[Dia 0] Journey to the North: Sunshine.

Antônio estava em um navio. Um navio típico de pessoas muito, mas muito ricas. Com muito dinheiro pra gastar e se deleitar em cruzeiros estúpidos e luxuosos. Aquele navio em especial era da Associação dos Magos. Ele não fazia ideia do por que ter sido chamado ali, as coordenadas apenas estavam no verso da carta que recebera da Torre do Relógio insistindo para que o jovem fosse até o Polo Norte. Ele estava parado na poupa do navio, olhando o mar, quando um sujeito de cabelo branco e olhos heterocrômicos - um vermelho, outro azul - colocou a mão em seu ombro.

- O senhor poderia vir comigo, por favor? - ele pediu com uma voz neutra que não expressava nem ordem nem pedido.

O rapaz guiou Antônio pelo navio, não havia anda de muito suspeito no navio além de uma figura de casaco azul e cabelos verdes sentado em uma das mesas de vime. Ao passar por ele, Antônio nota o sujeito erguendo uma taça de champanhe na direção dele, como se o cumprimentasse. Ele seguiu caminhando atrás do estranho homem de terno que parecia um garçom ou segurança. Eles caminharam até uma sala no terceiro andar do casco, destinado as cabines VIP, e adentraram a mesma. O local era um antro de luxo e simplicidade ao mesmo tempo, a decoração era chinesa, clássica e bem organizada, Feng Shui, notou. Havia uma mesa redonda no centro da cabine, um dragão no centro da mesma. A figura do outro lado da mesa era uma bela mulher, jovem, porém não tanto, vestindo um vestido de tecido vermelho de textura anormal. O vestido era de estilo chinês como toda a arrumação do quarto. Ela fez uma menção com a mão, convidando-o a sentar-se á frente dela.

- Antônio de Bragança? - ela resumiu o nome do rapaz. - Por favor, sente-se.

A porta de metal bem polido da cabine bateu às costas do garoto, o homem que agora parecia obviamente um guarda-costas, estava de costas para a porta, na frente da mesma, impedindo qualquer chance de fuga.

O sujeito na porta se moveu servindo uma taça de vinho branco - possivelmente chinês - para sua patroa. Não se importou de voltar para a porta, por algum motivo. Ao ouvir a afirmação de Antônio, a moça deu uma risada adocicada e fatal: a risada de uma mulher que está no controle da situação.

- Estou aqui para falar de negócios, Antônio. - ela diz com um sorriso calmo, caloroso e ao mesmo tempo frio e venenoso. - Posso te chamar de Antônio?

A visão dele começou a embaçar um pouco. Ele ainda podia vê-la, no entanto.

- Não me entenda mal, mas tivemos que dopá-lo para que viesse até nós. - ela explicou. - Eu gostaria de conversar com você de uma forma que você esteja mais... Disposto... A aceitar nossas, hum... Recomendações?

- A três dias atrás, você recebeu uma carta da Torre do Relógio, um pedido da Associação de Magos para participar de uma Guerra do Santo Graal que irá ocorrer nos próximos dias no Polo Norte... - ela comentou. - Queremos que você vá à Guerra. E temos inclusive um presente pra você.

O guarda-costas colocou em cima da mesa uma pequena caixa de madeira a qual ele abriu logo em seguida e empurrou para Antônio. Dentro da caixa havia um dedo humano mumificado e conservado. O dedo de um santo? Não...

- É o dedo do herói sueco conhecido como Beowulf. - o guarda-costas se dispôs a explicar com sua típica expressão neutra.

A mulher riu. A risada era suave e mortal, mas não era divertida, era perigosa. Fazendo o próprio Antônio ficar nervoso.

- O fato, meu caro... - ela disse com um sorriso calmo. - É que... Nós não somos da Associação.

Ela tomou mais um longo gole de seu vinho branco antes de prosseguir.

- Ao contrário, eu sou uma Mestra da... Como vocês chamam? Ah, é mesmo. Facção da Noite. - ela explicou. - Meu nome é Yu Tsei Zhang. Este é meu Servo, Lancer.

Ela fez uma menção para o guarda-costas educadamente posicionado às costas de sua Mestra. Lancer o cumprimentou com um aceno de cabeça.

- Pode me chamar de Yu Tsei. - ela disse calmamente tomando outro gole de vinho.

- Bem, nós queremos que você faça algo por nós... - ela pediu. - Você vai ser nosso espião. Vai nos informar de tudo o que acontecer e de cada plano que sua equipe tiver... Apenas para nós.

Ela puxou a mão dele e colocou uma pequena pedra no pulso esquerdo do mesmo, a pedra queimou e adentrou sua pele desaparecendo da superfície.

- Use isso quando quiser nos contatar. - ela instruiu. - E caso conte para alguém... Bem... Acho que não preciso dizer o que vai acontecer...

- Sugerimos que não tente. - Lancer disse com paciência. - Uma convivência pacífica é o ápice da sobrevivência.

Ela levantou uma sobrancelha.

- Você é um mago usuário de jóias e não sabe usar uma pedra de comunicação? - ela perguntou descrente com um meio sorriso de prazer. - É só falar com a boca perto do pulso. Bem simples, não?

Lancer assentiu com sua expressão neutra e olhar penetrante. Os olhos de cores diferentes apreciam atravessá-lo e olhar para o rei do qual ele uma vez descendera.

- Bem... Pode ir. - ela permitiu. - E o nome é Yu Tsei. Não, Yu. Tenha uma boa viagem, meu... Hum... Amigo?

E Lancer o clocou para fora com um empurrão...

Cena Finalizada.