[Side quest] Um Sopro pela Vida

À medida que Nemmaniel ia falando, Kairel ainda parecia raivoso, mas parecia que aquela raiva era desviada de Nemmaniel para outra coisa. Ele ainda mantinha a arma bem empunhada e por fim ele dizia:

- Sou eu que faço as perguntas hoje, Diretor do Cosmos, Nemmaniel! Você me chamou hoje de manhã, chamou pelo meu nome e resolvi lhe ignorar, mas pelo visto insistiu no nosso encontro! Acho dificil acreditar que isso seja uma coincidência. Eu já sei o que houve aqui, eu tenho contatos. A mulher que eles levaram é a noiva da minha hospedeira, mas eu vou dar o benefício da dúvida hoje.

Kairel então abaixava lentamente a arma e dizia:

- Não tente nenhuma gracinha, eu ainda estou armada e se você tentar algo eu vou atirar na cabeça do seu hospedeiro. Meu único objetivo aqui é proteger a noiva da minha hospedeira, e já que você viu o que aconteceu é a melhor pista que eu tenho, os outros assuntos não me interessam agora.

Kairel não parecia ser uma pessoa má naquele momento, parecia ser apenas uma policial desesperada para encontrar a noiva que foi sequestrada, talvez os sentimentos que a hospedeira de Kairel tenham pela noiva sejam tão grandes a ponto de deixar de lado a importância do mundo Celestial.

Rolagem:

Kairel parecia refletir enquanto Nemmaniel falava, porém ainda focava bastante no diretor do cosmos. Ao fim ela dizia:

- Vamos até a cena do crime. Vamos ver o que aconteceu e depois você me acompanha até a delegacia pra dar os rostos dos cretinos.

Kairel então abaixava a arma e Nemmaniel se aproximava. Enquanto seguiam de volta a entrada, kairel perguntava:

- Quem é esse humano? E a quanto tempo chegou aqui?

Kairel escutava as palavras de Nemamniel enquanto davam a volta até chegar na frente do banco. Felizmente as pessoas eram individualistas, pouca atenção davam aos outros, estranhos da rua, na verdade elas sentiam medo de estranhos o que fazia com que se fechassem em um casulo de proteção isolando-se de possibilidades e emoções, deixando de lado os lados negativos mas também os positivos, desse modo ambos caídos podiam conversar suas coisas e ninguem na rua estava interessado em ouvir um papo, principalmente se tivessem que segui-los.

- Ele cometeu erros, como a maioria de nós. É bom que está tentando ajudá-lo e não o afundando mais. As pessoas tem muita força interior, nós bem sabemos disso. A Laura Mayer também teve uma vida difícil depois da separação, ela não conseguia se soltar. Depois que nos unimos eu a ajudei e à noiva a reatarem, o mais estranho é quando sentimos que estamos tentando ajudá-los mais por nós do que por eles mesmos, e então me pergunto se tudo não passa de egoísmo mascarado de altruísmo.

Eles davam a volta e a rua na frente já havia caminhões de uma equipe tática, com certeza atrasados... Kairel passou pela faixa da polícia e abriu passagem para que Nemmaniel viesse também. O policial que estava cuidando da entrada da faixa não ousou interferir visto que o cívil estava na companhia de uma detetive da polícia. Eles entravam e haviam vários peritos e policiais em todo o ambiente do banco. Ela parava um dos peritos que estava com um dos policiais que estavam com a prancheta e disse:

- Bom dia, o que temos?

O policial logo respondia:

- Bom dia detetive. Assalto a banco mão armada, os suspeitos possuíam escopetas de alto calíbre e soltaram fogo aberto.

Ele apontava para as marcas de tiro no teto, a sujeira no chão, e em algumas paredes e continuava:

- Nenhuma mancha de sangue, ninguém ferido. Testemunhas disseram que os suspeitos ficaram com uma refém, uma mulher loira de olhos claros. Também disseram que não chegaram a sair pela porta da frente. Eles levaram muito dinheiro mas a contagem ainda está sendo feita. Ainda estamos no inicio da investigação e procurando testemunhas.

Laura então dizia indicando a William:

- Certo. Este é o Major Hayter, ele é uma testemunha importante, viu o rosto deles, preciso que chame um desenhista e peça pra entrar em contato comigo, por favor. Não se preocupe que eu mesma vou recolher o depoimento dele na delegacia.

O policial estendia a mão e cumprimentava o Major respeitosamente e então Laura dizia para William:

- Major, me acompanhe por favor.

E assim, os dois seguiam para o fundo do banco e um policial que passava dizia para Laura que estavam chamando por ela nos fundos. Laura agradeceu e seguiram os dois para os fundos onde havia policiais e esquadrões num quarto apertado e quando adentraram no mesmo vira que havia uma espécie de tampo de boeiro aberto e então tudo começava a fazer sentido do porque Nemmaniel não conseguiu localizar os assaltantes lá dentro.

Laura dizia para si mesma:

- Desgraçados...

Um dos comandantes da equipe dizia à Laura:

- Detetive, a tampa estava aberta, eles certamente fugiram por aqui. Mandamos homens procurar pelos suspeitos mas ainda sem retorno.

Laura assentia para o comandante e então dizia:

- Comandante este é o Major Hayter, ele é uma testemunha chave do sequestro. Ele vai comigo para a delegacia, pode nos encontrar lá se precisar.

Laura assentia diante as palavras do Major Hayter e respondia para ambos:

- Vou providenciar isso. Meu parceiro deve estar no cofre averiguando o roubo, ele é competente, pode se virar sozinho. Enquanto ele faz isso o senhor venha comigo para a delegacia, Major, por favor.

Ela olha para o capitão do esquadrão e diz:

- Qualquer novidade avise a mim ou ao detetive Townie, por favor.

O capitão do esquadrão assentia e após isso Laura e William seguiam para fora do banco. Laura parecia estar extremamente mais interessada, e apressada, em achar logo aos criminosos do que no caso em si. No caminho, ela tirava o celular do bolso e fazia uma discagem rápida para logo começar a falar com alguém no telefone:

- Eddie, sou eu...... Não, eles escaparam pelo sistema de esgoto. Escuta Eddie ..... Nâo!!! Você não pode falar pra ninguém, vão me tirar do caso se souberem, eu tenho que achá-la! Ninguem vai ter chances melhores do que eu! .... Certo, estou indo para a delegacia eu tenho uma boa testemunha, vou colher o depoimento dele e fazer um retrato.... Sim, ele viu .... Major Hayter .... Consegue ir pra delegacia com um dos policiais? .... Está certo, obrigada Eddie. Até mais.

Quando terminara de falar, os dois já estavam do lado de fora ao lado do carro da detetive Laura.

Carro:

Do lado de fora, ainda havia atenção dos pedestres, as faixas da policia ainda cercavam o lugar assim como os policiais, mas os pedestres apenas passavam olhando e seguiam caminho sem parar. Quando ambos entravam no carro Laura dizia:

- Meu parceiro vai cuidar das coisas por aqui. Pode já ir me contando tudo o que sabe, na delegacia nós vamos formalizar e fazer o retrato.

Enquanto Nemanniel começava a relatar tudo o que tinha visto, Kairel saía pelas ruas da cidade em direção à delegacia. Havia uma certa pressa ao volante, o Major podia ver que em pouco tempo, a detetive estava partindo para o limite da velocidade da estrada.

Laura assentia e dizia tirando seu coldre e entregando ao Major.

- Tome, fique com a minha por enquanto, eu vou pegar uma do registro da delegacia. Me espere aqui, nós já vamos até o local.

Assim, Laura se ausentava coisa de poucos minutos e quando retornava ela tinha uma outra arma com coldre e chamava Nemmaniel para seguirem até o carro lá fora. Quando o Major saía para a delegacia via que a mesma estava mais calma, não havia mais gritaria nenhuma, havia menos suspeitos algemados em poltronas, a maioria eram as mesmas pessoas do período da tarde que até agora esperavam para ver o que lhes ia acontecer.

Quando saíram da delegacia, a lua já estava no céu noturno, o vento estava frio, forte e cortante indicando que uma chuva forte iria cair em algum momento da noite ou da madrugada. Era possível ouvir ao longe o som das ondas no mar com mais força, as ruas estavam calmas, bem tranquilas, a noite era serena e tinha um clima bem tropical com postes de luzes bem postos nas calçadas sendo possível ficar até mesmo em banquinhos na beirada da orla da praia.


Eles adentravam no carro e em coisa de 40 minutos eles já chegavam no endereço que Laura havia conseguido. Era um apartamento de classe média baixa, com alguns carros na frente.


Laura havia estacionado a uma rua de distância, ela desliga o carro e diz:

- Certo, o endereço é aqui, no segundo andar, apartamento 12. O nome do cara que você viu é Brad Thompson, ele já teve passagem na polícia e muitas multas por excesso de velocidade, direção perigosa, participar de corridas ilegais nas ruas. Não é um cara muito violento, mas não vamos dar maré pro azar.

A rua estava vazia, as luzes dos apartamentos estavam apagadas, inclusive a de Brad. Naquele bairro não tinha muitos postes elétricos então a rua era mais escura que em outras partes da cidade. Laura então abre o porta luvas do carro e retira dele dois rádio comunicadores. Ela entrega um para o major e diz:

- Eu vou na frente, você fica de olho na minha retaguarda, mas quando chegarmos lá você fica na entrada pra caso ver alguém escapar, ok?