O Acerto

Gunnar levantou uma sobrancelha ao ouvir o nome do candidato, suspirando logo em seguida.

- Só espero que ele seja eficiente como você diz e que você não esteja apenas querendo economizar algumas peças de ouro.

O mago se levantou e endireitou suas roupas magicamente com um breve gesto de sua mão. Com outro movimento mágico, sua mochila levitou do chão até suas costas. Gunnar se retirou sem nenhuma despedida, fazendo um pequeno lembrete antes de começar a caminhar até a saída.

- Portão leste em duas horas.

- Temos uma proposta para você pequenino. Um trabalho no campo dos mortos, o que me diz, hein? - propõe Westra ao halfling com um sorriso.

Westra nem se deu ao trabalho de dar atenção ao tiefling. Sabia que ele iria ficar jogando essas piadas o tempo todo, mas não estava interessada mesmo, então não se dava o trabalho de responder.

O tempo passava rapidamente enquanto o mago conduzia sua pesquisa, utilizando suas conexões na academia para obter informação e acesso a documentos oficiais. Enquanto ele se ocupava em analisar um grande livro de registros pessoais, usava uma magia para copiar alguns mapas que poderiam ser úteis em sua missão. Alguns de seus colegas - que incluíam magos, médicos, professores, alquimistas e até nobres, - o consideravam uma pessoa bastante excêntrica, mas nenhum deles duvidava de sua eficiência em buscar conhecimento. Ou de produzir conhecimento, uma vez que Gunnar tinha escrito alguns livros bastante referenciados em sua área de conhecimento.

Após algum tempo se perdendo em divagações sobre sua investigação, seu familiar o alertou que estava na hora de partir. A ave, que se revezava entre voar em círculos pelo céu e descansar sobre o telhado das construções, havia avistado seus companheiros se dirigindo ao ponto de encontro. Os livros voaram rapidamente de volta para as prateleiras e os pertences do adivinho se organizaram em sua mochila. Sem demora, Gunnar partiu para o portão leste da cidade.

- Que tipo de trabalho Namfoodle? E Lars nunca fui uma donzela - responde ela ao Tiefling e pergunta ao Gnomo.

A história da bruxa intrigava Gunnar, que não havia encontrado referências de sua existência em sua pesquisa sobre a região. Isso não queria dizer, entretanto, que ela não existia. Poderia ser um dos perigos que habitam os montes da região, poderia ser um evento recente ou ela poderia ser inteligente suficiente para não se deixar ser notada. De qualquer forma, seria uma criatura perigosa que mais cedo ou mais tarde precisaria ser confrontada. O resgate, entretanto, não poderia ser atrasado.

- Nossa outra missão requer urgência e cautela, um paradoxo em si. - ele começou a divagar, olhando para o solo com uma expressão pensativa. - No momento, não temos tempo para procurar a bruxa naquela região. Se você tiver mais informação sobre ela, podemos aceitar a missão, caso contrário, precisamos completar nossa outra missão primeiro.

- Devo dizer que concordo com o mago. A nossa outra missão é complicada e requer foco total, como vamos buscar uma bruxa no meio de tal empreitada? E Lars você devia conter a sua urge por ouro e joias um pouco, tentar abraçar o mundo com a pernas não vai adiantar lá vai lhe trazer a fortuna desejada. Precisamos fazer uma coisa de cada vez, temos um tempo de manobra pelo Namfoodle? - indaga ela olhando para o pequeno - Algo que nos permita livrar a jovem do cativeiro e traze-la de volta.

O mago levantou o olhar e fitou Namfoodle por um instante, então virou-se para Lars, Pança e Westra.

- Dessa forma, me parece razoável. - ele falou, aguardando a confirmação de seus companheiros. - Para ser mais claro, a missão é resgatar a bolsa ou algo que deveria estar dentro dela?

- Ah, tanto faz, se o mago e o tiefling aceitaram que diferença faria eu recusar? Só espero que isso não nos atrapalhe no resgate da menina lá - concorda também Westra.