noite, enquanto o mundo dormia em sua ignorância rotineira, Steve, munido de uma lâmpada a óleo, começou sua jornada pelo misterioso. A caixa, batizada por ele de "Caixa de Pã", tornou-se uma obsessão. E cada descoberta, por mais perturbadora que fosse, apenas alimentava sua insaciável curiosidade.

    ***

    Voltando ao presente, o aroma de papel antigo preenchia o ar. Steve fechou o livro, selando as páginas com o peso de sua realização e arrependimento. Ele sabia que o que tinha descoberto poderia mudar o curso da humanidade, mas, ao mesmo tempo, questionava se o homem estava pronto para tamanha revelação. Seu olhar se fixou na Caixa de Pã, repousando sinistramente sobre a mesa. E em sua mente ecoava a incessante pergunta: "O que eu fiz?"

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