Maldita hora que ela teve a ideia de vim para a Muralha! A jovem Hiruko se lastimava enquanto abraçava a sua lança e procurava uma posição melhor nos parcos cobertores para se abrigar do frio. Vigiar aqueles quilômetros de muralhas já era uma tarefa árdua, mas naquele inverno impiedoso e sozinha as coisas se tornavam ainda piores. Com sua longa extensão, a Muralha Kaiu, ou do Carpinteiro como chamavam, era praticamente impossível despender homens para guarnecê-la por completo, ainda mais quando havia falta deles como nos últimos tempos. Apesar disso, tinha sido um período de relativa paz, com avistamento raríssimos de monstros.
De toda forma, isso não era lá muito de se comemorar porque naquele local, se não se prestasse atenção, você poderia se ver cercado de inimigos e se caísse no sono (coisa que Hiruko sentia muito naquela altura da noite), não acordar mais, sem nunca saber o que te matou. Para piorar, não se podia ver nada naquela neve e na névoa sempre presente do outro lado: a Terra das Sombras. O miasma fétido chegava as vezes a cegar, por isso olhar demais para lá não era recomendado. Os olhos sempre ardiam e o desejo era arrancar o próprio nariz (o que se você começasse a congelar naquela época do ano, conseguisse mesmo sem querer) para não sentir aquele cheiro de enxofre e morte. E não era nem preciso falar das vozes e da sensação de que na verdade as Terras Sombrias era quem observava você, e não o contrário.
A samurai da fênix no entanto não tinha escolha, era esse o destino que ela tinha escolhido, e iria até o fim. Buscava apenas provar-se a si mesmo, mas muitos já haviam perecido numa morte não muito digna naquele lugar do inferno... Esses pensamentos sobre as suas escolhas iam passando pela sua mente e era assim que ela conseguia não cair no sono... quando um barulho pôde ser ouvido não muito longe dali na guarita onde Yoritomo Atsumori, do clã Louva-a-deus fazia a ronda. Seria um ataque? Pareceu mais um estalo de algo se quebrando nos galhos retorcidos de árvores-espinheiro mortas lá embaixo. Será que ela tinha dormido e sonhado com aquilo? O silêncio retornara, sendo rompido apenas pelas lufadas de vento trazendo a neve.
- OFF:
- Decisão:
A- Deixar o seu posto e ver o que aconteceu lá (gritar não é muito uma opção).
B- Aguardar, não deve demorar muito para uma patrulha aparecer. Apesar de tudo, ninguém estava sozinho na Muralha, afinal, aquela era a defesa do Império.