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    Capítulo 2

    GodHades
    Cavaleiro Jedi
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por GodHades Qui Dez 21, 2017 2:10 am

    Não era nenhuma coisa nova que os primos andavam juntos, qualquer um lá já teria visto essa cena uma ou tres vezes, pelo menos vez ou outra. Hayoung era uma menina esquecidinha e também curiosa, com sua reação Dong esboçou um meio sorriso, contudo essa reação foi breve e se desmancha rapidamente. Depois de se despedir dos amigos, e de Stella, ele finalmente seguiu com a garota, passando pelas escada, os prédios e o chafariz. A paisagem não o distração em sua passagem pelos locais, estava focado em ir embora e cada um dos companheiros tomou o rumo da roça.

    Stella quando olhou os dois juntos veria que o semblante de Kyung estava pesado, ele não parecia estar muito feliz.

    Isso era uma pergunta constante feita no dia de hoje "você está bem? ta tudo ok?"

    Dong estava ligeiramente diferente, os mais próximos dele chegaram a perceber isso mas não conseguiram tirar uma informação proveitosa ou pelo menos consistente, do por que. A noite passada mexeu com ele, por mais que seu intelecto não admita tal. Não foi no jantar em si, com aquela comida maravilhosa e a presença do patriarca que sempre lhe levantava a moral, mas a reação de seus pais... em especial, a mãe, foi o que lhe deixou com aquela alfinetada. Isso lhe afetava, ele podia bater o pé e dizer que não, que era indiferente a situação familiar... mas de certa forma isso machucava.

    E ao que indica, não era algo que cicatrizava facilmente.

    - Vou mais ou menos, prima, vamos conversar melhor no carro, sim?

    Chegou a olhar Stella uma ultima vez, a garota parecia indiferente já entrando no seu transporte, de maneira até um pouco solitária..

    Depois que Hayoung entrou, o primo foi logo atrás, por ser baixinho não precisou nem se abaixar muito para entrar e fechar a porta, puxando a sua mochila cinzenta para perto do colo.

    "Será que ela ainda se recorda que comprei algo?Capítulo 2 - Página 7 OeWV6jICapítulo 2 - Página 7 OeWV6jI"

    Dong ainda se recordava daquelas palavras ditas pela prima mas não sabia se ela, depois dos ocorridos de hoje, estava com a mente afiada. Lá dentro ele mexeu num dos bolsos pequenos da lateral de sua mochila, parecia ter um estojo azul com o logo de uma estrela que parecia adornar um escudo vermelho e branco, la era onde guardava alguns comprimidos. Com cuidado pegou usando o indicador e polegar, até levar a boca e sorver apenas uma unidade. Parecia ser algo semelhante a aspirina. - Quer? - A ofereceu, mesmo sabendo que Hayoung não deveria ser... hipocondríaca como ele, mas pessoas assim costumam incitar as outras a ter as mesmas patologias.

    - Então! Recebemos bastante trabalho para concluir, creio que anotou tudo... - Iniciou com uma conversa sobre os estudos. - Soa correto eu questionar se já tem ideia do que vai fazer? Nas maquetes... nos livros... - Deu uma boa olhada na cara dela, ainda um pouquinho sério, agora dentro do carro, Dong tirou os óculos um pouco para relaxar.

    Capítulo 2 - Página 7 XriemWI

    Como estava proximo de Hayoung (imaginei sentados lado a lado por que deve ser grande o carro) ele poderia olha-la sem se incomodar muito com a vista.

    A garota é quem teria a rara visão do primo sem aquele aparato... não que mudasse grandes coisas, mas fazia um certo ar de intimidade, dele se soltar perto dela.

    Hee-Kyung aguardava pelas respostas dela, a olhando tranquilamente. Hayon percebe que ele não mexia no celular, não fazia nada...

    Sua atenção era totalmente dela, poderia até oferecer ajudar nesses estudos que havia perguntado momentos antes, mas não se recorda da ultima vez que ela pediu socorro sobre isso; por isso não ofereceu de pronto.

    (não mencionei sobre o tempo que passou por que ele começou a falar agora)
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Qui Dez 21, 2017 2:22 am

    Aquele silêncio entre o pedido de desculpas e a resposta da chefe pareciam durar milhares de anos.
    Pelo menos os presentes ali não estavam caçoando ou protestando com a situação. Estavam calados, mas Won ainda tinha vontade de abrir um abismo e pular nele para nunca mais ser visto.

    Hyosang escreveu:- Sim. Contei que você fosse responsável e tivesse juízo. Disse que tinha conseguido uma bolsa de estudos na WangJo e parecia um menino centrado. Mas aí...dois dias depois, me aparece com um braço imobilizado.

    As palavras golpeavam Won como um soco muito bem aplicado no queixo. De certa forma ela revelara que havia o achado responsável e confiável, e essa informação tornava encarar este momento muito mais difícil.

    Won apenas escuta em silêncio, a cabeça baixa.

    Hyosang escreveu:- Do que vai adiantar você ficar até mais tarde? Alguém vai ter que ficar com você, não é? Porque eu não sou doida de confiar a chave a um menino que arranja confusão.

    "Ela tem razão..." não conseguia encarar a chefe nos olhos. Apenas manteve a cabeça baixa e se controlou para manter-se com uma expressão neutra.

    Um amigo até tentava interpelar por Won mas ela já estava furiosa, ou decepcionada, demais para escutar. Mesmo assim se sentiu grato por ter pelo menos um pouco de apoio ali, mesmo vindo de estranhos.

    Hyosang escreveu:
    - Não sei o que fazer com você, Won-Bin! Eu realmente tinha gostado de você, mas como posso confiar agora?! -

    Won não tinha palavras para responder isso. Sentia o peito apertar, esse era o pior sentimento de todos...tudo que havia sentido ruim da noite anterior retornara à sua mente. Como podia sequer pensar em ajudar os outros se não podia cumprir com a confiança que lhe colocavam antes?

    O pior sentimento em falhar é decepcionar quem você quer agradar. E esta era só a primeira pessoa com quem devia se desculpar hoje.

    A chefe rosnou para que esperasse e se reuniu com Shin-Hee. Won sentiu o ar voltar aos pulmões, nem tinha notado que estava segurando o a respiração esse tempo todo.
    Os amigos da chefe tinham ficado e apoiavam Won de certa maneira.

    - É preciso muita coragem para vir até aqui e pedir desculpas por um erro. - O linguarudo Quan Lei falou. - E também parece honrado por defender os amigos. Também tive minha quota de confusões por isso.

    - Todos nós já tivemos. - Myeon disse de um jeito mais gentil. - Fique calmo, rapaz. Hyosang pode parecer brava, mas ela sabe ser justa.

    Won respirou fundo.

    -É a primeira vez que isso aconteceu...Mas deu tudo tão errado ontem. Obrigado, ela é uma chefe legal, mas eu pisei na bola... - respondeu a eles, mais encarando o chão que olhando para os dois.

    Hyosang voltava. Won já imaginava como contaria a notícia da demissão ao pai mas...

    Hyosang escreveu:- Vá se trocar. - Disse meio ríspida. - Você está sob análise até sábado, prove que não estou errada por dar uma chance e você. - Hyosang bufou. - Anda, Won-Bin! O que está fazendo parado aí!?!? Vai trabalhar!!!

    Os olhos de Won se arregalaram. Então ainda havia uma chance? Uma chance das coisas darem certo!?

    "Eu vou fazer esse chão brilhar mais que o sol!"

    -Obrigado. Muito obrigado! - disse e logo saiu apressado se trocar. De soslaio viu a interação de amizade daquele grupo de amigos.

    "Então é assim?"

    O olhar sanguinário, não, observador da chefe estava sobre Hwang o dia inteiro. Disso ele tinha certeza.
    Won mesmo com uma mão só daria seu melhor, se possível daria 200% de si nas tarefas do café. Limpar, atender, não importa o que fosse, estaria sempre com um sorriso para lidar com os clientes e não faria nenhuma reclamação mesmo se sentisse dor por forçar o braço.


    "Eu tenho que voltar ao médico e pedir pra ele fazer duas talas pros dedos. O braço inteiro...não dá pra ficar assim"


    O horário passaria voando, Won nem queria pensar no próximo desafio.
    Assim que estivesse com o movimento menor, se aproximaria da chefe.

    -Eu preciso sair e ir ao dojo onde eu treinava avisar sobre...sobre meu braço - ele fala da maneira mais respeitosa que conhecia - A partir de amanhã eu ficarei algumas horas a mais, se me permitir

    Teria de reconstruir toda a confiança que tinha sido depositada nele. Era como subir um penhasco tendo perdido a corda e picareta.

    -Muito obrigado de novo pela nova chance - se despediria.

    A próxima parada seria a pior. Colocou os fones de ouvido e partiu rumo ao dojo.

    Talvez fosse a última vez que pudesse visitar seu segundo lar.


    ...

    "Eles já devem estar em aula" Won se demorou um pouco encarando o letreiro, a placa com o nome do dojo e do mestre Baek. Uma sensação nostálgica de quando entrou ali pela primeira vez o percorreu.

    Entrou, concentrando coragem para pelo menos conseguir mover as pernas na escada. Em sua mão estava o nunchaku, a arma de seu crime.

    Engoliria em seco quando visse o mestre Baek: a rocha incólume que nunca era abalado por nada. O quão decepcionado estava por ter quebrado sua confiança e as regras do dojo?
    "Maldita ideia que eu tive. Se eu tivesse feito diferente..."

    Esperaria que o mestre estivesse livre para conversar com ele. Assim que estivessem frente a frente, e sem se importar quem estava ao redor, Won tentava a única coisa que lhe restava fazer.

    Won se curva, mais do que se curvou para Hyosang, quase ficando completamente colado no chão.
    "Que se dane essa dor! Se eu precisar quebrar de novo pro mestre Baek ver como eu me sinto, eu quebro!"

    -Mestre, eu falhei com você, falhei com o dojo e falhei com a arte do taekwondo. Eu fiz o juramento de nunca usar o que aprendi aqui de forma errada e mesmo que eu tenha tentado proteger amigos...eu errei, da pior forma possível - Won puxa todas as suas forças para não chorar ali mesmo. Jamais conseguiria encarar o mestre nos olhos.

    -Quero pedir perdão ao senhor e a todos aqui pelo meu erro, assim como devolver o que peguei sem direito - se levantou o suficiente para entregar o nunchaku ao mestre.
    -Este lugar...aqui é onde eu descobri quem eu queria ser, é minha segunda casa...entendo se o senhor me banir para sempre do dojo. Mas eu quero pedir perdão por tê-lo decepcionado

    "Por favor, acabe logo com isso. Por favor..." os olhos estavam quentes. Não ia conseguir ficar ali, daquele jeito, por muito mais tempo.

    Capítulo 2 - Página 7 JCPjtiU
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Natalie Ursa Qui Dez 21, 2017 3:46 am

    MiSoo fez uma careta que ficava entre a incredulidade e discordância quando Mia falou sobre o irmão de Jung Mi. Não conseguia imaginar AQUELA pessoa como um “verdadeiro príncipe”.

    - Tem certeza que esse daí é o mesmo garoto? O garoto com o cabelo de ketchup da sala pareceu meio assustador. - comentou enquanto coçava a cabeça atrás da orelha.

    BoMi comenta mais sobre o garoto e MiSoo concorda com a cabeça.

    - É verdade. - cobriu o rosto com as mãos - Eu também fiquei! Aishhhii!! Jung Mi ficar assim também?? Espero que nãooo!

    Mia se mostrou incrédula e BoMi confirmou, mas logo se virou para a tenista.

    - Ye. Não queria ficar me escondendo mesmo. Aquelas meninas iam achar que podem dizer o que quiserem para nós se percebessem isso… - respirou fundo - Agora deve estar tudo bem. Menos motivos para as cobrinhas pegarem nos nossos pés. - deu um sorrisinho quase vitorioso de volta quando BoMi lhe segurou as mãos.

    MiSoo então jogou a pergunta para BoMi, com aquele sorrisinho maldoso e a amiga lhe respondeu sobre o convite de Ryu.

    Enquanto Mia ficava super animada com o convite que BoMi recebera, MiSoo apenas franziu as sobrancelhas, sem saber o que dizer, claramente não compartilhando da alegria da amiga atleta.

    O que estava acontecendo esse ano? EunBi parecia ter interesse no garoto mal educado e agora BoMi ia sair com Ryu?? Era assim que iriam começar a deixar MiSoo de lado? Era graças à companhia sempre constante de suas amigas e de sua avó que a garota conseguia suportar viver junto com seus pais -e anteriormente com MinJi também. Será que com as amigas querendo dar atenção à garotos agora, poderiam elas continuar sendo parte de sua força para se manter sã, sem sucumbir aos horrores da vida superficial e interesseira que a mãe e a irmã tanto prezavam? Tais pensamentos atravessaram a mente da garota ao ouvir sobre o “casal lindo” que Ryu e Bomi formavam, segundo Mia.

    Ouviu o resto do que BoMi tinha a dizer sem se manifestar. Já não estava prestando tanta atenção na conversa. Não deveria pensar assim, não é? Não poderia aprisionar suas amigas consigo para sempre. Elas eram lindas e incríveis, o que MiSoo poderia fazer sobre garotos que se interessassem por elas? Será que iriam abandona-la um dia por causa de garotos?

    MiSoo voltou a prestar mais atenção ao ouvir BoMi dizendo que não sabia se gostava de Ryu desse jeito. Já estava para suspirar, com certo alívio, quando ela mencionou o irmão e o encontro dele.

    Mais um…

    Já tinha quase esquecido sobre isso... E nem precisava lembrar, pois tinha lhe deixado irritada antes.

    Não eram amigos há tanto tempo quanto MiSoo era de BoMi e EunBi, nunca teve participação em ampara-la quando MinJi fazia da casa da família um inferno, mas mesmo assim a ideia parecia lhe causar uma sensação tão ruim quanto a de perder as duas para garotos. Era o primeiro que iria perder? Tinha quase acontecido isso, não fosse pela mensagem que ele tinha mandado… Que MiSoo não sabia como responder… Será que deveria responder mesmo?

    Mas... Ainda havia aquele tal ciúmes de seus outros amigos. Devia ter motivo, não é?

    E também no dia anterior achou que o garoto parecia contente ao telefone, certamente com sua namorada do outro lado da linha, mas nesta manhã demonstrava o contrário... Parecia triste, ou desanimado. Não deveria estar contente com o tal encontro?

    Cada vez que pensava sobre não chegava em lugar nenhum. Só sabia que não estava pronta para perder as pessoas à sua volta!... E quando estaria?

    Não agora. Não se sentia forte o suficiente para andar sozinha. Mas será que poderia mesmo fazer algo?

    Já estava calada por tempo demais por isso voltou a atenção à conversa.

    - Não vamos sair mais no domingo, então… - concluiu totalmente desanimada - Por que ir só para ficar de olho nela? - perguntou um pouco aérea - Não seria perda de tempo?

    Quando BoMi disse que suas amigas eram sua prioridade MiSoo finalmente esboçou um sorrisinho verdadeiro, contente com a afirmação dela. Quer dizer que pelo menos BoMi não lhe deixaria de lado tão cedo. E Mia, talvez?

    - Podemos ver de fazer algo… Se você não quer ir nesse encontro bobo. - imitou a expressão de beicinho de BoMi - Uh… Mas eu preciso resolver como fazer esse dever de casa de literatura… Eu não sei fazer poemas… - jogou um assunto meio aleatório, queria acabar logo com aquela conversa que estava lhe incomodando muito, não queria mesmo saber dos encontros do amigo, por isso mesmo tinha ignorado a conversa no refeitório.

    Só que Mia fez questão de voltar ao assunto.

    MiSoo arregalou os olhos com a ideia de Mia e mordiscou o nó do do polegar. A última coisa que queria era seguir casais!!!

    Quando as duas riram para amenizar o clima, MiSoo acompanhou, apenas para melhorar a situação esquisita, mas o sorriso logo se desfez quando elas a encararam esperando que dissesse algo.

    - Podemos ir no shopping sim, mas… Ser stalker? Por que eu iria querer seguir eles? Aliás. - pegou o celular e ligou a tela - BoMi-yah, seu irmão acabou de me mandar um pedido de desculpas. - mostrou a mensagem para as duas - AH! Mia-yah! Ontem nós tínhamos brigado no refeitório. - explicou a amiga que estava por fora da discussão, enquanto fazia uma careta irritada - Otoke? - disse de modo meio neutro, disfarçado - Talvez eu devesse aceitar, mas impondo boas condições, já que demorou tanto e foi por uma mensagem de texto. - fez bico, não estava satisfeita que o pedido de desculpas fosse por mensagem - Será que ele entende de poemas para a aula de literatura? Ahn… Não parece uma boa ideia… - logo se repreendeu pela ideia que lhe passou pela mente - Vocês tem alguma ideia?[/center]
    Capítulo 2 - Página 7 TAcYbQP
    Luxi
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qui Dez 21, 2017 10:28 am

    Hyemin limitou-se a um “Ah, tá bom” para o pai em relação a Ópera. Estava muito distraída com o celular para pensar muito nisso, apesar de ter achado meio chatinho o programa, ele estava muito lá na frente para se focar nisso. Além disso, não estava muito em posição de ficar reclamando.

    Só ficou um pouco feliz que pelo menos sairia com a tia também naquele evento e sorriu para ela quando suas bochechas foram ajustadas. Talvez só conseguisse mesmo controlar o excesso de blush quando fosse uma mulher mais adulta.

    Passadas as apresentações, ela ficava rindo para o celular, digitando maldades com seu grupinho, ignorando todo mundo à mesa e deixando que seu rosto falasse por si.


    “Nana você é terrível hauhauauhau”

    “Tb achei ela super metida. Tá tratando minha tia super mal e ela nem fez nada!”

    ”Como assiiiiim clube da moda? Quem foi que deixou ela passar da porta??? Haahahahahah”

    “BeoumSu vai sofrer, tadinho. HAHHAAH”

    “Eita. Ela é boa mesmo? Achou algum trabalho dela? :O”

    “Pera que ela tá me olhando”


    Ergueu os olhos, piscando surpresa, tirada de seu mundinho virtual. Não conseguiu não esboçar um sorriso, que na verdade era quase uma risada, porque tinha acabado de falar dela em relação a esse clube e ia soltar uma frase amistosa, quando a tia se meteu. A resposta de SoNa criou um bico no rosto da garota, que desistiu de interagir.


    “Gente. essa menina é uma cavala!!!!! Acabou de dar um coice na minha tia, que só tava tentando falar com ela.”


    Hyemin não se meteu na briga entre enteada e madrasta, mas respirou fundo, espiando o pai naquela situação. Ela mesma acabou sem saber o que fazer, já que SoNa tinha acabado de fazê-la engolir o “Soube que você é ótima na costura”. Tanto faz. Aquela menina era uma tonha mesmo. Provavelmente responderia toda grossa.

    Ela mordiscou um tanto constrangida seu cha siu bao, um bolinho de porco com barbecue.

    Chun Ja quebrou o silêncio com os convites para a Ópera e até então, ela só assentia de forma educada, pensando que seria bem legal ficar perto da unnie de Moda e quem sabe estreitarem laços, quando de repente ela mencionou o sobrenome Wang e seus olhos cresceram em ansiedade. Soltou um suspiro de surpresa. A presença das outras duas famílias não importava nem um pouquinho. Seu coração disparou no mesmo momento  e a mente viajou bem longe.


    Capítulo 2 - Página 7 Omg10


    Wang Miwoo chegava com ela no camarote e lhe tinha oferecido o próprio paletó para protegê-la do ar condicionado. Esperava que ela sentasse e então ficaria a seu lado, de repente virando o rosto para ela e comentando: “Tento assistir, mas sua beleza me distrai” “Ai oppa~~~”, respondia com o rosto nas mãos. “Não quer sair deste lugar chato?” Ele perguntava e ela assentia. “Vou levá-la àquela patissiere. É choux cream seu doce favorito, eu acertei?”

    Quem a observasse a veria fazendo alguns movimentos com o rosto, vividamente naquela experiência, inclusive concordando com a pergunta imaginária. Seu rosto estava iluminado com as possibilidades que cresciam e seu estado emocional foi elevado a “unicórnio”. Ela estava completamente abobalhada.

    - Ah~~ Que ótimo, tia~~~ Eu adoooooro ópera  - mentiu com um sorriso enorme no rosto, apoiando os cotovelos na mesa e suspirando enquanto sonhava sozinha.

    Precisava urgentemente marcar: cabelo, shopping de emergência, unhas, tratamento de pele…

    Tinha que estar absolutamente perfeita e princesa para encontrar seu amor querido.

    A menina ficou um bom tempo avoada, sonhando sozinha e, se tinha dificuldade antes de interagir, agora é que estava perdida de vez. Balançaria a cabeça, falaria algumas bobeiras aqui e ali, mas sua cabeça não voltaria tão cedo para lá. O máximo que fez, foi pegar o celular e encher as amigas de mensagens.

     
    “MENINAS
    REUNIÃO DE SHOPPING URGENTEEEE. Alguém pode ir agora???”

    “Acabei de descobrir que eu vou ver o Miwoo oppa na ópera!!!!”

    “Por favoooor, me deem dicas pra sábadoooo. Que vestido eu uso?”

    “Nana, você é tão bonita e sempre atrai os garotos, o que você acha que eu uso?”

    “Wonah, seu cabelo ficou maravilhoso, quem cortou? Quero fazer um penteado com ele”

    “Aiii eu estou tããão nervosa preciso estar perfeita.”

    “Alguma de vcs vai lá tb?? A unnie de Moda vai ficar no meu camarote. Legal né?? AI, MAS MEU NOIVOOOOO. ”


    A menina estava absolutamente feliz, rindo sozinha para a janela e passando a navegar pelo Pinterest em busca de inspirações. Já começava a mandar mensagens para agendar seu dia de beleza, era quase como se fosse mesmo uma noiva. Sua ansiedade e alegria estavam a mil.
    O motorista seria agraciado pela música Likey, do Twice, que traduzia muito bem todos os sentimentos bobos, rosados, infantis e desconexos que ela estava guardando agora, com direito a uma coreografia especial com os dedos, que viraria uma tentativa completa no quarto, quando chegasse em casa, precisava pular com a música no quarto para extravasar.




    Tradução:


    Capítulo 2 - Página 7 K70sAbf
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qui Dez 21, 2017 7:23 pm

    OFF: atenção, gente, este post está meio pesado, eu achei.

    Se você se identificar com alguma coisa dele, por favor, procure ajudinha. Tem um site que eu gosto muito que é o 7Cups, ok? Por favor, visite ele: https://www.7cups.com/ tem falantes em portugues eu acho.

    De qualquer forma, quero que leiam com um olhar crítico, porque meu personagem ESTÁ ERRADO. E se vc concorda com ele, espero que consiga ver de fora e veja como as vezes os próprios pensamentos nossos são ruins pq estamos ignorando um monte de coisas boas e pessoas que nos querem bem. OK?

    Enfim, mta gente pode ler esse meu aviso e achar exagero, pq eu nem escrevo bem assim, mas eu acho importante falar sobre isso porque é um fórum aberto e qualquer pessoa pode cair aqui por acaso ou ler de curioso.

    Ok, vamos lá.




    Hyun Hee se endireitou, erguendo um pouco o corpo ao receber a primeira resposta tão dura. Estava em choque pela franqueza que o profissional falava aquilo. Engoliu em seco e absorveu aquelas palavras como marteladas na cabeça.

    É verdade que o avô poderia ter se livrado dele há muito tempo, se quisesse. Sentiu uma pontada de vergonha de ter se aberto daquele jeito e ser tratado como um moleque.

    Se ele já tinha saído da posição de vítima, perseguida, o que mais ele tinha dito? Ia lembrar de todos os termos sempre. Vítima perseguida, oprimida, revoltada e incompreendida. Sentou-se e abaixou o rosto, sentindo aquela crítica pesada fazer parte dele. Era um lixo completo mesmo, segundo seu próprio profissional da saúde.

    Era um estorvo para todo mundo. Nenhuma pessoa que se relacionava com ele saía feliz. Até aquela menina. Todos estavam chocados, assustados, magoados ou irritados por causa da existência dele. Era assim que via quando se colocava no lugar deles. Não estava fazendo bem para ninguém, mas talvez ninguém quisesse ativamente acabar com ele. Preferiam ignorá-lo mesmo. Torná-lo um nada. Pois era isso que ele era: uma pessoa que era apenas um incômodo para todos, uma verdade inconveniente que estava ali, mas que ninguém queria tirar de jogo porque ninguém tinha uma mente maluca o bastante para isso.

    Um ser humano como ele, que era um mero objeto de estudo para aquele psiquiatra, e ao mesmo tempo visto com algum desprezo por ele. Sentia a cabeça pesada, como se nem existisse uma pilha de livros ali em volta. Ao menos pararia de soltar ironias…

    Quando abriu a boca para falar, parte dele estava em busca de algum conforto. Mesmo que fosse provocativo e duro com suas palavras, ele queria uma mão, ele esperava ter uma pequena voz que o guiasse para fora daquele túnel, mas no momento era tudo o que tinha: estava preso no esgoto de seus pensamentos e com a sensação de que não conseguiria jamais sair de lá, por não conhecer o caminho. Agora, que nem mesmo uma pessoa da saúde tinha respostas para ele, ele tinha certeza de que seu sofrimento não acabaria e uma dor no peito começou a incomodá-lo. Arregalou um pouco os olhos. Mesmo morto não serviria de nada para ninguém? Um número, mais um. Era tão inútil a vida dele assim que faria a menor diferença? Ainda que falasse em querer morrer, sua vontade ainda era apenas de não acordar após tomar remédios, mas não tinha pensado ainda em realmente…

    Talvez só assim. Ou melhor, nem assim. Era um sentimento confuso que o invadia agora, de perceber que sua morte não faria a menor diferença. Não é como se estivesse querendo chamar a atenção, mas ainda tinha uma parte dele que queria se fazer de rebelde só esperando alguém gritar com a mesma intensidade do outro lado que isso não era verdade.

    O psiquiatra o fazia achar que estava reclamando de mais por um percurso de vida que todas as pessoas no mundo passavam. Pensando bem, era verdade. Jung Mi tinha sofrido o mesmo que ele, mas não estava louco. O avô tinha perdido a filha e não estava louco. Tantas pessoas tinham perdido muito mais e moravam como mendigas no túnel de Seul e não estavam reclamando de barriga cheia que nem ele. Aquele menino engraxate não estava reclamando. Ninguém estava reclamando. Só ele. Mesmo tendo dinheiro para comprar o que ele quisesse, ter saúde, estudar na melhor escola… por que estava reclamando? Por que era tão mente fraca e incapaz até para controlar um sentimento?Era tão inutil a ponto de não conseguir nem mesmo administrar uma coisa tão simples quanto uma tristezinha? Porém… tudo o que estava fazendo era tão natural que ele não conseguia dizer simplesmente “vou parar de fazer isso”. Isso o fazia sentir-se ainda pior, pois significava que seu problema era muito mais na essência, era uma personalidade lixo, tinha nascido estragado e fraco, incapaz de lidar com problemas, porque mesmo sabendo de tudo isso, do quanto milhões de pessoas no mundo estavam muito piores, ele continuava se achando autoimportante a ponto de estar ali de frescurinha em uma consulta psiquiátrica, como se fosse uma garotinha mimada, com direito até a babá do lado de fora.

    Hyun Hee sentiu-se tão desesperançoso que não tinha nem mesmo a vontade básica de encerrar a própria vida e esse medo repentino de tentar fazê-lo o deixava ainda pior. Pois significava que era mais fraco ainda, não servia nem para isso, não era? Piscou, surpreso com a declaração do médico de que todas as suas medicações estavam erradas e isso o tirou um pouco do estado de torpor. Como seus remédios estavam errados? Ficou apavorado com a ideia de estar se envenenando esse tempo inteiro e, ironicamente, acabar enlouquecendo mais ainda. Era difícil não achar que não tinham tentado matá-lo com aqueles remédios, mas o psiquiatra não estava alarmado por causa disso. Tinha acabado de dizer que o avô não queria matá-lo -- e tinha até sido irônico para dizer que ele compraria seus remédios.

    Na verdade, estava confuso. Não conseguiu dizer nada, só aceitar que seus remédios seriam trocados e outras pessoas mais adultas e responsáveis tomariam conta de sua vida, mais uma vez, porque era um completo inútil.

    Balançou a cabeça. Piada. Não tinha essa história de remédio errado. Ele é que tinha uma série de remédios que simplesmente não estavam funcionando nele porque ele estava realmente com a cabeça destruída e agora precisava de algo ainda mais forte.

    Quando a sessão acabou, ele fez uma reverência básica, concordando em testar um remédio novo, e saiu soturno da clínica. Andou independente na frente em direção ao carro. O caminho pela ala psiquiátrica era pesado e ele só conseguia se imaginar daqui a pouco tempo virando tão louco que precisaria mesmo ser internado. Se esses remédios ai não fizessem o tal efeito, então não haveria mais saída mesmo. Não acreditava que adiantaria. Pra que tomar tanta besteira se não se sentia nem um pouco melhor? Os remédios estavam errados. Estavam, é?Era só um papo de psiquiatra com seu ego brigando com o profissional de outro país. Como que alguém erraria assim? Eles podiam testar qualquer coisa nele, como um rato de laboratório que não ia adiantar.

    Não estava em muitas questões para pensar sobre isso, por ora. Entrou no carro e encostou a cabeça no apoio do carro, olhando para cima. Que vergonha, hein? Que orgulho para seus pais ter um filho viciadinho que precisava de drogas para continuar vivendo como um ser humano normal fazia todos os dias.

    Deu um pequeno sorriso. Enquanto a mente de todas as pessoas normais só precisava existir sozinha, a dele precisava de química e uma força médica completa para entrar no que seria o normal. Mas também… tinha matado seus pais com a apresentação idiota. Pra quê? Nem era mais um esportista. Tinha jogado fora a vida de seus pais a troco de nada, para ser um inválido que era visto com escárnio quando vivo, e um número quando morto.

    Seus “amigos” dariam risada de sua condição, com certeza. Se soubessem pelo que ele estava passando de verdade, as pessoas apenas o desprezariam. E seu irmão? Era para ser um exemplo para ele, uma referência, mas era extremamente inferior ao caçula. Parecia que todos tinham seguido e ele tinha ficado para trás, andando em círculos atrás daquelas consultas ridículas que não levavam a lugar nenhum. Um dia, ele seria apenas uma memória de uma pessoa louca que passou na vida delas, se é que lembrariam dele. Será que valia a pena? Vali a pena tentar o remédio novo?

    Ele não diria nada, mas a verdade é que ele não queria testar. Podiam comprar o remédio, fazer o que quisessem. Mas não ia tomar. Sentia-se enganado. Ficou mais de um ano fazendo tratamento para uma coisa que não adiantava nada? Tinha perdido todo aquele tempo para descobrir que continuava a mesma coisa? Cada vez mais sentia que não sairia do lugar, mas não tinha forças nem para colocar um fim naquilo.

    Quando deu por si, estavam em casa. “Casa”. Doía só de perceber onde estava. Ele saiu do carro e ficou alguns minutos apenas observando a entrada daquela bela mansão. Carregou suas coisas para o quarto e ignorou qualquer aproximação, apenas chegando lá e trancando a porta. Não queria ver nenhum outro ser humano ali dentro nas próximas muitas horas.

    No fim, nem comprou a droga da tinta de cabelo. Ele se jogou na cama e ficou assim, sem nenhum pensamento diferente dos que já tinha, por algum tempo que ele não soube calcular. Depois levantou e foi tomar um banho, pegando os remedios que sobraram e um dos frascos ele chegou a ver capsulas cairem na pia, quando ele pensou que não era uma boa ideia se desfazer daquilo que já lhe dava algum conforto. Botou na boca um remedio fora de hora e encarou o espelho. Era uma tarefa difícil de se fazer, porque não dava orgulho nem a si mesmo. E se ele tentasse, como seria? Talvez… mais alguns remédios e ele poderia ter aquela sensação de apagar de novo? Espiou o frasco em sua mão e as capsulas que ainda estavam na pia. Talvez… O gosto amargo do remedio que dissolvia na língua e o fez botar a boca debaixo da torneira. O coração disparou de repente com a ideia ousada, mas seu paladar o alertou que não seria uma boa ideia.

    Suspirou e abandonou o clique momentâneo, mas fechou o frasco escondeu o resto no armarinho embaixo da pia. Algum dia precisaria disso. Estaria lá, caso ele quisesse. Caso precisasse. Era uma escolha dele, não é?Pelo menos isso podia escolher…

    Então se meteu debaixo do chuveiro. As palavras do psiquiatra ainda faziam algum sentido, falando sobre ser uma estatística. Mas às vezes era isso mesmo que ele era. Um nome numa lista de chamada, numa parede… ele não podia fazer o que quer que o avô tinha planejado para ele, porque só estragaria tudo. Às vezes estava bom ser estatística. Pensaria sobre isso.

    Depois do banho, voltou a se jogar na cama. Mais algum tempo se passou até que ele pegasse o celular e desse uma rolada pelas mensagens e vida que acontecia lá fora. Acabou deixando a mão relaxar e derrubar no chão. Que ideia ruim. Não tinha nada de interessante na vida dele, e ele não se importava com ninguém para conservar um celular. Ninguém ali entendia como ele se sentia.

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    Mensagem por Persephone Qui Dez 21, 2017 11:43 pm

    [DONG]

    Não era mentira que Hayoung atraía rótulos como bobinha ou esquecidinha. Sua expressão sempre alegre e convidativa misturado com a veneração que sentia por Hyemin, faziam dela uma figura bem caricata, facilmente descartável ou desconsiderada pelos outros alunos. Porém, para Dong não.

    O observador e inteligente garoto conhecia bastante a prima para saber que ela era muito mais do que aquilo que a limitavam. Sabia que por trás daquela carinha ingênua, havia uma menina que passava por sufocos em casa - não era preciso viver na casa dela para saber como os pais agiam com ela. Os encontros já falavam por sí só para Dong. E, talvez por isso mesmo, ele se sentia mais confortável em ser honesto com ela.

    Esperando, quem sabe, que ela tirasse aquela expressão falsa e mostrasse a realidade.

    De fato, foi o que aconteceu, pois os ombros dela caíram um pouco enquanto ela ajeitou a mochila nas costas e meneou positivamente.

    - Ye… - Concordou. - Vamos conversar no carro.

    Olhou de banda para o primo e ficou esperando. Ao olhar para a frente, viu a expressão que a mestiça carregava para Dong. Hayoung queria perguntar o que é que tinha ali, afinal. As meninas falavam tão mal dela e Eun-Seok tinha uma postura tão diferente das coreanas. Era isso que o atraía? Por que eles eram amigos? Por que ele tinha que se importar com ela?

    Em resposta à encarada de Stella, Hayoung fez um biquinho arqueando uma das sobrancelhas e dando meio passo na direção de Dong. Seria algo bem discreto para o menino, mas faria a cara de Stella ficar um pouco mais séria. A prima escondeu o sorriso cínico, mexendo na ponta dos longos cabelos negros até apontar para o carro e convidá-lo a partir com ele.



    Essa leve vingancinha social tinha feito bem a ela, mas depois que passava, sentia um grande vazio.

    Por isso a expressão dela já estava triste de novo ao entrar no carro e se acomodar. Ficou do outro lado do carro, na ponta e deixando um espaço no meio para que colocassem as mochilas ou simplesmente deixassem vazio para demonstrar o respeito. As mãos ficaram sobre a saia do uniforme, mas o olhar observava com atenção o que ele fazia. Ao ouvir a pergunta sobre as pílulas, ela meneou negativamente.

    - Ani. - Suspirou. - Você não acha que isso vai acabar fazendo mal para o seu fígado um dia? Tantos remédios… - Disse num tom preocupado. - Espero que você acompanhe com um médico, pois não gostaria que ficasse mal por isso.

    Suspirou e ajeitou o cabelo. Pouco a pouco, ela ganhava uma postura diferente, menos bobinha e sorridente, mais séria e ponderada. O primo começava a puxar assunto sobre os trabalhos de casa, mas Hayoung não o encarou de imediato. Ao invés disso, ela levou a mão até o botão na porta do carro e apertou um deles, começando a fazer o vidro se levantar diante deles. O motorista franziu as sobrancelhas, não gostando daquela atitude, mas Hayoung estava determinada e não queria que ouvissem sua conversa.



    Não queria que o conteúdo chegasse aos ouvidos dos pais dela.

    Dong tinha tirado os óculos nesse meio tempo e Hayoung virou a cabeça para encará-lo.

    - Miane, Hee Kyung-oppa… - Disse séria e com os olhos meio marejados. - Não estamos aqui para falar de escola, não é? Pelo menos eu não.. - Foi sincera. - Eu preciso pedir perdão por ontem.



    A voz dela embargou um pouco, mas só a ponta do nariz ficou vermelha.

    - Sinto muita vergonha pelo que meus pais disseram para você e seus pais. Sinto muito por isso e...quero que saiba que eu não concordo com eles. Gosto de você, mesmo que não tenha meu sangue. Sempre fomos amigos e...você foi o primeiro amigo que tive de verdade, pois as outras crianças herdeiras nunca me deixaram participar também.



    Franziu as sobrancelhas, engolindo em seco.

    - Me dói ver o modo como os meus pais te tratam. Mas...Se te serve de consolo, eles dizem coisas piores para mim, que sou filha deles. - Deu um sorriso bem triste. - Nunca entenderei o que se passa na cabeça deles, mas...Sei que mentem. Porque eu vejo um Hee Kyung-shi diferente do que eles apontam. Se eles não tem a capacidade de dizer isso, digo eu, então...Miane. Mian hamnida.

    [HYEMIN]

    Eun-Na e Yewon continuavam mandando mensagens sem parar pelo whatsapp. A primeira parecia a mais animada porque adorava ser debochada e gostava de falar com Hyemin - pelo menos mais do que Yewon.

    “Eu sou sincera, ué!”

    “Cara, ela desenha bem. Achei alguns trabalhos dela no instagram dela. Aqui ó: desenho1 desenho 2.”

    “O Beom-Su não me falou nada dela não, mas ele vai ter que respeitar, mesmo assim, é a “unnie” dele, né?”
    - Usou o “unnie” de propósito e depois mandou o macaquinho escondendo a boca, como se tivesse falado demais.

    Yewon respondeu com um “kkkkk...sua horrorosa!”

    Tiveram um tempo de paz e Hyemin pôde contemplar aquela constrangedora conversa entre enteada e madrasta. Apesar de Chun-Ja ter todo seu amor e afeto, ela não se meteu para defendê-la, preferindo ficar quieta e ouvindo aquilo. O pai a encarava, vendo a criatura não tinha largado o celular ainda.

    Isso porque só ficou algumas horas sem ele. Imaginava se tivesse deixado por mais tempo, talvez tivesse que internar a filha, né?

    De todo modo, a conversa tomou o rumo da Ópera e a tia Chun contava as grandes novidades. Pelas reações da mesa, Hyemin era a única que não sabia, ainda que So-Na nem tivesse dito que ia participar do evento. O pai meneou positivamente para cada palavra da irmã e tomava sua bebida em silêncio.

    So-Na observava as expressões de Hyemin e achava certa graça na menina. Assim, sozinha, ela não parecia tão péssima quanto a imagem que tinha quando estava com as outras meninas. Na verdade, ela parecia bem, bem diferente.

    Por que as pessoas faziam questão de andar num grupo que não se encaixava?

    - Adora, é? - Sung-Ki disse em meio ao riso enquanto dava um gole.

    - Qual sua favorita? - So-Na não aguentou e perguntou.

    - Quieta! - O pai a repreendeu antes que a esposa tivesse uma síncope.

    - Ela disse que adorava… - So-Na disse quase como se fosse inocente, mas o sorrisinho cretino demonstrava que estava tirando sarro da cara de Hyemin. E isso bem na frente dela, sem nenhuma vergonha.

    O pai logo tratou de mudar de assunto enquanto Hyemin se preocupava mais em mandar mensagens para as amigas. Quando olhasse, veria que Yewon e Eun-Na já estavam falando sobre as coisas mais aleatórias, como o “retorno de Hyun-Hee” e a atitude dele ao lado de Jong-In.

    Quando Hyemin fez o chamado, Eun-Na já mandou.

    “Shopping? Quero. Tô indo!”

    Yewon começou a inventar desculpas, mas aceitou o elogio e disse onde fazia o cabelo. Eun-Na já falava que iria com ela ao shopping sim porque estava um tédio ficar em casa. Fora que não ia fazer nenhum dever de casa.

    O estranho era que não havia nenhum sinal de Yerin até então - ela nem estava recebendo as mensagens e a última vez que tinha sido vista online foi por volta das 12:45 P.M. Algo de estranho acontecia na residência Oh.

    “Então, estarei no shopping dentro de meia-hora! Esteja pronta porque vamos andar bastante, tá? Tá?! Beijos”

    O almoço já estava quase no fim mesmo. Tinha sido um clima bem ruim em alguns momentos porque Chun-Ja detestava So-Na na mesma proporção que a garota a desprezava. Sung-Ki gostou por ter podido conversar com o cunhado e Hyemin só deve ter curtido pela comida mesmo - mais sabores para colocar em sua coleção!

    O pai iria com ela no carro até a empresa e depois disso, ela estava liberada.

    3 P.M.




    O motorista de Hyemin a deixou em frente ao shopping e não foi difícil encontrar Eun-Na com seu microssaia com cintura alta e a blusa cobrindo os ombros, mas com botões abertos mostrando o decote - mesmo que aos moldes coreanos. Ainda usava um salto alto e, apesar do tamanho da roupa, conseguia passar a impressão de fofinha.



    - MIN-AAH! - Acenou toda animada. - Então é verdade? Vai sair com o noivo?? Ashaaa, eu quero veer...Yewon disse que não irá, pois vai viajar para o interior. Eu vou porque… - Travou a lingua e sorriu. - Porque acho que será um evento interessante.



    Preferiu não revelar sobre a festa de Jong-In que tinha sido convidada também. Provavelmente Hyemin acabaria contando para Yerin e isso não seria nada, nada bom. Eun-Na suspirou e agarrou o braço dela, começando a desfilar.



    - Você prefere um vestido ou um saia e blusa? Independente do que prefira, vamos trabalhar no decote, tá? - Fez o gesto por cima do blazer escolar da amiga. - Homens adoram decote.



    Falou baixinho e jogou o cabelo dela enquanto caminhavam.

    - E sem unicórnios, tá?! Pelo amor dos céus! Sem nada criancinha demais. Mostre que é uma mulher poderosa e vai ter esse noivinho aos seus pés. Você não é mais uma criança, é quase uma adulta, né?!

    Eun-Na continuava cheia das ideias despudoradas para Hyemin. Mas seu gosto não era nem um pouco duvidoso. Ela sabia escolher roupas lindas e chiques, seguindo a linha sexy sem ser vulgar - só quando queria ser vulgar, mas isso era assunto para outros dias. No momento, ela estava mesmo disposta a ajudar.

    Só porque não tinha mais o que fazer e queria gastar dinheiro.

    [MISOO]

    As meninas nem faziam ideia das coisas que se passavam na mente de MiSoo naquele momento. Mia estava perturbando as amigas e aceitava que, cedo ou tarde, todas acabariam se relacionando com meninos. Apesar de se sentir inferior a elas na beleza e popularidade, não se martirizava tanto quanto MiSoo, talvez porque confiasse que a amizade delas passaria tranquilamente por isso.

    Bo-Mi, contudo, acalmava a situação, explicando que não sentia o mesmo que Ryu - ainda, pelo menos. E isso podia trazer certo alivio à MiSoo, pois significava que o dia da “separação” estava um pouco mais longe.

    Menos mal.

    - Pois é, o Won-Bin machucou o braço, né? E agora a Eun-Bi também se machucou, então...parte do programa foi descartado. Fora que ele também disse que talvez não pudesse. O legal seria se todos fossem, né?

    Bo-Mi respondeu ao comentário sobre domingo, mas logo tombou a cabeça para o lado com a pergunta seguinte.

    - Porque quero saber com que tipo de garota meu irmão está saindo. Só por isso.

    - Eu iria só pela curiosidade e porque não tenho mais o que fazer no domingo. - Mia comentou, já na defensiva.

    - Mas sim, se vocês fizeram alguma coisa no domingo, eu troco rapidinho de planos. - Relaxou na lateral do sofá, dando um suspiro e abraçando a almofada.

    MiSoo comentava sobre o poema e Bo-Mi fazia uma caretinha, pensando que teria que se inspirar com alguma situação para criar algo assim. Chegou a esconder um pouco o rosto e Mia deu uma risadinha.

    - O professor de literatura, né? Ele já pediu para que lessemos um clássico para daqui a duas semanas. Vocês estão com sorte.

    - Nossa...O que ele tem de lindo, tem de severo, né?

    - Pior que ele falou de um jeito que ninguém reclamou, você acredita? Só deixou que a ficha caiu! É um sedutor mesmo!

    Bo-Mi escondeu os lábios, rindo do comentário de Mia. As bochechas corando um pouco. MiSoo, então, comentava sobre a mensagem de Gyu-Sik. Bo-Mi sentou-se direito, pegando o celular quando foi oferecido. Um biquinho se formou nos lábios dela, até que encarou a amiga com os olhos um pouco arregalados.

    - Nossa, ele mandou uma mensagem mesmo! Não reconheço meu oppa… - Disse de um jeito meio engraçado.

    - Percebi que estava um clima estranho. - Mia comentou e leu a mensagem também. - Ooh, ele te chamou de ogrinha?! Que ridículo!

    Bo-Mi observava a expressão de MiSoo e deu um sorrisinho maldoso.



    - Meu irmão entende de poema sim. - Pelo jeito que falou, foi bem convincente. - Deveria mandá-lo fazer um para você, como condição. Ou...quem sabe...pedir para que ele te ajudasse, no domingo.

    Sorriu como quem não queria nada.

    - Mas ele não vai sair já? - Mia não entendeu.

    Bo-Mi revirou os olhos.

    - Justamente porque cumprir uma promessa para ter perdão de uma amiga é mais importante do que qualquer garota que vem depois, MiSoo-yah deveria exigir isso. Só acho…



    Mia devolveu o celular para MiSoo e Bo-Mi ficou observando a amiga como se uma fagulha de esperança estivesse acesa em relação ao seu shipp familiar. Conseguia até visualizar seus sobrinhos e achava isso a coisa mais incrível do mundo!

    Quando MiSoo pegasse o celular de volta, com a janela aberta, veria que ele ainda estava on. Mas receberia outra mensagem de Eun-Bi.

    “Mudei os planos, já estou chegando!! Compraram meu frango? =x”

    [HYUN-HEE]



    A consulta com o psiquiatra definitivamente não tinha sido das melhores. Durante as sessões anteriores, eles conseguiram conversar melhor e até tiveram a tal evolução que foi citada. O problema foi que diante da primeira fraqueza de Hyun-Hee, o médico não encontrou palavras suaves ou neutras para tentar mudar a mente dele.

    Nos EUA, o psiquiatra parecia se importar mais. Talvez por isso mesmo fosse um pouco difícil de acreditar que seus remédios eram um veneno para ele. Havia uma relação de confiança do outro lado do oceano, onde ele se sentia seguro e longe desses conflitos familiares. Diferente daqui, que ele sentia como se fosse...número, como o psiquiatra tinha dito.

    Diante daquelas palavras, Hyun-Hee se calou.

    Como uma ostra, ele fechou-se em sua concha e agora ele realmente tinha regredido no tratamento, mas aceitou os remédios, pelo menos. O médico não pareceu abalado com aquela reação do menino - que considerava um moleque em momento de fraqueza, mas ainda tinha esperanças.

    Enquanto Hyun sucumbia nos próprios pensamentos, a receita era redigida e enviada para o e-mail do avô, que acompanhava passo-a-passo de todo o tratamento. A outra impressa, seria entregue ao Secretário Lee- ou melhor dizendo, babá.

    No mais profundo e preocupante silêncio, os dois retornaram para casa. O convite de Jimin tinha sido completamente ignorado depois de tudo aquilo e Hyun só pensava na solidão de seu quarto. A paisagem passava diante dos olhos dele e apesar do dia bonito, tudo estava nublado. Uma voz interna o chamava de fraco, mostrava pessoas que tinham muito menos do que ele, mas eram muito mais fortes.

    Foi num piscar de olhos que ele chegou até sua residência e simplesmente seguiu para o conforto de quarto. Ideias repulsivas passaram pela confusa mente, mas ele deixou para outro momento.

    Conseguiu resistir daquela vez, mas até quando resistiria?

    Agora até sabia onde encontrar a ferramenta necessária para acabar com sua dor.

    Após o banho, ele pegou o celular e viu as redes sociais.

    Veria que Jong-In e EunJoo foram marcados no perfil de ninguém mais, ninguém menos que Jung-Mi. Era uma foto antiga na casa de campo e o grupo de crianças - por tinham entre 11 e 12 anos - estava ao redor da mesa. Hyun estava em destaque na foto, entre o amigo e o irmão. Hyemin também estava marcada na foto e a legenda era um simples “#tbt” que começava a receber muitas curtidas.

    Talvez Hyun-Hee não entendesse imediatamente, mas era o modo de Jung-Mi começar a demolir suas barreiras também. Não conseguia falar ou olhar para o Hyun de hoje em dia, mas ainda carregava sentimentos por aquele que existiu.

    O aplicativo dele também indicaria algumas mensagens.

    Jimin perguntava se ele ia ou não, afinal, até que desistiu e não o importunou mais.

    Porém, ela não foi a única. Sem dizer muita coisa, Chaeyoung mandou as duas músicas que tinha “prometido” mais cedo.

    [...]



    O headset wi-fi vermelho começou com o violão de Stay, a musica que aleatorizou na trilha sonora dela. Um suspiro escapou dos lábios dela enquanto ela ainda rabiscava algumas coisas em sua apostila. O celular também estava com a tela ligada, mais particularmente na mensagem que tinha acabado de enviar para aquele retardado.

    “Por que eu fiz isso? Aish…”


    Coçou a cabeça e ficou batendo o pé no ritmo da música enquanto pensava em alguns motivos para ter feito aquilo. Tinha prometido, né? E enviou as músicas...Mas...Não era só isso. Sentia uma angústia estranha ao longo de toda aquela tarde- na verdade, desde a “briga” deles, mas tinha piorado um pouco naquela tarde.

    Um beicinho se formou em seus lábios e escreveu no canto do caderno…

    “Espero que esteja tudo bem”.

    [JAE-KI]

    Ji-Hoo não respondeu mais depois do aviso geral que enviou. Se Jae-Ki sentia que devia alguma explicação, que fosse até ele para fazê-lo. Provavelmente até sábado, o olho dele já estaria normal de novo, mas a verdade é que o garoto vinha omitindo muita coisa de seu chefe. E ele bem sabia como o líder prezava pela confiança e tratava os traidores.

    Quanto mais tempo levasse para contar, pior seria.

    Felizmente, haveria o sábado para que pudesse esclarecer tudo.

    A mensagem de Ji-Hoo serviu para atraí-lo de volta à realidade e libertá-lo daqueles pensamentos que orbitavam a imagem de Min-Ah/Eun-Bi. Era incrível como ela ainda mexia com ele e era dificil digerir todas aquelas histórias, promessas, mentiras e confusões. Como se não bastasse, ainda teria que vê-la no dia seguinte e no próximo...e depois...Pelo menos até o fim daquele ano.

    Jae-Ki precisava melhorar sua paciência e sabedoria para conseguir lidar com aquela constante presença. Ou, pelo menos, considerá-la invisível.

    Mas será que conseguiria isso?

    Só os próximos dias poderiam dizer.

    9 P.M.


    O dia foi bastante puxado, mas Jae finalmente estava em casa. As luzes do lugar estavam acesas, indicando que tanto Soo-Ji quanto a avó já estavam em casa. Diferente da atitude daquela tarde, ele hesitou um pouco antes de entrar. Queria encontrar um modo de esconder o olho feio para não preocupar a irmãzinha.

    Nenhuma ideia pareceu boa o bastante, até que ele simplesmente entrou com o olho tapado.

    Soo-Ji estava sentada diante da mesinha do centro, fazendo o dever de casa enquanto a avó checava as mercadorias para o dia seguinte. O cheiro do jantar ainda estava no ar - arroz, como sempre e legumes do fim da feira. Assim que a porta foi aberta, a menininha o encarou e deu um lindo sorriso.



    - OPPA!! - Correu pela pequena sala até se chocar contra ele, apertando com força. Ela nem ao menos reparou no olho dele, focando-se só na presença de Jae que era muito importante para ela.

    Os olhinhos ficaram fechados enquanto ela o apertava, cheia de saudades. Deu um gritinho divertido quando foi levantada daquele modo e, finalmente ergueu a cabeça para encará-lo. O cabelo estava preso num rabo de cavalo simples.

    - Eu também estava com muitas saudades e...mwo?! - Olhou para o rosto dele. - Por que está escondendo o olho? O que houve, oppa?

    Perguntou preocupadinha e a avó apenas olhou para Jae com uma cara feia. Meneou negativamente e continuou fazendo seu serviço. Soo-Ji, por outro lado, queria saber para ontem o que tinha acontecido com ele!



    - Machucou o olho? Mas por que?! - Tentou tirar a mão dele para ver de uma vez. A carinha ficou emburrada quando ouviu que foi uma garota. - Que garota, oppa?! Você tá defendendo outras meninas?? E a princesa Min-Ah? - Perguntou meio manhosinha e triste.

    Soo-Ji não tinha culpa por não saber a verdade, mas ela tinha se apegado muito à bailarina.

    - Você desistiu de procurá-la? - Os olhinhos ficaram marejados. O queixo tremeu um pouco, mas ela meneou positivamente prometendo que não ficaria assustada ou preocupada com o olho dele. Chegou a levar um sustinho com o que viu, mas, como tinha prometido, não fez nenhum escândalo. - Tadinho do meu oppa…



    Fez um carinho por cima do olho, tomando cuidado para não machucá-lo. Voltou para o chão, mas nem o modo animado que ele falava serviu para trazer o sorriso. Olhou para o chocolate e o pegou para não fazer desfeita e porque tinha sido um presente de seu irmão.

    - Vamos dividir, Oppa… - Já ia dividir o chocolate quando ele foi bem enfático ao dizer que era só dela. Escondeu o biquinho e concordou. - Que bom que gostou! Fico feliz…

    Encarou por um tempo, até que esboçou um sorriso.

    - Como foi seu dia? Você está com fome? Venha comer, eu fiz o arroz! Hoje eu trabalhei bastante com a halmoni! Foi divertido!! Venha, vou te contar tudo o que aconteceu e o que eu aprendi!

    Pegou o irmão pela mão e foi guiando até a cozinha. Soo-Ji era assim: mesmo na tristeza e preocupação, ela sempre tentava extrair o melhor das situações que a vida lhe apresentava.

    Sorte de Jae-Ki ter uma criaturinha iluminada como aquela irmãzinha.

    [WON-BIN]

    A questão do trabalho estava, temporariamente resolvida. Won estava por um fio de ser dispensado por Hyosang, só precisava falhar meia vez para que ela não tivesse nenhum resquício de dó antes de demiti-lo. Por isso mesmo, ele sentiria o olhar vigilante da chefe durante todo o expediente.

    Era uma sensação bem incômoda, mas bastante compreensível.

    Nem mesmo os mil agradecimentos dele serviriam para aliviar a expressão dela. Pelo menos ele fez tudo certo, não cometeu erros e, mesmo com o braço atrapalhando, ele se saiu muito bem.

    Porém, quando a hora de partir chegou, ela o encarou de modo desgostoso.

    - Já quer ir embora mais cedo? - Olhou para ele da cabeça aos pés. - Se você não chegar aqui às 1 P.M em ponto amanhã, nem precisa voltar, Won-Bin. É o mínimo para recompensar por sair à essa hora.

    Não queria saber se era para se desculpar com o mestre dele ou não. Isso, sinceramente, não era problema dela e já tinha sido benevolente o suficiente para um dia só. A sorte dele foi que Shin-Hee estava ali naquele dia. E, bom, tinha sido um pedido indireto do dono do café.

    8:30 P.M.


    O dojo já estava com a aula iniciada quando Won-Bin chegou. Ji-Hoo estava ali, com a mão recuperada e treinando com os meninos. O Mestre Baek observava atentamente, com as mãos nas costas e virado de frente para o tatame, de costas para a entrada.

    Capítulo 2 - Página 7 Glq17Aw

    Assim que Won entrou, no entanto, o Mestre chegou a arquear uma das sobrancelhas. Ignorou a chegada de Won por um bom tempo - pelo menos meia hora. Os outros alunos já tinham visto Won ali e até o mestre Baek caminhou e podia dizer que o menino entrou em seu campo de visão, mas ele simplesmente se recusou a olhar para Won.

    Era uma reação ainda pior do que ele poderia esperar.

    Nos últimos minutos daquela turma, ele fez sinal para que Ji-Hoo cuidasse das trocas enquanto saía do tatame e se aproximava de Won. Passou direto pelo garoto, seguindo até onde os instrumentos ficavam. Parou bem em frente ao espaço vazio que antes era ocupado pelo nunchaku e esperava, à essa altura, que Won já tivesse seguido até ali.

    Olhou para o garoto com uma expressão de pura neutralidade, quase indiferença mesmo diante de toda a formalidade do menino. Pegou o nunchaku quando ele foi oferecido e colocou no lugar de antes.

    Parecia que não ia dizer nada, mas...Sempre podia piorar.

    - Se já disse tudo o que queria, pode se retirar. - As mãos voltaram para suas costas. - Até onde sei, seu pai o proibiu de vir até aqui e esse dojo, sua segunda casa, foi traído. Você furtou sua casa, traiu minha confiança. Traiu tudo o que planejamos nos últimos anos e por que? Em algum momento você sinceramente achou que estava tendo uma boa ideia?

    Meneou negativamente.

    - Vá para casa. Quando seu pai falar comigo, verei se te aceito de volta.

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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por GodHades Qui Dez 21, 2017 11:49 pm

    - Talvez faça mal, talvez não faça, você reclama do remédio mas não reclama das doses cavalares de café que eu tomo? Aigoo... - Observou ela fechar aquele vidrinho chegando a trocar um olhar com o motorista que deve te lo encarado por cima do ombro. Dong mexeu os dele para cima, como se não fosse fazer nada de especial.

    Aquele semblante o pegou desprevenido, ver aquele rostinho que geralmente se mostrava aos outros animado e cativante, de olhos marejados, cortava o coração de quase qualquer pessoa. - Compreendo o seu ponto.. - Responde em relação a não falarem da escola. - Eles brigaram com você, não é? - Os tios, claro.

    Capítulo 2 - Página 7 XriemWI

    Ainda mais depois do avô te-lo elogiando tanto, Dong chegou a pensar que algo assim ocorreria com ela. Imaginou os esporros e broncas... A pressão em cima das garotas geralmente eram bem pesadas, com herdeiras não seria diferente.

    - Eu também gosto de você Hayon-shi. Creio que saiba disso a essa altura.. seria um tolo se imaginasse que todos os familiares só pensam bem de minha pessoa. Ainda mais um recluso como eu que não é o As dos esportes.- Se os próprios de sangue na coreia já se matavam entre si quem dira um adotado. - Falo com honestidade quando digo isso: seriamos amigos... mesmo que não fossemos primos, herdeiros ou qualquer outra coisa. Isso vem de longe, provavelmente na era Goryeo já nos conhecíamos e já eramos amigos. Imagino que tivesse sido uma princesa... hummm.


    Capítulo 2 - Página 7 8NEtwKk

    Dessa vez, ele sorriu de canto, olhando a pontinha do seu nariz avermelhar, as palavras tinham o intuito de anima-la, afinal estava elogiando. Hayoung sentiria um calor por sobre seu pulso, era da mão lisa de Dong que encostou ali de maneira gentil.

    Capítulo 2 - Página 7 SOcP6WR

    - Sei bem como é ter o desprezo, e o odio. Repudio... não compreendo por que os tios me detestam tanto, mas alguém já me odiou ao ponto de ter me rejeitado, como filho. Tem ideia do que é isso? É o que faz as pessoas refletirem e confirmarem que a maldade humana existe.

    Dong não chegou a acaricia-la na mão, e a olhou mais seriamente... dizendo essas duras palavras.

    - Você não deve se desculpar pelos tios, eles são seus pais e tudo o que podemos fazer e respeita-los. Seguir a hierarquia, esses são os pilares da nossa familia. Existe a maldade, mas também a bondade.

    Kyung ainda tentava defender aqueles que queriam o mal dele. Pessoas que adotam crianças, jovens, muitas delas eram genuinamente bondosas e queriam viver num antro de família saudável e feliz. - Sinto que posso mudar o pensamento deles Hayoung, ainda sou jovem, somos jovens, não temos muito poder... mas um dia vamos crescer e surpreende-los.

    Deu um outro sorrisinho, ainda otimista. Havia um misto de honra e ingenuidade em sua fala.. - Afinal, se você gosta de mim, isso quer dizer que eles também podem vir a gostar um dia... mas sozinho, não poderei fazer isto.

    Já que eles eram do proprio sangue dela.. Hee-Kyung parecia acreditar que sua amizade com a prima causaria o efeito oposto.

    Que abririam portas ao invés de fecha-las.
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Sex Dez 22, 2017 12:22 am

    [DONG]





    Hayoung meneou positivamente diante da pergunta quase retórica de Dong. Óbvio que os pais tinham brigado com ela. Bom, sendo justa, não era bem uma briga, porque ela nem era capaz de responder nada, apenas ouvir todos os adjetivos cruéis que despejaram sobre sua pessoa, fora o tapa ardido que tomou da mãe. Tapa este que não estava evidente por conta da compressa que fez durante a madrugada.

    Nem ao menos conseguiu falar em voz alta o “sim”, preferindo olhar para a frente e engolir em seco várias vezes enquanto seu rosto ficava um pouco mais vermelho.

    Não era do tipo que chorava à toa, mas já que estavam sendo honestos e ela não precisava mentir ou omitir seus sentimentos, era um pouco mais difícil de controlar seus impulsos. O peito doía, o ar entrava com mais dificuldade.

    Respirou fundo, sentindo a pressão no peito e soltou o ar pela boca ao ouvir a declaração de Dong. Conseguiu encará-lo novamente depois das coisas que disse e esboçou um sorriso quase animado com o comentário sobre Goryeo.

    - Uma princesa? Eu? Hunf… - Sorriu de novo, sem conseguir se conter enquanto meneava negativamente.



    Spoiler:

    Enquanto meneava negativamente, ela voltava a cabeça para a frente. Foi o momento que Dong encontrou para tocá-la daquele modo. A expressão da menina travou e ela arregalou um pouco os olhos enquanto deixou os lábios entreabertos. Sua pele estava um pouco fria por conta do ar condicionado, mas a mão do primo era quente e extremamente gentil.

    Voltou o olhar para a mão dele sobre seu pulso e depois percorreu o olhar pelo braço até encará-lo de novo.

    Engoliu em seco, sentindo as lágrimas se acumularem um pouco mais diante da declaração dele. Dong raramente falava de como realmente se sentia em relação à sua situação. Ouvir aquilo a magoava também, porque ela era uma das pessoas que reconhecia o valor daquele menino. Imaginar que alguém o havia “jogado fora” era extremamente cruel.

    - Tenho e não tenho… - Respondeu num fio de voz. - Sei o que é ser rejeitada por ser uma menina, mas não como você diz...Seus pais...Não, não podem ser chamados de pais. Seus progenitores não têm ideia do erro que cometeram ao fazer isso com você. Perderam uma pessoa brilhante.

    Fungou, secando as lágrimas antes que elas escorressem enquanto a outra mão continuava presa pela mão de Dong. Era mesmo algo cruel. Porém, ainda assim, Dong seguia de modo otimista, dizendo que podia sim mudar os tios e o modo como eles pensavam.

    Hayoung o encarou com um pouco de pesar.



    - Oppa… - Disse com a voz ainda rouca. Tombou um pouco a cabeça e abaixou o olhar de novo. - Eu acredito em você, acredito no seu potencial. Mas não acredito nos meus pais… - Admitiu. - Mas… - Umedeceu os lábios. - O que eu posso fazer para ajudá-lo? O que estiver ao meu alcance, eu farei. E farei o meu melhor.
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Sex Dez 22, 2017 1:12 am

    Se havia algo de positivo naquilo tudo era em como conseguiu realizar todas as tarefas mesmo com um braço só e o esforço não fez com que a dor aumentasse ou algo do tipo.

    Won acenou positivamente diante da exigência de Hyosang de pontualidade. Era o mínimo que podia fazer, a partir de amanhã tudo precisava ser perfeito.
    Ele tinha de ser perfeito, pelo menos em algo, no que quer que lhe restasse.

    Agradeceu e saiu, em direção a um dos piores momentos que podia imaginar...

    ...

    Até seu rival estava ali para assistir aquele momento. Won sabia que estava sendo ignorado, cada minuto era um golpe cada vez mais forte ao pouco de confiança que lhe restava.
    Nunca tinha visto o Mestre Baek daquele jeito e sabia que a fúria não era como reagia até mesmo diante do que não gostava.

    Nos últimos minutos da aula que o mestre agiu como se Won estivesse ali. Hwang notou que tinha colocado Ji-Hoo para fazer as trocas.

    Não era Won que fazia isso antigamente?
    "Ele já tem um substituto" o sentimento de ser um inútil, alguém descartável, crescia em seu peito. Imaginava até mesmo se teria vencido aquele campeonato se o rival não estivesse machucado...

    Won tentou se desculpar. Havia se curvado para que seu mestre o punisse da maneira que quisesse.
    Mas aquilo...era muito pior.

    Baek escreveu:- Se já disse tudo o que queria, pode se retirar. -

    Won levantou a cabeça e no breve instante que conseguiu olhar nos olhos do mestre apenas memórias lhe invadiam a mente.
    O primeiro dia, a descoberta do esporte, descobrir que podia ser útil...que mesmo pequeno podia enfrentar qualquer um, qualquer coisa.

    Baek escreveu: - Até onde sei, seu pai o proibiu de vir até aqui e esse dojo, sua segunda casa, foi traído. Você furtou sua casa, traiu minha confiança. Traiu tudo o que planejamos nos últimos anos e por que? Em algum momento você sinceramente achou que estava tendo uma boa ideia?

    Won desviou o olhar, apenas fez a negativa com a cabeça.

    "Não sou um herói. Eu sou só um garoto que ainda não sabe o que é..." as palavras que disse a si mesmo na noite anterior ecoavam em sua mente.

    Baek escreveu:- Vá para casa. Quando seu pai falar comigo, verei se te aceito de volta.


    Won se curvou novamente, como despedida. Acreditava que seria a última vez que pisaria ali. O pai nunca o deixaria. Por mais que se portasse corretamente pelo resto da vida...se tinha uma vida inteira de boas atitudes e uma única grande atitude ruim desfazia toda a confiança com o pai...não seria em dois meses que a recuperaria.

    Quando se levantou, não sentia mais as pernas. Desceu as escadas mas não sentia nada no corpo.
    Andando pelas ruas de Seoul, só percebeu que seus olhos derramavam lágrimas quando sentiu a visão embaçar.

    "Idiota. Quantos anos você tem?" rapidamente passou a manga da camisa no rosto, secando os olhos.

    Estava parado diante de uma avenida, as luzes dos prédios e carros se misturando como se fossem neon ou algum cenário elaborado de filmes futuristas.
    Parou para encarar aquilo, o movimento, as pessoas...

    Capítulo 2 - Página 7 GMCgPpY

    "Valeu a pena ter feito aquilo?" se questionava mais uma vez. Sua fantasia de ajudar os outros e ser alguém que fosse querido o levaram até aquele momento.

    Como o próprio Jae havia dito, querer ajudar os outros podia faze-lo se ferrar. E naquele instante de dor Won acreditava no amigo.
    O mesmo amigo que tentou proteger e que acabou se ferrando também.
    Mas Jae não tinha tentado ajudar ninguém, apenas se vingar de Taemin, vingar Eun-Bi. E no fim tinha recebido muito menos consequências por àquela noite, pelo menos na percepção de Hwang.

    Um olho roxo, uma garota que ainda se preocupava com ele mesmo sabendo da briga...ainda tinha mais que Won.

    "Será que eles realmente precisam da minha ajuda?" pensava nos últimos acontecimentos na escola. A chegada dos bolsistas despertava o pior nas pessoas que odiavam os diferentes, mas ao mesmo tempo via grupos como o da Bo-Mi e de Dong se levantando contra essas pessoas.
    Se eles podiam se levantar e se unir contra o bullying, que utilidade tinham de um "herói"?

    "Vai ser como naquele ano. Eu achando que faço parte mas em algumas semanas a maioria nem vai lembrar do meu nome, vão estar resolvendo seus próprios problemas sozinhos...e ela nem vai se lembrar daquele dia. Eu tenho um substituto até na Wangjo" em sua mente a cena da Bo-Mi sorrindo para Ryu passava.

    Só lhe restara o trabalho no café, mas mesmo aquele estava por um fio. Bastava uma falha e tudo ruiria.
    "Até quando eu vou tentar? Será que é um sinal pra parar, desistir de uma vez e aceitar que eu sou...ninguém?"

    Não queria voltar pra casa, mas devia. O pai não deveria estar em casa ainda, mas queria dormir. Queria acabar com o dia de uma vez.

    Capítulo 2 - Página 7 JCPjtiU
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por GodHades Sex Dez 22, 2017 1:41 am

    - Isso, princesa Hayon. Quanto a mim? Um Woodalchi talvez... seria muita presunção minha me colocar como príncipe galante.

    Ai estava o sorriso que ele buscava, ainda não era no nivel de animação desejada mas pelo menos ela parecia menos cabisbaixa. Aquela sinceridade parecia funcionar para ambos, era bom ter em quem confiar... trazia uma sensação de segurança.

    - É cruel sachon... mas também não posso odiá-los. Não sei o que culminou a eles me abandonarem... agora deixemos isso, a ultima coisa que desejo é pegar carona e lhe aborrecer com minha trajetória desafortunada.

    Tentava não julgar os pais... ou melhor, progenitores, como disse a prima. Na verdade ele tinha até medo de saber quem realmente são estes seres, certas coisas eram melhores assim, no oculto, não sendo desenterradas.

    - Nesta parte é que entra a escola e os clubes, nossos pais gostam que tiremos boas notas e sejamos bons... no que escolhemos. Vamos arrasar esse ano para valer os investimentos e anseios deles.

    Ele mexeu o braço para o lado fechando o punho direito, como se estivesse simulando um 'fighting'. Seu objetivo era se dedicar mais, isso sem deixarem de fazer o que gostam nesse tortuoso processo, mas assim era a vida na Coreia do Sul.

    Dong sugeria um esforço maior nas notas visto que esse foi um dos assuntos daquele jantar, ele não queria ter que ir num proximo evento desses e Hayoung ser novamente "ofuscada".

    - No momento só quero que faça uma coisa... quando estiver precisando de algum conselho do seu sábio oppa, venha me procurar. Eu digo... pessoalmente.

    Quando ele diz procurar quer dizer para... a garota "fugir" até a casa dele e não ficarem apenas trocando mensagens como costumam fazer. Acabou não falando isso propriamente para que ela não espantasse com a forma direta, porém honesta.

    Quer dizer, quando desse para ela fugir, já que na cabeça dele conseguia imaginar que os tios deixem ela de castigo.

    "Ela podia me dizer o que eles pensam de mim para que eu formate uma forma de impressiona-los mas... se descobrirem que pedi isso para Hayoung, as coisas vão ser piores..."


    - Agora vou tentar alegra-la... esse clima está muito baixo astral. - A olhou bem tentando buscar seus olhos já que ela sempre estava curvando o rosto, meio abatida...

    Dong cita uma forma de alegra-la e mexeu na mochila, abrindo o ziper da parte de cima. Parece que tinha algo haver com o tal presente...

    Só que o rapaz fica mexendo a mão varias vezes lá dentro como se estivesse procurando.

    Procurando, procurando e não encontrando...

    As sobrancelhas marrons e meio grossas arqueavam como se estivesse expressando um "onde está?"

    Então ele retira a mão.. sem nada nela, em seguida levando ela até a nuca.

    Dong estava brincando com a prima mas o jeito sério nessa cena fazia parecer que tinha esquecido ou que não tinha trazido o presente dela.
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Sex Dez 22, 2017 9:25 am

    Hyemin ficou boquiaberta ao ver os desenhos da unnie. Eram absolutamente incríveis. Mesmo sendo fã de moda, ela mesma nunca tinha conseguido desenhar com aquela perfeição. Seus croquis eram bem básicos, bons o suficiente para darem a proporção das roupas, mas só isso.  

    Logo sua mente ficou completamente focada em ópera e sua “prima” nova de repente lhe fez uma pergunta sobre sua favorita. Piscou. Hyemin ainda não tinha notado, mas talvez devesse ter defendido a tia e começado a cortar as asinhas daquela garota, mas  estava muito elétrica e feliz por ver Miwoo, então não chegou a se ofender tão gravemente com aquela provocação. Hyemin não entendeu exatamente por que, mas alguma coisa no jeito que a menina falava era bem incômodo, especialmente porque o pai da menina lhe dava bronca. Fez um bico, parando para pensar genuinamente na pergunta, já que todo mundo meio que tinha parado para ouvir o comentário.

    - Ai, sei lá, tem aquela da princesa que vira pato? -  ela estava falando sobre o balé que há muitos anos tinha assistido por causa do pai, mas para ela era tudo a mesma coisa: ambiente chique, vestidos lindos, música orquestrada ao vivo e coisas bonitas no palco, mas muuuuito chatas. Fez um gesto com a mão, afastando a ideia. - Ai, tanto faz. É um evento muito bonito~~   - apoiou o rosto na mão, sonhadora. Só conseguia pensar em seu noivo, e nem ficou constrangida de suas poucas habilidades mentais, porque o assunto já tinha sido trocado na mesa.

    Depois de se despedir do pai toda amorosa, desejando um bom trabalho e jogando beijinhos com coração nos dedos, Hyemin tinha meia hora. Ela ainda estava de uniforme, então pediu para passar em casa, pedindo dez minutinhos adicionais para a amiga. Ela não mexeu na maquiagem, apenas trocou de bolsa, colocou uma camisa de manga longa branca, deixando o colarzinho da sogra à mostra, e uma saia prateada (foto do seu post mesmo!). Como andariam bastante, e já tinha passado o dia inteirinho com aquele saltão, optou por uma sandália baixa.

    No caminho para o shopping,  olhou o celular de novo e viu que Yerin ainda não tinha respondido… nem recebido as mensagens. Fez um bico, preocupada, e mandou mais uma mensagem.

    “Tá tudo bem? Depois fala comigo i.i
    Você vai na Ópera?"



    A amiga tinha uma vida mais complicada, mas ainda assim era bastante reservada. Não fazia ideia do que poderia estar acontecendo na casa dela, mas também não seria a pessoa que chegaria de surpresa em sua casa. Yerin nem gostava muito de irem para lá, então não invadia seu espaço.

    Ao chegar no shopping, comemorou ao avistar EunNa e correu até ela, com um olhar de admiração. Mesmo tendo a mesma idade, a amiga parecia tão mais mulher! Gostaria de ser como ela.

    - Waa~~  Nana, você está linda. Éééé, eu achei que era um evento super chato, sabe? Mas daí o Miwoo oppa vai estar lá~~ - botou as mãos nas bochechas. - Ai que bom! Vou ficar um pouco menos insegura de te ver lá. Já sabe que lugar você vai ficar? Eu vou ficar com a Han Sunyoung unnie no mesmo camarote. Fica do lado da família da Misoo, da BoMi e dos Kwan, e claaaroo, o mais importante fica do meu ladinho: a família perfeita Wang. - Comentava animada, de braços dados com a amiga.

    - Eu não seeeei. Estou confusa. Em uma ópera você pode usar coisa muito curta? AIGOOO. DECOTE? - corou e abriu a boca. Ficava bem tímida perto de EunNa, que era tão despojada e confiante.   - Ai, mas eu vou com o meu pai. Ottokeee? - seu coração até aqueceu um pouco, mas notou que estava falando alto olhando em volta toda sem graça e começou a baixar o tom de voz também, compartilhando daquele segredo. - Mas você tem razão. Miwoo oppa é mais velho, deve estar acostumado a ver decotes. Eu não quero parecer sem graça pra ele! Então eu...eu acho que devia usar um, né? Vamos experimentar umas roupas e a gente vê qual fica melhor.




    Ela estava justamente olhando uma arara toda fofa dentro de uma das lojas quando foi chamada a atenção sobre seu gosto um tanto infantil.

    - AH! SIM. Claro. Sem… unicórnios… - lamentou e fez um biquinho, sem demonstrar muita convicção. Gostava tanto de rosa e tons pastel! - Então, me leve na sua loja favorita, Nana. Quero ser uma mulher forte e… sexy! - fechou o punho livre, fazendo um “Fighting!”. Nem a palavra soava natural na boca da menina.

    Ela foi ao provador, aguardando que a amiga fizesse o papel de conversar com a atendente, enquanto ficava diante do espelho observando a si mesma. Era muito criança? Será que seu noivo a achava infantil? Queria ser um pouco mais como Yerin e EunNa, já que faltava muito para ficar como a tia. Mesmo assim, não se sentia completamente segura naquele conceito que a amiga queria vender para ela de maturidade.

    Após provar uma das roupas sugeridas pela atendente (ou seria ideia da amiga?), a menina saiu toda constrangida do provador. Talvez fosse...sexy demais.




     - Ahn… eu acho que… não é bem isso. Eu já decidi: quero um vestido. Longo. Tá? Longo. Super longo.

    Voltou para o provador e, entre uma folga e outra que tinha até a renovação das roupas, enviou fotos para sua tia com os melhores looks.

    “Tia~ tô provando looks para a Ópera. O que você acha? ❤️❤️❤️

    Quando fez isso, foi olhar a janelinha de Yerin. Estava começando a ficar bastante preocupada.


    Capítulo 2 - Página 7 K70sAbf
    Natalie Ursa
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Natalie Ursa Sex Dez 22, 2017 11:06 am

    MiSoo só conseguiu projetar o beicinho desanimado em sua expressão com a triste notícia de que o programa do grupo não parecia mais ter chances de acontecer. E agora? O que iriam fazer no domingo? Depois de passar tanto tempo assistindo à tal ópera o passeio que tinham planejado parecia uma ótima forma de aproveitar o dia ao ar livre, pelo menos a parte de patinar e do piquenique.

    - Awww… - resmungou em desânimo - Seria… - respondeu à pergunta de BoMi, concordando com ela.

    Logo o assunto mudou para o tal encontro em dupla ao qual BoMi tinha sido convidada por Ryu. MiSoo tinha ficado curiosa sobre o porquê de BoMi querer ficar de olho no irmão e a namorada. Nunca teve um irmão ou irmã  com quem se preocupava o suficiente para querer saber sobre as pessoas com quem andava.

    Com a resposta, a tenista apenas concordou com a cabeça, fazendo uma careta um tanto confusa.


    Mas deu uma risadinha mais convincente com o comentário de Mia e dobrou as pernas em frente ao corpo, sobre o sofá, mas já sem os tênis. Agora sentia-se um pouco menos tensa com a conversa.


    - Ainda poderíamos patinar… - comentou meio por cima quando BoMi falou em trocar seus planos para domingo - Aishhh… EunBi não pode. - curvou exageradamente os lábios em sinal de tristeza ao concluir que aquilo estaria fora de questão em um passeio com as meninas.

    Incomodada ainda com a situação, MiSoo acabou trocando de assunto para o poema que tinha que fazer como dever de casa, mas pela expressão que BoMi fez talvez ela não pudesse lhe ajudar, afinal.

    Mia começou a falar sobre o professor de literatura, fazendo com que MiSoo abandonasse completamente o que estava falando para prestar atenção.

    - Severo? - ergueu uma das sobrancelhas, também concordava com pa parte sobre ele ser lindo, mas não queria se manifestar sobre isso - Eu não acho… Mas… Aigo! Ler um clássico é muito mais fácil do que fazer um poema! - lá estava novamente o beicinho contrariado de MiSoo.


    Para ela era muito mais simples o trabalho de ler algo do que ter que criar esse tipo de proposta. Começava a se sentir meio burra por não ser capaz de conseguir desvendar como deveria fazer o trabalho e não queria decepcionar seu professor de reforço! Tinha que fazer algo pelo menos decente!

    Mas logo sorriu, sem jeito com o comentário de Mia sobre o professor ser um sedutor. Vai ver era por isso mesmo que MiSoo queria se esforçar para entregar o poema.

    MiSoo irritou-se com a conversa sobre darem uma de stalker do casal e meio que por impulso mostrou a mensagem que tinha recebido. Não se arrependia de mostrá-la, eram suas amigas e confiava mais nelas do que nos pais, mas não estava pensando em tornar aquilo um assunto para discutirem quando quando o fez.

    A tenista novamente imitou a expressão de BoMi, arregalando os olhos ao ver a amiga lhe encarar do mesmo jeito, acabou sorrindo com o comentário dela, mas sem saber ao certo o que BoMi quis dizer.

    - Ye. - bufou com irritação - Ridículo. Eu não sou assim! - respondeu a Mia, agarrando uma almofada que estava ao seu lado e a apertando.

    Só de lembrar que tinha sido chamada de ogra, o mau humor e a irritação já retornavam e a garota inflava as bochechas, no entanto MiSoo acabou sendo pega de surpresa com a resposta de BoMi sobre ele entender sobre poemas. Pelo menos alguém entende! Mas pedir ajuda logo para ele era uma boa ideia? A surpresa logo deu lugar de novo ao desânimo - Aigo. Não quero que façam o dever para mim. Quero conseguir aprender à fazer. - a segunda opção que BoMi dava era o que MiSoo tinha em mente, ser ajudada à resolver o impasse que o tal poema estava se tornando.

    Mas… No domingo…?

    Mia foi mais rápida e fez a pergunta, cujo a resposta deixou MiSoo boquiaberta.


    - Você acha…? - resmungou quase que para si mesma, enquanto ponderava sobre o assunto.

    Será que BoMi tinha razão? Será que era mais importante para ele receber seu perdão do que sair com a tal garota?  Repentinamente MiSoo sentiu-se tentada a testar o que sua amiga tinha sugerido.

    Será que a amizade era mais importante do que o namoro?

    MiSoo recuperou o celular entregue por Mia e se encolheu no sofá, apoiando o aparelho sobre as coxas. Não queria estragar os planos dos outros. Não estava certo… Porém… A dúvida já tinha sido instaurada em sua mente. A tenista estava concentrada em seus pensamentos e alheia ao olhar atento da amiga sobre si e a curiosidade agora dominava sobre a tentativa de ser racional e correta.

    Já tinha pegado o celular, pronta para mandar a mensagem. Ligou a tela cheia de pressa, que já mostrou a janela de conversa com Gyu-Sik, mas mal reparou que ele estava online. Estava no modo impulsivo e já tinha até escrito a primeira palavra, quando recebeu uma mensagem de EunBi. Na verdade era uma mensagem no grupo, mas tinha sido o suficiente para parar MiSoo. Por hora.

    - EunBi está vindo! Disse que já está chegando! - exclamou com animação, levantando do sofá em um pulo e apontando para o celular - E quer frango! Acho que vamos ter que pedir. - coçou a cabeça, se perguntando onde vendiam frango por ali - Sabe onde entregam frango, Mia-yah? - poderia dizer onde entregavam sushi, tinha alguns números no celular, mas não costumava pedir um frango para entregarem.


    MiSoo achava importante agradar a amiga machucada, infelizmente não estavam no condomínio onde morava e ali não saberia onde conseguir a comida que a amiga tanto queria, mas tinha noção de que pedir para preparar um do zero iria levar muito tempo. O melhor era pedir mesmo.

    Enquanto estivessem na saga de arranjar a comida. MiSoo voltaria outra vez a atenção ao celular, voltando a ponderar sobre o assunto anterior.

    Não. Não poderia atrapalhar propositalmente o encontro. Ia ser bem pior do que BoMi ir para ficar espionando, com certeza.

    Golpe baixo.

    MiSoo enfiou o celular no bolso, com a decisão tomada, mas não levou nem um minuto para a lembrança da irritação que o assunto tinha lhe proporcionado mais cedo misturada com a tristeza que o amigo tinha lhe feito sentir quando discutiu com ela no refeitório, isso quando ela estava bem contente e comentando inocentemente sobre o novo amigo que tinham feito!

    A garota inflou as bochechas e pegou o celular de volta. Gyu-Sik tinha estragado sua terça feira, atrapalhando até seu treino de tênis! Então iria tentar atrapalhar o domingo dele!

    MiSoo releu a mensagem dele e começou a digitar bem rápido, ainda tomada pelo impulso da irritação.  


    “Deveria? Mas eu não quero chamar ninguém de ogro. Eu lhe desculparei, mas tem uma condição!

    Preciso de ajuda para o dever de literatura. Estou livre no domingo à tarde. E um smoothie!”

    E enviou.

    Espera. Por que tinha pedido um smoothie também!?

    Bufou, quase chacoalhando o celular com irritação e enviou uma mensagem logo em seguida.

    “LIGHT!!!”

    Mal tinha enviado e já se arrependia profundamente de tê-lo feito.

    Será que deveria apagar???


    MiSoo bateu de leve com o celular na testa. Que pessoa horrível ela era!

    Ás vezes fazia umas coisas muito idiotas quando agia por impulso! Por que BoMi foi sugerir isso!?

    MiSoo nem queria fazer deveres de casa no domingo!! Queria ficar um pouco do lado de fora - de preferência num lugar bem verde - para compensar a semana de aula presa em uma sala e o sábado tendo que assistir à ópera que a mãe inventou!!

    Que erro!

    Por um instante quis que ele não aceitasse, mas… Se o fizesse então BoMi estaria errada. Não era tão importante assim ganhar o perdão da amiga.

    Isso só piorava tudo!!!!

    - Aishhh!!!! - exclamou, exausta com toda a culpa e confusão de sua mente.


    Como foi capaz de tentar obrigar alguém à uma escolha idiota?

    Capítulo 2 - Página 7 TAcYbQP
    Luxi
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Sex Dez 22, 2017 11:28 am

    Hyun Hee odiou a si mesmo por sentir-se tão sozinho, mas ainda assim não querer sair de casa para encontrar pessoas, para ser paparicado por Jimin e receber algum tipo de amor, ainda que fosse um flerte estúpido ou de amizade A simples ideia de se levantar da cama para ter que ir a algum lugar já o derrubava de novo. Não queria olhar para a cara daquelas pessoas sorridentes, que tinham a vida que ele gostaria de ter, que sorriam como ele deveria sorrir, mas ele simplesmente não conseguia.

    Sentia saudade de quando era um meninho que podia ser abraçado fortemente por sua mãe, mesmo quando ele fazia cara de forte, com lágrimas nos cantos dos olhos, segurando a fraqueza para impressionar seu irmãozinho. Ele só queria ter de novo algum cheiro familiar, algum conforto, alguém que o tratasse como a pessoa de antes, não um show de horrores ou um experimento.

    Sentia muita dor, mas não era física, era mais profunda, e achava que nenhum remédio poderia jamais curá-la. Foi aí que encontrou, entre aquela desfile alegórico de alegria que eram as redes sociais, o post de seu irmão. Se antes apenas sentia um nublado na cabeça, mas não tinha lágrimas para derramar, ao ver aquela singela foto de crianças ignorantes do futuro, ele desatou a chorar, com o rosto ainda um pouco encostado no travesseiro, tal foi sua má vontade em se mexer na cama.

    Ampliou a foto e viu Eunjoo, tão graciosa e angelical, JongIn, como um garoto levado, Hyemin, bobinha e avoada, e seu irmão. Ele era quem o fazia chorar sem som. Tinha tanta saudade daquele pivete estúpido, daquela época…

    Não estava raciocinando direito, então largou uma curtida naquela foto, que logo seria engolida por tantas outras. Sem comentário, sem reação, apenas esbarrou o dedo ali e fechou a página. Cobriu o rosto com o braço e finalmente se mexeu no lençol, olhando para o teto. Suspirou. Pelo menos Jung Mi não tinha deletado completamente suas lembranças. Pelo menos, por mais que talvez tivesse feito aquilo por causa de seu primeiro amor, ele não o ignorava na foto, e de alguma forma aquela lembrança tinha o feito sentir algo que tinha um semblante bom.

    Voltou a se aventurar pelas mensagens e viu Jimin novamente. Aquela garota o dava um pouco de raiva. Não a respondeu, fazendo-se de ocupado, mas a foto da Joaninha estava mais acima. Por quê? Isso o deixou curioso. Ele viu a música e de repente aquela cena de manhã parecia ter acontecido há muito tempo. Quase não lembrava que tinha pedido as músicas. Aquele cover não era seu estilo favorito, mas ele apertou o play e deixou a música tocando ao lado do travesseiro, fechando os olhos e ouvindo a letra.

    Deu um sorriso mínimo, mas isso foi porque a imagem de Chaeyoung surgiu em sua mente, fazendo graça fingindo que estava cantando aquela música, com gracejos, piscadinhas e aegyo.


    Quando a música acabou, a imagem da garota sumiu também e ele abriu os olhos, observando o telefone. Ele ficou uns dez minutos só olhando para a tela ainda aberta da joaninha e a ausência completa de mensagens. A pequena alegria que tinha ameaçado surgir começava a bater asas para longe de novo e ele foi se sentindo cinza. Segurou o telefone com as duas mãos e deu-se conta então que estava fazendo isso porque aguardava mais mensagens.

    A menina talvez levasse um susto quando a foto do rapaz aparecesse em sua tela indicando que ele estava ligando para ela. No entanto, assim que atendesse, ele apenas ficaria com o celular no ouvido e respiraria fundo, sem dizer nada.

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    Mensagem por Gakky Sex Dez 22, 2017 2:26 pm

    O cheiro do jantar fazia o estômago de Jae-ki roncar ainda mais. Tapava o olho quando viu ela abrir um sorriso lindo antes de correr até ele, recebeu o abraço apertado da irmã e o retribui. Era muito bom poder enfim abraçá-la e sentir os bracinhos finos de Soo-ji o apertando. Depois de um longo dia estressante e cansativo, nada era melhor do que essa recepção. Viu a expressão invocada da halmoni, mas ignorou do jeito que sabia fazer.  A avó com certeza devia estar pensando coisas terríveis dele, mas com Soo-ji ali ela não poderia negar o jantar dele, poderia? Também notou que o pai não estava ali, isso significa que provavelmente teria problemas em breve.

    Logo tentou explicar para irmã sobre seu olho roxo, isso estava começando a parecer um hábito, tinha que parar mesmo de ter machucados no rosto. Observou preocupado a reação da irmã e ficou surpreso ao ver que ela parecia um pouco descontente com o fato dele ter defendido "outra garota". Não esperava mesmo que ela fosse ligar para esse detalhe, mas pior era ver que ela ainda não tinha esquecido de Min-Ah. As perguntas dela o fizeram ficar sem palavras, não podia contar que a bailarina era uma mentirosa, nem que seu olho roxo era por isso, se não a irmã iria ficar mais triste, já estava sendo difícil para ele... Não queria que Soo passasse por isso também.

    Era uma situação complicada, inicialmente não conseguiu responder as perguntas da irmã, não sabia como fazer. Falou do seu machucado e quando Soo-ji ficou com os olhos marejados ao falar da bailarina, sentiu o coração apertar. Era difícil ver como ela também tinha se apegado a Min-Ah, assim como ele. Os dois tinham sido iludidos com aquele "sonho perfeito" e agora não conseguiam esquecê-la.

    - Soo-jiya...

    Não conseguiu responder a última pergunta, de certa forma tinha desistido de Min-Ah, ela não existia e Eun-bi era impossível de entender. Mas os sentimentos ainda tinham ficado, se a irmã soubesse do motivo dele ter desistido... Ela não podia saber, não podia deixar ela se decepcionar como ele. Pelo menos Soo-ji tinha concordado em não se assustar, devagar Jae destapou o olho e observou como seria a reação dela. Não foi das melhores, mas o que podia fazer agora? Sorriu fechando os olhos quando ela fez o carinho, mas era um sorriso triste, porque tinha preocupado a irmã. Tentou animar a irmã com o chocolate e fez questão que era só dela, mas não conseguiu um sorriso de Soo-ji. Ficou a observando preocupado, tinha receio que ela começasse chorar, mas de repente a irmã sorriu e ficou animada falando do jantar. De certa forma isso também o animava. Segurou a mãozinha dela e a deixou guia-lo:

    - Você que fez!? - Exclamou sorrindo e um pouco confuso porque ainda pensava nas perguntas dela - Soo-jiya...

    Jae-ki deixou ela o puxar, o cheiro da comida era bom e o sorriso dela difícil de recusar. Mas ainda estava preocupado com as perguntas dela. Não podia dizer a verdade, então como explicaria o caso de Min-Ah? Mentir também seria terrível, era sua irmã, os dois tinham uma relação forte de confiança e não poderia destruir isso contando mentiras. Que tipo de irmão seria se um dia Soo-ji começasse a duvidar de suas palavras? Teria que resolver isso de uma forma que não era das melhores, mas estava acostumado a lidar com a irmã e sempre tinha coisas que não podia contar, como a história de sua mãe. Embora soubesse que isso pudesse deixar irmã a triste, era melhor do que contar tudo e vê-la chorando e decepcionada.

    - Soo-jiya... - Falou Jae-ki parando, se agachou na frente da irmãzinha e olhando nos olhos dela disse com um tom mais baixo e cuidadoso - Você lembra que eu te expliquei que todo mundo tem pelo menos uma história que não pode contar, e que é melhor não contar do que ser um mentiroso...

    Capítulo 2 - Página 7 97be23644af7fa7393b5658f23acb44d

    - Tem algumas coisas que eu não posso te falar agora... Mas hoje eu posso contar que eu descobri que a Min-Ah é diferente do que pensamos... Ela está mais longe do que eu pensei... Ela tem uma história que não pode contar, mas é ela que tem que decidir se um dia vai contar pra gente ou não... Mas eu acho que não vai, porque ela tem a própria família dela e deve ter muita coisa para fazer que não tem haver com a gente... Uma bailarina deve ser muito ocupada... Aqueles dias só estão no passado agora. Como um programa de TV que é bom, mas quando acaba não volta. Mas é só isso que eu posso falar hoje... Eu sou seu oppa, não tem que ficar triste com isso, nós vamos sempre estar juntos, nós dois, é isso que importa não é?

    Jae-ki não sabia se tinha se expressado bem, não queria mentir nem contar toda a verdade, como iria falar que Min-Ah era Eun-bi e que defendeu um cara que o jogou no lago? Mas ainda sentia que devia dizer algo a irmã, logo ela perguntaria de novo, por isso falou essas coisas a ela, mesmo sem saber direito se tinha a magoado ou a deixado confusa. De alguma forma quando tinha que resolver coisas assim com Soo-ji, agia sem perceber como sua mãe fazia com ele no passado. Quando a omma não queria contar algo, sempre explicava que todo mundo tinha uma história que não podia contar. Era até estranho ele agir assim, sendo que o normal era estar estourado ao lembrar da Eun-bi, mas Soo-ji sempre despertava o seu lado mais doce. Se sentia até um pouco calmo com esse assunto só por estar ao lado da irmã, a forma como tinha tentado amenizar tudo fazia até ele mesmo refletir sobre isso. Podia refletir melhor sem aquela raiva estourando na sua cabeça. Tinha realmente uma história que Eun-bi não contou, também havia uma bondade que a bailarina compartilhou com Soo-ji algumas vezes e que agora ele entendia que não tinha sido uma farsa, talvez ela não tivesse imaginado o quanto isso tinha significado para ele e Soo-ji. Talvez Jae-ki estava esperando demais que alguém como ela pudesse querer contar sua história a um garoto como ele. Jae-ki não deu muito tempo da irmã reagir direito, começou a tentar falar animado para não deixar ela triste e mudar o foco:

    - Ahn! Eu já te contei que entrei pro clube de dança? Acho que sim, lembra, eu vou aprender uns passos e vou te ensinar! Um dos meus amigos, o Kang, ele também vai fazer. Mas o Won não quis. Sabia que o Won Bin está treinando para as olimpíadas? Maneiro não é? Vai que ele fica famoso! Vou ser amigo de um cara das olimpíadas e você também. E eu almocei na escola hoje, mas não foi bom como sua comida, você faz o melhor arroz do mundo! Estou morrendo de fome, deve tá muito bom! Se quiser eu também te ajudo no dever de casa, eu tenho um monte de dever de casa para fazer hoje. E eu quero ouvir tudo que aconteceu, a halmoni dá sorte de ter sua ajuda nas vendas, você é muito boa com isso. Já eu assusto os clientes. Mas eu tenho trabalhado bem como entregador, hoje nem parei, fui a vários lugares.  

    Jae-ki riu em seguida tentando acalmar o clima tenso, mas não tinha ideia se isso ia ajudar, ao menos tinha tentado.
    Capítulo 2 - Página 7 OQyMeP8
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    Mensagem por Ailish Sex Dez 22, 2017 3:20 pm

    A proximidade e posição permitiam que escutasse grande parte da interação dos dois, embora não fosse de seu interesse. Entretanto, apesar de se esforçar para ficar concentrada em qualquer outra coisa, Sunny acabava absorvendo a conversa do casal e sentia-se cada vez mais enjoada diante da falta de escrúpulos, principalmente do homem. Só quando se metia entre as prateleiras para guardar os livros já atualizados no sistema que ela se afastava daquela gente tóxica, mas não podia permanecer muito tempo distante do balcão. E foi assim durante a próxima meia hora inteira até os dois pagarem a conta e saírem juntos - com certeza para aproveitarem o restante da tarde no bendito loft. Outro sonoro suspiro escapou conforme escrevia no caderno sobre o exercício de Literatura. Apenas ideias e palavras soltas, pois dessa forma adiantaria a lição. Também precisava fazer a maquete para a aula de Biologia e verificar se haviam mais deveres esquecidos lá trás. O de matemática, por sorte, estava prontinho. Não queria deixar nada acumular, por isso o melhor seria criar uma espécie de “tabela”, ainda mais que a rotina simplesmente encontrava-se atribulada demais.

    Depois do episódio, tudo pareceu se ajeitar. Sunny melhorou de humor e atendia os clientes com um sorriso sincero e simpático, o que conferia certa preferência do público, embora todos no Café Literário se mostrassem excelentes profissionais porque amavam o serviço, independente da quantidade de afazeres. E ela ADORAVA compartilhar dicas, sugestões e críticas... Mesmo que possua gêneros preferidos, ela lia um pouco de cada para alimentar o estoque mental.

    Quase no fim do expediente, Joo-Hyuk surgiu feito um anjo e antes do amigo ter a chance de falar, os olhinhos da menina brilhavam como duas estrelinhas ao reconhecer de onde eram as bolsas.

    Ahhhhhhhh <3 <3 <3

    - Kiiiiim! Às vezes, e de vez em quando MESMO, você consegue ser a pessoa mais fofa desse mundo, sabia? – dizia enquanto pegava um dos pacotes, fuxicando o interior – Chocolateeee! Que cheiro boooom!

    Tirou uns minutinhos numa mesa mais reservada para comer o pedaço de torta junto de Lee Hi e Kim. Quando ela se distraiu, Sunny afundou uma garfada no merengue de morango e riu por causa da carinha da amiga diante do pequeno furto. Os três conversavam de modo tranquilo e o ritmo seguiu desse jeito até a estação, na qual se dividiriam devido aos caminhos distintos. Sun-Hee, poucos antes de entrarem no lugar, lembrou-se da situação envolvendo o cara comprometido com a loira sonsa e comentou com eles, revirando os olhos teatralmente – Foi tão desconfortável... Sério. Você estava longe, Lee Hi, e não escutou... Sorte a sua porque eles soltavam tantos absurdos... – cruzou os braços à medida que um beicinho aparecia nos lábios – E ele tem noiva! Dá pra acreditar nisso?

    Logo, Sunny se despediu de Lee Hi com um rápido abraço e pediu para que ela mandasse mensagem assim que colocasse os pés no tapete de entrada. Sentia uma comum fisgadinha quando a menina ia embora, sozinha e desprotegida, ao contrário de Sun-Hee, que tinha um batalhão disposto a buscá-la, sempre. Raras tratavam-se das ocasiões em que voltava sem a companhia de alguém.

    A “viagem” no metrô foi silenciosa, como de costume.

    Ela detestava aquele meio de transporte, ou seja... não havia como relaxar ali dentro, apenas torcer para passar rápido. Mas justamente por esse motivo que o trajeto parecia levar mais horas de intensa agonia.

    Próximo de descer, ela repetiu o mesmo pedido para Kim sobre avisá-la de quando já estivesse em casa. Deu um puxãozinho implicante na orelha avantajada e seguiu o próprio caminho. Da estação até a residência dos Kim, o caminho era breve, uns cinco, sete minutos.

    Em casa, tinha a sensação de que as mãos invisíveis que costumam apertar seu pescoço finalmente a soltaram, permitindo que respirasse ar fresco e puro. Sunny largou a mochila numa cadeira da cozinha enquanto procurava a família, e só então, no relógio de parede, viu que não eram nem oito horas. De repente, uma série de latidos quebrou a quietude do lugar e Sunny foi alvejada por vários pares de patinhas sedentas por atenção.

    Tea, Cookie, Bakira, Lion e Bum-Kun.

    Eles atacavam Sunny com lambidas e empurrões, menos a pequena Tea, que marcava presença graças aos latidinhos agudos.

    - VOCÊS VENCERAAAAAM!!!!!!!

    Não demorou a visualizar Yi-Hoo e ele ria ao fitar a cena. O mais velho se ofereceu para acompanhá-los no passeio pelo quarteirão. Claro que Sunny aproveitou e deixou as correntes de Bakira, Lion e Bum-Kun com o irmão conforme a espertinha levava os menores e mais “quietos” – comparados ao trio de vira-latas. Trocaram informações descontraídas, descrevendo o que fizeram durante o dia e Sunny convenientemente ocultava as situações que não desejava expor. Percebeu a ruga no meio das sobrancelhas dele e aquilo ativou o remorso que ainda carregava em relação às mentiras descaradas. E certa frustração também. Afinal, faltou com a verdade justamente na intenção de evitar preocupações desnecessárias. Para mudar o foco, apesar de Yi-Hoo não ter mencionado, Sun-Hee falou sobre Chae, tecendo a lista de qualidades da nova amiga, sem largar Lee-Hi de canto – Você não sabe elogiar uma menina, Yi-Hoo! Que ideeeeeia! – resmungou, torcendo a lateral da boca.

    Algumas voltas mais tarde, retornavam ao lar, doce lar. Soltou os capetinhas para que pudessem quebrar a casa e doida por um banho, nem pensou no jantar. Aliás, ainda pretendia terminar as lições e se sobrasse tempo, ler algo até cansar os olhos. Enquanto caminhava na direção do quarto, viu a luz do cômodo que o papai usava de “escritório” acesa. Cuidadosamente, enfiou a cabeça pela abertura da porta e sorriu – Oiiii, appa! – já que ele puxou assunto, Sunny entrou e sentou numa cadeira, dobrando as pernas para ficar mais confortável – Uhum! Hoje conhecemos o professor de Literatura e ele é muito legal! Ahhh, papai, mas mesmo se ele fosse desagradável, eu não odiaria a matéria – suspirou – Também tive Biologia e Química! – Sunny descrevia detalhadamente as aulas, a postura dos professores... Falava sobre os amigos novos, e acabou alcançando o ponto óbvio do dia.

    - Papai, eu o conheci.

    Sunny sorriu de maneira larga e satisfeita e daria uns instantes para o Sr. Kim entender a quem ela estava se referindo.

    Capítulo 2 - Página 7 Tumblr_n8lfclaPiz1rlzlwyo2_250


    - Jae-Ki.

    Antes de comentar a respeito da conversa, aguardaria a reação do pai, bastante animada.
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Sáb Dez 23, 2017 11:31 pm

    [DONG]

    Hayoung deu um sorrisinho contido, mas sincero, quando o primo comentou que seria um Wooldachi. Com a mente criativa que tinha, seria capaz de visualizá-lo com aquelas roupas, mais por conta da coragem e inteligência que ele tinha do que pelo porte físico em si. Até porque, a aparência não faria diferença nenhuma, tendo em vista que ele a considerava uma princesa.

    Suas bochechas coraram um pouco de novo ao se lembrar do elogio, ainda que indireto.

    Ouvia com redobrada atenção as palavras do primo, mesmo que o toque dele em seu pulso continuasse consumindo boa parte de seu foco. A região estava quente e ela sinceramente não queria que ele a soltasse, pois era bom saber que alguém se importava com ela de verdade.

    Fez um pequeno bico quando ouviu sobre os estudos e esforços redobrados deles. Deu um pequeno suspiro, só de imaginar a quantidade de coisas que precisaria fazer. Se não tivesse deixado Hyemin trocar sua última prova, ela não seria olhada com toda aquela desconfiança. Provavelmente estaria entre os melhores da turma e teria um problema a menos. Mas...O sorriso de Hyemin, bem como sua amizade tinham valido a pena.

    Hoje ela até ganhou um corretivo liindoo! Sua amiga era tão generosa!!

    Piscou lentamente ao ver o gesto de Dong e fez um “Fighting” junto dele enquanto ele pedia apenas uma coisa. Nesse momento, ela até se ajeitou um pouco no lugar e olhou com atenção. As sobrancelhas ficaram um pouco curvada e um biquinho se formou em seus lábios.

    - Mwo? - Os ombros caíram. - Pessoalmente… - Desviou o olhar, ponderando, mas logo sorriu e meneou positivamente. - Posso fazer isso.

    Esperava por algo mais dificil, apesar de já ser dificil fugir pra casa dos tios. Bom, ela faria isso, agora que sabia que podia contar com Dong. Ficou ponderando um pouco sobre isso até que o primo anunciou que tinha algo para animá-la e começou a mexer na mochila daquele jeito. Tombou a cabeça para o lado, até que se lembrou. Bateu as mãos e apontou para ele.

    - Meu presente!! Você não esqueceu??? - Levou as mãos até as bochechas - Ottoke?!...O que é? Cade? Cade?

    Quando ele fez o suspense, ela puxou o ar no susto e o sacudiu um pouco. Nada muito brusco, só fazendo uma ceninha mesmo.

    - Você esqueceu? Você PERDEU? OPPA!! - Bateu o pé no chão do carro e cruzou os braços, inflando as bochechas com um palmo de bico.

    Pelo menos era melhor do que vê-la com aquela carinha triste de instantes atrás.


    [HYEMIN]

    Hyemin não podia imaginar, mas sua resposta no restaurante tinha sido uma pequena vitória para So-Na em relação à Chun-Ja. A expressão da tia tinha ficado murcha e raivosa, enquanto So-Na carregava aquele deboche no olhar, mas que não verbalizava. O pai ficou massageando a têmpora, porque nem tinha como defender, mas ali, entre as mulheres, a tensão tinha crescido um pouco mais.

    Felizmente, a menina tinha coisas mais importantes para se importar: o que vestir para a ópera, qual horário reservar, qual sapato usar. E, também, onde estava Yerin? A mensagem dela não foi entregue, porque a menina ainda estava há algum tempo sem aparecer online.

    No shopping, o encontro com Eun-Na foi regado de gritinhos e pulinhos animados no mesmo lugar. Verdade que as duas tinham a mesma idade, mas Eun-Na acabava valorizando outros detalhes de seu corpo, assim como Mi-Ran. Elas exalavam aquela aura mais sensual mesmo quando faziam aegyo. Algumas pessoas simplesmente eram assim, no fim das contas.

    - Você também! Que saia lindinha, Min-Ah! Será que acho uma preta? - Analisou. - Ou quem sabe eu consiga fazer. Você me empresa o molde?

    As duas sabiam lidar com corte e costura, por isso tinham se aproximado também. Mas Hyemin tinha um estilo muito mais romântico e rendado do que Eun-Na que tinha um estilo mais impactante.

    - Ooh que sortuda! Eu vou ficar no segundo andar mesmo. Sei lá quem vai ficar perto de mim, mas tô surpresa da Bo-Mi e a MiSoo ficarem lá também. Fico me perguntando quem o pai da Bo-Mi ajudou dessa vez e quem a mãe da MiSoo puxou o saco. - Deu uma risada meio maldosa e bateu na boca. - Ops, escapou.

    Arregalou os olhos de modo teatral e agarrou o braço dela para começarem a caminhar. Sabia como era importante para a amiga ter aquele momento com o oppa dela. Por isso estava disposta a ajudá-la mesmo.

    - Decote, mas eu tenho uma dica. - Parou e a fez encará-la. - Usa um decote, mas vamos procurar uma echarpe bem chique para botar por cima. Daí...você só vai exibir o decote para quem quiser. - Piscou. - Por exemplo, Sr. Seo passa, você faz cara de paisagem. Seu oppa passa, você faz…

    Fez um gesto discreto, como se mexesse na echarpe imaginária e uma carinha de quem não queria nada. Logo deu uma risada ao imaginar Hyemin tentando fazer isso e agarrou o braço dela.

    - Nada de unicórnios, vamos!

    A saga do shopping começava. Claro que o foco delas era na roupa da Ópera, mas elas procuravam outras mil coisas e se distraíam com vitrines novas também. Eun-Na foi paciente, deixando que Hyemin fosse pra cabine primeiro enquanto ela continuava procurando. Concordava que os vestidos curtos ficavam estranhos nela, mas os longos a deixariam muito idosa.

    - Certo...Vou dar uma olhada, pera aí.

    Eun-Na saiu e, nesse meio tempo, Hyemin trocava mensagens.

    Yerin tinha respondido

    “Estava sem bateria e fui para o curso.
    Não irei à Ópera pois viajo sexta para Hong Kong e volto domingo. Meu pai tem um contrato importante para assinar e jantares para as famílias.
    Fico feliz que você vá ficar numa posição boa na Ópera. Divirta-se! Amanhã nos vemos na escola.
    Ps: não aceite as roupas curtas da Eun-Na, hein ¬¬”


    Já a tia, respondeu um

    “Lindas, mas você não ia ver isso comigo?”

    Pareceu um pouco aborrecida, mas...antes que Hyemin quisesse cancelar a saída com Eun-Na, a amiga bateu no camarim um pouco séria e disse.

    - Min-Ah...Eu acho que encontrei. Ele é simples, mas...Não sei porque, acho que vai ficar lindo em você. Tome…

    E entregou um decotado, porém longo e...vermelho escuro.

    [MISOO]

    - Aah, é! Esqueci que você acha o professor de Literatura perfeitinho! - Mia disse de modo implicante.

    - Mas ele é mesmo… - Bo-Mi disse ainda de modo divertido e mordendo o lábio internamente. - Um excelente professor . - Fez uma carinha inocente, rindo bastante.

    As meninas logo continuaram falando sobre os planos arruinados de domingo e não tinha mesmo condições de Eun-Bi patinar com aquele pé. Seria chato para ela e a intenção era que todos se divertissem. Bo-Mi tinha uma alternativa, mas quando leu a troca de mensagem de MiSoo e seu irmão, uma luz acendeu em sua mente.

    O sorrisinho maldoso foi incontrolável e, antes que percebesse, a sugestão foi jogada no ar, como um beijo soprado. Bo-Mi percebia a confusão na expressão de MiSoo, mas não insistiu por mais tempo. Deixaria que ela chegasse à melhor conclusão por si só. O máximo que fez, foi responder.

    - Acho… - Fez um biquinho e desviou o olhar.

    Mia não tinha entendido ainda e Bo-Mi teve preguiça de explicar, só esperava que MiSoo pegasse a isca. Enquanto a amiga se decidia, Bo-Mi ficou comentando sobre os filmes que estavam em cartaz no cinema, pensando qual seria o melhor para ir. De canto de olho, via que MiSoo estava com o celular em mãos de novo.

    Os pensamentos foram cortados com a história de Eun-Bi. Bo-Mi deu de ombros, achando aquela resposta bem fácil.

    - A gente pede, né?

    - É, vamos pedir no aplicativo e entregam em casa.

    - Frango e batata. Batatinha… - Bo-Mi fez um “hmm”

    - Sim, sei que não tem muito tempo que comemos, mas sempre há espaço para porcarias.

    - Sempre.

    Enquanto as duas viajavam, MiSoo tinha sua própria saga mental, até que decidiu pegar o celular e mandar a mensagem para Gyu-Sik. O garoto estava online e rapidamente leu a mensagem dela. Dessa vez, não apareceu o “digitando…”, mas, a resposta não demorou mais do que dez minutos para chegar.

    “Condição, é? Entendo…
    Tudo bem, posso conseguir o smoothie light e a ajuda à tarde. Mas vai precisar ser na sua casa, ok? Não sei se a BoMi já falou, mas a minha mãe vai fazer uma reunião chata aqui. Pode ser às 16h?”


    Foi tão fácil que era até difícil acreditar que ele teria um compromisso. Mas Bo-Mi também não tinha dito o horário do filme. E se ele ainda fosse sair com a menina à noite? Bom, o importante foi que ele aceitou a condição de MiSoo.

    A campainha do apartamento de Mia tocou e a empregada foi abrir. Logo Eun-Bi começou a desfilar com suas muletas. Usava uma roupa mais despojada: short-saia azul marinho de cintura alta e uma blusa cropped com as mangas caindo pelos ombros (gola canoa) com listras vermelha e branca, quase uma marinheira.

    - Demorei, mas cheguei! - Comemorou. - E aí? O que aprontaram?

    Mia levantou-se para ajudá-la e logo Eun-Bi desmoronou ao lado de MiSoo e a abraçou de ladinho.

    - Estavamos acertando as histórias pendentes do intervalo. Ainda bem que chegou, porque está na sua vez… - Mia foi mais incisiva.

    - Vejo que serei duramente criticada… - Suspira. - O que querem saber?

    - Que tal começar contando o porquê de ter mentido ontem sobre o Taemin? - Bo-Mi até ajeitou a almofada sobre o colo.

    Eun-Bi ficou um pouco sem graça, mas foi prendendo o cabelo num coque enquanto suspirava.

    - Ou quem sabe explicar porque você se preocupa tanto com o bolsista novo. - Mia provocou.

    - Essa é fácil responder. - Bo-Mi disse. - Você gosta dele, né?

    Eun-Bi trincou os dentes e cruzou os braços.

    - Pode ir falando, nós vamos pedindo seu frango. - Mia descontraiu, mas Eun-Bi já estava meio emburrada.

    - Certo. Eu falo. - Ajeitou-se no sofá e encarou as amigas - Eu não pensei em vocês quando menti para a Senhorita Yang, fui egoísta e cega porque...só pensava no bolsista novo, cujo nome é Jae-Ki. - Houve um certo tom de farpa ali, como se não gostasse de ver Mia denominando o menino de bolsista. - Eu fiz isso porque eu não queria que a história completa chegasse aos ouvidos de minha mãe. Eu disse que o Taemin brigou com o Jae-Ki e o jogou no lago, mas disse que eu tropecei e caí, não que fui jogada. - Respondeu num tom mais triste. - Minha mãe já é um inferno particular e foi por conta dela que eu saí com o Taemin no início das férias. Ela gosta dele e da família dele e se ela soubesse que ele me jogou no lago, diferente do que vocês imaginam, ela perguntaria o que eu fiz pra ele fazer isso. - Deu um sorriso desgostoso.- E ela saberia a história inteira e chegaria até o Jae-Ki.

    Os ombros caíram um pouco e ela abaixou o olhar.

    - Eu gosto dele. - Murmurou. - Eu gosto das lembranças que tenho dele, gosto do tempo que passamos juntos nas férias quando eu era diferente. Mas eu sei que não posso gostar mais dele porque, além dele não me perdoar por eu ter mentido, eu levaria mais problemas do que soluções. Então...Não sei ser mais clara do que isso.

    - Você está mesmo apaixonada… - Bo-Mi constatou.

    Eun-Bi a encarou meio séria, sem negar.

    - E por isso você nos traiu?

    - Não foi minha intenção. Eu não...eu não sabia o que estava acontecendo na sala do diretor. Eu não sabia que iam te levar para lá. - Começou a ficar vermelha e um pouco nervosa.

    Bo-Mi também a encarava igualmente séria e sem o mesmo humor de antes. Começava a sentir raiva do egoísmo de Eun-Bi enquanto Eun-Bi ficava apavorada com a hipotese de perder a confiança das amigas.

    - Eu juro que não...não queria magoá-las..


    [HYUN-HEE]

    Jung-Mi não tinha o irmão nas redes sociais, mas como ele tinha voltado às boas com Jong-In, chegou até aquela foto. Provavelmente, a curtida dele geraria algum tipo de fofoca tão logo percebessem o nome dele. Dificil seria imaginar a expressão do irmão diante daquilo.

    Será que, no fundo, não foi uma postagem proposital dele?

    No fim, aquilo tinha sido um sopro de esperança para Hyun, mas que gerava uma dor alucinante em seu peito. Era muito difícil ter que lidar com o passado em comparação com o seu presente. Aqueles minutos de choro seriam regados com lembranças felizes dos irmãos. Jung-Mi era muito grudado nele e sempre o incentivava a seguir atrás de seus sonhos, achava que seu hyung era o melhor em tudo. Era sempre o que mais gritava e torcia nos campeonatos e naquele viagem, estava bem triste por não poder ir.

    “Eu queria muito ir, hyung…Mas eu tenho uma prova idiota no sábado e não posso faltar!”

    Ficou remoendo bastante aquilo.

    O que teria acontecido se ele fosse o 4º elemento do carro? Hyun tinha escapado por mero milagre, porque o lado dele foi o menos atingido e ele conseguiu se arrastar entre os escombros antes que o fogo consumisse o carro e explodisse, levando qualquer chance de tirar os pais dele com vida. A ajuda também foi rápida, mas não o suficiente para salvar os pais.

    Se Jung-Mi estivesse ali, também teria morrido.

    E o que restaria para Hyun?

    Então, por que mesmo os dois estando vivos e tendo a chance de reconstruir tudo, continuavam agindo como se estivessem mortos um para o outro? Parecia incoerente e um tanto quanto injusto.

    A foto de Jimin chamou a atenção de Hyun, mas foi a janela da Joaninha que mereceu uma resposta. Hyun ouviu as músicas, mas era uma voz diferente que ele associava: a rouca e boba dela. O episódio no lago trouxe certo refresco, mas não foi o único.

    Assim que ele chegou na Coréia, as boas-vindas foram um tremendo esbarrão no ombro enquanto a garota de cabelo laranja pegava a mala errada. Os olhos estavam tão fechados e o bico tão pronunciado que quase parecia outra pessoa. Tinha sido a primeira vez que ela o atrapalhou e, depois disso, ela cruzou muitas e muitas vezes.

    Mesmo quando não queria, como quando ele pisou na joaninha em meio ao seu lamento por seus pais.

    O broche que ele nem mais sabia onde estava. Mas havia algo que ele sabia: o número dela.

    Chae estava escrevendo no dever de química quando sua música foi interrompida pelo toque do celular, uma música mais antiga que ela esqueceu de trocar, simplesmente porque...quem é que usava celular para ligar?! Então, ela tomou um super susto com a introdução de “Dumb, Dumb” aos berros no ouvido dela.

    - AIGOOOO!! - Bateu na mesa e levou a mão ao peito, se acalmando. Tirou o headset e pegou o celular.

    Arregalou os olhos ao ver quem era e então, pigarreou antes de atender.

    - Yeoboseyo? - Arqueou uma das sobrancelhas e estranhou ao ouvir só...respiração. - Aish...Alô? Eu tô vendo que é você, seu tigrão sem dentes. Quem é que usa celular para ligar e ficar só respirando?!

    Mais silêncio. Chae lembrou-se do aperto no peito que tinha sentido mais cedo. Franziu as sobrancelhas e suspirou.

    - Você, aparentemente. - Ficou mexendo na caneta - Não precisa agradecer pela música chiclete, foi de coração. - Deu uma meia risada. - Você tá bem? Está...Estudando muito? Estou com uma pilha de exercícios aqui e não consigo me concentrar muito bem. - Dava para imaginar o beicinho. - Está assim também? Por isso me ligou? Ou...Quer me cobrar o primeiro favor?

    [SUNNY]

    Yi-Hoo apenas observou a esperteza de sua irmã por deixar os cachorros mais sacanas com ele enquanto ela levava os pequenos. Não era algo que o incomodasse, apenas que o fazia rir da situação e seguia com o passeio com sua irmãzinha. Yi-Hoo era um rapaz bem fácil de lidar, muito dedicado ao seu emprego e à família. Porém, ele realmente não tinha muito trato social.

    Por isso mesmo a irmã aproveitava para puxar a orelha dele. Yi-Hoo ficou um pouco envergonhado e comentou que pediria desculpas a Lee-Hi da próxima vez que a encontrasse. Ou pelo menos tentaria ser um pouco mais delicado.

    No caminho, o irmão comentou sobre o fim de semana também. Perguntou se ela estava animada em ir para o Festival de Jinhae Gunhangje, onde naquela época floresciam as mais belas flores de cerejeira. Yi-Hoo resmungou dizendo que, provavelmente, estaria lotado, mas seria legal andar com a família e comerem algo diferente depois.

    Quando retornaram para casa, Sunny encontrou o pai no “escritório” da casa. O pai estava fazendo um planejamento de aula, mas parou assim que ouviu a voz de sua filha. Girou lentamente na cadeira, virando-se de frente para Sunny.

    - Olá, minha pequena! - Sorriu e a convidou a se aproximar. Retirou os óculos por alguns instantes e deixou em cima da tecla do notebook. - Como foi seu dia?

    Mostrou-se bastante interessado no que ela tinha a dizer. Queria mesmo saber como a filha estava se sentindo nesse novo colégio. Apesar de saber que Kim Joo-Hyuk estava com ela, ficava um pouco receoso com a adaptação e esse tipo de coisa. Sabia como novos ambientes podiam ser hostis, apesar de cheio de aventuras.

    - Ah, então o dia foi ótimo! - Disse divertido ao ver a expressão da filha dela para Literatura. Riu quando ela não mostrou o mesmo entusiasmo por biologia ou quimica. - Você sabe que...Biologia e Química é o que mais verá na faculdade, não é?

    Foi só um apontamento curioso, mas o foco mudou. O pai ficou animado em ouvir sobre os amigos que ela estava fazendo - numa velocidade bem rápida, não que fosse algo espantoso para uma pessoa cativante como a filha. Gostou de saber da postura desses professores, ficava satisfeito com isso.

    Até que...Sunny o surpreendia com aquele ponto alto do dia. O pai tombou um pouco a cabeça para o lado, sem entender bem, à princípio sobre quem ele falava. Então, o nome foi revelado e foi como um baque…

    Como se fosse tomado por uma grande emoção. Pouco a pouco, um sorriso foi surgindo nos lábios dele enquanto os olhos ficaram marejados. Sorriu.

    - É mesmo? Ah… - Engoliu em seco , fungando um pouco. - E como foi? Você gostou dele? Jae-Ki é um menino arisco, mas tem bom coração. Vocês..se deram bem?

    Parecia importante ou, pelo menos simbólico, para o Sr. Kim saber que sua filha tinha gostado ou se entendido com Jae-Ki, a quem considerava um filho também.

    [JAE-KI]

    - Siim, oppa! Fui eu que fiz!! - Disse animada, deixando todas aquelas tristezas de lado enquanto puxava o irmão para a cozinha.

    Estava triste por vê-lo machucado e por imaginar que ele tinha se esquecido da Princesa Min-Ah - achava que ela tinha sumido por algum motivo que poderia explicar quando voltasse, né? Ou pelo menos era assim que, em seu mundo otimista, ela imaginava que as coisas seriam.

    Também não adiantava ficar triste por coisas que já tinham passado. Lamentava pelo olho do irmão, mas achava que se desse comidinhas gostosas para ele, logo ficaria bom! Então, era nisso que ela estava focando agora. Sempre usava do otimismo e das notícias boas para ocultas as coisas tristes.

    - Mwo? - Virou-se para Jae quando ele parou e se abaixou daquela forma para encará-la. Tinha colocado seu chocolate na bancada da cozinha e agora fazia um biquinho de dúvida e preocupação com o tom sério do irmão. - Aham...Lembro.

    Disse baixinho e juntou as mãos na frente. As palavras de Jae podiam vir de modo suave e terno, mas a garotinha ia deixando os ombros caírem um pouco e não entendia como ele sabia sobre Min-Ah e não podia contar pra ela. Por que ela estava tão longe? Não podiam pegar metrô, ônibus ou ir à pé mesmo?

    - No...passado? - Tombou um pouco a cabeça para o lado, fazendo um beicinho pronunciado. - Mas programas de TV reprisam… - Murmurou e o encarou. Sentia que o irmão parecia magoado com alguma coisa e estava se esforçando muito para mostrar que estava ali. Soo-Ji confiava cegamente nele e era sim feliz por tê-lo ao seu lado, mas...Ela se importava com aquela história também.

    Porque seu oppa parecia muito feliz com Min-Ah também.

    - Ye… - Respondeu, mesmo assim. - Sempre estaremos juntos, oppa. Sempre. - Afirmou com convicção e o abraçou de modo carinhoso. Claro que estava triste, mas ela, novamente, tentava ver o lado bom.

    Afastou-se quando ele começou a falar do clube de dança. Aí sim ela deu um sorriso, mostrando os dentes que faltavam.

    - Você falou, mas você não disse que gostava mais de hapkido? Não tinha hakpido? - Perguntou enquanto servia um prato para ele. - O Kang também dança, é? Eu queria conhecê-lo! E o Won também. Uwaaa...olimpiadas! Ele é forte? Ele faz aqueles golpes legais? Asha!!

    Achou incrível e entregou o prato para ele.

    - Aposto que a comida é gostosa sim! Ainda bem, né oppa? Só posso cozinhar à noite. - Suspirou. - E não precisa! Eu tô acabando já! Foi bem facil. - Sorriu. - Eu tive aula de hangul e história hoje. Estava como as princesas de Goryeo. - Fez um aegyo - Uma moça queria pagar menos pelos produtos e eu a convenci que não, não, não, aquele preço era o justo! E ela levou, depois voltou porque gostou e comprou outro. Também ganhei o doce da minha amiguinha do colégio! Ela tem uma letra liinda, parece um desenho.

    E continuou falando sobre seu dia que não tinha coisas extremamente empolgantes, mas ela fazia parecer maravilhoso. Falou bastante enquanto ele comia, mas quando fossem se sentar para estudar, ficaria quietinha. Depois que terminasse seu dever, ela pegaria o chocolate e daria um pedaço para o irmão.

    Mesmo que ele tenha dito que era tudo para ela, ela gostava de dividir.

    [WON-BIN]

    Algumas palavras doem mais do que um soco. Won experimentou essa sensação diante da frieza com a qual foi tratado pelo seu mestre, seu segundo pai. Baek estava bastante decepcionado com o discípulo que vinha lapidando com tanto cuidado e carinho nos últimos anos.

    Doía dizer aquilo, apesar de ser difícil de acreditar. Mas era o mínimo que Won merecia depois de quebrar a traição de todos.

    Isso serviu para que Won começasse a fazer uma série de questionamentos em sua mente.

    A questão do herói novamente martelava na mente dele. Achava que logo seria um ninguém, que as pessoas se esqueceriam dele.

    Bom.

    Antes de mais nada, ele precisava se perguntar se ele queria ser um herói ou ser famoso. Ali mesmo naquela rua quase infinita com luzes de carros e prédios se misturando, existiam centenas de heróis sem rosto ou sem nome. Eram policiais, bombeiros, médicos, engenheiros, pais, mães...Pessoas que todos os dias estavam envolvidas por pequenos atos de heroísmo.

    O que é um herói, afinal?

    Tem que ter capa? Tem que saber voar? Ter super-poderes?

    As pessoas tendem a associar o herói com a grandeza, mas as vezes, pequenos gestos ou simplesmente se importar com o próximo já é um grande ato de heróismo.

    Apenas naquele dia, Won tinha agido como um herói para Yerin quando recuperou o celular e todas as informações que tinham nela. Um herói para Stella ao fazer o mesmo e ainda se mostrar preocupado com alguém que já tinha se fechado tanto que achava difícil acreditar que as pessoas se importavam com ela. Um herói para Kang e Jae por dar um choque de realidade no amigo marrento e por ter salvado Kang “da surra”. Fora as vezes que matou a sede ou fome dos clientes anônimos do café.

    Mas Won tinha o problema do herói fictício, por conta dos filmes que assistia.

    Aparentemente, ele ainda precisaria de muitas doses de realidade até perceber que a vida não era como nos filmes.

    Tinha passado para WangJo porque se esforçou, porque lutou e, também, deu sorte com as questões. Tinha cativado Bo-Mi porque a salvou de um atropelamento e ela também nunca tinha passado por aquela situação. Assim como cativou MiSoo por salvá-la das brigas com Jae e por estar presente em outras situações. Isso sem falar nas amizades que fizera.

    Seu pai e seu mestre estavam decepcionado pela traição de confiança e atitude inconsequente de alguém que sempre foi muito consciente de seus atos.

    Won tinha algumas possibilidades, agora: aprender com seus erros para aceitá-los e mudar; ficar remoendo essas derrotas e se deixar consumir por elas; entender a diferença entre fama e heroismo.

    Se ele queria ser reconhecido e venerado pelos atos dele, esses atos não eram sinceros, eram egoístas.

    Mas se ele ficasse bem fazendo o “pouco”, então, aí sim encontraria o altruísmo dentro de si.

    O caminho para cada foi bastante triste por conta de seus pensamentos e, quando lá chegasse, encontraria o pai e o amigo vendo um jogo na TV. Havia pizza para o jantar e suco favorito dele na geladeira. O pai o encarou por um instante e só cumprimentou com um aceno.

    Won sabia o que fazer.

    Comer, tomar banho, fazer dever. O pai não tinha privado do PC e internet, mesmo que fosse horrível usar com uma mão só. Era bom que Won soubesse usar com sabedoria esse pequeno luxo que ainda tinha.




    AVISOS


    > Façam turnos encerrando essas interações. No próximo, já vamos pro sábado. Ainda tô vendo quem fica sábado e quem fica no domingo.

    > Decidam os últimos clubes que faltam, pois isso será citado no meu proximo turno ( o prazo, in game, é até sexta)
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Dom Dez 24, 2017 1:57 am


    "Quando não há um herói, sempre haverá alguém comum"

    Uma velha memória. O pai lhe disse isso numa ocasião que já não se lembrava, pois era muito criança, mas a frase era impactante o suficiente para surgir agora.

    Colocou os fones de ouvido, andando novamente.


    Por que Won queria ser um herói? Ele não saberia realmente explicar nem se quisesse ou sua vida dependesse disso. Estava em sua natureza, desde aquela época...

    Quando a mãe morreu Won encarou a esmagadora solidão de uma vez. Não nos primeiros dias ou nos primeiros meses.
    A tristeza, a comoção que as pessoas ao redor tinham tornavam aqueles momentos menos solitários.
    Mas foi nos meses seguintes, quando o luto passa e só resta um lugar vago na mesa de jantar, um pai que se mergulhava em trabalho, quando Won conheceu o que era estar só.

    Uma criança com muito tempo livre em casa tinha poucas coisas pra fazer além de ver TV. Mas Won quase instantaneamente tinha se apaixonado pelos filmes de ação, de artes marciais principalmente.
    Histórias de homens comuns que se levantavam contra inimigos maléficos, situações impossíveis e obstáculos gigantescos. Salvavam a vila de um Império maligno, venciam o campeonato e ganhavam a garota, livravam a mulher inocente de um assalto...

    Assim como Won as vezes se achava esquecível, também se esquecia do que ele mesmo havia feito nesses últimos dias. Revisando suas ações ele nem havia percebido que a forma como Bo-Mi e Misoo ainda acreditavam tinha de ter uma razão.

    Salvar Bo-Mi daquela moto, ajudar Misoo com o Jae, ajudar o próprio Jae, Stella e até a rainha do gelo Yerin. Além de ajudar seus amigos Kang e Jae.

    "Eu não posso ser um herói dos filmes. Mas será que eu posso ser um herói...do meu jeito?" olhou para o braço engessado.

    "Não quero a fama. Não quero que as pessoas me levantem pro alto e me deem tapinhas nas costas por tudo que eu faço. Não...isso seria egoísta"

    Estava ficando perto de casa.

    "Hmpf, eu mesmo falei pro Jae que a gente não pode mudar o passado. Só o futuro. Talvez eu devesse ouvir os meus próprios conselhos"

    Abriu a porta de casa. Encontrou o pai e o amigo vendo TV, parecia até normal, tirando a frieza no simples aceno como cumprimento. Aquilo doía, quanto tempo ia encarar aquele tratamento?

    Deixou suas coisas no quarto e abriu a geladeira para pegar o suco. Começou a falar, de costas para o pai.

    -Eu ainda estou empregado. E fui no dojo - disse apenas isso antes de beber o suco. Estava sem fome então não comeu a pizza.

    Foi até o quarto depois. Pegou o celular, conferiu se haviam novas mensagens, mas os amigos não eram muito do tipo que trocavam mensagens o tempo todo.

    Escreveu bem brevemente no grupo dos Dragões:
    -Yo galera. Deu quase tudo certo no café, eu ainda to empregado mas a chefe tá de marcação cerrada comigo. Vou ficar mais tarde lá até o braço recuperar, mas acho que vou conseguir manter o emprego

    Jogou o celular na cama.

    Só então percebeu o lugar vazio onde estava o cartaz favorito que havia rasgado. Os pedaços dele ainda estavam no chão. Se aproximou da parede e com cuidado tirou os pedaços que ainda estavam colados na parede.
    Agora era um espaço vazio em seu quarto, talvez um paralelo do que era seu futuro de agora em diante.

    Vazio, mas com espaço para algo novo. As batalhas da Wangjo ainda estavam lá, lhe esperando.

    "Mãe, eu quero ser um heroi. Mas eu sou só o Hwang Won Bin. Isso vai ter de bastar"

    Foi até o computador e pegou seu caderno. Aproveitaria esses momentos antes de tomar banho e dormir para estudar, fazer parte dos deveres de semana que vem e pensar naquele tal poema.

    Pensou em algo e fez um rascunho:

    Quando era garoto eu sonhava
    Sonhos de herói
    Liberto das amarras
    De um mundo adulto cruel
    Sonhei

    Aqueles dias de menino passaram
    Não podia mais sonhar
    Nunca entenderam
    Mas eu nunca consegui calar

    O garoto em mim ainda buscava
    Salvar quem eu era
    Proteger todos que eu amava
    E ainda vencer

    Levei algum tempo
    Para entender
    Que o garoto e o homem
    Tinham de conviver

    Não sei como resolver
    Este conflito
    Então os deixo sentados numa mesma mesa
    Até eu descobrir como faze-los se entender

    "Nossa, eu fugi completamente de qualquer tema aceitável" não tinha gostado do resultado, mas não apagou o poema. Era um tanto...catártico escrever sobre si mesmo. Tinha gostado da experiência.

    Foi se arrumar para dormir, tomar banho e etc. Os últimos golpes em sua moral ainda doíam, mas Won encarava o teto do quarto de forma reflexiva.

    Pensou naquele dia, tão longo, parecia ter muito mais que aquelas horas.

    "Eu só tenho o futuro...pai, mestre...por favor me deem outra chance" dormiu, imaginando como seria o dia seguinte. Melhor? Pior? Impossível prever.

    Capítulo 2 - Página 7 JCPjtiU

    Gakky
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Gakky Dom Dez 24, 2017 2:07 am

    Jae-ki esperava preocupado a reação de Soo-ji, sabia que não tinha falado coisas agradáveis, mas acreditava que era o melhor. Sentiu que o rostinho da irmã começou a ficar desanimado, mas o que ela disse sobre programas de TV o surpreendeu, Soo-ji era bastante esperta. Jae-ki mordeu o lábio inferior e respondeu:

    - Nem todos os programas reprisam...

    Só respirou aliviado quando ela o abraçou, ele retribuiu e disse baixinho:

    - Minha Soo-jiya...

    Os dois se afastaram, Jae-ki tentou falar várias coisas para tentar animá-la e quando viu o sorriso dela, finalmente se sentiu mais relaxado. Mesmo com dentes faltando, achava sua irmã linda e muito fofa, era um irmão muito coruja mesmo.  

    Capítulo 2 - Página 7 E38ec3a64fcd63db1d2a2cd445ff1e08

    - Eu gosto de hapkido, mas não tem clube disso lá. Quero dançar para te ensinar porque você gosta, e se você gosta deve ser legal, só não quero que me obriguem a vestir uma saia - Riu enquanto respondia a irmã - Mas a garota lá falou que garotos também dançam. Você vai gostar do Kang, ele é engraçado, só não pode levar a sério tudo que ele diz. O Won forte? É ele é sim, eu não vi direito os golpes dele, mas combinamos que ele vai me ensinar alguns um dia. Ele também gosta de ver filmes velhos. Eu já falei para eles que tenho a melhor irmã e que você cozinha muito bem, eles ficaram impressionados. Um dia eu dou um jeito de vocês se conhecerem.

    Depois que Soo-ji entregou o prato para Jae-ki, ele não esperou, já pegou os hashi e começou a encher a boca até as bochechas ficarem grandes. Mastigava e engolia muito rápido, estava faminto e a comida muito boa, mesmo sendo simples, ele adorava. A comida de casa sempre parecia melhor e fazia bem ao seu estômago. A comida de Wangjo o tinha deixado com muita com sede e tinha muita frescura e sabores diferentes que não estava acostumado, embora estivesse deliciosa, Jae-ki tinha suas preferências também, mesmo comendo muito e gostando de quase tudo. Suspirou apreciando o arroz da irmã:

    Capítulo 2 - Página 7 EBuTwLw

    - Ashaaa! Eu poderia comer esse arroz sempre, é muito bom! Tenho muita sorte de ter uma irmã tão boa.

    Enquanto comia apressado, não deixava de ouvir as coisas que sua irmã contava. Sorria algumas vezes para ela mesmo com a boca cheia de arroz. Ele achava muito bonitinho a forma como ela contava tudo, parecia até eventos importantes. E ele claro não deixava de mostrar que achava tudo muito maneiro, gostava de conversar com a irmã. Eram momentos onde podia relaxar e saber do dia dela, isso era muito importante para ele.

    - Uwa! O dever foi fácil? Aigoo, você está ficando muito inteligente... Princesas de Goryeo? Uwaa, parece muito legal... Que? Queriam pagar mais barato? Aishh... Ainda bem que você vende muito bem, fez super certo de explicar o preço. Eles são muito bons e dão muito trabalho para halmoni fazer, deviam até ser mais caros, o preço do polvo aumentou, mas aí poucas pessoas iam comprar... Ahh, sua amiguinha parece muito maneira. Mas a sua letra é muito bonita Soo-jiya, uma dia me mostra a letra dela, também quero ver. 

    Depois de comer e conversar com a irmã, Jae-ki se sentia bem melhor, ainda estava suado e cheirando a frango, mas muito cansado para tomar banho, embora fosse mais preguiça do que canseira mesmo. "Eu tomo banho de manhã... A Soo-ji nem liga... Só a halmoni que é chata... É só eu trocar de roupa." Jae-ki foi para o quarto e colocou roupas mais leves, o uniforme do trabalho tinha cheiro de frango, mas era assim mesmo e não tava tão sujo, poderia usar mais um dia, então tacou no armário de volta. Em seguida voltou para a sala para fazer o dever ao lado da irmã, começou copiando a matéria do caderno de Kang, que estava no celular. Depois foi logo para matemática para relaxar, era como um jogo e nem precisava usar a borracha, porque ia calculando direto e de cabeça. Soo-ji terminou antes dele e até ofereceu o chocolate para dividirem. Jae-ki não queria aceitar, mas ela deu um pedaço pra ele. Então deu uma mordida bem pequena e devolveu para ela:

    - É seu, eu já comi doce. Estou cheio, mas valeu. Pode ir dormir, eu vou demorar ainda mais um pouco. Mas não esquece do meu beijo, cadê?

    Jae-ki mostrou a bochecha direita pra ela e inflou de ar até a irmã lhe dar o beijinho, depois continuou o seu dever. Só que estava começando a ficar distraído, Eun-bi voltava para assombrar seus pensamentos. As perguntas da irmã também voltavam e agora não desgrudavam. " Que droga!! Por que eu sinto tudo isso? O que ela tem de tão bom? "A imagem de Eun-bi não queria sair de sua mente, ela era tão bonita e agora se lembrava de como os olhos dela tinham ficado vermelhos como se fosse chorar... "Ela ia mesmo chorar?  Mas por que?... Aishii... Isso tá me atrapalhando de fazer o trabalho... " Seus olhos já estavam cansados e tinha muito sono. Faltava só o poema agora, não tinha ideia sobre o que falaria nele, começou com alguns versos sobre vingança e violência, mas apagou, isso poderia lhe causar problemas. Talvez pudesse fazer algo genérico e romântico, assim ninguém encheria seu saco. Mas nos primeiros versos cochilou por alguns segundos e acabou sonhando com imagens confusas. Eun-bi, de repente o rosto de Taemin, o grito dela e.. Acordou rápido assustado, suspirou ao ver que era só um sonho estranho, não podia dormir, tinha que terminar isso logo. Queria ter o fim de semana livre pra brincar com Soo-jiya e depois sair com a gangue. Apagou mais uma vez o poema, o verso romântico estava ridículo, ninguém rima balão com coração.

    Decidiu então escrever um poema sobre como era bom ganhar dinheiro. Não achava que isso o deixaria suspenso, não falava mal de ninguém, só o quanto o dinheiro podia ser bom e em como resolvia as coisas. Só restou mesmo fazer a representação do sistema solar, precisaria pegar alguns materiais na rua para isso. Finalmente podia dormir, escovou os dentes e deitou devagar ao lado da irmã, não demorou a dormir.  
    Capítulo 2 - Página 7 OQyMeP8
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Dom Dez 24, 2017 10:46 am

    Hyun Hee ajeitou-se na cama, sentando-se e ouvindo aquela voz estressadinha do outro lado. Quase sorria agora. Não importava o que ela estava dizendo, mas o fato de tratá-lo tão normal, por ser alguém que absolutamente não se lembrava de quem ele tinha sido ou o que tinha feito, o aliava muito. Sim, porque ela não o comparava. Ela apenas reagia daquele jeito indignada como se ele sempre fosse daquele jeito, como o conhecia. Era esquisito esse pensamento, mas aquela perfeita estranha, que conhecia há pouquíssimo tempo e tinha tido menos dias ainda de convívio era quem conseguia confortá-lo agora.

    Ligar para ela era uma forma de ter um sentido de realidade. Ela não fazia parte daquela loucura que ele tinha vivido. Era uma pessoa completamente a parte, e se em seu mundo estava tudo bem, então talvez devesse enxergar que o mundo lá fora estava assim mesmo: todo ok. Faltando algumas pessoas, mas estava ok.

    Além do mais, ela não sabia que ele tinha matado os pais, não sabia como ele tinha fracassado tanto na vida desde a sua volta. Não sabia nada. Não era uma decepção para a garota, porque ela nem mesmo sabia o que esperar dele. Talvez por isso gostasse de perambular sozinho, talvez por isso tivesse gostado de encontrar o pivete que sonhava em ser um jogador. Porque os estranhos não o estavam julgando, exceto quando a paranoia atacava, mas salvo este detalhe, o sentimento era bom. No entanto, para o mundo inteiro, ele era aquilo mesmo: um número, mas para sua colega de escola, era o “tigre sem dentes”. Esboçou um sorriso.

    - Eu… - a voz saiu meio rouca, pela grande quantidade de tempo que tinha ficado sem falar nada. - Venha até aqui. - sussurrou, mas imperativo. Fez uma pausa suficientemente longa para que ela pudesse acreditar que ele estava falando sério, mas logo se corrigiu. - Se não pode cumprir com o favor, então tome cuidado ao oferecer. Se esse fosse seu primeiro favor, você me deveria mais um. - riu baixo. - Mas não se preocupe, não vai ser isso. O que está estudando?

    Era uma pergunta esquisita, mas só queria ouvi-la falar. Era esperto o bastante para não gastar seu favor em algo tão banal, se pudesse fazê-la conversar com ele naturalmente, sem perceber inicialmente de que aquilo era seu primeiro favor. Não precisava prestar atenção em tudo, mas era agradável, sem ódio, sem pré-julgamentos. Era uma conversa tão banal quanto essa.

    - É a sua matéria favorita? Ainda não tive tempo de mexer com os meus. - perguntou em seguida, quando ela ameaçasse xingá-lo pela conversa esquisita. Só queria que ela continuasse o jogo da casualidade.

    - Como foi o seu almoço? - emendou a próxima. - Tteokbokki. É o que eu gostaria de ter comido.

    Hyun Hee sentia uma nostalgia forte. Voltar para casa, contar sobre seu dia, descobrir sobre o dia da mãe, ouvir conversas à mesa, tentar entender se Jung Mi tinha passado algum aperto na escola ou vivido alguma pequena aventura.

    Reforçaria essa conversa, extremamente banal, até perceber que tinha voltado a sentir coisas. Não era mais ele e o quarto vazio.

    - Ei, Park Chaeyoung… tenha um bom fim de dia. Boa noite - desejou, em forma de agradecimento. Ela não fazia ideia do quanto tinha ajudado.

    Após desligar, até chegou a sair da cama e acender um conjuntinho discreto de luzes que ficavam sobre a cama mas não iluminavam completamente o quarto. Suspirou. Onde estavam suas lições mesmo? Decidiu tirar a pilha de roupas do quarto e a mochila do chão. Foi até a escrivaninha, acendeu a luminária e colocou o material ali em cima. Estudar. Tão simples quanto isso. Talvez pudesse começar a tocar a vida por ali.

    Começaria as tarefas de casa como distração. Não queria sua mente viajando em bobagens. A conversa tinha lhe feito bem. Depois disso, ele arriscaria descer para pegar algo para comer e voltaria para o quarto. Não queria correr o risco de ter que conversar lá embaixo. Então passaria o resto do dia fazendo os deveres. Aquela noite seria impossível de dormir, então ele acabaria tomando um remédio para isso quando já fosse bem tarde.

    Estava tentando não tomar aqueles remédios, mas era na semana que ele conseguiria fazê-lo, aos poucos, mas cedia quando achava que estava prestes a quebrar. Hyun Hee só não obedeceria à nova prescrição. Nenhuma gota do novo remédio entraria no seu corpo. Estava com raiva do psiquiatra e de si mesmo por depender daquilo. Dizia para si mesmo que era a última vez que usaria remédios, pois se tornaria uma pessoa forte por conta própria.

    Às vezes sentia tremores, ou o corpo mais lento que o normal, a cabeça doendo. Quando achava que não podia interagir com seu grupo, ele recorria ao remédio. Se estava sozinho, ia para casa, deixava quieto e sofria no quarto, no banho.

    Depois tentava fazer as lições de casa ou tomava remédio para dormir. No restante dos dias, ele tentou ser normal. Sua energia não foi recuperada como antes, e ele sentia que estava em uma onda baixa. Não falou sobre isso com Chaeyoung e a tratou como se nada tivesse acontecido ou até um pouco distante, evitando interagir principalmente quando estava com JongIn. Não queria chamar a atenção dele para a menina. Na escola forçava o sorriso e tentava se parecer como antes. Aliás, isso era bem literal, já que ele voltou ao bairro movimentado do menino engraxate para comprar uma tinta do cabelo. Seu novo visual estrearia no dia da ópera e ele acreditava, verdadeiramente, que conseguiria voltar a ser como antes por conta própria.

    Capítulo 2 - Página 7 Vk4RNbC
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    Capítulo 2 - Página 7 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Dom Dez 24, 2017 11:33 am

    - Passo o molde sim, mas eu mesma faço uma para você, não se preocupa, Nana

    Como era mais um projeto que ficaria pendurado na cabeça, era mais provável que a sai feita por Eun Na ficasse pronta antes. Não era má vontade, era só que a menina não conseguia finalizar seus projetos tão facilmente.

    O sorriso amarelou um pouco quando falaram sobre a Misoo, mas ela acabou rindo, achava engraçado o jeito que as meninas falavam e faziam algumas maldades, mesmo que supostamente devesse defender a cunhadinha, isso não significava que precisava fazê-lo quando Jung Mi não estivesse olhando. No caso, ele estava olhando só na escola. E ela não pretendia fazer as meninas gostarem de Misoo, apenas queria que a outra não levasse ovadas na cabeça e coisas do tipo, que Jung Mi achasse que ela mesma estivesse envolvida e ficasse decepcionado de novo.

    Já no provador, a garota ficava olhando para aqueles decotes todos e imaginando a dica de Eun Na em relação ao echarpe. Já estava morrendo de vergonha, querendo derreter na frente daquele espelho. Em sua mente, ela se atrapalhava e acabava mostrando o decote para o pai em vez do noivo, então dava coquinhos na sua própria cabeça para espantar o pensamento vergonhoso.

    Felizmente o celular deu um toque de mensagem e ela viu que Yerin estava conversando. Ficou aliviada. Sempre achava Yerin um tanto esquisita por mensagem, porque ela ficava mais formal, mas a amava do mesmo jeito.

    “Aahh.. Que pena, Rin.  Não vai ser  a mesma coisa sem você TT_TT
    Mas na verdade vc se livrou daquela chatice. Td mundo ficou com cara feia pra mim qnd falei de opera. Opera deixa as pessoas chatas.
    Mas tudo bem. É para um bem maior.
    Hehehehe. Pode deixar, eu não vou exagerar.
    PROJETO: SEXY SEM SER VULGAR
    Fighting!!!”


    A segunda mensagem, da tia a deixou preocupada, e ela ficou digitando feito louca, com cara de desespero.

    “ Mianhaeeeee….
    Eu achei que a gente ia só comprar bolsas e sapatos i.i
    Não sabia que era pra comprar o vestidooo
    Minha amiga quis sair cmg e me aconselhar
    Desculpa titia. ç.ç
    Vamos no salão juntas?? ”


    Então aquele vestido apareceu. Era clássico, tinha um decote que ela considerava enorme, mas com um echarpe realmente ficaria ótimo. Ela se olhou no espelho com aquilo e até seu coração bateu mais rápido. Era vermelho. Uma cor tão forte e adulta…  em seu devaneio ela via Miwoo virando o rosto e a descobrindo surpreso por ela já ser tão crescida. Ela aparecia misteriosa e bonita, como um clipe musical.


    Capítulo 2 - Página 7 Ab6ee9163cc4214e08f9f4f2a40afc8f

    “Miwoo oppa~~ “

    Balançou a cabeça e soltou um suspiro, depois se jogou na amiga, abraçando-a fortemente e dando pulinhos.

    - É ESSE! É ESSE! Muito obrigada~~

    Depois daquilo, ajudaria a escolher para ela. Em contra partida, precisou levar um xingo ou dois por oferecer vestidos em tons clarinhos, até que finalmente encontrou um azul marinho que achou uma boa sugestão e então foi seguindo por um caminho mais apropriado. Ela tentou trazer mais elegância para ela do que meramente o sexy. Era sua contribuição, já que Nana a tornou sexy, ela queria torná-la um pouco mais elegante.

    Quando tinham os vestidos, saiu para comprar lembrancinhas para Yewon, Yerin e Hayoung. Acabou comprando um sapato também e mais umas dez peças de roupas que não precisava, além de um kit de maquiagem novo edição especial de primavera. Tomou sorvete e se divertiu com a amiga, sentada em um banquinho enquanto ela observava garotos. Ficou com ela o quanto Nana quisesse, postergando o momento de se separarem.

    Quando se despediram, ela dedicaria um tempo para escrever em seu diário e costurar um pouco. Nem lembrava que tinha tarefas de casa. A única que realmente gostaria de fazer era o projeto culinário de Biologia. Esse realmente estaria pronto.

    No dia seguinte, ela manteve a postura de ignorar a existência daqueles nerds. Era muito difícil e, no fim, ela ficava encarando Sunny com ódio e fazendo caretas quando ela passava. Joo Hyuk tinha dito que não era para FAZER nada contra a passarinha, mas isso não significava que não podia desejar todos os dias que ela tropeçasse e saísse rolando da escada. Ela não gritava xingamentos, mas em contrapartida, tratava de espalhar seu ódio entre as amigas aos pouquinhos, comentando o quanto aquela bolsistas era ridícula e feia.

    Depois das aulas, tentou arrastar Yerin para o shopping de novo, com Hayoung, para comprar presente para sua melhor amiga, que tinha negligenciado no dia anterior. Repuseram os sapatos brancos e compraram acessórios vermelhos. Hyemin era um poço de alegria falando sobre a ópera e a roupa que usaria.

    Em casa, a rotina normal tinha voltado e ela voltava a costurar no tempo livre, alternando com os sonhos loucos que tinha de encontrar seu noivo.

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