[!ON!] Caverna dos Goblins

E então o clarão desaparece. Muitos Goblins e os aventureiros estavam bem, mas tantos outros que tinham vindo se juntar ao combate não tiveram tamanha sorte, muitas estavam pelo chão carbonizado, ou tinham explodido, acredite, é algo bem comum.

O guerreiro por sua vez segurava a feiticeira nos braços chorando. A arqueira afastava os Goblins que restavam, mas ela estava em dificuldades, além de tudo a perna esquerda apresentava um corte que parecia bem feio.

Ao contrário de seu nome, e espécie, indicaria, o nomeado Cortabucho tinha um bom coração e estava tentando evitar mais baixas. Mas dificilmente o olhar tenebroso do guerreiro indicaria o mesmo.

Pela reação de segurar a jovem nos braços, o guerreiro e ela deveriam ter alguma relação. E o grito de ódio dele em resposta a proposta de paz, seguido de seu levantar brusco e uma investida rápida, trazendo sua espada pesada pronta para golpear PuiPui reforçaram bastante essa ideia.

-MORRA SEU GOBLIN MALDITO!!! Gritava a todos os pulmões o homem. Mas seu golpe em puro acesso de raiva estava cheio de falhas e o Goblin ainda tinha chances de escapar da morte certa que aquela enorme espada representava...

A investida desenfreada do homem de armadura deixa diversas aberturas. E enquanto a pesada espada descia PuiPui já estava preparado, pulando para o lado enquanto a enorme lâmina desenhava um talho na terra no ponto onde ele estava a segundos, com certeza o Goblin escapara de se tornar dois naquele momento.

De longe podia se ver que a arqueira estava ocupada com os outros Goblins, os poucos, que não saíram correndo. Mas o Goblin caçador já não tinha muito tempo para refletir(?), o desajeitado guerreiro já levantava sua arma para um novo golpe. Esse era o momento para Cortabucho agir antes de outro ataque...

PuiPui toma a mais incrível decisão, ele corre. Dando as costas para o guerreiro ele rapidamente se afasta. Mas ainda consegue ouvir o tilintar da armadura o perseguindo, suas pernas pequenas estavam no máximo, mas o barulho do metal balançando não parecia se afastar, por sorte também não se aproximava. -Não corre! Me enfrente de frente seu bichinho nojento! Esbravejava o homem, já ficando sem folego.

Ainda sonolento Buut saia dos arbustos que estava dormindo. Pelo seu cheiro… Exótico, o Goblin era proibido de entrar na caverna que servia de covil para o seu bando. Mas imagino que eles não iriam se importar agora que todo o ar estava permeado com um forte cheiro da nojenta carne goblinoide torrada. Na entrada da caverna um monte de Goblins estavam cercando uma mulher que segurava em suas mãos o que restava do que um dia podia ter sido um arco, e mais de longe um grandão de armadura corria, talvez fugindo? Ou perseguindo algo? O Cheirodecarniça não consegui discernir.

Buut acorda já irritado com o fato de ter perdido a chance de conquistar uma tão sonhada, literalmente, parceira. Afinal, na vida real é que ele não conquistaria ela, no máximo, sequestraria. Mas logo todo seu mal humor é substituído pela felicidade de ver coisas brilhantes, afinal o que era melhor do que algo brilhante e completamente inútil?

PuiPui por outro lado já tinha tomado uma boa distância, mas suas pernas reclamavam constantemente de cansaço. O guerreiro era persistente em sua perseguição, só não estava gerando resultado algum com essa persistência. Cortabucho podia ter alguma vantagem esse novo Goblin que estava perseguindo o homem encouraçado, infelizmente ele ainda iria demorar muito pra chegar perto o suficiente pra um combate, e PuiPui não tinha certeza de que conseguiria correr por muito mais tempo.

PuiPui desiste de correr, ele sabia que isso já iria piorar sua situação a longo prazo, ele iria ter que contar com suas outras habilidades para sobreviver. Já o guerreiro parecia muito feliz com a parada brusca do goblin. -FINALMENTE! Vociferou o homem enquanto erguia a espada pronto para separar o Cortabucho em dois.

Buut notou agora o outro goblin que estava sendo perseguido. Com a parada brusca dos dois, finalmente ele poderia alcançar o guerreiro, mas não a tempo de impedir o ataque do mesmo.

PuiPui esquiva do golpe da espada, era desajeitado, mas pelo menos eficiente, eficiente ao ponto de atingir uma das falhas da armadura com sua adaga enquanto escapava do golpe.

Já a adaga, lançada pelo goblin com um perfume natural exótico, não serviu para nada além fazer um pouco de barulho ao arranhar na armadura, nem mesmo chamou a atenção do guerreiro.

Mas por sorte dos goblins o guerreiro estava atrapalhado demais para contra-atacar nesse momento, dando a chance dos monstrinhos tomar mais uma ação.

PuiPui continua, surpreendentemente, conseguindo acertar os golpes no homem, era realmente uma demonstração de maestria incrível, principalmente vinda de um goblin. O guerreiro mal tinha tempo de reagir, e quando pensava em se levantar, o outro goblin simplesmente se joga nas suas costas começa a avidamente escalá las, fazendo o homem se ocupar em retirar a criaturinha das suas costas, dando mais uma abertura para que Coratabucho atacar.