Ellywick - Edu

- Tudo bem, Ergo, você tinha todo o direito de ter aquela reação, afinal quem errou fui eu. Fico feliz que tenha voltado atrás e podemos ficar juntas. Prometo que aquilo nunca mais vai acontecer. Já pensou na possibilidade de nos casarmos? Eu quero.

Aquelas palavras tocaram fundo nos sentimentos de Ergo, que para de arrumar as coisas para dar um forte abraço em Elly. As duas permanecem assim por um bom tempo, até que a necromante se afasta para olhar nos olhos da cleriga. Ergo estava com os olhos marejados. “Você não sabe a dor que estava sentindo no meu coração ao pensar que não estaríamos mais juntas. Seria isto o amor? Sim, quero me casar com você, e viver a vida com você!”

Porém aqueles momentos de felicidade não iriam durar muito. Elas são interrompidas pelo escravo de Ergo, que chega apressado e preocupado. “Os guardas da cidade estão na porta, ordenando que abra... O que faço, minha senhora?”

Ergo morde o lábio de preocupação, e se volta para a gnoma. “Ainda não tive tempo de pegar o necessário, Elly. Preciso de tempo...”

Ellywick sorri docemente para Ergo mostrando toda a sua felicidade ao ver a reação da sua namorada e potencialmente noiva.

- Isso é uma noticia maravilhosa Ergo - responde ela vendo o escravo chegar e dar a noticia terrível.

A gnoma botou a mão na testa preocupada e refletiu sobre o que iria fazer. Tinha talvez um carta na manga.

- Macuna matira - disse ela conjurando uma magia.

A sua imagem se retorceu e longo no lugar dela apareceu o filho de Lady Shederun, Rabnar. Virou-se para Ergo dizendo:

- Pegue longo essas coisas, não teremos muito tempo.

Ela vai andando até a frente da casa aonde estava os guardas e fala na sua voz mais imponente possível.

- O que estão fazendo aqui? Estão tentando atrapalhar o meu trabalho? Estou lidando com os fugitivos e arruaceiros, e vocês aqui me atrapalhando. Sumam daqui antes que eu perca a minha paciência - Fala de forma imperativa para os guardas.

A sua imagem se retorceu e longo no lugar dela apareceu o filho de Lady Shederun, Rabnar. Virou-se para Ergo dizendo:

- Pegue longo essas coisas, não teremos muito tempo.

Ergo aguarda interessada pela finalização da magia, e analisa a ilusão conjurada pela gnoma: estava perfeita, em todos os detalhes. “Bem pensado, querida. Isto vai me dar o tempo que preciso,” diz, e relutantemente da um beijo na imagem de Rabnar. “Isto foi muito estranho...”, acrescenta, fazendo uma cara sem-graça.

Ela vai andando até a frente da casa aonde estava os guardas e fala na sua voz mais imponente possível.

- O que estão fazendo aqui? Estão tentando atrapalhar o meu trabalho? Estou lidando com os fugitivos e arruaceiros, e vocês aqui me atrapalhando. Sumam daqui antes que eu perca a minha paciência - Fala de forma imperativa para os guardas.

Os guardas ficam surpresos ao encontrar o filho de Lady Shederun na casa, e se apressam em se ajoelhar e pedir desculpas. Tendo visto Rabnar apenas de longe, não tinham a mínima condição de saber que foram enganados. Mais que depressa eles se retiram, tropeçando uns nos outros.

O gnomo-mendigo Kelpip observa de maneira suspeita os guardas passarem apressados por ele pelo portão da propriedade de Ergo, e volta seu olhar para Rabnar-Elly, desconfiado, com a mão no queixo.

Ellywick fecha a porta da casa.

Depois de alguns minutos, Anatoli retorna, totalmente mudado. Estava bem vestido, a barba feita e os cabelos cortados. Suas roupas eram bonitas e confortáveis, e a única coisa que restava daquele mendigo era uma tosse persistente.



Ao ver Ellywick ele saca a arma. “Quem diabos é você?”

Porém antes que ocorra uma tragédia, Ergo chega e explica o mal-entendido. Anatoli volta a guardar a espada e observa a ilusão da gnoma, surpreso. “Hmm, muito bem feito este truque... Não estava acostumado a ver isto la em Hammerheim, a terra dos anões. Cof, cof. Bem, se puder fazer algo a respeito da minha tosse agora, eu agradeço.”

A necromante se aproxima de Elly e mostra sua mala, de tamanho médio. “Peguei o absolutamente necessário. E agora, para onde vamos?”

Ellywick com um sacudir das mãos desfez a sua magia e retornou a sua forma original. Não podia arriscar que o mesmo raio fosse cair duas vezes no mesmo lugar. Já tinha usando aquele truque e era melhor não abusar dele.

- Não tem nada que posso fazer para parar a sua tosse Anatoli, acredito que para cura-lo você teria que procurar um sacerdote mais poderoso que eu. E eu não tenho a menor ideia em que lugar tu vai achar um, alguém com tamanho poder é raro nesses dias - responde olhando bem para o homem vendo a sua transformação.

Pega a mala que Ergo tinha trazido e sair da casa mas antes de faze-lo diz:

- Vamos para o sul.

Ellywick é franca com Anatoli acerca de sua doença, e o guerreiro limpa o suor de sua testa e acena com a cabeça. “Tudo bem, podemos procurar um depois que sairmos desta maldita cidade, cof, cof. Ao menos estou fora daquela cela, o que já é uma bela melhora nas minhas condições de saúde. Sou bonito, não sou? Pode apreciar o material,” comenta fazendo pose.

Elly pega a mala, mas faz a gnoma solta-la. “Pode deixar que o meu escravo carrega. Ele vai conosco.”

O escravo, que sempre portava vestes simples, estava agora com suas roupas de viagem: uma calça vermelha, botas, um largo cinto e braceletes. Ele estava com o peito desnudo, revelando uma ótima força física, e cicatrizes de batalha. Como a gnoma não tinha percebido antes que ele era tão bonito?



Anatoli, que somente agora tinha visto o escravo com suas novas roupas, cerra o sobrecenho, invejoso. “Caraca! Tinha um escravo destes em casa? Não é a toa que não precisam de homens”, diz, voltando seu olhar para as duas garotas.

A necromante apenas ignora o comentário. “Não posso deixa-lo aqui, Kadaj o mataria, com certeza,” diz, preocupada. “Além do que ele era um bom combatente, pode nos ajudar caso enfrentemos a guarda.”

O grupo sai da casa pela porta dos fundos, sem cruzar com o gnomo que permanecia na frente da propriedade. Depois de pular alguns muros eles alcançam uma rua com alguns transeuntes, e dirigem-se ate a saída sul da cidade. Não demora muito e eles já começam a atrair a atenção, na forma de olhares mais longos e cochichos ao pé do ouvido.

“Meninas, acho que a descrição de vocês já deve estar circulando por ai...”, comenta preocupado Anatoli.

Ellywick ouvindo o que Anatoli tinha dito soltou o seu cabelo. Do rabo de cavalo apertado para o cabelo solto, de preferencia caindo um pouco por cima do seu rosto para evitar que a vissem e reconhecessem.

- Faça o mesmo Ergo - Disse ela para sua noiva seguindo frente para fora da cidade.

Elly e Ergo tentam se disfarçar da melhor maneira que podem, mas infelizmente não fora o suficiente, dado que a altura e físico da pequena gnoma eram muito marcantes. Não demora muito até que cruzam com uma patrulha de 4 homens, que ao serem avisados pela população, dão ordem para que o grupo pare. “Deixem as armas no chão e permaneçam onde estão. Temos ordens para verificar qualquer um suspeito da fuga da carceragem!”, comanda o chefe da patrulha.

A gnomo dá um sorriso amarelo vendo os guardas mandarem ela parar. Bota a mão no cabo da maça e avança se aproximando de um do grupo de guardas. Ela puxa a arma rapidamente e ataca um dos guardas com ela.

A pequena gnoma se aproxima de um dos guardas sorrindo, falando baixinho e fazendo um sinal para que ele se abaixasse para ouvir o que tinha a dizer. Inocentemente o homem  faz isto, e em resposta leva um golpe na cabeça com a maça que lhe achata o crânio.

O chefe da guarda então realiza alguns gestos e entoa palavras arcanas, e sua dominação mental por pouco não toma o controle de Elly, que tem tempo de se desviar de um golpe de espada, mas não consegue escapar de um outro, que penetra por suas defesas e causa um grande ferimento.

NRPG: Elly toma 5 de dano.

Ergo se desespera ao ver sua amada sendo ferida, e com raiva nos olhos encara o guarda que a feriu.

NRPG: guarda save Will 3

Este começa a ficar pálido de medo, as pernas começam a ficar bambas como varetas, tremendo incontrolavelmente. Com um grito agudo ele da meia volta e sai correndo.

O outro guarda, sem perceber o uso da magia, o chama de covarde, e logo recebe o impacto da investida do escravo de Ergo, que o fere consideravelmente.

NRPG: ESCRAVO ataque 11 dano espada longa 2+2
NRPG: ANATOLI ataque 3 errou.

O guarda urra de dor, e irado desce sua arma contra o escravo, mas Anatoly trava espada com espada contra seu inimigo. Virando brevemente a cabeça para o lado, pergunta para a gnoma, “sua louca... você esta bem, baixinha?”

NRPG: Ação de ELLY

- Estou bem, não tinha mais cartas na manga. Tive que arriscar - ela dá uma sorriso amarelo para Anatoli.

Ela gira a maça e tenta desferir um golpe no guarda que Anatoli tinha aparado o golpe.

O golpe de Elly acerta a cintura do guarda ferido, que vai ao chão se contorcendo de dor. Ao ver toda a sua unidade em frangalhos, o chefe da guarda decide em bater retirada. O escravo de Ergo já ia partir em direção dele, mas Anatoly segura em seu braço, dizendo para deixa-lo ir.

A multidão já tinha se afastado da luta, restando apenas os corpos de dois guardas mortos e os heróis. Anatoly balança a cabeça. “Isto acabou com nossas chances de fuga pelos portões da cidade... Precisamos pensar em algo...”

Um mendigo, que estava ao lado de um estabelecimento, faz sinal para que se aproximem. “Elly? Venham para cá, rápido!!!”, diz em voz alta, acenando insistentemente.

- Definitavamente precisamos, mas se não fizemos o que fizemos corríamos de voltar para a prisão ou pior - responde ela a Anatoli.

Não tem nem tempo de pensar em qualquer coisa quando alguém a chama ela olha e vê o mendigo que pegou as armas dela. Desconfiada observa e vai andando devagar até ele.

- O que você quer? - indaga.

O mendigo faz sinais insistentes, para que venham rápido. “Somos da resistencia, e ficamos sabendo da rebelião na carceragem! Voce tem coragem, garota!”, diz, e olha ao redor, preocupado. “Mas não temos tempo, parece que a própria Lady Shederun quer te pegar... Sigam-me, depressa!”

O rapaz então corre para as sombras de uma viela escura e sombria. Ergo olha para aquilo e fica preocupada. “Tem certeza que ele é confiável?”, pergunta, temerosa.

Anatoli da de ombros. “Prefere ficar aqui?”

- Não temos escolha Ergo, não podemos ficar aqui. Não quero cair na mãos de Shederun - disse ela pegando a mão da necromante e correndo atrás do mendigo para as sombras.

Sem alternativas, o grupo formado por Elly, Ergo, Anatoli e o escravo adentram a viela escura, rumo ao desconhecido. Seguindo os passos daquele jovem mendigo, eles atravessam ruelas estreitas e mal-cheirosas, escuras e espremidas entre as construções. Não estavam sendo perseguidos, mas podiam sentir os olhares escondidos por entre as sombras.

Eles correm até chegarem em um beco sem saída. Paredes bloqueiam o caminho, sem nenhum sinal de passagens. E o mendigo desaparecera.

“Ferrou”, exclama Anatoli.

Subitamente emerge de uma das paredes o mendigo.



“Atravessem a parede! Rapido!”, comanda.

Aquela parede não era solida, tratando-se somente de uma ilusão. Atravessa-la foi fácil, e do outro lado estavam sendo esperados por um grupo de pessoas em uma área que parecia um deposito. Eram de diferentes raças, e vestiam diferentes roupas. Estavam todos armados.

Um deles se adianta, um homem de pele escura, encapuzado, vestindo uma armadura de couro e portando duas espadas longas. Ele se apresenta.



“Meu nome é Miller Hale... Eu sou a pessoa que voce deveria encontrar em Benalia, Elly. Minha área de operações é por la, mas já imaginando as dificuldades que voce teria, resolvi vir aqui para Astrakhan. Bem, já que voce não pediu nenhuma compensação por ter trazido as armas, nada mais justo que te ajude a sair desta enrascada...”

- Teve coisas que acontecerão no caminho que me levaram vir para cá ao invés de Benalia. Eu nem sabia que carregava armas comigo. Esse governo de Nova Karzek é tão burro que nem perceberam que se não prendessem não teriam nem metade dos problemas que tiveram - ela suspira - enfim, com pretende me tirar daqui? O seu método para trazer um clérigo de Mitz para cá não funcionou.

O homem ouve as considerações da gnoma e acena com a cabeça. “Verdade... Mas no final das contas eles estão atrás de vocês, independente de saberem sobre as armas contrabandeadas, e será um problema tira-los da cidade, já que Lady Shederun esta uma fera ...” diz, e se vira para todos no grupo, inclusive seus comandados, “ouçam só, vamos nos esconder por enquanto, e tentaremos a escapada amanha pela manha. Pegaremos uma carroça cheia de feno, colocaremos os fugitivos la dentro e sairemos pela saída sul. Teremos que contar com a sorte mas é o que nos resta.”

Miller comanda seus homens para ficarem a espreita de qualquer movimentação suspeita e os dispensa. Ele se volta então para os heróis. “Discutiremos os detalhes mais tarde, agora peço que me acompanhem ate o quarto onde vocês vão ficar esperando...”

Depois de seguirem o chefe dos rebeldes por alguns corredores, Elly nota que ele esta desconfiado, olhando por sobre o ombro sorrateiramente. Ergo, que estava de mão dadas com a gnoma, parecia preocupada. “Temo pela nossa vida, amor... Conseguiremos fugir da ira de Lady Shederun?”, pergunta.

- Vai ficar tudo meu amor - diz a gnomo colocando a mão da necromante entre as suas.

Ela no entanto não deixa de perceber a desconfiança do lider da força rebelde que olhava por cima do ombro.

- Algum problema senhor Miller? Desconfia de alguma coisa? - indaga a pequenina ao homem.

Miller acena com a cabeça. Ele para, olha para os lados e volta sua atenção para a gnoma. “A sua observação sobre o clérigo de Mitz foi correta. Não deu certo... Por que? Por que a própria Lady Shederun veio para prende-lo? Porque tem um traidor entre os meus subordinados!”, diz, e volta a caminhar. Eles continuam por mais alguns metros, ate chegarem em uma sala. A mesma parecia ser um deposito, com barris, caixas de madeira e prateleiras.

“Vamos ficar aqui?”, pergunta Ergo, desconfiada. “Poderia pelo menos ter alguns colchões!”

Miller Hale fecha a porta e observa o grupo. “Este local é um local diferente daquele que passei para meus subordinados, que fica do outro lado do corredor. Na verdade minha ideia para tira-los daqui não envolve a carroça de feno...”

Anatoli suspira aliviado. “Ainda bem, esta ideia era muito tosca! Com certeza seriamos pegos, qual carroça de feno que não tem um fugitivo escondido dentro dele?”, brinca.

O chefe rebelde não parece gostar do comentário, mas prefere ignorar. “Esta sala possui uma passagem que leva ate os esgotos da cidade. Eles são bem antigos, e dizem que são mesmo anteriores a própria cidade de Astrakhan. Dizem que existem varias passagens que levam para fora da cidade, mas não existe nada mapeado...”, diz, e limpa o suor da testa. Parecia que aquela situação o incomodava.

“E o porque disto é que existem... criaturas que rondam os esgotos. Que controlam os esgotos. E é bem capaz que tenham que enfrenta-las na sua busca pela saída...”, comenta em tom serio.

Ellywick faz uma expressão reflexiva no deposito ao ouvir sobre a passagem secreta e o traidor. Pelo que Shederun falara na caravana estava bem claro que ela já sabia de antemão quem era o clérigo ali no comboio.

- Presumo que tenhamos que pegar essa passagem agora né? Se tem um traidor aqui no meio da resistência, esperar aqui será um atrativo pra Shederun que vira logo assim que for avisada, ou seja, se eu dormir aqui provavelmente acordarei com a senhora alada me capturando. Ainda assim não gosto de pegar essa saída agora, preciso das minhas magias para entrar num lugar perigoso. Mas tenho escolha? Se eu espera to tão morta quanto estaria se morresse nos tuneis. Pode mostrar a passagem, vamos por ela agora - diz Ellywick fazendo a indicação para o homem os levasse para o lugar da tal saída.