Zaphyra - Zignon

- Milady gostaria muito de ter aulas com você para aprender as suas técnicas e me tornar uma guerreira melhor e na minha busca, esse autoconhecimento que sua ordem prima em trabalhar seria muito importante como ferramenta de apoio pois são técnicas poderosas de luta e introspecção...

Lady Zan examina o corpo de Zaphyra, leva a mão ao queixo e parece ponderar. “Vejo que tem uma boa força, porém não sei se tem a agilidade necessária para executar os movimentos mais complexos. Apareça amanhã na minha sala de treinamento, dentro da estalagem, para que eu possa avalia-la melhor,” diz de maneira objetiva.

Porem preciso lhe contar o problema da Redris, e sei que com sua sabedoria poderá ajuda-la.

A monja ouve a explicação da genasi com interesse, por vezes interrompendo em busca de algum detalhe. Ao final, demonstrando certo espanto, ela diz, “se voce não me contasse não teria como saber que ela é um homem... Realmente fiquei impressionada com o porte de Redris, e me pareceu mulher em todos os sentidos. Mas na minha vida de aventuras já vi minha parcela de coisas estranhas, e uma maldição como esta é bem possível de acontecer. Felizmente parece tratar-se de pessoa honesta, dada sua preocupação com nossa honra. Vou chama-la para o banho, basta nos enrolarmos em nossas toalhas e não haverá constrangimento. ”

Chamada para o banho, Redris comparece ao local onde as outras estavam. Estava hesitante, mas Lady Zan mostrou-se receptiva, fazendo questão de ajudar, examinando e cuidando dos seus ferimentos e com isto também matando sua curiosidade sobre a feminilidade do pobre rapaz/garota da fazenda. Logo Redris estava relaxando nas aguas termais, e sentia que o contato com a agua quente fazia melhorar os machucados.

Lady Zan, que ao entrar na agua havia se desnudado uma vez mais, permanecia com agua ate o pescoço. “Estas aguas são conhecidas por curar diversos malefícios, mas infelizmente a sua maldição é forte demais, Redris,” comenta a monja. Ela observa a face triste da ruiva, e compadecida continua, “mas não fique assim. A cidade de União não fica longe daqui, e pode ter alguma solução para o seu problema. Estou precisando comprar alguns mantimentos e ferramentas para a estalagem e posso acompanhar vocês até lá, se desejarem.”

A monja foi bem receptiva ao problema da Redris e falou para a guerreira chama-la que as duas se enrolariam nas suas toalhas e não haveria constrangimento algum e falou que aquelas águas curavam muitas coisas, mas não um problema tão grande como aquela maldição. Mas que como tinha que ir na cidade no dia seguinte poderia nos acompanhar se desejássemos.
 
  
Ela também não esqueceu do pedido da genasi e disse que observara seu corpo forte e malhado, porém não tinha certeza se a guerreira teria a agilidade e elasticidade necessária para desenvolver a técnica nos seus movimentos mais complexos e falou para ela procura-la na sua sala de treinamentos, também no dia seguinte. 
 
 

A genasi animada, fala que logo após o desjejum, iria procura-la para a avaliação e lá combinariam a idade a cidade. Era evidente a renovação da esperança da ruiva e após se enxugarem e conversarem mais um pouco, se dirigem para os seus aposentos pensando em repousar para um novo e movimentado dia.

Após o banho relaxante nas termas, Zaphyra e Redris vão direto ao quarto para dormirem. A genasi dorme bem, confiante de que tudo corria bem em seus planos.

Porém um grito pela manhã interrompeu seu sono.

Era um grito de terror que ecoou pelo Estrela Negra. Era o grito estridente de uma mulher, que por um instante congelou a alma de Zaphyra. A guerreira ergueu-se assustada, e virou-se para onde estava Redris, preocupada com ela. Mas ele estava lá. Ele! A ruiva havia voltado para sua forma original masculina.

Redris coça o cabelo emaranhado, ainda sonolento. “O que foi isto?”, pergunta. E então se dá conta, “Lady Zan?”

Zaphyra dormira bem aquela noite, parecia que agora tudo se encaixava, a cura da sua amiga ruiva e um treinamento interessante com uma mestra que lhe agradava a companhia, porém um grito estridente de mulher ecoa no seu ouvido e lhe congela a alma e olha de lado e na cama, sua amiga já virou amigo e a guerreira se enrola no cobertor cobrindo melhor seu corpo e corre para o banheiro e grita: - Apronte-se Redris e no banheiro, começa o ritual de se armadurar.
 
 
Redris acorda um tanto desorientado, cabelos desarrumados e seu corpo voltou as suas formas masculinas delicadas e aos poucos associa aquele grito a monja e grita para a genasi que deve ser a Lady Zan e começa a se vestir. Logo ambos estão armadurados e armados e a genasi corre em direção a sala de treinamento da amiga monja esperando que não tenha acontecido nada grave ainda, seu amigo, franzino com a respiração entrecortada, observa como é forte a sua salvadora amiga e pensa consigo, espero que ela salve está amiga também.

Redris acena com a cabeça para Zaphyra, e ambos se ajudam com suas respectivas armaduras. A genasi da terra pode notar que a armadura de Redris estava um pouco frouxa, provavelmente tendo sido ajustada para a forma feminina que era maior.

Os dois então saem pela porta do quarto da estalagem e avançam pelo corredor. Porém a intuição inicial de Redris estava errada, o grito tinha partido de uma outra mulher, a atendente Indris do Estrela Negra, que assustada, apontava para o banheiro.”Tem... um... corpo...”, disse.

A medida que avançava, Zaphyra podia sentir as pulsações fortes de seu coração batendo contra seu peito. Tinha a boca seca, e podia sentir o cheiro férreo do sangue coagulado no ar. A porta para o banheiro estava aberta, e primeiramente a genasi viu o pé do cadáver deitado no chão, o pé de um homem. Zaphyra permitiu soltar todo o ar que estava contido em seus pulmões: não era Lady Zan, graças aos deuses! Prestando atenção ao corpo, constatou que se tratava de Gill Svenson, o mesmo homem gordo e feio que havia sido rude com elas na noite anterior. A parte posterior de sua cabeça era uma massa ensanguentada, e parte de seu crânio estava amassado para dentro, parecendo ter sofrido um forte golpe pelas costas.

Logo ao seu lado começaram a aparecer outras pessoas, e que tal qual Redris e Zaphyra foram atraídos pelo grito de Indris. E ao lado dos dois logo apareceu Lady Zan, a dona da estalagem. A mesma de início ficou espantada com aquela cena, levando a mão a boca como se não acreditasse naquilo. Olhou ao redor, como se quisesse partilhar com alguém de sua estupefação. Mas a expressão de espanto logo mudou para uma máscara de ódio quando viu Redris.

Como um raio o girou de costas e aplicou uma chave de braço, e o empurrou contra a parede. “Quem é você, estranho? Voce não esta na lista de hóspedes! Como se atreve a fazer isto dentro da minha Estrela Negra!”, gritou em seu ouvido.

Zaphyra e Redris correram em direção a sala de treinamento de Lady Zan, mas o palpite Redris estava errado, logo viram que o grito era de outra mulher, a atendente Indris, que apontando para o banheiro, balbuciava relutante e com cara de pavor, que havia um corpo lá.
 
 
Zaphyra sente o cheiro de sangue qualhado no ar, o sentira muitas vezes em batalha, e olha e ve que um pé de homem e adentrando mais um pouco no banheiro, vê que é o cadáver do gordo asqueroso que as confrontara na noite anterior e fica aliviada por não ser a bela monja, mas fica pensativa sobre a violência daquela morte, um golpe bruto e profundo que praticamente destruíra a parte posterior do crânio de Gill Svenson. Fora com certeza um golpe a traição, por tras e de surpresa.
 
 
Logo chega a sua amiga monja e outros hospedes e a monja fica sem ação em um primeiro momento e logo olha ao redor e ao ver o Redris agora como homem, não o reconhece e o ataca, dando uma chave de braço e o apertando contra a parede, e pergunta furiosa, quem é ele, acusando-o que não estava na lista de hospede e questiona porque ousara fazer aquilo na sua hospedaria.
 
 
A genasi, chega próximo do ouvido da monja e diz: - Calma amiga, este rapaz é o aspecto masculino da Redris, foi um equívoco, mas por favor disfarce para que as pessoas não desconfiem, leve-o para interrogar fora daqui. E aguarda que sua amiga, recupere a calma e atenda ao seu pedido de descrição.

A genasi, chega próximo do ouvido da monja e diz: - Calma amiga, este rapaz é o aspecto masculino da Redris, foi um equívoco, mas por favor disfarce para que as pessoas não desconfiem, leve-o para interrogar fora daqui.

Lady Zan, ainda sem entender, se vira para Zaphyra com um olhar de interrogação. Por sua vez, o jovem Redris, ao se ver acuado e sentindo uma grande dor em seu braço devido a força com que Lady Zan o mantinha preso, não conseguiu controlar suas emoções. Teve raiva por ser injustamente acusado, e ao mesmo tempo sentia estar em perigo. A maldição foi ativada, e a transformação começou a ocorrer, fazendo com que seu braço se tornasse mais musculoso, seus cabelos crescessem e seu peito inchasse. A ruiva guerreira estava de volta, empurrando para trás Lady Zan com violencia. “Eu não matei este homem!!!”, vociferou Redris.

Normalmente a oriental não se deixaria ser atacada daquela maneira, porém neste momento ela estava estupefata, ao presenciar a veracidade da historia contada nas termas. A guerreira a sua frente fazia parecer o outro rapaz um fracote inútil!

Redris estava nervosa, querendo continuar a briga com Lady Zan, mas a reação da outra a fez parar e prestar atenção ao seu redor, dando-se conta de que seu segredo havia sido revelado: todos os outros hóspedes e serviçais do Estrela estavam olhando para ela impressionados.

A oriental parou, e por alguns instantes ficou observando a ruiva e a genasi. Depois deu as costas e disse, para todos ouvirem, “um hospede foi assassinado na minha estalagem, e eu vou fazer com que a justiça seja feita. Quero que todos desçam para o salão central. Ninguém deve sair da estalagem sem minha ordem expressa” disse, enquanto conduzia a todos para irem para baixo.

Redris, ao lado de Zaphyra, estava preocupada. “Pronto, agora todo mundo sabe do meu problema...E pra coroar tudo isto, o gordão que implicou com a gente ta morto! Acho que a situação esta feia pro nosso lado, amiga!”, comenta em tom grave.

Zaphyra bem que tentou evitar a revelação do segredo da amiga, porém tudo aconteceu tão rápido que enquanto alertava a monja, Redris, instigada e oprimida pela violência da abordagem e o clamor da injustiça da acusação, a  transformação veio como uma erupção insustentável e inconveniente e revelou o segredo que se tentava ser guardado.


Mas a monja está ultrajada pelo assassinato na sua casa, no seu comercio e convoca todos para o salão central para que se faça e se encontre a justiça e Redris se desespera, por um lado por ter seu problema colocado ali, à nu e por as duas, ela e sua amiga genasi, terem sido o alvo do assedio do falecido, alçando as duas para o primeiro time dos suspeitos e fica nervosa sentindo-se sem saída.


Zaphyra se identifica com os temores da amiga, sabe que o incidente da noite anterior as coloca em uma situação desvantajosa e as torna suspeitas por natureza, porém a guerreira é forte, não só fisicamente mas também na vontade e acredita piamente que a verdade é a melhor politica,sempre, e sabe que é inocente e faz questão que os fatos sejam esclarecidos pois não tem o que esconder, nem temer e confia que a companheira também é inocente pois acordaram juntas e era muito coerente com as suas atitudes até aquele momento e virando-se para a amiga lhe confidencia: - Se você não o matou, não tem o que temer Redris e eu estou aqui contigo, vamos, vamos descer para o salão e resolver logo tudo isto. 


E pegando a ruiva pela mão se dirige para o salão principal, esperando que ela a siga e se acalme.

- Se você não o matou, não tem o que temer Redris e eu estou aqui contigo, vamos, vamos descer para o salão e resolver logo tudo isto.

“Obrigada pelo apoio, amiga”, agradeceu a ruiva, com um amargo sorriso. “Não temos do que ter medo...”

Com as mãos dadas com Zaphyra, Redris desceu as escadas até o salão central, onde os outros hóspedes estavam reunidos. Ambas sentiram os olhos curiosos e acusadores sobre elas, pois muitos dos que ali estavam já começaram a juntar dois mais dois e logo se apressaram a concluir que uma ou outra tinha matado Gill Svenson. Afinal de contas o morto havia mexido com elas, e nada mais natural que buscassem uma vingança maior pela afronta. Isto tudo ainda com o fato de que a ruiva era na realidade um homem, o que já indica no mínimo algum desvio de personalidade. Zaphyra e Redris sentiam a desconfiança instaurada nos olhares das pessoas como um grande peso, conforme avançavam pelo salão.

Lady Zan estava a frente do balcão, ao lado do marido Eron. A oriental estava de braços cruzados e expressão cerrada, e disse em alto e bom tom que um hóspede havia sido assassinado no banheiro da estalagem, e que seu nome era Gill Svenson. Disse que todos ali eram suspeitos, e ao ouvir sinais de discordância por parte de alguns dos presentes, ela reafirmou com firmeza que todos seriam investigados. Por isso ninguém poderia sair da estalagem, pelo menos até terminadas as investigações. Isto gerou nova onda de protestos, ao que Lady Zan retorquiu, enérgica, “não quero saber de suas reclamações. O Estrela Negra é um santuário, o qual eu e meu marido construímos com nosso suor e lagrimas, e não vou permitir que ninguém, ninguém faça este tipo de coisa e saia impune!”

Estas palavras trouxeram o silencio novamente no salão. O clérigo Leopold, que havia pernoitado no Estrela junto com seus 2 acólitas, pediu a palavra, e disse, “posso encontrar facilmente o autor deste crime. O mal se esconde no coração dos homens, e o poder dado a mim por Mitz me permite revelar aqueles que existem para fazer o mal!”

Lady Zan negou a ajuda. “Ver a aura das pessoas somente atrapalharia as investigações. Em minha vida de aventureira, já vi muita coisa má feita por gente boa, e vive-versa. Saber a índole de todos aqui é inútil, pois o assassinato foi feito por ações, não pensamentos.”

A monja então se virou para se dirigir a todos. “Vou conduzir as investigações do assassinato. Fui treinada pela Ordem dos Caminhos da Verdade, que busca atravessar as ilusões do mundo para alcançar a verdade através do raciocínio lógico. Tenho ampla experiência no assunto. Agora vão para os seus quartos e aguardem serem chamados!”

Todos começam a se retirar, mas Lady Zan tinha outros planos para Zaphyra e Redris. Ela aponta para as duas e pede para que se aproximem. Ela espera as duas se sentarem em frente ao balcão, e com a face seria e observando-as nos olhos, ela pergunta, “o que vocês tem a me dizer sobre tudo isto?”

Zaphyra olha para Redris, como se pedisse para falar em nome das duas e começa a falar para a monja: - Lamento minha amiga tudo que aconteceu aqui, pois sei o que é ter seu lar aviltado. Quando criança, orcs invadiram a minha vila e mataram meus pais e queimaram e destruíram tudo e só não morri por que meu pai de criação e amigo do meu pai me salvou e levou para ser sua própria filha e depois de ontem à noite, quando você abriu a sua casa, a sua intimidade e o seu coração, não poderia de modo algum, macular o seu sagrado lar, e Redris dormiu toda a noite comigo, cada uma na sua cama, é claro e ela, já mostrou o seu caráter para você nos respeitando ao contar seu segredo afim de não nos desonrar compartilhando da nossa nudez.


 
- Quanto ao crime, acho que o crápula, pelo seu comportamento, deve ter muitos inimigos e fomos acordadas com o grito da sua atendente e corremos o mais rápido possível pensando que fosse algo com você, minha amiga e vimos consternados que era o nosso assediador, a quem nos defendeu vós. Portanto não posso ajudar muito com informações, mas coloco-me a disposição para o que precisardes milady.
 
 
Zaphyra com uma postura impecável e respiração tranquila, aguarda a resposta da comerciante.

Lady Zan ouve as explicações de Zaphyra, prestando atenção nas suas feições e gestos, verificando cada movimento seu em busca da verdade em suas palavras. Sua face estava rígida, não deixando transparecer nenhuma reação. Ao final ela acena a cabeça, e se permite relaxar um pouco.
- Acredito em vocês. Suas palavras mostram que sabem a indignação que sinto ao ter tal assassinato ocorrido abaixo do meu próprio teto. Meu primeiro instinto era o de que vocês duas eram inocentes, mas confesso que o calor do momento não me permitiu acreditar. Agora com suas palavras já me sinto mais tranquila, Zaphyra.

Lady Zan oferece a mão para Zaphyra e Redris e as aperta. A monja parecia mais calma.
- Muito bem. Para desvendar este mistério vou precisar da ajuda de vocês duas. Gill Svenson era um grande desordeiro, e acabou fazendo muitas inimizades por aqui, então suspeitos não faltam. O que sugerem que devamos fazer agora?

Zaphyra ouve, aliviada, a afirmação da monja de acreditar na inocência dela e da amiga e enquanto apertam as mãos a monja diz que vai precisar da ajuda delas duas e afirma que o morto era um desordeiro e colecionou muitas inimizades com o passar do tempo e pede que as amigas sugiram com devem fazer para descobrir. 
 

A genasi pensa um pouco e responde: - Não tenho nenhuma experiência em investigação, porém seria bom verificar com as pessoas a última vez que viram o Gill com vida e que horas e checar com os funcionários a movimentação noturna. Talvez checar os negócios que ele vinha fazendo e quem ganharia com sua morte, ou se algum hospede teve de alguma forma sua vida ultrajada por algum ato do arruaceiro. Acho que se deve começar por aí.... É o que me vem à cabeça no momento minha amiga.

Lady Zan acena com a cabeça, e diz em tom determinado:
- Você esta certa, vou verificar isto. Obrigada pela ajuda.

A proprietária do Estrela então se despede rapidamente e vai em direção de um grupo reunido para iniciar as suas perguntas, sendo observada pelos olhos atentos de Redris. A ruiva, que até o momento tinha se mantido calada, se vira para Zaphyra, fitando-a com olhos verdes-claros. Estava visivelmente admirada.
- Nossa Zaphyra, você é muito inteligente! De onde aprendeu tudo isto? Se fosse eu, não saberia nem por onde começar!

Redris apóia a cabeça com a mão, o cotovelo firme no tampo do balcão. Seus olhos pareciam se voltar para dentro, como se estivesse relembrando algo.
- Na fazenda era tudo mais simples e monótono, dar comida para as galinhas, arar o campo, semear, colher, ordenhar as vacas. Era a minha vida e estava feliz com isto. Mas depois desta maldição que me forçou a deixar a fazenda dos meus pais e minha esposa, percebo que o mundo é maior do que eu pensava. E posso dizer que estou aprendendo muito com isto. Sinto falta da minha família, por certo, mas também não posso dizer que esta sendo de todo ruim...

Lady Zan interroga alguns hospedes e serviçais e retorna com as novidades.
- Depois que Gill Svenson saiu do salão central, ele foi visto discutindo com o clérigo Leopold do lado de fora da minha estalagem. Depois disto ele voltou para o salão, bebeu muito e foi dormir no quarto comunal, onde dormem os clientes que não desejam um quarto privativo. Gill mora em uma vila próxima daqui, mas frequentemente vem para ca beber e importunar meus clientes. O normal é ele voltar para sua casa, porém desta vez ele decidiu pernoitar aqui.

Redris acompanha interessada as informações. Ela leva a mão até o queixo, pensativa.
- Mas e se o matador for uma pessoa de fora? Pode ser que o assassino nem esteja mais aqui.

A monja arqueia os ombros, e torce os lábios.
- Que se há de fazer? Mas se for algum dos hospedes, ele ainda esta aqui, pois não deixei nenhum partir. Só que não posso deixar todos os suspeitos na estalagem por muito tempo, por isto teremos que achar o assassino o mais rápido possível. E se ele estiver ainda aqui, é bom estarmos todas armadas... Quem matou Gill pode decidir que a nossa investigação esta avançando demais, e querer nos parar... Precisamos nos defender.

Zaphyra escuta atentamente as novidades e pergunta para a monja: - Você já conversou com o clérigo Leopold sobre o teor da conversa deles e minha amiga, você tem o registro de quem dormiu neste quarto comunal na noite passada, já diminui bastante o universo de nossa busca não acha?
 
 
A genasi para e pensa um pouco e retorna a falar: - Se quiser continuar o interrogatório com nossa presença para ter mais segurança, eu mesma já estou pronta e acho que a Redris não me deixará só, é só você falar ou tem outra atribuição para nós?

- Você já conversou com o clérigo Leopold sobre o teor da conversa deles e minha amiga, você tem o registro de quem dormiu neste quarto comunal na noite passada, já diminui bastante o universo de nossa busca não acha?

Lady Zan acena com a cabeça brevemente.
- Leopold disse que se desentendeu com Gill, pois o morto tinha incomodado uma de suas acolitas na noite anterior. Não quis ouvir suas palavras sobre o respeito ao próximo e os males da bebida, algo que o deixou muito irritado.

A monja leva a mão aos cabelos, deslocando-os para o lado num gesto rápido e preciso.
- No quarto comunal dormia somente uma pessoa além de Gill, um comerciante de nome Rathen, indo para União. Ele disse que tem pressa, precisa ir logo para a capital.

- Se quiser continuar o interrogatório com nossa presença para ter mais segurança, eu mesma já estou pronta e acho que a Redris não me deixará só, é só você falar ou tem outra atribuição para nós?

Lady Zan sorri de canto de lábio, e coloca a mão no braço forte de Zaphyra. A força da pegada da monja era notável, e apesar de menor que Redris, parecia ter um vigor físico tão grande quanto o da ruiva.
- Obrigada, agradeço a colaboração. Quem vocês sugerem interrogarmos? – pergunta, olhando para as duas.

Lady Zan olha para as duas, fica pensativa por alguns instantes, e então diz:
- Certo. Bem, examinei o cadáver, e verifiquei que o mesmo tinha um grande ferimento na parte posterior da cabeça, causado por um objeto de impacto, capaz de rachar seu crânio. O assassino deve ser grande e forte, pois o derrubou em um único golpe, não tendo outros sinais de violência.

- E este Rathen é um homem com estas características? – pergunta Redris, interessada.

Lady Zan nega com a cabeça lentamente.
- Não, não, é um senhor de 50 anos, magro. De qualquer maneira é bom interrogarmos ele, pois pode ter alguma informação importante, já que dividiu o quarto comunal com o Gill. Venham comigo!

As três então vão ao encontro do comerciante, que estava no quarto comunal com sua bagagem já pronta para ir embora. Entre seus pertences estavam varias malas e valises.
- Muito bem - disse Rathen, com as mãos cruzadas por sobre o peito - que tudo isto termine logo, pois tenho uma reunião de negócios muito importante em União. Sou uma pessoa importante e atarefada, e minha carroça já esta la fora, esperando para ser carregada. Bem, o que posso dizer sobre ontem é que um assassinato numa estalagem é algo imperdoável, e que vou pensar duas vezes antes de pernoitar por aqui novamente!

Zaphyra escuta atentamente Lady Zan informar que examinou o cadáver da vítima e a lesão que o matou era um grande ferimento na parte posterior da cabeça, fruto do impacto de um objeto pesado, que rachou seu crânio e que com certeza este objeto foi manipulado por uma pessoa muito forte. Redris pergunta logo se o comerciante era forte, o que a monja nega, afirmando ser um velhote de 50 anos e magro.
 
 
A monja ainda assim insistiu para interroga-lo visto que dormiu no quarto comunal com a vítima e encontram o comerciante, já pronto com toda a bagagem pronta e com uma certa arrogância, estranha para quem dormiu em um quarto comunal, reclama que é um homem importante e que tem negócios importantes em União e ainda fala mal da estalagem, dizendo que é imperdoável um assassinato na estalagem e que vai reavaliar se hospedar lá de novo.
 
 

Zaphyra chama a monja para o canto e sussurra sua observação: - Com tanta bagagem ele deve ter carregadores fortes que podem ter executado o crime, devemos examina-los todos e se é tão importante e rico porque estaria aqui no quarto comunal, se não fosse para ter acesso ao falecido e a arrogância dele é para nos intimidar a continuar a investigação, para mim, as minhas suspeitas só aumentaram!